Ciência
17/12/2023 às 05:00•2 min de leitura
A evolução é um aspecto fundamental que garantiu a existência (e a permanência) da vida no planeta Terra. Boa parte das criaturas só continuam por aqui porque tiveram que se adaptar em algum momento para sobreviver.
Ocorre que alguns destes organismos desenvolveram habilidades evolutivas mais de uma vez ao longo de sua história. Confira a seguir a história fascinante de quatro deles.
(Fonte: Getty Images)
Os caranguejos parecem ser os queridinhos da natureza, já que eles evoluíram várias vezes. Tanto que certos bichos podem ter evoluído para a forma deles, sendo, de alguma forma, caranguejos "falsos".
O processo tem até nome: ele se chama de carcinização, e configura em um tipo de convergência evolutiva em que um crustáceo não semelhante a este animal evolui para uma forma semelhante a um caranguejo.
Por conta disso, existem os caranguejos-verdadeiros e os falsos caranguejos, que evoluíram de ancestrais mais próximos da lagosta. E por que isso aconteceu? A resposta mais aceita entre os cientistas é que o "design" do caranguejo (com uma carapaça dura, pernas velozes e um par de pinças) era mais favorável à sobrevivência, e por isso outros crustáceos acabaram ficando parecidos com ele.
(Fonte: Getty Images)
A cafeína é a substância psicoativa mais consumida no mundo. Ela aparece em vários alimentos que consumimos, especialmente no café e no chá, que são fontes naturais. Mas eles não são os únicos a produzi-la.
O mais curioso é que a cafeína evoluiu em várias plantas diferentes que não têm conexão biológica entre si. Além do café e do chá, há também o cacau, a erva-mate e mais de outras 60 plantas que também geram esta substância.
Os pesquisadores verificaram que essas plantas desenvolvem a cafeína de forma semelhante. Contudo, no caso do café e do cacau, as enzimas que evoluíram para a produção de cafeína não são relacionadas entre si. Eles também observaram que o chá e o café têm genes totalmente diferentes, apesar de conseguirem produzir a mesma substância.
(Fonte: Getty Images)
Na natureza, os animais de seis patas (como as formigas) podem ter evoluído em dois momentos históricos diferentes. Isso desmente uma hipótese científica pregressa de que os animais com muitas pernas (como as centopeias) seriam insetos ancestrais, e que os que têm seis patas seriam uma nova evolução desses bichos.
Inclusive, hoje se imagina que alguns insetos e crustáceos possam ter ancestrais comuns que eram hexápodes, ou seja, com seis patas. Um estudo feito no DNA mitocondrial de certos organismos, como colêmbolos, mostra que eles se ramificaram dos crustáceos muito antes de outros insetos.
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Se formos pensar na evolução que ocorreu dentro do organismo humano, os dentes são ótimos exemplos. Afinal, eles foram mudando ao longo dos anos de nossa existência sobre a Terra. Basta lembrar que muita gente já nasce sem os dentes do siso!
Evidências científicas sugerem que os dentes podem ter evoluído em momentos diferentes da história, tanto para os peixes quanto para os mamíferos. Os primeiros mamíferos que teriam desenvolvido dentes podem ter sido pequenos animais, como o musaranho. Mas criaturas provindas do hemisfério norte e sul, totalmente distantes umas das outras, provavelmente desenvolveram molares ao mesmo tempo.
Com os peixes, também já se sabe que eles provavelmente não desenvolveram dentes por conta de um único ancestral vertebrado. Aliás, esses animais provavelmente já tinham dentes muito antes dos mamíferos, há cerca de 408 milhões de anos.