Com 6 mil anos, sandálias mais antigas da Europa foram descobertas na Espanha

04/10/2023 às 10:002 min de leitura

Em meio às escavações, arqueólogos se debruçam no trabalho de localizar objetos usados em diferentes períodos em busca de fornecer novas pistas sobre como as diferentes civilizações viviam. Dentre os itens identificados, as sandálias possuem um papel importante. E segundo um novo estudo publicado na revista Science Advances, já podemos dizer qual é a sandália mais antiga do mundo já encontrada.

A história envolvendo a descoberta das sandálias inicia em 1857, na Cueva de los Murciélagos ("caverna dos morcegos" em português), na Espanha. O local foi descoberto por mineiros e teria sido utilizado como um cemitério no passado.

Imagem mostra as sandálias analisadas, que correspondem aos itens b e c. (Fonte: Science Advances/Reprodução)Imagem mostra as sandálias analisadas, que correspondem aos itens b e c. (Fonte: Science Advances/Reprodução)

As sandálias mais antigas já documentadas

Não foi fácil avançar na análise de tudo o que foi encontrado na caverna: além de cadáveres parcialmente mumificados, pedaços de tecido, ferramentas e pares de sandálias foram descobertos no período. O problema é que muita coisa se perdeu em meio à atividade dos trabalhadores no local.

Mas anos depois, em 1867, o arqueólogo espanhol Manuel de Góngora y Martínez conseguiu recuperar e coletar alguns itens, incluindo as sandálias, confeccionadas em grama, couro ou fibras naturais, permitindo que elas fossem devidamente avaliadas.

A novidade desse estudo recém-publicado é que as sandálias são mais antigas do que o estabelecido a princípio. Por meio de datação por radiocarbono, pesquisadores identificaram que as sandálias antigas são de 6200 anos atrás, do período Neolítico.

Felizmente, a caverna forneceu as condições necessárias para que todos esses materiais se mantivessem preservados ao longo do tempo. No estudo, pesquisadores ainda destacam a possibilidade que parte das sandálias tenham sido destinadas a rituais funerários, dado que apresentavam pouco desgaste.

(Fonte: Science Advances/Reprodução)(Fonte: Science Advances/Reprodução)

Uma nova perspectiva sobre os itens da caverna

Vale destacar ainda que nem todos os objetos encontrados na caverna remontam ao período Neolítico, mas também ao Mesolítico, quando o modo de vida nômade prevalecia, uma vez que a agricultura e o pastoreio ainda estavam se desenvolvendo de forma gradual. Ou seja, o local teria sido utilizado em dois momentos distintos.

Como a localização de objetos desses períodos são extremamente raros, a descoberta foi motivo de comemoração entre os pesquisadores envolvidos. O estudo ainda destaca outra informação relevante: "o artesanato da cestaria é considerado um indicador particularmente útil para definir tradições tecnológicas e culturais."

Nesse sentido, dentre os itens identificados, os cestos trançados localizados na caverna, que teriam sido produzidos há cerca de 9.500 anos, se destacam pela presença de diversos detalhes e dão uma amostra disso: feitos com tecidos, eles eram decorados com figuras geométricas e ainda apresentavam adornos variados.

Essa descoberta oferece um novo olhar acerca do modo como sociedades pré-agrícolas viviam, sobretudo porque estamos falando também de objetos confeccionados em materiais orgânicos e que geralmente não são encontrados em bom estado de preservação.

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