Ciência
26/08/2023 às 13:00•2 min de leitura
A invenção das bombas atômicas foi um dos momentos mais importantes da história da humanidade, uma vez que ditou o ritmo de todos os conflitos armados que aconteceram em sequência. Por conta da ciência, de repente, diversas nações tinham o poder em mãos de vaporizar cidades inteiras em um instante de existência.
Logo, guerras entre grandes potências rapidamente se tornaram não apenas uma questão de quem seria vencedor ou derrotado, mas um grande potencial de destruir por completo o planeta que conhecemos hoje em dia. Então, qual foi o real impacto da criação de uma arma de aniquilação instantânea em nossa sociedade?
(Fonte: Getty Images)
Durante a Guerra Fria, Estados Unidos e União Soviética se prepararam para um cenário onde precisariam acabar com a existência de seu adversário. A crise política era tamanha que, na década de 1950, alguns vendedores começaram a viajar pelos EUA anunciando bunkers nucleares para que as pessoas pudessem se salvar.
De acordo com anúncios publicados naquela época, a melhor forma de evitar a morte seria contando com um resistente abrigo em casa. Então, determinadas empresas passaram a oferecer serviços custando milhares de dólares para que um cidadão pudesse construir seu próprio bunker e se sentir protegido.
(Fonte: Getty Images)
Tendo em mente que as armas nucleares moldaram completamente o senso de destruição em massa, nações se sentiram coagidas a criar acordos para evitar o pior dos cenários para o nosso planeta. Por consequência, uma ética nuclear acabou sendo implementada entre as maiores potências do mundo.
Investir em bombas nucleares não era tão errado assim, desde que as medidas tomadas em tempos de crise fossem comedidas. Em 1981, o professor de direito de Harvard Roger Fisher chegou a sugerir que um ser humano inocente deveria ser o detentor do código capaz de acessar as armas nucleares. Dessa forma, todo presidente que decidisse usá-las teria que assassinar um cidadão comum.
(Fonte: Getty Images)
Ao mesmo tempo que armas nucleares são a maior fonte de destruição já criada, sua existência compeliu os seres humanos a buscarem pela paz. Um claro reflexo disso foram os inúmeros protestos que vieram em sequência para que as nações ao redor do mundo freassem seus ímpetos armamentícios.
Na Grã-Bretanha, por exemplo, a Campanha pelo Desarmamento Nuclear, fundada pelo filósofo Bertrand Russell, conquistou vários apoiadores. Enquanto parte da população temia que os soviéticos forçassem o comunismo pelo mundo, Russel afirmava que era melhor "ser vermelho do que morto".
(Fonte: Getty Images)
Embora bombas nucleares sejam extremamente perigosas, lançar armas nucleares em aeronaves não era exatamente uma missão fácil. Caso a aeronave sofresse alguma pane, essas armas podiam cair acidentalmente no chão. Logicamente, elas foram projetadas para não detonarem nesses casos, mas ainda assim era difícil localizá-las após isso.
Em 1966, um bombardeiro simplesmente explodiu no ar, derrubando quatro armas nucleares. Três delas caíram em terra, enquanto a quarta caiu no mar. Dezenas de navios e centenas de mergulhadores tentaram recuperá-la, encontrando-a em uma profundidade de 914 metros. No entanto, há registros de várias bombas nucleares que foram extraviadas com o tempo.
Leia também: Perigo nuclear: as bombas que foram perdidas e ninguém encontra
(Fonte: Getty Images)
Em 1955, o filme Eles! foi lançado no cinema. O longa retratava formigas monstruosas emergindo dos desertos do Novo México, as quais foram modificadas pelos testes nucleares que aconteceram nas proximidades da região. No entanto, esse não foi o único filme a explorar os perigos ocultos da guerra nuclear em um cenário de ficção científica.
Godzilla, lançado no Japão em 1954, também faz uma referência clara de como um monstro pode ser produto de testes nucleares. Onde quer que Godzilla passasse, ele deixava para trás um grande rastro de devastação radioativa. O ícone pop é uma metáfora dos perigos das bombas atômicas e de como o país foi afetado pelas explosões em Hiroshima e Nagasaki.