Mão protética de 400 anos releva passado de médicos medievais

02/11/2023 às 09:002 min de leitura

Um grupo de pesquisadores foi pego de surpresa recentemente ao encontrar uma prótese de mão de 400 anos em um sítio arqueológico na Alemanha, juntamente com os ossos muito bem preservados de seu antigo proprietário. O achado mostra como a medicina avançava em passos largos na Era Medieval, embora a vida ainda fosse consideravelmente rústica em comparação com sociedades modernas.

O esqueleto foi encontrado durante as obras de instalação de novas tubulações na cidade bávara de Freising, perto da igreja paroquial de São Jorge. Em um comunicado de imprensa, o Gabinete do Estado da Baviera para a Proteção de Monumentos descreveu o artefato como "algo especial", ainda mais quando se constatou que os restos mortais da mão esquerda ainda estavam inseridos numa prótese sofisticada.

Próteses medievais

(Fonte: Gabinete do Estado da Baviera/Divulgação)(Fonte: Gabinete do Estado da Baviera/Divulgação)

De acordo com os pesquisadores, todos os indícios mostram que os dedos da mão esquerda do cadáver foram amputados ainda quando o indivíduo estava vivo — restando apenas o seu polegar intacto. A prótese em questão, por sua vez, foi construída usando ferro e metal, sendo então revestida com couro. 

No interior do artefato, os arqueólogos encontraram restos de um pano parecido com uma gaze, o qual teria provavelmente servido para amortecer o local da amputação em contato com a mão protética. "A prótese de mão oca na mão esquerda adicionou quatro dedos. Os dedos indicador, médio, anular e mínimo são formados individualmente em chapa de metal e são imóveis", explicou o chefe do Escritório de Estado da Baviera para Proteções de Monumentos, Walter Irlinger. 

Em seu relato, Irlinger destacou que os dedos ficaram paralelos entre si, ligeiramente curvados. Os pesquisadores presumem que a prótese foi projetada para conter tiras que fossem amarradas no coto da mão.

Dados aprofundados

(Fonte: Gabinete do Estado da Baviera/Divulgação)(Fonte: Gabinete do Estado da Baviera/Divulgação)

Pesquisas feitas com datação por radiocarbono e análises dos restos mortais revelaram que o cadáver pertencia a um homem entre 30 e 50 anos no momento de sua morte, em algum momento entre 1450 e 1620. Os especialistas afirmaram que é difícil constatar que tipo de acidente causou a amputação de seus dedos, mas historicamente sabemos que esse foi um período marcado por conflitos em toda a Europa Central.

Por exemplo, a Guerra dos Trinta Anos (1618-1648) trouxe a luta diretamente para o coração de Freising, onde o corpo foi achado. Todas essas batalhas teriam significado mais amputações entre a população e também uma maior procura por tecnologias protéticas. Cerca de 50 próteses comparáveis foram recuperadas até agora em toda a Europa, incluindo exemplos estáticos e mecânicos.

Um dos exemplares mais complexos e famosos até hoje é chamado de "Mão de Ferro", usada pelo cavaleiro Götz von Berlichingen após perder a mão direita devido a tiros de canhão. Embora a mão protética recuperada em Freising tenha sido menos impressionante mecanicamente do que descobertas passadas, vale ressaltar que esse ainda é um achado arqueológico incrível e demonstra o cuidado tomado para tentar tornar a vida o mais fácil possível para habitantes medievais com algum tipo de desabilitação física. 

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