Ciência
19/05/2024 às 15:00•2 min de leituraAtualizado em 19/05/2024 às 15:00
Estima-se que 20 milhões de novos casos de câncer e 9,7 milhões de mortes pela doença aconteceram apenas em 2022, segundo dados da Agência Internacional de Pesquisa sobre o Câncer (IARC) da Organização Mundial da Saúde (OMS). Esses números que só comprovam o impacto que essa doença tem no mundo inteiro e seu poder de letalidade.
De acordo com historiadores, a primeira descrição de alguém com câncer data para o século IV a.C., quando o tirano Sátiro, da cidade de Heracleia, desenvolveu um tumor entre a virilha e o escroto. Além disso, outros documentos mostram que outros tipos de câncer já eram bem conhecidos nessa época. Então, de onde vem a origem do nome da doença? Entenda!
Historiadores afirmam que a origem da palavra "câncer" surgiu na mesma época da doença de Sátiro: o século IV a.C. Nesse período, os médicos usavam a palavra "karkinos" — termo grego para "caranguejo" — para descrever tumores malignos. Mais tarde, quando médicos de línguas latinas começaram a descrever a mesma doença, também usaram o termo em latim para caranguejo: câncer.
Mas, qual o motivo de tal doença assustadora ser batizada com o nome de um animal? Segundo algumas teorias, isso aconteceu simplesmente pelo fato dos caranguejos serem animais agressivos, tal como a doença. Outros também sugerem que esses são animais que se agarram facilmente a uma parte do corpo, o que dificulta sua remoção.
Inclusive, isso pode ser visto nas descrições do médico Galeno sobre o câncer de mama em sua obra Um método de Medicina a Glauco. "Muitas vezes vimos nos seios um tumor exatamente igual ao de um caranguejo. Assim como esse animal tem pés em ambos os lados do corpo, também nesta doença as veias do inchaço anormal são esticadas em ambos os lados, criando uma forma semelhante a um caranguejo", escreveu.
No período greco-romano, existiam diversas opiniões diferentes circulando a respeito do câncer. A principal delas dizia que o corpo humano havia quatro "humores": sangue, bile amarela, catarro e bile negra. Na visão dos médicos daquela época, se esses humores não fossem mantidos em equilíbrio, a pessoa evidentemente ficaria doente.
Se uma pessoa sofresse excessivamente de bile negra, por exemplo, pensava-se que isso acarretaria em um caso de câncer. Por esse motivo, começaram a surgir diversos supostos "tratamentos" para essas doenças. Doutores acreditavam que cânceres em estágio inicial poderiam ser curados com medicamentos.
Esses remédios incluíam derivados de plantas, animais (como a cinza de um caranguejo) e metais (como arsênico). Em casos mais graves, a cirurgia era uma alternativa, mas era normalmente evitada porque os pacientes tendiam a morrer devido à perda de sangue. E considerando que muitos séculos se passaram de lá para cá, tudo só deixa mais claro que ainda temos um longo caminho a percorrer se quisermos combater esse tipo de doença com eficácia.