Ciência
05/04/2024 às 09:00•2 min de leituraAtualizado em 05/04/2024 às 09:00
Os cervos pertencem ao grupo dos mamíferos ruminantes, sendo encontrados em quase todos os continentes do planeta. Atualmente, eles são alvo de estudos que buscam descobrir mais informações sobre o desenvolvimento destes animais e que também visam desmistificar a noção de que se trata de um animal pouco diversificado.
O mais recente deles, publicado no Journal of Mammalogy no mês de março, conduzido aqui na América do Sul, conseguiu avançar nesses dois objetivos — um esforço que também é tido como importante para a preservação animal. Pesquisadores descobriram uma nova espécie nativa da região dos Andes Centrais.
Com tamanho de um cachorrinho de médio porte, pode-se dizer que essa espécie de cervo é bem menor do que estamos acostumados a ver por aí. Ele se consagrou como o primeiro cervídeo documentado no século XXI.
Além disso, vale destacar que é a primeira descoberta ocorrida nos últimos 60 anos na América do Sul. A forma como essa constatação ocorreu foi atípica: quando avistaram um grupo de pudus, esses cervos menores, estudiosos notaram que os animais apresentavam diferenças entre si.
A partir de testes genéticos, eles se debruçaram em análises do DNA destes mamíferos que viviam em território peruano para entender melhor o que essas diferenças significavam. Dados de animais conservados em museus também foram considerados para a análise.
O estudo destaca que até então apenas 2 espécies de Pudu eram conhecidas: "o Pudu do Norte, Pudu mephistophiles do Peru, Equador e Colômbia; e o pudu do sul, P. puda, do sul do Chile e da Argentina". No entanto, o estudo acabou por revelar que, diferente do que se pensava até então, estes cervos não são como P. mephistophiles que estão no norte do Peru. Ou seja, estes dois animais foram confundidos por décadas.
E se antes o animal, encontrado em Huancabamba, no Peru, parecia ser um cervo da espécie Pudu mefistófilos, os resultados sugeriam uma divisão dentro deste grupo. Isso porque as linhagens dos animais eram distintas. Ou seja, além de diferenças na composição corporal, ainda há aspectos do DNA que confirmam essa constatação.
Reconhecido como Pudella carlae, ou melhor, pudu da selva peruana, o animal apresenta uma pelagem mais clara, num tom de vermelho alaranjado — isso quando em comparação com os P. mephistophiles. Além disso, esses cervos possuem um tamanho mediano dentre os cervídeos de menor tamanho que já eram conhecidos.
Ainda é cedo para dizer como essa diferenciação entre as espécies se desdobrou, e se isso teria ocorrido quando um grupo teria ficado isolado ou mesmo se um grupo com características diferentes começou a predominar. Mas os pesquisadores seguem motivados para encontrar novas pistas e também para descobrir mais características envolvendo essa nova espécie.