Estilo de vida
17/09/2022 às 07:00•2 min de leitura
É muito difícil ver um cão da raça pug e não querer afofá-lo imediatamente. Esta reação faz sentido, afinal, este cãozinho foi criado justamente para servir como companheiro leal aos seus donos e, desde então, ele tem se prestado a esse propósito.
Neste texto, contamos a história desse adorável cachorro de cara achatada e olhos saltados que pode parecer "feinho" para alguns, mas, para outros, é simplesmente lindo.
(Fonte: Pinterest)
Os pugs são cães originários da China e suas raízes remetem a 400 a.C. Eles surgiram de um cruzamento entre três raças: o cão lo-sze, o lion dog e o pequinês.
Estes cachorrinhos foram desenvolvidos para que fizessem companhia aos ricos. Por conta disso, eles foram associados a classes nobres e estavam próximos de imperadores chineses a monges budistas tibetanos. Com natureza dócil e agradável, os pugs logo se tornaram queridinhos da aristocracia – a ponto de alguns imperadores manterem guardas e servos a postos para protegê-los de qualquer ameaça.
Há ainda uma história que conta que o imperador Ling To (168 d.C. a 190 d.C.) tinha tanto amor por seus pugs que criou uma lei determinando a pena de morte para quem fosse pego roubando um cachorro desta raça. Seus cães, aliás, se alimentavam com comida mais refinada do que todos os servos imperiais.
Aos poucos, os pugs se espalharam da China para o Japão e Rússia, a partir de onde finalmente chegariam a Europa. Uma curiosidade é que os chineses acreditavam que as rugas da testa do pug lembravam o caractere chinês da palavra "príncipe" – talvez por isso achavam-no uma companhia aristocrática.
Quando chegaram na Europa, os pugs logo seduziram a realeza. Josefina, a mulher de Napoleão Bonaparte, e a rainha Maria Antonieta tinham pugs. A rainha Vitória da Inglaterra também tinha vários, e pintores renomados como Goya, William Hogarth e Reinagle incluíram estes cachorrinhos em suas pinturas, em retratos encomendados por seus donos.
Autorretrato de William Hogarth ao lado de seu pug. (Fonte: Hulton Archive/Getty Images)
Por que, para boa parte das pessoas, um pug parece tão fofo? A ciência explica: sua aparência, com olhos grandes e expressivos, fazem muita gente lembrar de bebês humanos e ficar com vontade de cuidar deles.
Por conta de sua estrutura óssea, eles são cães braquicefálicos – ou seja, têm focinho mais curto e mais próximo dos olhos. Os pugs dividem esta característica com outras raças, como o buldogue, o shih tzu, o boxer e o pequinês. Em razão disso, eles tendem a ter mais problemas respiratórios e nos olhos (uma vez que, quando eles farejam o chão, seus olhos estão mais propensos a receber sujeira).
Outra consequência da braquicefalia é que os pugs roncam bastante, uma vez que suas vias respiratórias são mais estreitas. Por isso, se você tem (ou quer ter) um pug, prepare-se para conviver com esta característica. Eles roncam até quando estão acordados.
(Fonte: Etsy)
Como foram desenvolvidos para servir exclusivamente de companhia aos humanos, os pugs têm porte pouco atlético e costumam realizar pouco exercício físico. Por isso, seus tutores precisam ficar atentos à tendência que eles têm à obesidade, o que pode causar problemas de saúde graves para eles – como doenças cardíacas e um excesso de peso nas articulações, prejudicando sua movimentação.
Mas uma coisa é certa: quem decide ter um destes cães tem um companheiro leal para a vida toda. Além de extremamente dóceis, quando bem cuidados, os pugs podem viver bastante. O pug mais velho já registrado foi um cãozinho chamado Snookie, da África do Sul, que viveu até os 27 anos!