Ciência
17/06/2023 às 09:00•2 min de leitura
Os hieróglifos eram a escrita sagrada utilizada pelos antigos egípcios, empregadas por eles geralmente por motivos religiosos. Criados por volta de 3200 a.C., estão entre os primeiros sistemas de escrita conhecidos no mundo.
Esses símbolos eram usados especialmente para adornar as paredes dos templos e dos túmulos, já que os egípcios estavam sempre se preparando para a morte. Por serem muito complexos, os hieróglifos acabavam reservados apenas para a elite, que era formada por escribas e sacerdotes.
Muitos estudiosos se debruçam até hoje sobre estes misteriosos hieróglifos, que começaram a ser desvendados a partir do século XIX pelo estudioso francês Jean-François Champollion. A partir daí, descobriram-se mensagens bastante curiosas e apavorantes, incluindo maldições e advertências. Compartilhamos aqui quatro delas!
(Fonte: Wikimedia Commons)
Na tumba do faraó Amenhotep, encontrada no Vale dos Reis, foi encontrada uma inscrição assustadora que visa afastar os invasores para não perturbarem o sono eterno do monarca.
A inscrição diz que quem tentar roubar aquela tumba sofrerá punições terríveis: vai perder sua riqueza terrena, se afogar no mar, será queimado em uma fornalha, não terá descendentes nem funeral e, por fim, vai morrer de fome. E, para completar, após a morte, os ossos da pessoa irão se perder – o que significava uma vida após a morte bem ruim, na tradição egípcia.
(Fonte: Sergio Zeiger/Flickr/Reprodução)
Embora as pirâmides egípcias tenham ficado muito famosas, esse povo também construiu um outro tipo de túmulo chamado de mastaba. Essa construção tinha um formato mais parecido com a figura do trapézio, com teto plano.
Em Saqqara, foram encontrados mais de 160 mastabas abrigando corpos embalsamados. Em alguns deles, hieróglifos coloridos emitiam avisos para as pessoas que talvez quisessem praticar furtos.
Essas advertências categorizam os ladrões de túmulos como "pessoas impuras" que serão castigadas pelos deuses. Na mastaba de Khentika Ikhekhi, por exemplo, há uma inscrição que diz: “quanto a todos os homens que entrarem impuros neste meu túmulo, agarrarei seu pescoço como um pássaro”.
(Fonte: Wikimedia Commons)
Os textos de execração compreendem inscrições de caráter mágico encontradas em receptáculos de cerâmica e argila, e cujo objetivo era eliminar pessoas consideradas inimigas.
Para que a maldição funcionasse, o objeto tinha que ser partido durante uma cerimônia em que o faraó e sua mulher estivessem presentes. Em alguns lugares do Egito, foram encontrados mais de 350 fragmentos de cerâmica ligados a essa tradição. Essas figuras muitas vezes mostravam pessoas sem braços ou com os braços atados nas costas.
Diferente das maldições inscritas em tumbas, esses textos se direcionavam a grupos específicos, como vizinhos estrangeiros e inimigos do estado. Os antigos egípcios escreviam os nomes dos inimigos e uma praga nesses itens, e os enterravam em pedaços.
Nesses fragmentos já foram encontradas mensagens como "matá-lo como uma faca" e "feri-lo como uma lança", manifestando o desejo de uma morte cruel para as pessoas mencionadas.
(Fonte: kairoinfo4u/Flickr/Reprodução)
Ankhmahor foi um médico no antigo Egito, e sua tumba ficou famosa por ilustrar vários procedimentos médicos, incluindo uma circuncisão. Mas ela também carrega ameaças para quem ousar invadir o espaço desse doutor.
Uma inscrição diz: “quanto ao que alguém pode fazer contra esta minha tumba, o mesmo será feito com sua propriedade. Eu sou um excelente sacerdote, conhecedor de feitiços secretos e de todas as formas de magia, e quanto a qualquer um que entrar em minha tumba, impuro ou que não se purifique, eu o agarrarei como um ganso e o encherei de medo ao ver fantasmas na terra". Convém passar longe desse local caso um dia você esteja no Egito.