Ciência
29/06/2022 às 10:00•2 min de leitura
Uma nova espécie de caranguejo descoberta na Austrália usa um chapéu feito de esponja. O inusitado acessório é cortado pelas pequenas garras dos crustáceos e, além de auxiliar na camuflagem, pode produzir produtos químicos para proteger de predadores, especialmente peixes e polvos.
O curioso espécime foi encontrado ao acaso por uma família que passeava em uma praia no Condado de Denmark, na costa sul da Austrália Ocidental. Em seguida, o peculiar caranguejo com pelagem amarela foi enviado ao museu Boola Bardip (também conhecido como Western Australia Museum) para ajudar em sua identificação.
Segundo Andrew Hosie, curador da instituição, os crustáceos utilizam patas traseiras para segurar os chapéus improvisados, que devem continuar crescendo e se moldando ao formato de suas costas. Especialistas acreditam que a pelagem dominante no corpo foi um mecanismo adaptado ao longo de sua evolução para ajudá-lo a se esconder ainda mais das presas.
Uma nova espécie de caranguejo que usa chapéu feito de esponja foi descoberta na Austrália. (Fonte: Western Australia Museum / Reprodução)
O caranguejo em questão pertence à família Dromiidae e foi chamado de Lamarckdromia beagle, em homenagem ao famoso navio que levou Charles Darwin em diversas expedições ao redor do mundo e cuja viagem desempenhou papel fundamental no desenvolvimento da Teoria da Evolução. Embora eles possam viver no mar a algumas centenas de metros de profundidade, eles são mais facilmente encontrados em águas rasas.
A classificação como uma nova espécie apontada por Hosie em colaboração com Colin McLay, biólogo marinho associado à Universidade de Canterbury (Nova Zelândia), foi publicada na revista Zootaxa. Ao comparar o novo caranguejo com outros presentes na coleção do museu, o trabalho revelou que muitos casos também se tratavam de Lamarckdromia beagle, mas que no passado foram identificados erroneamente como sendo de diferentes espécies.
Os autores observaram que o primeiro exemplar encontrado data de 1925. Em entrevista ao The Guardian, Hosie destacou que as águas australianas devem abrigar muitas outras espécies até então desconhecidas, mas com o potencial de novas e incríveis descobertas no futuro.