Cientistas recriam rosto de homem medieval com nanismo

05/09/2023 às 12:002 min de leitura

A reconstrução facial ainda é uma técnica em desenvolvimento, mas que tem gerado informações importantes para diversos tipos de estudos. Ela nos permite ter uma melhor compreensão de como as pessoas eram no passado e entender como certas características se manifestavam em nossos antepassados e em outras espécies. Foi o que aconteceu com a reconstrução da nossa famosa ancestral Lucy e do Homo floresiensis, um parente extinto da nossa espécie e que foi apelidado de “Hobbit” pela sua semelhança com os personagens de O Senhor dos Anéis.

Agora, pesquisadores recorreram à reconstrução facial para ter uma melhor compreensão do nanismo.

Um anão medieval

Imagem da reconstrução facial de um homem com acondroplasia. (Fonte: IFLScience/Reprodução)Imagem da reconstrução facial de um homem com acondroplasia. (Fonte: IFLScience/Reprodução)

Acondroplasia é o tipo mais comum de nanismo. Ela ocorre em cerca de 4 a cada 100.000 nascimentos e afeta principalmente os membros das pessoas. Quem possui esta condição tem um tronco de tamanho normal e as pernas e braços mais curtos.

Na tentativa de compreender melhor a acondroplasia, cientistas recriaram o rosto de um homem que viveu em algum momento entre os séculos IX e XI e possuía este tipo de nanismo. Ele morreu com idade entre 30 e 45 anos, possuía 115 centímetros de altura e foi desenterrado em 1990 de um cemitério em Lekno, na Polônia.

Explicando o processo

Pesquisadores também acrescentaram cabelo e barba para uma aproximação mais completa. (Fonte: IFLScience/Reprodução)Pesquisadores também acrescentaram cabelo e barba para uma aproximação mais completa. (Fonte: IFLScience/Reprodução)

Em um artigo ainda não revisado por pares, os pesquisadores explicam como foi realizado o trabalho. "Os ossos foram colocados em uma mesa giratória onde foram cuidadosamente escaneados e digitalizados em tempo real a partir de diferentes ângulos. Foram coletados dados que abrangem toda a área do crânio, exceto dois dentes soltos, que não foram digitalizados".

Com o crânio devidamente digitalizado, foi possível adicionar marcadores de espessura de tecido mole em 31 pontos anatômicos diferentes. Isso é feito a partir de dados de exames de ultrassom de indivíduos vivos.

Para finalizar o processo, os autores do estudo precisaram sobrepor uma varredura facial de uma pessoa viva com a do esqueleto. Neste caso, o “doador virtual” não possuía nanismo. Para poder utilizar o rosto dele como base, os pesquisadores precisaram aplicar mudanças para deixá-lo mais próximo ao do homem que estava sendo estudado.

Embora ainda não seja uma técnica totalmente precisa, a reconstrução facial pode ser uma ferramenta importante para diversas áreas do conhecimento. Neste caso, trata-se do rosto mais antigo de uma pessoa com acondroplasia já recriado. Quando somado a outras fontes, estudos como este nos permitem ter uma visão mais completa do nosso próprio passado.

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