Leite materno pode ser nossa arma contra o apocalipse dos antibióticos

31/03/2017 às 13:342 min de leitura

A penicilina está disponível no mercado desde 1941 e foi o primeiro antibiótico de sucesso a ser lançado no mundo. Desde então, inúmeros outros foram desenvolvidos e ajudaram a salvar milhões de vidas. Porém, a era dos antibióticos está com os dias contados: um estudo publicado em 2014 mostra que os micróbios e as bactérias estão se tornando cada vez mais resistentes a eles.

Recentemente, a Organização Mundial da Saúde publicou um relatório com 13 bactérias que deveriam ser prioridade global nas investigações científicas. Exemplos como a SARM, sigla para Staphylococcus aureus Resistente à Meticilina, estão cada vez mais frequentes e preocupantes, principalmente porque nenhuma classe nova de antibióticos surgiu desde 1987.

Estudos acontecem o tempo todo, mas acabam sendo barrados por inúmeros fatores, como a rentabilidade de criar novos antibióticos e também o fato de que a maioria das infecções não são crônicas, ou seja, o tratamento é curto e não há, ainda, uma real necessidade de criar novos remédios. Além disso, como as bactérias sempre se adaptam, é preciso pensar fora da caixa, e é aí que entra o leite materno.

A bactéria SARM (em verde) se tornou resistente a diversos antibióticos

A importância do leite materno

Há alguns anos, um composto encontrado no leite materno e apelidado de HAMLET foi capaz de aniquilar células cancerígenas sem afetar nenhuma outra célula saudável próxima às infectadas. Essa proteína acabava entrando nas células de tumor destruindo suas mitocôndrias, que gera energia para o funcionamento celular.

Se pensarmos na evolução, as mitocôndrias potencialmente eram um tipo de bactéria que se associou a outro e ganhou bastante importância dentro da célula. Por isso, quando o HAMLET foi testado em bactérias, ele foi capaz de matar algumas variações, mas não teve efeito universal. Para fazer isso, ele se ligou à membrana bacteriana causando uma parada de fornecimento de hidrogênio, fazendo com que o pH se tornasse igual em cada lado da membrana, o que permite o transporte de cálcio para dentro da bactéria levando-a à morte.

Entretanto, mesmo em bactérias resistentes, o HAMLET foi capaz de enfraquecer a membrana que a protege, fazendo com que antibióticos potentes e que já existem pudessem entrar em ação para combatê-las. Isso faria com que não precisássemos criar novos medicamentos, mas apenas sabermos aproveitar melhor o que já temos.

Leite materno pode nos ajudar a vencer superbactérias

Uma das maiores vantagens é que o HAMLET dificilmente geraria resistência bacteriana, ao contrário de novos antibióticos. Dessa forma, a compreensão do leite materno faria com que pudéssemos sobreviver ao chamado “apocalipse dos antibióticos”, que poderia levar a um grande número de mortes em pouquíssimo tempo. Esses estudos ainda estão em estágios iniciais e ainda devem demorar a virar testes clínicos, mas a esperança é a última que morre.

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