Artes/cultura
04/04/2024 às 08:00•2 min de leituraAtualizado em 05/04/2024 às 12:10
Ao comparar as espécies marinhas, as baleias fornecem um exemplo bastante interessante da evolução adaptativa, que já figuram entre o grupo animal que tinha um ancestral que vivia em terra firme.
Há cerca de 45 milhões de anos, seu ancestral moderno conseguiu migrar para um estilo de vida semiaquático, resultando numa capacidade invejável de viver embaixo d'água por um grande período. Mas por que será que focas e leões-marinhos não seguiram pelo mesmo caminho?
Pode-se dizer que as adaptações estão muitas vezes relacionadas a necessidades e situações mais extremas que os animais vivenciam. Apesar do ancestral das focas e leões-marinhos também ter uma origem em terra firme, ele migrou para as águas apenas mais recentemente, há 24 milhões de anos.
Acredita-se que os pinípedes, grupo ao qual as focas e os leões-marinhos pertencem, teriam surgido na região do Ártico e se espalhado pelo planeta gradativamente. Com isso, hoje há mais de 30 espécies que apresentam características bem variadas. E assim como os dentes deles parecem ter evoluído para caçar melhor, esse processo evolutivo também resultou em outras diferenças.
Vale destacar que um dos ancestrais mais antigos dentre os pinípedes parece uma lontra. O animal, conhecido como Puijila darwini, tinha quatro patas e as usava tanto para deslocamento em terra firme quanto para nadar. Ele ainda apresentava dentes nas bochechas, auxiliando na hora de cortar presas pequenas.
Como o oceano era rico em opções alimentares, mas apresentava mais predadores do que quando os ancestrais das baleias migraram para as águas, esses animais encontraram na superfície o seu refúgio. A mudança na disponibilidade de recursos, inclusive, é encarada como um dos fatores que contribuiu com a diferenciação entre as espécies.
Ou seja, tudo indica que as baleias, que pertencem ao grupo dos cetáceos, precisavam nadar até mais longe para encontrar alimentos. Isso não significa que as outras espécies não tenham prosperado, mas por terem necessidades diferentes, impostas pelo ambiente, adquiriram hábitos e características que beneficiavam melhor cada grupo, processos estes que também remetem à teoria da seleção natural.
A realidade mostra que embora as baleias, as focas e os leões-marinhos sejam mamíferos, esses dois últimos ainda apresentam um estilo de vida que lembra o dos anfíbios. Mesmo entre as baleias, a capacidade de prender a respiração embaixo d'água é expressiva, mas varia bastante conforme a espécie.
Enquanto algumas conseguem esse feito por aproximadamente 15 minutos, há outras que podem aguentar por mais de duas horas. Assim como as baleias, as focas também possuem uma camada de gordura bastante espessa, o que as ajuda a suportar temperaturas mais baixas. Mas no final das contas, são as características que surgiram que as definem.
Como exemplo disso, temos o baço das focas. Esse órgão apresenta um tamanho maior, e fornece melhores condições para elas viverem embaixo d'água. O corpo cilíndrico mais alongado e coberto de pelos, e modificações nos membros posteriores, que deram vida às nadadeiras, por sua vez, ajudaram elas a se tornarem exímias nadadoras.
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