A origem desses 3 hábitos irritantes dos animais domésticos

07/08/2022 às 09:003 min de leitura

A quantidade de animais de estimação não para de aumentar. No Reino Unido, os pets já representam um terço da quantidade da população humana. Nos Estados Unidos, há cerca de 78 milhões de cães e 58 milhões de gatos. Há quem aposte, inclusive, que um grande número de pessoas logo cogitará ter bichos ao invés de filhos.

Este aumento gigantesco de animais no nosso cotidiano chama a atenção para alguns hábitos dos bichinhos que não são lá tão agradáveis assim, como cocô e xixi em lugares indesejados e latidos que deixam a vizinhança inteira sem dormir. Neste texto, contamos um pouco sobre a origem destes hábitos animais.

1. O "beijo" dos cachorros

(Fonte: Adobe Stock)(Fonte: Adobe Stock)

Os cães são descendentes diretos de um tipo de lobo, já extinto, que pode ter vivido na Sibéria há cerca de 23 mil anos e foi levado para viver com pequenos grupos isolados de caçadores. Não se sabe direito como esse processo aconteceu: pode ser que os lobos seguissem os humanos em busca dos restos de comida que eles desperdiçavam. Outra hipótese é que os humanos teriam domesticado filhotes de lobos.

Aos poucos, o relacionamento entre eles foi se aprofundando e a espécie do lobo foi evoluindo: seu rabo foi se curvando e as orelhas amoleceram – características típicas da domesticidade. O comportamento do animal também foi se modificando para acompanhar seus novos parceiros.

Um destes comportamentos é o tradicional "beijo" canino: aquela lambida entusiasmada que o cachorro dá quando encontra seu dono. Esta postura, que muita gente pode considerar meio irritante, descende do seu ancestral lobo. 

Há dezenas de milhares de anos, os lobos filhotes já pulavam e lambiam dentro da boca de outros membros de sua alcateia. Era uma forma de implorar por comida. Os lobos adultos, inclusive, vomitavam suas refeições semi digeridas para alimentar seus filhos.

2. Latidos e miados

(Fonte: Petz)(Fonte: Petz)

Se as lambidas dos cachorros remetem aos seus ancestrais, o mesmo não dá para dizer dos miados dos gatos. Os gatos domésticos descendem dos gatos selvagens do norte da África e sudoeste da Ásia, e começaram a ser domesticados há cerca de 6,5 mil anos, no Oriente Médio.

Os gatos selvagens miavam muito menos que os atuais. Na verdade, apenas os bebês gatos soltavam miados para suas mães. Depois de adultos, eles deixavam de emitir esse som.

Já os gatos domésticos miam durante a vida toda. Mas, curiosamente, eles não fazem isso para se comunicar com outros gatos, e sim com seus companheiros humanos. Inclusive, o miado dos gatos atuais é bem mais agradável que o de seus ancestrais – mais um sinal de sua adaptação para o ambiente doméstico.

Já os latidos caninos têm uma origem semelhante. Os lobos já latiam, diferente do que se costuma imaginar. No entanto, diferente dos cães, os lobos faziam isso para dar avisos ou sinais de alerta, enquanto os cães domésticos usam o latido como uma espécie de "linguagem universal" que pode expressar um cumprimento, um convite para brincar, indicar fome ou solidão.

Curiosamente, o latido é uma das queixas mais comuns das pessoas em relação aos cães. Muita gente considera o latido como um dos barulhos urbanos mais irritantes que existem.

3. Cocôs fora do lugar e "presentes" indesejados

(Fonte: Casa e Jardim)(Fonte: Casa e Jardim)

Alguns especialistas consideram os gatos como animais semi domesticados, uma vez que eles continuam mantendo alguns hábitos selvagens. Um deles é a forma que alguns gatos lidam com o cocô: há os que fazem questão de depositar suas fezes em lugares bem visíveis e desagradáveis.

Este hábito é herdado dos gatos selvagens. O professor James Serpell, que leciona Ética e Bem-estar Animal na Escola de Medicina Veterinária da Universidade da Pensilvânia, explica por que muitos gatos fazem cocô em lugares "proibidos". "Quando estão deixando (as fezes) ao redor do local, eles estão dizendo: 'Ok, agora você está entrando no meu domínio'", declara.

O mesmo pode ser dito do hábito dos gatos de deixar "presentes" para os seus donos: geralmente, uma presa morta, como um passarinho. O hábito deriva diretamente dos seus ancestrais, que precisavam caçar milhares de roedores para suprir suas necessidades alimentares. Deixá-los à disposição poderia fazer a diferença e garantir a sobrevivência dos seus filhotes.


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