
Estilo de vida
05/09/2024 às 09:00•2 min de leituraAtualizado em 05/09/2024 às 09:00
Imagine a cena: uma píton-birmanesa de mais de 3 metros de comprimento devorando outra píton, desta vez uma reticulada, em um evento raríssimo documentado pela primeira vez na história. Essa verdadeira batalha de titãs aconteceu em Bangladesh, onde essas duas espécies de cobras gigantes compartilham o mesmo habitat. O confronto resultou em um banquete para a píton-birmanesa, que levou cerca de duas horas para engolir completamente a rival.
Ambas as espécies, a píton-birmanesa (Python bivittatus) e a píton-reticulada (Malayopython reticulatus), são nativas de Bangladesh. No entanto, enquanto a píton-birmanesa é mais comum na região, a píton-reticulada é encontrada em áreas específicas, como as divisões de Sylhet e Chittagong. É no distrito de Bandarban, localizado nos Chittagong Hill Tracts, que as duas espécies coexistem, e foi ali que esse encontro mortal ocorreu.
Foi em outubro de 2020, no Akiz Wildlife Farm, em Bandarban, que os pesquisadores se depararam com a cena — a píton-birmanesa segurando pela cauda uma píton-reticulada ainda na boca. A birmanesa, com seus 3,04 metros, capturou sua presa pela cauda, enrolando-se firmemente antes de começar a engoli-la.
"A píton-reticulada tentou se defender, mas afrouxou o aperto após ser subjugada", descreveram os autores do estudo. Do ataque inicial até a ingestão completa, passaram-se cerca de duas horas.
Esse episódio marca o primeiro registro documentado de uma píton-reticulada sendo ingerida por uma píton-birmanesa. Embora seja uma cena rara, não é tão surpreendente, já que ambas são predadoras habilidosas e, quando seus territórios se cruzam, a competição por comida pode levar a confrontos fatais como esse.
Apesar da píton-birmanesa ser impressionante por si só, é a píton-reticulada que carrega o título de cobra mais longa do mundo. Capaz de superar facilmente os 6 metros de comprimento, o maior exemplar já registrado alcançou incríveis 9,75 metros, encontrado na ilha de Sulawesi, na Indonésia, em 1912. Em comparação, a maior píton-birmanesa capturada até hoje tinha 5,79 metros, um recorde estabelecido na Flórida em 2023.
No entanto, nem sempre o relacionamento entre diferentes espécies de pítons é tão hostil. No sul da Flórida, por exemplo, híbridos entre a píton-birmanesa e a píton-indiana (Python molorus) mostraram-se mais bem adaptados ao ambiente dos Everglades do que seus pais. Um feito impressionante para as cobras, mas um problema a mais na luta contra as espécies invasoras na região.
O confronto entre essas cobras em Bangladesh, além de ser um registro fascinante, mostra como a natureza pode ser imprevisível e implacável. Para os cientistas, esse episódio abre novas perspectivas para entender as interações entre espécies gigantes e suas estratégias de sobrevivência em territórios compartilhados.
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