Artes/cultura
23/07/2022 às 10:00•2 min de leitura
As crianças costumam acreditar em certos personagens que os auxiliam a passar por momentos difíceis ou a marcar datas importantes. Mas você já imaginou de onde vieram as histórias da fada do dente e do coelhinho da Páscoa? Neste texto, contamos a origem de quatro destes mitos.
(Fonte: iStock/Getty Images Plus)
A lenda da fada do dente é mais recente do que talvez você imagine. A primeira menção à personagem data de 1908, em um artigo encontrado no jornal Chicago Tribune, que recomendava que os pais mencionassem esta generosa fada aos seus filhos para facilitar a troca dos dentes de leite.
Acredita-se que a tradição da fada do dente remeta à cultura dos povos nórdicos, e tenha surgido no século X. Nos Eddas, a coletânea de textos sagrados nórdicos, há o registro de uma tradição chamada "tand-fe" (que pode ser traduzida para "taxa do dente"). Segundo este costume, os pais pagavam uma taxa às crianças quando elas perdiam o primeiro dente de leite.
O primeiro dente, aliás, era considerado valioso e capaz de trazer boa sorte. Inclusive, os guerreiros faziam colares dos dentes para protegê-los e ostentá-los para os outros.
(Fonte: iStock/Getty Images Plus)
O assustador bicho papão faz parte de uma série de mitos que costumam ser usados para manter o comportamento das crianças. Ele aparece com outros nomes em diferentes culturas – como Boogie Man, Krampus, El Coco, Old Hag, Baba Yaga – mas basicamente é a mesma criatura em várias versões. Sua origem estaria na folclore ibérico, mas também é visto em outros lugares.
Entre as crianças, ele funciona como a personificação do medo - por isso, ao conhecê-lo, fica mais fácil dominá-lo e ser protegido. O "papão" do nome deixa claro: ele seria um monstro comedor de crianças, e só desistiria de fazer isto quando se depara com pequenos bem obedientes.
(Fonte: Archive Photos/FPG)
Agora uma das lendas mais queridas das crianças: a do lindo coelhinho de orelhas compridas e cauda de algodão que visita suas casas no domingo de Páscoa para deixar ovos coloridos. Mesmo que esteja associado a uma data religiosa, o coelho da Páscoa tem origens pagãs.
Quem conhece a Bíblia sabe que não tem nenhuma menção a um coelho que aparece no dia da ressurreição de Jesus Cristo. O animal deriva do festival de Eostre, uma tradição pagã em que se louvava a deusa Ostera, símbolo da fertilidade e da primavera nas mitologias anglo-saxã, nórdica e germânica.
A deusa era representada pelo símbolo do coelho, que, por sua vez, é associado à fertilidade por conta de sua alta taxa de reprodução. O coelho da Páscoa teria chegado à América em 1700, junto a imigrantes alemães que vieram para a Pensilvânia, nos Estados Unidos, e passaram a cultuar o mito.
(Fonte: Hulton Archive/Topical Press Agency)
Já o amado Papai Noel remete ao século III, quando viveu São Nicolau, o padroeiro das crianças. Acredita-se que ele tenha nascido por volta de 280 d.C., na Turquia. Muito admirado por sua piedade e bondade, ele seria de família rica, mas teria doado todos os seus bens e passado a viajar para ajudar os doentes e os pobres.
Sua popularidade se espalhou com o tempo e ele passou a ser conhecido como protetor das crianças e dos marinheiros. Sua data comemorativa é 6 de dezembro, dia de sua morte. O culto a São Nicolau sobreviveu à Reforma Protestante, período em que a veneração aos santos foi fortemente desencorajada.