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Polêmico: novo estudo indica que criação não interfere no nível de QI

27/11/2014 às 08:373 min de leitura

Embora o velho ditado diga que “educação vem de berço”, segundo novo estudo, o quanto você é inteligente não depende de como seus pais o criaram. Ainda que as sessões de leitura, as conversas durante o jantar e os passeios em família possam fazer qualquer criança feliz – além de ser algo extremamente importante e positivo –, nada disso vai determinar seu nível de QI no futuro, revela o criminologista Kevin Beaver.

Em sua profissão, Beaver estuda as causas que levam ao crime e os métodos de preveni-lo. Ele trabalha na Universidade do Estado da Flórida (Tallahassee) e, junto com uma equipe especializada, tentou descobrir como os diversos estilos de criação influenciam na inteligência das crianças, pois “o crime costuma ser ligado a isso”, destaca Kevin.

A culpa é dos genes ou da criação?

Os estudos antigos indicavam que a forma como os pais cuidavam dos filhos poderia afetar o nível de QI delas. Todavia, as primeiras análises deixavam de fora o impacto que a genética tem nesse fator. Portanto, o que o grupo de Beaver quis saber era se o grau de quociente de inteligência era afetado pela maneira como as crianças foram ensinadas ou se isso era apenas um reflexo dos genes herdados.

Para efetuar o trabalho, eles agruparam informações de 15 mil estudantes do ensino fundamental e médio nos EUA. A análise recebeu o nome de National Longitudinal Study of Adolescent Health.

Método de análise

No ano estudantil de 94 até 95, os pesquisadores fizeram uma série de perguntas aos estudantes. Por exemplo: quão amáveis ou perigosos são seus pais? Você costuma conversar muito com eles? Qual seu grau de proximidade? Quanto você acha que eles se importam com você?

Além disso, os alunos receberam uma lista com 10 atividades que são comuns entre diferentes famílias, por exemplo, praticar esportes, ir ao cinema juntos, conversar no jantar, fazer compras etc. Depois, eles foram questionados quantas dessas recreações eles fizeram com os pais na última semana.

Os estudantes também responderam sobre o quanto seus pais eram permissivos. Eles deixavam que os filhos escolhessem os próprios amigos? Assistissem o que quisessem na TV? Determinassem sozinhos quando ir para cama?

Depois, os analistas aplicaram um teste para medir o nível de QI dos alunos. Nele, eles teriam que ligar imagens e palavras. Geralmente, a pontuação desse tipo de prova é utilizada para medir o nível de inteligência. Posteriormente, essas pessoas – agora na faixa entre 18 e 26 anos – foram avaliadas novamente.

Um grupo especial

Entre todos os resultados, a equipe de Beaver se interessou principalmente pelos de um grupo de cerca de 220 estudantes que haviam sido adotados. Obviamente, os pais que os criaram não passaram nenhum gene para eles. Portanto, se existisse mesmo uma ligação entre o QI do estudante e a maneira como os pais o criaram, os pesquisadores poderiam perceber melhor pela pontuação desses alunos.

Entretanto, nenhuma ligação foi apontada. Mesmo que os alunos dissessem que seus pais se importavam com eles e que costumavam fazer atividades em grupo – ou falassem o contrário disso – nada influenciou no teste de QI. Isso significa que o nível de quociente de inteligência de uma pessoa é principalmente o resultado dos genes herdados por parte dos pais biológicos.

Claro que isso não significa que você deve deixar as crianças largadas na rua ou não incentivá-las à leitura. Segundo Beaver, isso apenas prova que todos nós temos nossas fraquezas e pontos positivos. Logo, alguns terão que se esforçar mais para se dar bem na vida. Além disso, em alguns casos, as outras pessoas sempre serão melhores de que você em certas atividades.

“A chave é saber no que você é bom e o que gosta”, explica Kevin. “Dedique-se muito para se tornar o melhor que possa ser”, ele complementa.

A importância da criação

J.C. Barnes também é um criminologista que estuda como a genética e o ambiente afetam a criminalidade. Ele trabalha na Universidade de Cincinnati, em Ohio. Embora concorde que o novo estudo mostra que o comportamento dos pais não afeta no QI dos filhos, ele defende que é importante que os responsáveis proporcionem um ambiente de carinho para as crianças.

Os pais que fazem isso “dão as melhores chances para que os filhos sejam bem-sucedidos – não porque aumentam seus QIs, mas sim pois permitem que eles cresçam e se tornem indivíduos saudáveis”, conclui Barnes.

E você? Concorda que o ambiente é importante na criação das crianças ou estamos todos fadados ao peso dos genes?

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