Estilo de vida
22/09/2024 às 12:00•2 min de leituraAtualizado em 22/09/2024 às 12:00
A homeopatia é um dos métodos mais conhecidos de medicina alternativa. Criada há mais de dois séculos, ela ainda possui defensores em diversas partes do mundo. No entanto, ao analisá-la sob a ótica científica, surgem muitas dúvidas sobre sua eficácia e validade como ciência.
A homeopatia foi desenvolvida por Samuel Hahnemann no final do século 18, na Europa, como uma alternativa às práticas médicas da época. As premissas da homeopatia baseiam-se em duas ideias principais: a “lei dos semelhantes” e o processo de diluição chamado de "potenciação".
A lei dos semelhantes sustenta que uma substância que provoca sintomas em uma pessoa saudável pode curar esses mesmos sintomas em alguém doente quando administrada em pequenas doses. Já a potenciação refere-se ao método de preparação dos remédios homeopáticos, que envolve diluir a substância original em água ou álcool e agitá-la vigorosamente em etapas sucessivas.
Por exemplo, em uma diluição 30CH, a substância é diluída em uma proporção de 1 parte para 100, repetida 30 vezes. Segundo o método, esse processo aumenta a eficácia do remédio, mesmo que, na prática, as diluições extremas frequentemente resultem em soluções sem vestígios da substância original.
A crença de que uma substância pode curar os sintomas que ela mesma provoca em pessoas saudáveis pode parecer plausível em um contexto histórico, mas não se sustenta sob escrutínio científico moderno.
O processo de diluição dos remédios homeopáticos vai além do que a ciência compreende como eficaz. Na verdade, em muitos casos, o nível de diluição é tão extremo que não resta nenhuma molécula da substância original no remédio. Assim, os produtos homeopáticos são, essencialmente, compostos de água pura ou açúcar.
Diversos estudos científicos falharam em demonstrar que os remédios homeopáticos tenham algum efeito além do placebo. Ensaios clínicos rigorosos, padrões na medicina convencional, não validaram a eficácia desses remédios. Nos Estados Unidos, por exemplo, a Food and Drug Administration (FDA) não aprovou nenhum remédio homeopático, reforçando a falta de respaldo científico para a prática.
No Brasil, a homeopatia foi oficialmente reconhecida como uma especialidade médica pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) em 1980. Além disso, a especialidade integra o Sistema Único de Saúde (SUS) desde 2006, quando foi incluída na Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares (PNPIC), e passou a ser oferecida como opção de terapia integrativa para a população nas unidades de saúde.
Apesar disso, assim como em outros países, a homeopatia no Brasil também está em uma posição de tensão. Embora ainda conte com muitos defensores, a ciência moderna rejeita suas bases teóricas e práticas. Eles considerem que o efeito placebo pode contribuir para a sensação de melhora, mas não substitui os tratamentos médicos baseados em evidências.