Ciência
17/07/2024 às 14:00•2 min de leituraAtualizado em 17/07/2024 às 14:00
A história da fotografia passa, necessariamente, pela história das primeiras câmeras fotográficas. E aqui pensamos no trabalho de inventores pioneiros que buscaram formas de criar algum tipo de registros de imagens reais em um papel.
Se você só conhece a foto que tira do seu iPhone, vale saber que muita coisa precisou acontecer para você chegasse a ter essa tecnologia. Aqui, contamos a fascinante história das primeiras câmeras.
O começo do processo fotográfico moderno se deve à chamada câmera obscura elaborada pelo inventor francês Joseph Nicéphore Niépce. Em 1826, ele usou a sua tecnologia e uma placa de estanho para gerar uma imagem que posteriormente seria chamada de "View from the Window at Le Gras", por ter sido feita na sua janela em Saint-Loup-de-Varennes, na França. Embora o processo fosse rudimentar, ela é hoje considerada a primeira fotografia da história.
Uma década depois, o pintor e inventor francês Louis Daguerre inventou uma nova técnica chamada de daguerreótipo. Assim como Niépce, ele começou a experimentar processos de criação de imagens e até se uniu a ele em suas tentativas. Mas, infelizmente, Niépce acabou morrendo em 1833, o que fez com que Daguerre seguisse sozinho com sua pesquisa.
Seis anos depois, ele consolidou o daguerreótipo, que era um método envolvendo várias etapas para produzir fotografias a partir de uma folha de cobre polida e prateada tratada com vapores de iodo e uma solução salina. A técnica era mais rápida do que a inventada pelo antigo colega.
Daguerre exibiu o seu daguerreótipo em 7 de janeiro de 1839 em uma reunião da Academia Francesa de Ciências. Isso o levou que passasse receber uma pensão vitalícia do governo francês para que distribuísse o seu método para o mundo.
Mais ou menos na mesma época, um inglês chamado William Henry Fox Talbot também testava novos materiais no intuito de criar algum tipo de tecnologia fotográfica. Parte do seu interesse se dava porque ele era pouco hábil na pintura, o que o fez se aproximar de uma câmera obscura.
De acordo com o portal The Met, Talbot teria escrito: "a beleza inimitável das imagens da pintura da natureza que a lente de vidro da câmera projeta sobre o papel em seu foco — imagens de fadas, criações de um momento e destinadas a desaparecer tão rapidamente. Quão encantador seria se fosse possível fazer com que essas imagens naturais se imprimissem de forma duradoura e permanecessem fixas no papel".
Assim, na década de 1830, ele construiu uma pequena câmera de madeira que sua esposa chamava apelidou de “ratoeira”. A nova tecnologia continha papel de cloreto de prata e requisitava entre meia e uma hora de exposição para fixar uma imagem, o que era feito com uso de sal de cozinha. A mais conhecida imagem criada por Talbot exibe a janela da biblioteca de Abadia de Locock Abbey. Ela é considerada a primeira fotografia obtida pelo processo negativo/ positivo.
Mais tarde, ele patenteou a sua invenção como calótipo. Diferentemente do daguerreótipo, a imagem final criada pelo calótipo era um negativo. Assim, uma impressão positiva poderia ser feita a partir dele por meio do contato em outra folha de papel sensibilizado. E o mais impressionante: várias imagens poderiam ser reproduzidas a partir desse original. Esta foi uma inovação fundamental, e se nós, desde a época das câmeras analógicas, conseguimos gerar várias cópias das fotos que gostamos, a responsabilidade é desse inventor inglês.