Artes/cultura
13/11/2017 às 03:00•4 min de leitura
Todos os dias e em todos os lugares, nós nos deparamos com muitos símbolos. A grande maioria deles nós não sabemos por que existe, qual é a sua história — e não nos desperta qualquer curiosidade em descobrir. Isso porque eles são tão intrínsecos à nossa realidade que os encaramos como normais e nem entendemos que se trata de algo com história e significado.
Aqui no Mega, nós já publicamos alguns artigos sobre esse assunto. Já explicamos qual a origem dos símbolos de feminino e masculino e também o significado original de outros quatro emblemas comuns do nosso dia a dia. Agora apresentamos as histórias por trás de outras sete figuras extremamente corriqueiras. Confira como elas surgiram e como passaram a fazer parte do nosso cotidiano:
Todo mundo, provavelmente diversas vezes na vida, desenhou ou teve contato com esse desenho de coração. Nós sabemos, independentemente da ocasião de uso, que esse símbolo em nada tem a ver com o órgão que nos mantém vivos. Mas mesmo que algumas pessoas acreditem que essa figura pode ter sido originada em uma representação ruim do coração humano, não se sabe ao certo o que gerou esse símbolo.
Uma das versões sustentadas diz que ele acabou sendo popularizado com base no formato da vagem da semente de uma extinta planta do norte da África chamada sílfio. Ela chegou a ser muito utilizada como método contraceptivo antes de desaparecer. A antiga cidade-estado de Cirene, que ficava onde atualmente é a Líbia, chegou a colocar a imagem da semente da planta nas moedas e lembrava bastante o formato da figura do coração. Isso pode ser o responsável pela ligação do símbolo ao amor e ao sexo.
Você já parou para pensar quantas vezes viu esse símbolo só hoje? Ele está em tudo que você vê: na rua, em casa, na TV, no computador e em diversas outras coisas. A seta foi popularizada assim, de forma abstrata, somente no século 20. Antes disso, ela apareceu mais vezes em alguns mapas do século 19 e, ainda antes, no século 18, também como indicador do fluxo de rios em representações geográficas.
Até esse ponto, a seta não existia como forma de instrução ilustrativa. Seus precedentes foram os dedos indicadores, que eram utilizados pelos medievais, e as pegadas, populares na Grécia antiga. Essas eram as formas mais comuns de se indicar ou mostrar algo em documentos, obras e qualquer outro item que requeresse ilustração.
Os símbolos “+” e “-” passaram a ser usados de maneira mais comum entre os matemáticos apenas depois do ano 1400. A representação da adição foi utilizada pela primeira vez com esse significado, provavelmente, no século 14, de quando há um registro do astrônomo Nicole d’Oresme. Anteriormente, por exemplo, o símbolo seria equivalente à palavra et, do latim — o simples “e” em seus formatos nas mais variadas línguas.
Já sobre a subtração, a história tem duas origens possíveis. Uma delas é que o traço era utilizado por comerciantes quando as mercadorias eram descarregadas de navios. Já a outra é baseada na antiga representação do “menos”. Essa operação era exposta com uma letra “m” sob um risco e assim, aos poucos o símbolo foi se tornando abreviado para o uso sem o caractere, apenas com o traço.
Há um lado curioso sobre o símbolo moderno de divisão. Era este o que era utilizado para representar a subtração por antigos matemáticos europeus. Sua origem pode ter acontecido a partir de anotações em manuscritos, quando havia algum trecho que pudesse estar errado, ou, de alguma forma, corrompido.
Atualmente, o formato mundial do símbolo de saída, aceito pela Organização Internacional para Padronização, é um pictograma de um homem correndo por uma porta, na cor verde, que é associada à segurança. Porém, nos Estados Unidos, a representação mais comum é a da palavra “exit” (saída), em caixa-alta, na cor vermelha, que geralmente quer dizer perigo, e foi no país norte-americano que surgiu a atenção maior para a sinalização de prédios e outros estabelecimentos.
Em 1911, aconteceu um grande incêndio na fábrica Triangle Shirtwaist, que matou 146 pessoas no barracão da companhia em Manhattan. Foi nesse momento que a Associação Nacional de Proteção contra o Fogo (NFPA) identificou a importância de se sinalizar e avisar as pessoas sobre locais seguros para os casos de emergência.
Aos poucos, o sinal internacionalizado foi ganhando outras versões, buscando uma opção que todas as pessoas do mundo pudessem compreender. Nos EUA, a aceitação do símbolo novo está devagar, mas a justificativa é que a NFPA nunca teve registros de casos em que as pessoas não entenderam o que a palavra “exit” significa.
Este símbolo foi criado por uma equipe que trabalhava no laboratório de radiação da Universidade da Califórnia, liderada por Nels Garden. A figura representa um átomo, no qual o círculo central é a fonte de radiação, e as lâminas representam os raios alpha, beta e gama. Segundo a explicação de Garden, foram várias as sugestões dadas pelos membros da equipe, e a escolha foi baseada na descrição da atividade radioativa de um átomo.
Como esse sinal foi concebido, no entanto, é uma história que nunca teve um esclarecimento. Há suspeitas de que o criador tenha se inspirado em um antigo símbolo utilizado no porto seco de Berkeley, na Califórnia, que buscava alertar para hélices giratórias. Outra hipótese é que tenha sido adaptado de um antigo símbolo de radiação utilizado antes de 1947, o qual possuía um ponto vermelho que irradiava raios, semelhante à figura de alerta para perigos elétricos.
Essa placa, atualmente reconhecida pelo mundo inteiro, já teve versões com formatos, cores de fundo e de letras diferentes. O contorno mais reconhecido hoje é o octógono de 60 cm, com fundo vermelho e fonte branca, que foi adotado após algumas revisões sobre o Manual de Uniformidade de Dispositivos para Controle de Tráfego em Ruas e Estradas.
No entanto, a primeira versão da sinalização de “pare” surgiu em 1915, em Detroit, Michigan. No mesmo ano, também foram lançados os primeiros sinais elétricos, na cidade de Cleveland. Essas medidas começaram a surgir para organizar o caos no tráfego que os primeiros automóveis causaram nos Estados Unidos. Junto com cavalos e bicicletas, as ruas das cidades viviam uma bagunça em que o mais forte era beneficiado. A primeira versão apresentada para a placa de “pare” era uma folha de metal de fundo branco com letras pretas.
Como alguns outros símbolos, há diversas versões para o surgimento do ponto de interrogação. Uma delas defende que foi uma criação dos egípcios e que teria o formato da cauda de um gato. No entanto, a mais popular tem a ver com uma derivação do latim, mais precisamente, da palavra “quaestio”, que significava indagação. Desse termo surgiu a abreviação “qo” que, de alguma forma, evoluiu para o sinal amplamente utilizado nos dias atuais.
Outra história interessante defendida por algumas pessoas diz que o ponto de interrogação teria surgido de um neuma, marcação utilizada na música medieval. Essa nota indicava a entonação do fim de uma questão e se chamava “punctus interruptus”. Há ainda uma versão que explica que o primeiro sinal de interrogação foi desenvolvido por um estudioso inglês que trabalhava na corte de Carlos Magno e criou um novo sistema de pontuação. O sinal inventado por ele, que se tratava de um til sobre um ponto, foi amplamente difundido no século 9.
*Publicado em 21/01/2016