Fóssil descoberto na Nova Zelândia tem a maior pinça de caranguejo do mundo

12/03/2024 às 14:002 min de leituraAtualizado em 12/03/2024 às 14:00

Em 2018, dois pesquisadores da Nova Zelândia, um caçador de fósseis amador e um paleoecologista da Universidade de Utrecht, na Holanda, refizeram o percurso percorrido por um youtuber dez anos antes, na costa de Taranaki, na costa oeste da Ilha Norte, e acharam a maior garra fóssil de caranguejo já descoberta até hoje.

O youtuber, Karl Raubenheimers que é dono do canal For Fossil's Sake e músico, havia encontrado uma garra do recém-batizado Pseudocarcinus karlraubenheimeri em 2008 incrustada em uma rocha, quando caminhava perto de casa. Ao perceber que se tratava de um fóssil muito grande, ele contratou o pesquisador Barry WM van Bakel, que trabalhou em parceria com o pesquisador amador de fósseis de caranguejos Alex Ossó. 

Juntos, eles publicaram um artigo na revista científica New Zealand Journal of Geology and Geophysics, onde não só descreveram as características da garra, mas também introduziram formalmente uma nova espécie de caranguejo, descoberta em depósitos do período Mioceno, ocorrido entre 23 milhões e 5 milhões de anos atrás. 

Maior fóssil de caranguejo já descoberto

O artigo descreve que, em seu passeio na praia, Raubenheimer realmente tropeçou em uma espécie inédita de caranguejo, tanto que eles chamaram o bicho de Pseudocarcinus karlraubenheimeri para homenageá-lo. Para van Bakel, trata-se do "maior fóssil de caranguejo já descoberto, o que é fascinante", afirmou em entrevista ao IFLScience.

Ambos os espécimes são da Formação Urenui do Mioceno superior, que data aproximadamente 8,8 milhões de anos, segundo o estudo. Eles estão "articulados e bem preservados, e foram encontrados enterrados em sedimentos que incluem material vulcanogênico retrabalhado".

Habitando um ambiente marinho profundo, esses caranguejos são a primeira evidência de que Pseudocarcinus habitou a região onde está hoje a Nova Zelândia. O fóssil maior descoberto por Raubenheimer tinha uma carapaça com 20 centímetros de diâmetro com uma garra do mesmo tamanho. Eles provavelmente se alimentavam de outros crustáceos, mariscos e caracóis, mas eram predados por antigas focas, baleias e golfinhos.

Por que os grandes caranguejos morreram?

(Fonte: Barry W. M. van Bakel) (Fonte: Barry W. M. van Bakel)

Pouco se sabe sobre a história evolutiva dos crustáceos no mundo. Nesse sentido, a espécie recém-descoberta pode ajudar a esclarecer alguns aspectos sobre a origem dos chamados caranguejos gigantes do sul. Essa designação engloba diversas espécies de crustáceos de tamanho avantajado que habitam ainda hoje regiões da Austrália. 

A espécie Pseudocarcinus gigas, também conhecida como caranguejo-gigante-da-Tasmânia, é descendente do P. karlraubenheimeri, e possui indivíduos até maiores, com garras chegando a 50 centímetros de comprimento e peso de até 37 quilos. 

Embora, segundo os especialistas, Taranaki tivesse uma biodiversidade riquíssima, nos mares e na costa, durante os períodos Mioceno e Plioceno, grande parte dos caranguejos fossilizados deve ter morrido por erupções no vizinho Centro Vulcânico Mohakatino, uma área magmática da Ilha Norte. 

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