Artes/cultura
16/08/2023 às 10:00•2 min de leitura
A camada de ozônio é um termo usado para indicar uma área com alta concentração de ozônio (O3) que existe na estratosfera, em uma região localizada a cerca de 15 a 30 km da superfície terrestre. Esta camada funciona como uma espécie de "escudo" que protege a Terra contra os raios ultravioletas — que são muito nocivos tanto para o planeta quanto para a saúde humana.
Ocorre que existe um buraco nesta camada, em uma parte que fica logo acima da Antártida. E os cientistas alertaram que, neste ano, este buraco está maior do que o normal, o que pode trazer consequências graves para todo o planeta.
(Fonte: GettyImages)
O buraco presente na camada de ozônio sobre a Antártida já foi muito maior. Medidas tomadas desde a assinatura do Protocolo de Montreal, em 1989, têm acarretado diminuição gradativa deste rombo, que continua existindo.
Contudo, este buraco aumenta e diminui ao longo do ano, de acordo com as estações do ano. A tendência observada é que ele cresça durante a primavera no Hemisfério Sul (que vai de agosto a outubro), atingindo seu tamanho máximo entre setembro e outubro.
Em razão disso, os pesquisadores estão chamando a atenção de que o buraco está exageradamente grande para esta época do ano. Em 2021 e 2022, neste mesmo espaço temporal, o buraco estava bem menor e não havia crescido significativamente até o fim de agosto.
Não há ainda explicações definitivas do que pode estar acontecendo. Mas há indícios de que o acontecimento possa ser uma consequência da subida para a estratosfera de vapor d'água após a erupção do vulcão Hunga Tonga-Hunga Ha'apai em 2022, que foi a maior explosão natural da Terra em mais de um século.
(Fonte: GettyImages)
Agora, o maior temor é que o aumento do buraco impacte no aquecimento global. A erupção do vulcão Hunga Tonga-Hunga Ha'apai foi subaquática, no Oceano Pacífico, e liberou uma energia que equivale a 20 megatoneladas do explosivo TNT.
Foram, no total, cinco explosões, que lançaram na atmosfera cinzas, gás e uma quantidade enorme de água do mar. Segundo os cientistas, este excesso de vapor d'água pode levar ao aumento da degradação da camada de ozônio nos próximos anos.
A notícia afeta o planeta todo, mas principalmente a Antártida, onde está o buraco. O continente já tem sentido um acréscimo gradativo nas temperaturas, e o aumento do buraco pode afetar ainda mais esse quadro, uma vez que o território fica mais exposto à radiação ultravioleta do sol.
“Quanto mais radiação ultravioleta atinge a Antártida e o Oceano Antártico, significa que há mais energia disponível para derreter o gelo. Agora que temos tão pouco gelo marinho, em vez de gelo branco, que é refletivo, teremos um oceano azul muito escuro”, afirmou o cientista Martin Jucker, do Centro de Pesquisa de Mudanças Climáticas da Universidade de New South Wales, em entrevista ao The Guardian.