Hodor, Hodor! Conheça o transtorno que pode afetar o personagem de GoT

13/04/2015 às 09:352 min de leitura

Se você curte Game of Thrones e acompanha a série, então você conhece o personagem Hodor, o grandalhão que trabalhava nos estábulos da família Stark em Winterfell — e que apenas sabe dizer a palavra... Hodor, não é mesmo?

Aliás, se você é fã de verdade e não só assiste à série, mas leu aos livros de George R.R. Martin também, então você deve se recordar que no primeiro volume — “As Crônicas de Gelo e Fogo” — é revelado que o nome real de Hodor é Walder, e que ninguém sabe dizer ao certo de onde é que o personagem tirou essa palavra. Caso você não saiba de quem estamos falando, confira o vídeo a seguir:

Hodor! Hodor! Hodor!

Curiosamente, segundo Jordan Gaines Lewis do portal The Conversation, a condição de Hodor pode ser resultado de um transtorno neurológico chamado “Afasia de Broca”, caracterizado pela dificuldade de se expressar verbalmente, embora a capacidade mental e a compreensão se mantenham preservadas. Segundo disse, o mais comuns é que pessoas diagnosticadas com a afasia usem três ou quatro palavras para se comunicar, geralmente verbos e substantivos.

O problema foi descrito pela primeira vez no século 19 pelo médico francês Paul Broca, que tratou de um homem chamado Louis-Victor Leborgne, cuja capacidade verbal foi progressivamente entrando em declínio ao longo de 20 anos. Durante esse período, apesar de as funções mentais e a habilidade de compreensão de Leborgne permanecerem relativamente intactas, ele perdeu a capacidade de formar frases — e só conseguia dizer a palavra “tan”.

Área de Broca

Segundo Jordan, tal como aconteceu com Hodor na ficção, Leborgne também foi apelidado de Tan e, depois de seu falecimento, a necropsia apontou que o cérebro do francês apresentava uma lesão no hemisfério esquerdo. Mais precisamente, Tan tinha danos no lóbulo frontal próximo a uma região chamada sulco lateral, e a avaliação dos cérebros de outros pacientes com os mesmos sintomas de Leborgne revelou a presença de lesões semelhantes.

A região na qual a lesão foi identificada acabou ficando conhecida como “Área de Broca” — e o transtorno de “Afasia de Broca” —, e estudos mais recentes realizados com a ajuda da ressonância magnética revelaram que essa área se torna ativa durante tarefas de compreensão e interpretação de movimentos e gestos associados com a fala.

Além disso, os exames também apontaram que as lesões eram muito mais profundas do que Broca havia determinado, e que outras regiões do cérebro também poderiam contribuir para o comprometimento da expressão verbal.

Causas

A causa mais comum do transtorno são os derrames — que ocorrem quando um coágulo bloqueia algum vaso sanguíneo no cérebro e acaba provocando danos aos tecidos pela falta de oxigênio. Segundo Jordan, a estimativa é de que 12% das pessoas que tiveram derrames sofram com a afasia de broca, enquanto aproximadamente 35% apresentem algum grau de afasia relacionada com a fala. Casos como os de Hodor e Tan são os mais extremos.

E além dos derrames, é possível que o transtorno apareça em decorrência de tumores, traumas contra a cabeça, hematomas cerebrais ou hemorragias. Portanto, é possível que o coitado do Hodor tenha levado uma bela cacetada na cabeça quando ainda era criança.

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