Ciência
09/02/2024 às 06:30•2 min de leitura
Se você já assistiu ao filme Twister (1996), então você provavelmente já sabe que os tornados são classificados de acordo com números "F", sendo o F5 — como o Tornado Tri-State — o mais poderoso entre eles. Mas o que realmente significa estes números e como medir e classificar algo tão destrutivo e caótico como um tornado?
Para começar, os tornados se formam sob condições meteorológicas específicas, em que uma combinação de ar quente e úmido no solo e ar mais frio e seco dentro de uma nuvem de tempestade promove a formação de fortes correntes ascendentes. Embora quase todas as tempestades tenham potencial para produzir um tornado, saber como identificar quando um deles está surgindo é uma forma que a humanidade encontrou para se proteger.
(Fonte: GettyImages)
Apesar dos seres humanos estarem lidando com tornados desde o início da história, foi somente na década de 1950 que os meteorologistas começaram verdadeiramente a estudar e a compreender este fenômeno. Além disso, um método confiável para medir a força desse fenômeno natural só foi surgir na década de 1970.
O responsável por criar essa escala foi o nipo-americano Tetsuya Fujita, também conhecido como "Mister Tornado". Após o fim da Segunda Guerra Mundial, Fujita e um grupo de estudantes foram enviados a Nagasaki para avaliar os danos infligidos pela bomba atômica. E ao medir os padrões de explosão de árvores derrubadas no evento, o pesquisador foi capaz de determinar que a bomba havia sido detonada a uma altitude de 160 metros.
Em 1946, ele decidiu voltar seu foco para a meteorologia e solicitou uma bolsa ao Departamento de Educação para instruir outros professores sobre o clima. Nesse período, ele obteve novas informações importantes sobre a dinâmica das tempestades — focando especialmente no poder dor tornados. Com base em suas pesquisas na década de 1950 e 1960, Fujita introduziu uma escala padronizada para avaliar a intensidade dos tornados em 1971, conhecida como "Escala Fujita" ou simplesmente "Escala F".
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Cada nível dentro da Escala Fujita é baseado na velocidade estimada do vento de uma rajada de 3 segundos em uma área específica. Por exemplo, um tornado F0, com velocidades de vento entre 104 e 136 km/h, causará apenas danos leves, arrancando telhas, pequenas árvores e danificando estruturas leves.
Já um tornado F5, com velocidades de vento de até 512 km/h, pode destruir tudo que vê pela frente, exceto edifícios de betão armado. Em 1973, Allen Pearson, do Centro Nacional de Previsão de Tempestades Severas dos Estados Unidos, aprimorou a escala adicionando parâmetros para indicar o comprimento e a largura de um tornado, com cada número na escala de 0 a 5 indicando faixas de distâncias.
Neste sistema, um tornado recebe uma classificação Fujita e duas classificações Pearson. Assim, um tornado na categoria F4 com comprimento de 100 km e uma largura de 700 metros acaba sendo classificado como F,P,P 4,4,4. No entanto, essa nova escala nunca pegou e hoje o comprimento e a largura desses fenômenos são simplesmente anotados ao lado da Escala F.
Por conta do trabalho feito por Fujita, atualmente a humanidade pode implementar uma série de novas medidas de segurança, como a formação especial para pilotos e a instalação de radares meteorológicos Doppler em aeroportos. Essas medidas certamente salvaram centenas, senão milhares de vidas, e devem continuar sendo primordiais para nosso futuro.