Soltar peixinhos-dourados na natureza pode ter consequências graves ao habitat; veja quais

24/12/2023 às 06:002 min de leitura

Os Grandes Lagos, nos Estados Unidos, têm enfrentado espécies invasores que se originaram em residências pelo país. Isso porque os peixinhos-dourados (Carassius auratus) de estimação soltos em lagos, rios e lagoas por seus donos, têm causado estrados há décadas. E cientistas estão tentando seguir esses peixes para solucionar o problema.

As espécies de peixes de água doce nativos da Ásia geralmente têm apenas cerca de 12 centímetros de comprimento em um aquário doméstico. Contudo, essas criaturas podem crescer até 19 centímetros de comprimento e pesar até 4 kg quando estão nadando livremente. Nos Grandes Lagos, eles já são uma espécie invasora que "come tudo e qualquer coisa", segundo pesquisadores.

Distúrbio da natureza

(Fonte: USFWS/Divulgação)(Fonte: USFWS/Divulgação)

Em entrevista ao The New York Times, a bióloga e pesquisadora aquática da Fisheries and Oceans Canada, Christine Boston, destacou que os peixinhos-dourados aparentemente benignos podem prejudicar a vida marinha nativa, arrancar plantas, contribuir para a proliferação de algas nocivas, e consumir vegetação em regiões ambientais e economicamente sensíveis.

De acordo com a Faculdade de Ciências Alimentares, Agrícolas e Ambientais da Universidade Estadual de Ohio, esses peixes invasores comem os ovos de espécies de peixes nativas. Além disso, eles também ocuparão os espaços que outros peixes usariam para reprodução e abrigo. Outro cenário crítico é que os peixinhos-dourados são capazes até mesmo de se reproduzir com uma carpa comum nativa, criando espécies híbridas maiores que são igualmente prejudiciais.

Para tentar sanar o problema, entre junho de 2017 e outubro de 2018, pesquisadores capturaram 19 peixes-dourados adultos no Lago Ontário, a sudoeste de Toronto — uma das áreas ambientalmente mais degradadas dos Grandes Lagos. Então, eles implantaram transmissores nos peixes para rastreá-los na água. 

Análise de dados

(Fonte: Getty Images)(Fonte: Getty Images)

Através do estudo, a equipe percebeu que os peixinhos-dourados passavam algum tempo na mesma área durante o inverno e voltava aos mesmo locais para desovar todos os anos. Então, eles passaram a prever quando os peixes nadariam para as áreas de desova, estudando quantos peixes estavam presentes, onde se reuniam e a temperatura da água. Eles acabaram construindo modelos que antecipavam com precisão os peixes marcados e perceberam que eles tendiam a se mover para os locais de desova quando as temperaturas atingiam cerca de 10 ºC.

O estudo ajudou a apontar populações desse peixe invasor para abate. Algumas das opções para capturá-los incluem usar redes sob o gelo do inverno, aplicar choques com correntes elétricas ou retirá-los da água. Na visão dos pesquisadores, capturá-los antes de começarem a desovar é uma boa oportunidade para tirá-los dos lagos de forma definitiva, porque eles se reproduzem várias vezes na mesma época de acasalamento e vivem até 25 anos.

Segundo a United States Fish & The Wildlife Service, pessoas que não podem mais cuidar de um peixinho-dourado devem tentar encontrar um outro cuidador, doar espécime para uma loja de animais ou qualquer outra alternativa que não inclua despejá-los em locais impróprios. 

Fonte

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