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21/11/2024 às 05:00•3 min de leituraAtualizado em 21/11/2024 às 05:00
Quem inventou o submarino? Esta é uma pergunta que não tem uma resposta simples, pois o desenvolvimento dessas embarcações subaquáticas envolveu muitos experimentos e invenções ao longo dos séculos. A história dos submarinos começa com as ideias rudimentares de grandes mentes, como Leonardo da Vinci, e evolui até os sofisticados veículos que conhecemos hoje, capazes de permanecer submersos por meses, explorar os pontos mais profundos do oceano e atuar em missões militares secretas.
A primeira tentativa real de construir um submarino foi feita no século 17 pelo holandês Cornelis Drebbel, que, a serviço do Rei James I da Inglaterra, desenvolveu um submersível movido a remos, que conseguia navegar debaixo d’água por algumas horas. Ele até utilizava um sistema químico para produzir oxigênio, mas, apesar do avanço, o projeto não atraiu o interesse da Marinha Real.
Já o primeiro submarino projetado para combate surgiu mais tarde, com o engenheiro americano David Bushnell e seu famoso Turtle, construído durante a Guerra de Independência dos Estados Unidos, em 1776. Operado manualmente, esse pequeno submarino de madeira tentou atacar o navio britânico HMS Eagle, mas falhou devido a problemas técnicos. Mesmo assim, o Turtle trouxe inovações importantes, como o uso de hélices e instrumentos bioluminescentes para navegação noturna.
Após Bushnell, outros engenheiros continuaram experimentando. Na Guerra Civil Americana, o submarino confederado CSS H.L. Hunley obteve sucesso ao afundar um navio inimigo, o USS Housatonic, em 1864, marcando o primeiro ataque submarino bem-sucedido da história. O Hunley, embora primitivo e movido a força humana, demonstrou que o submarino era uma arma eficaz. Mas ainda havia muito a se melhorar.
Durante o século 19, houve várias tentativas na Europa e nas Américas para aprimorar os submarinos. Em 1863, os franceses construíram o primeiro submarino movido a ar comprimido, chamado Plongeur, que não dependia de força humana para a propulsão. Poucos anos depois, o inventor catalão Narcís Monturiol desenvolveu o Ictineo II, primeiro submarino movido por motor de combustão, dando início a uma nova fase tecnológica.
No início do século 20, com o desenvolvimento de motores diesel-elétricos, os submarinos se tornaram ainda mais eficazes. Esse tipo de propulsão permitia que os submarinos alternassem entre o uso de diesel na superfície e baterias elétricas quando submersos, aumentando a autonomia e furtividade.
Durante a Primeira Guerra Mundial, os submarinos já desempenhavam papéis importantes, como os alemães U-Boats, que causaram grandes estragos nas frotas inimigas. Na Segunda Guerra Mundial, os alemães refinaram ainda mais a tática dos U-Boats, utilizando-os em “matilhas” para caçar navios aliados no Atlântico, estabelecendo um novo patamar para a guerra subaquática.
Com o advento da energia nuclear, os submarinos passaram a operar de forma quase ilimitada debaixo d’água, o que revolucionou o cenário militar da Guerra Fria. Submarinos nucleares como os da classe Typhoon da Rússia se tornaram plataformas de mísseis, capazes de lançar ogivas nucleares e patrulhar os oceanos por longos períodos.
Hoje, essas embarcações continuam a evoluir, tanto no campo militar quanto científico. Submarinos modernos são mais silenciosos, rápidos e resistentes, sendo usados também para a exploração das profundezas do oceano. A ciência submarina se beneficia desses avanços, permitindo que mergulhadores explorem locais como a Fossa das Marianas, o ponto mais profundo do oceano.
Assim, a invenção do submarino não pode ser atribuída a uma única pessoa. Ela é fruto de séculos de tentativas e inovações. Desde os primeiros experimentos de Cornelis Drebbel e o ousado ataque do Turtle de David Bushnell, passando pelos avanços de Narcís Monturiol e o sucesso militar do Hunley, até os submarinos nucleares modernos, o desenvolvimento dessa máquina foi um verdadeiro esforço coletivo que revolucionou a guerra, a ciência e a exploração marinha.