Estilo de vida
09/02/2024 às 03:00•2 min de leitura
Já vimos esta cena em filmes: um herói, como James Bond ou Ethan Hunt, encontra uma bomba nuclear que algum maluco programou para destruir o mundo, e tem alguns minutos (essas bombas cinematográficas vêm com um temporizador) para desarmá-la. Na maioria das vezes, conseguem.
Mas, e se fôssemos nós a dar de cara com o tal artefato nuclear? Será que teríamos a frieza para examinar o equipamento e conseguir entendê-lo a tempo? E se ele for tão difícil quanto o painel de lavagem de uma máquina de lavar? Tenhamos foco: o que se espera de um herói é que ele desarme a bomba, salve milhões de vidas e chegue em casa (com o pão) a tempo de assistir ao BBB.
Apesar do otimismo, é bastante improvável que qualquer um de nós tenha capacidade e conhecimento para desativar, na prática, um artefato nucelar. E não apenas porque se trata de uma tarefa extremamente complexa e perigosa, mas também porque uma arma desse tipo é protegida com diversas camadas de segurança, para evitar que pessoas não autorizadas tenham acesso ao seu funcionamento.
(Fonte: Getty Images)
Por motivos para lá de evidentes, detalhes sobre o funcionamento de armas nucleares são altamente confidenciais. Se houvesse um tutorial sobre como desarmar uma bomba em sites do tipo WikiHow, naturalmente a sua contrapartida — como construir uma — também estaria disponível, ainda que para usuários premium.
Segundo o físico nuclear e inspetor de armas Peter D. Zimmerman, entrevistado pelo Mental Floss, a maioria dos artefatos nucleares tem algum tipo de sobreposição em seu mecanismo de funcionamento, o que significa que eles são ativados por aquilo que é conhecido como "links de ação permissiva", os PALs.
Incrivelmente difíceis de serem quebradas, essas medidas críticas de segurança visam assegurar que a detonação de uma arma nuclear só ocorra sob determinadas condições específicas e autorizadas. Citando um colega projetista, Zimmerman diz que driblar um PAL é “tão complexo quanto realizar uma amigdalectomia acessando o paciente pelo lado errado”.
(Fonte: Universal Pictures)
Essas medidas de segurança são fundamentais, pois um dos aspectos mais importantes dentro do projeto de armas nucleares é justamente assegurar que elas não detonem na hora errada. Nesse sentido, se a prioridade de uma bomba nuclear é explodir, o pressuposto mais importante é não explodir.
Para o professor de ciência nuclear e engenharia no MIT, Areg Danagoulian, "se alguém inserir a sequência digital de armamento errada um certo número de vezes, o sistema eletrônico irá travar ou possivelmente até mesmo detonar erroneamente a arma para destruí-la".
Mas, calma. Se isso acontecer, não será a explosão nuclear propriamente dita, mas uma explosão química localizada, destinada apenas a desativar o artefato, sem prejudicar ninguém, exceto a pessoa não autorizada a operá-lo.