Ciência
22/05/2022 às 07:00•3 min de leitura
A filósofa, escritora e professora francesa Simone de Beauvoir é um nome conhecidíssimo na história do feminismo. Seus estudos versaram temas diversos da filosofia, mas ela se tornou mundialmente célebre por conta da publicação do livro O segundo sexo (1949). Nele, Beauvoir expõe, por meio da contextualização histórica, como o gênero masculino foi culturalmente consolidado com um valor superior ao feminino.
Neste texto, contamos sete curiosidades sobre a vida desta importante intelectual que talvez você nem imagine.
(Fonte: Charles Hewitt/PicturePost/Getty Images)
Simone era filha de pais burgueses, mas que eram diferentes entre si no que tange à religiosidade: seu pai era ateu e sua mãe era uma católica fervorosa, que queria educar seus filhos dentro da igreja.
Por conta disso, Simone e sua irmã estudaram em uma escola católica para meninas que era bem rigorosa. O resultado é que ela se tornou tão católica que até cogitou virar freira. Mas, aos 14 anos, a jovem Simone abandonou a crença em Deus e se tornou ateia.
(Fonte: Denise Bellon/Reprodução)
Desde criança, Simone foi uma leitora voraz: lia um livro atrás do outro. Ela era grande fã de Virginia Woolf e a considerava uma grande intelectual. Também tinha apreço pelo livro Mulherzinhas (1868), de Louisa May Alcott, e adorava a personagem Jo March, que se recusava a casar porque queria seguir carreira literária.
(Fonte: Gamma-Keystone/Getty Images)
Mesmo que estivesse vocacionada para a vida acadêmica, Simone de Beauvoir não se deu muito bem em suas passagens por instituições de ensino. Por ter ideias radicais para a época, sobre o quão autônomas as mulheres deveriam ser, ela foi demitida várias vezes. Em 1943, ela foi acusada de seduzir uma aluna e nunca mais voltou a atuar como professora.
(Fonte: AFP/Getty Images)
O grande parceiro de vida de Simone foi o filósofo Jean-Paul Sartre. Embora eles nunca tenham se casado (ela dizia que o casamento era "fundamentalmente imoral", por ser definido como algo eterno, o que é contrário às vontades humanas) nem vivido juntos, eles cultivaram uma relação que durou mais de 50 anos, até a morte dele, em 1980. Ambos chegaram a adotar uma filha.
O casal sempre foi muito transparente entre eles e com seu público sobre a natureza aberta de sua relação. Ambos acreditavam no amor livre e tinham romances com outras pessoas.
(Fonte: Sipa Press/Rex Features)
Simone de Beauvoir foi referida muitas vezes como uma mulher que tinha "a inteligência de um homem". Talvez não seja por acaso que suas pesquisas acadêmicas se direcionaram para a teoria feminista, buscando explicar como e porque as mulheres foram oprimidas pelo patriarcado ao longo da história.
Suas contribuições aos estudos feministas são considerados fundamentais às pesquisadoras que vieram após ela. Quando Simone faleceu, em 1986, os jornais franceses estamparam manchetes que diziam: "Mulheres, vocês devem tudo a ela!".
(Fonte: Literary Hub)
Em uma viagem para Chicago, Simone de Beauvoir se apaixonou pelo escritor Nelson Algren, e o sentimento foi recíproco. Quando ela voltou para a França, eles continuaram se correspondendo. Algren chegou a propor casamento a ela, mas Simone se recusou e optou por ficar ao lado de Sartre. Ainda assim, ela usou um anel mexicano que recebera do escritor até o fim da sua vida.
(Fonte: Fundação Casa de Jorge Amado/Reprodução)
Simone de Beauvoir e Jean-Paul Sartre estiveram no Brasil em 1960. Eles ficaram dois meses aqui e conheceram Recife, Salvador, Rio de Janeiro, São Paulo, Ouro Preto, Fortaleza e Manaus. Quem organizou esta viagem foi Jorge Amado e Zelia Gattai.