Imagem de Coleção Vaga-Lume: relembre a série no Dia Nacional do Livro Infantil no megacurioso

Para quem cresceu nas décadas de 1980 e 1990, a Coleção Vaga-Lume certamente teve um peso grande ou ao menos uma passagem na vida estudantil

<head></head><body>Todos nós passamos pela vida estudantil e desde muito cedo somos incentivados por nossos professores a ler alguns livros, seja para fazer uma lição ou por ser parte (integral ou parcial) de uma prova de <a href="https://www.megacurioso.com.br/literatura/" rel="noopener noreferrer" target="_blank">literatura</a>. Essas obras eram sempre variadas e por muitas vezes contemplavam títulos nacionais.Dentre as muitas séries que passaram por nossas mãos,&nbsp;uma que marcou a vida de muitas crianças e adolescentes foi a Coleção Vaga-Lume. Graças a elas, muitos de nós garantimos acesso a um mundo repleto de aventuras e que certamente ganharam um lugar em nossos corações e nas memórias — e é exatamente isso que vamos relembrar aqui.<ul><li>Veja também:&nbsp;<a href="https://www.megacurioso.com.br/misterios/123158-4-livros-antigos-que-ninguem-conseguiu-ler.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">4 livros antigos que ninguém conseguiu ler</a></li></ul><h2>A origem da Coleção Vaga-Lume</h2>A história da Coleção Vaga-Lume é mais antiga do que muitos talvez possam imaginar. Tudo começou em janeiro de 1973, quando a Editora Ática decidiu publicar algumas obras consagradas, posteriormente dando espaço para que outros atores menos famosos pudessem publicar seus trabalhos sob o selo, que se tornaria sucesso com o passar dos anos.Um dos idealizadores do projeto foi o professor Jiro Takahashi, que também tem em seu currículo os trabalhos nas coleções Para Gostar de Ler&nbsp;e Nosso Tempo. Foi sob a organização dele e de outros editores que a saga deu seu pontapé-inicial, com o lançamento de A Ilha Perdida, escrito por Maria José Dupré e que chegou às livrarias em 1973 (além de ter alcançado a marca de 5 milhões de cópias vendidas).<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/04/16/16230539503008.jpg" alt="A Ilha Perdida, juntamente com outros títulos de peso, ajudaram a moldar o sucesso adquirido pela Coleção Vaga-Lume. (Fonte: Revista Bula/Reprodução)">A Ilha Perdida, juntamente com outros títulos de peso, ajudaram a moldar o sucesso adquirido pela Coleção Vaga-Lume. (Fonte: Revista Bula/Reprodução)Seja pelo preço (geralmente mais baixo que outros livros comercializados à época) e também pelo seu apelo com o público, o fato é que não demorou muito para que essas histórias passassem a fazer parte do cotidiano das escolas de diversas cidades do Brasil, cultivando em diversas pessoas o hábito e o gosto pela leitura."A Vaga-Lume seguia uma fórmula imbatível de sucesso: livros escritos para o leitor jovem, com personagens jovens, se deparando com questões típicas da juventude. Textos leves, com muita aventura, mistério e humor. A coleção fez gerações de jovens descobrirem o prazer da leitura", explicou Carmen Lúcia Campos, que trabalhou como editora na Ática entre a década de 1980 e o início dos anos 2000, à BBC do Brasil.&nbsp;<ul><li>Veja também:&nbsp;<a href="https://www.megacurioso.com.br/educacao/122529-5-dos-livros-de-ficcao-cientifica-mais-premiados-do-mundo.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">5 dos livros de ficção científica mais premiados do mundo</a></li></ul><h2>Parceria com o público</h2>Um dado que talvez muitos não saibam é que o público estudantil tinha grande influência em muito do que chegava às lojas por meio da Coleção Vaga-Lume.&nbsp;O professor Takahashi, sendo um dos idealizadores e também editores da série, sempre pedia aos autores um resumo de três páginas sobre a história que pretendiam escrever.Após receber esse material, Takahashi encaminhava esse resumo para alunos de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais. Sem mencionar quem eram os autores, os jovens leitores tinham a missão, sempre orientado por seus professores, de dizer o que achavam do enredo e até mesmo dos personagens, chegando a dar notas para o que era apresentado e até sugerir mudanças ou inclusões em alguns casos.<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/04/16/16230701709009.jpg" alt="Éramos Seis foi uma das obras da Coleção Vaga-Lume a ganhar adaptações para a televisão mirando o público adulto. (Fonte: Jornal Rascunho/Reprodução)">Éramos Seis foi uma das obras da Coleção Vaga-Lume a ganhar adaptações para a televisão mirando o público adulto. (Fonte: Jornal Rascunho/Reprodução)Outro ponto importante é que tais livros não faziam sucesso apenas com o público infantojuvenil, sendo que alguns chegaram inclusive a ser adaptados para a televisão mirando o público adulto: é o caso de Éramos Seis (que virou novela em quatro emissoras diferentes) e O Feijão e o Sonho.No geral, a série costumava receber cerca de quatro livros por ano, completando um total de 106 obras publicadas. A mais recente chegou às livrarias em 2021 (Os Marcianos, de Luiz Antônio Aguiar), e você pode conferir a relação completa da coleção a seguir.<h2>Quais são os livros que integram a Coleção Vaga-Lume?</h2><ul><li>A ilha perdida (Maria José Dupré)</li><li>Cabra das Rocas (Homero Homem)</li><li>Coração de Onça (Ofélia Fontes e Narbal Fontes)</li><li>Éramos Seis (Maria José Dupré)</li><li>O Escaravelho do Diabo (Lúcia Machado de Almeida)</li><li>O Gigante de Botas (Ofélia Fontes e Narbal Fontes)</li><li>O Caso da Borboleta Atíria (Lúcia Machado de Almeida)</li><li>Cem noites Tapuias (Ofélia Fontes e Narbal Fontes)</li><li>Menino de Asas (Homero Homem)</li><li>Tonico (José Rezende Filho)</li><li>Spharion (Lúcia Machado de Almeida)</li><li>A Serra dos Dois Meninos&nbsp;(A. Fraga Lima)</li><li>O Mistério do Cinco Estrelas (Marcos Rey)</li><li>Zezinho, o dono da porquinha preta (Jair Vitória)</li><li>O Feijão e o Sonho (Orígenes Lessa)</li><li>Aventuras de Xisto (Lúcia Machado de Almeida)</li><li>O rapto do Garoto de Ouro (Marcos Rey)</li><li>Xisto no espaço (Lúcia Machado de Almeida)</li><li>Tonico e Carniça (Francisco de Assis Almeida Brasil e José Rezende Filho)</li><li>Um Cadáver Ouve Rádio&nbsp;(Marcos Rey)</li><li>Xisto e o Pássaro Cósmico (Lúcia Machado de Almeida)</li><li>A Primeira Reportagem (Sylvio Pereira)</li><li>Sozinha no Mundo (Marcos Rey)</li><li>Os Pequenos Jangadeiros (Aristides Fraga Lima)</li><li>Os Barcos de Papel&nbsp;(José Maviael Monteiro)</li><li>Deus me Livre!&nbsp;(Luiz Puntel)</li><li>O Mistério dos Morros Dourados (Francisco Marins)</li><li>Dinheiro do céu (Marcos Rey)</li><li>Perigos no Mar (Aristides Fraga Lima)</li><li>A Grande Fuga (Sylvio Pereira)</li><li>Bem-vindos ao Rio (Marcos Rey)</li><li>Pega Ladrão (Luiz Galdino)</li><li>Açúcar Amargo (Luiz Puntel)</li><li>O Outro Lado da Ilha (José Maviael Monteiro)</li><li>Enigma na Televisão (Marcos Rey)</li><li>Os Passageiros do Futuro (Wilson Rocha)</li><li>Meninos sem Pátria&nbsp;(Luiz Puntel)</li><li>A Montanha das Duas Cabeças (Francisco Marins)</li><li>O Ninho dos Gaviões (José Maviael Monteiro)</li><li>Garra de Campeão (Marcos Rey)</li><li>A Vida Secreta de Jonas (Luiz Galdino)</li><li>Aventura no Império do Sol&nbsp;(Silvia Cintra Franco)</li><li>Quem Manda já Morreu (Marcos Rey)</li><li>A Turma da Rua Quinze (Marçal Aquino)</li><li>Na Barreira do Inferno (Silvia Cintra Franco)</li><li>Um Leão em Família (Luiz Puntel)</li><li>Corrida Infernal&nbsp;(Marcos Rey)</li><li>Na Mira do Vampiro (Lopes dos Santos)</li><li>A Árvore que Dava Dinheiro (Domingos Pellegrini)</li><li>A Maldição do Tesouro do Faraó&nbsp;(Sérsi Bardari)</li><li>O Desafio do Pantanal&nbsp;(Silvia Cintra Franco)</li><li>Na Rota do Perigo (Marcos Rey)</li><li>Ameaça nas Trilhas do Tarô (Sérsi Bardari)</li><li>O Jogo do Camaleão (Marçal Aquino)</li><li>Tráfico de Anjos (Luiz Puntel)</li><li>Um Rosto no Computador (Marcos Rey)</li><li>O Fantasma de Tio William&nbsp;(Rubens Francisco Lucchetti)</li><li>Confusões &amp; Calafrios (Silvia Cintra Franco)</li><li>Um Gnomo na Minha Horta (Wilson Rocha)</li><li>Office-boy em Apuros (Bosco Brasil)</li><li>Doze Horas de Terror (Marcos Rey)</li><li>O Segredo dos Sinais Mágicos (Sérsi Bardari)</li><li>A Aldeia Sagrada (Francisco Marins)</li><li>O Mistério da Cidade-Fantasma (Marçal Aquino)</li><li>Agitação à Beira-mar (Leusa Araujo)</li><li>O Brinquedo Misterioso (Luiz Galdino)</li><li>Um Inimigo em Cada Esquina&nbsp;(Raul Drewnick)</li><li>O Diabo no Porta-malas (Marcos Rey)</li><li>O Fabricante de Terremotos (Wilson Rocha)</li><li>Viagem pelo Ombro da Minha Jaqueta (Lô Galasso)</li><li>Em Busca do Diamante&nbsp;(Francisco Marins)</li><li>A Vingança da Cobra (Marcos Bagno)</li><li>Vencer ou Vencer&nbsp;(Raul Drewnick)</li><li>O Primeiro Amor e Outros Perigos (Marçal Aquino)</li><li>O Super Tênis (Ivan Jaf)</li><li>A Charada do Sol e da Chuva (Luiz Galdino)</li><li>Terror na Festa (Janaína Amado)</li><li>Gincana da Morte (Marcos Rey)</li><li>Jogo Sujo (Marcelo Duarte)</li><li>Missão no Oriente&nbsp;(Luiz Puntel)</li><li>O Preço da Coragem (Raul Drewnick)</li><li>A Magia da Árvore Luminosa (Rosana Bond)</li><li>Segura, peão! (Luiz Galdino)</li><li>A Grande Virada&nbsp;(Raul Drewnick)</li><li>A Guerra do Lanche&nbsp;(Lourenço Cazarré)</li><li>O Robô que Virou Gente (Ivan Jaf)</li><li>Nas Ondas do Surfe (Edith Modesto)</li><li>Operação Nova York (Luiz Antonio Aguiar)</li><li>Correndo Contra o Destino (Raul Drewnick)</li><li>Deu a Louca no Tempo&nbsp;(Marcelo Duarte)</li><li>Tem Lagartixa no Computador (Marcelo Duarte)</li><li>Crescer é uma Aventura (Rosana Bond)</li><li>S.O.S. Ararinha-azul (Edith Modesto)</li><li>Manobra Radical (Edith Modesto)</li><li>Na Ilha do Dragão (Maristel Alves dos Santos)</li><li>O Ouro do Fantasma (Manuel Filho)</li><li>A Noite dos Quatro furacões (Raul Drewnick)</li><li>O Grito do Hip-Hop (Fátima Chaguri e Luiz Puntel)</li><li>O Segredo dos Índios (Edith Modesto)</li><li>O Senhor da Água&nbsp;(Rosana Bond)</li><li>A Chave do Corsário (Eliana Martins)</li><li>Morte no Colégio (Luis Eduardo Matta)</li><li>Salvando a Pele&nbsp;(Mário Teixeira)</li><li>O Mestre dos Games (Afonso Machado)</li><li>Ponha-se no Seu Lugar (Ana Pacheco)</li><li>Os Marcianos (Luiz Antônio Aguiar)</li></ul>E aí, qual dos livros acima é o seu favorito (o deste redator que vos escreve é Os Barcos de Papel)? Compartilhe a sua mensagem conosco utilizando nossas redes sociais.</body>

thumb-image-2024-02-29T14:06:48.953Z

Coleção Vaga-Lume: relembre a série no Dia Nacional do Livro Infantil

Imagem de Qual é a diferença entre Rainha e Rainha Consorte? no megacurioso

Saiba qual é o papel de uma rainha consorte, título dado a Camilla Parker Bowles, esposa do rei Charles III, após a morte da rainha Elizabeth II

Em setembro do ano passado, ap&oacute;s a <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/122903-rainha-elizabeth-ii-do-reino-unido-morre-aos-96-anos.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">morte da rainha Elizabeth II</a>, o posto mais importante da monarquia brit&acirc;nica passou para seu filho e sucessor, o agora rei Charles III. Ap&oacute;s a morte de Lady Diana, em 1997, ele se casou com Camilla Parker Bowles em 2005.
Curiosamente, por&eacute;m, mesmo ap&oacute;s a sua posse como novo regente, sua esposa n&atilde;o &eacute; considerada rainha, e sim rainha consorte. Mas qual &eacute; a diferen&ccedil;a entre os dois t&iacute;tulos?
<h2>Rainha e rainha consorte: qual &eacute; a diferen&ccedil;a?</h2>
Obviamente, existe uma diferen&ccedil;a. A explica&ccedil;&atilde;o para isto, por outro lado, &eacute; um pouco mais complicada. Em primeiro lugar, precisamos entender o motivo pelo qual <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/118108-3-curiosidades-sobre-elizabeth-ii-na-segunda-guerra-mundial.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Elizabeth II</a>&nbsp;era rainha regente, mas seu marido n&atilde;o era rei.
Acontece que, na hierarquia monarca, que segue preceitos criados s&eacute;culos e s&eacute;culos atr&aacute;s, o t&iacute;tulo de rei &eacute; superior ao de rainha. &Eacute; por isso que o marido da rainha Elizabeth II, o pr&iacute;ncipe Phillip, n&atilde;o era rei. Hipoteticamente, caso fosse "promovido" ao cargo, ele automaticamente teria um t&iacute;tulo superior ao da rainha, tornando-se a principal figura do reino.
<span data-fonte="Chris Jackson/Getty Images" data-fonte-url="https://www.gettyimages.com.br/detail/foto-jornalistica/queen-elizabeth-ii-and-camilla-duchess-of-cornwall-foto-jornalistica/1156927159" class="img-fc"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/04/05/chris-jackson-getty-images-05172739220340.jpg" alt="Chris Jackson/Getty Images" />Rainha Elizabeth II e sua nora, Camilla Parker Bowles, a atual rainha consorte da monarquia brit&acirc;nica. (Fonte: Chris Jackson/Getty Images)
A regra da monarquia brit&acirc;nica dita que o trono deve ser herdado, sendo ent&atilde;o passado de uma gera&ccedil;&atilde;o para a pr&oacute;xima. Isto resultou na impossibilidade de Phillip (caso ainda estivesse vivo) um dia tornar-se o principal regente, j&aacute; que era apenas casado com a herdeira do trono, enquanto <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/122964-8-excentricidades-do-rei-charles-iii.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Charles III seria nomeado rei</a>&nbsp;ap&oacute;s a morte de sua m&atilde;e. Por&eacute;m, a regra n&atilde;o &eacute; a mesma para o t&iacute;tulo de rainha. Enquanto reis devem herdar o t&iacute;tulo, suas respectivas esposas podem sim ser nomeadas rainhas &mdash; neste caso, rainhas consortes.
A principal diferen&ccedil;a entre uma rainha regente e uma rainha consorte &eacute; que, enquanto a primeira &eacute; a principal figura da monarquia, a segunda tem um papel de suporte, auxiliando o rei e servindo como Conselheira Real. Sendo assim, ela pode exercer diversas fun&ccedil;&otilde;es que seriam de seu marido, tendo poder para assinar documentos no lugar do rei e participar de eventos e comemora&ccedil;&otilde;es no lugar do esposo, por exemplo.
Por&eacute;m, uma rainha consorte n&atilde;o tem autonomia para nomear o pr&oacute;ximo primeiro ministro por vontade pr&oacute;pria, por exemplo. Ao contr&aacute;rio da rainha Regente, que &eacute; literalmente a figura no topo da hierarquia, a consorte s&oacute; pode agir na tomada de decis&otilde;es importantes caso esteja seguindo instru&ccedil;&otilde;es diretas de seu marido, o rei, geralmente limitando-se ent&atilde;o ao papel de companheira, ajudante e conselheira.

thumb-image-2024-02-29T14:06:47.640Z

Qual é a diferença entre rainha e rainha consorte?

Imagem de Por que o Brasil é dividido em cinco regiões? no megacurioso

Desde a colonização, o enorme tamanho do nosso território exigiu divisões para ser administrado, e as cinco regiões do Brasil são reflexo disso

<head></head><body>Vivendo no Brasil, a gente pode se esquecer do quanto ele é gigantesco: com 8,5 milhões de km2, temos o quinto maior território do mundo. Estamos atrás somente de Rússia, Canadá, EUA e China. Desses países enormes, somos únicos: nosso território é contínuo e a população está relativamente espalhada por todas as regiões.Desde a época da colonização, essa vastidão precisava ser dividida em pedaços menores: no século XVI, foram as capitanias hereditárias. Elas se tornariam as províncias, que deram origem aos atuais estados do Brasil. Porém, mesmo nosso menor estado — Sergipe — já é do tamanho de um país inteiro. Israel tem cerca de 20 mil km2, enquanto Sergipe tem 21 mil.Já o Amazonas, nosso maior estado, com 1,5 milhão de km2, é maior que a Mongólia — um dos 20 maiores países do mundo. Isso sem falar que o Reino Unido inteiro caberia em São Paulo, e que a Bahia é maior que a França todinha. Nós temos até um município que, sozinho, <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/119077-altamira-a-cidade-brasileira-que-e-maior-do-que-portugal.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">é maior que Portugal</a>. É muito território!Por isso, faz sentido ter outras formas de dividir esse território enorme, além das 27 unidades federativas. Desde o início do século XX, quando a Região Norte estava sendo mais ocupada, se falava sobre uma divisão do Brasil por regiões. Mas o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) só oficializou em 1942.&nbsp;<h2>O Brasil com sete regiões</h2>Nessa primeira divisão oficial, o Brasil tinha sete regiões. Só o Nordeste atual era dividido em três — fora as outras mudanças. Observe:<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/04/03/03194955159301.jpg" alt="As sete regiões do Brasil, na década de 1940. (Fonte: Wikimedia Commons)">As sete regiões do Brasil, na década de 1940. (Fonte: Wikimedia Commons)<ul><li>Norte: Amazonas, Pará e território do Acre.</li><li>Nordeste Ocidental: Maranhão e Piauí.</li><li>Nordeste Oriental: Alagoas, Ceará, Paraíba, Pernambuco e Rio Grande do Norte.</li><li>Leste Setentrional: Bahia e Sergipe.</li><li>Leste Meridional: Minas Gerais, Espírito Santo, Rio de Janeiro, Distrito Federal (que, na época, era a cidade do Rio de Janeiro).</li><li>Centro-Oeste: Goiás, Mato-Grosso e território de Ponta Porã.</li><li>Sul: Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo e território do Iguaçu.</li></ul>Diversos estados (como Mato Grosso do Sul, Tocantins, Amapá e Roraima) não existiam. Outros territórios deixaram de existir — Iguaçu e Ponta Porã foram reincorporados aos antigos estados já em 1946. Além disso, o Distrito Federal mudou de lugar em 1960, <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/119461-brasilia-nao-tem-prefeito-entenda-a-politica-da-capital-do-nosso-pais.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">com a fundação de Brasília</a>.As diferenças mais interessantes, ao menos pelos olhos de hoje, é que a Bahia não fazia parte do Nordeste e São Paulo pertencia ao Sul. Mas essa divisão ficou valendo até 1970, quando foi criada a atual, também pelo IBGE.Desde então, as principais mudanças foram a divisão de Mato Grosso do Sul (ainda na década de 1970) e a criação do Tocantins — que, mesmo saindo de Goiás, foi incorporado ao Norte.<h2>As atuais cinco regiões do Brasil</h2>Mais do que uma divisão geográfica, as cinco regiões do Brasil também compartilham aspectos socioeconômicos e culturais semelhantes. Isso nos ajuda a compreender melhor esse território gigantesco — facilitando a análise de estatísticas e a aplicação de políticas públicas.&nbsp;Mas a verdade é que as regiões do Brasil são só isso: um agrupamento de estados para fins de compreensão e análise. Existem iniciativas como o Fórum de Governadores da Amazônia Legal e o Consórcio Nordeste, mas só porque os estados resolveram se unir. As 5 regiões, em si, não têm personalidade jurídica própria, nem autonomia política ou escolha de representantes.&nbsp;Dito isso, vamos fazer uma breve viagem pelas cinco regiões do Brasil.<h3>Região Norte</h3>Acre, Amazonas, Roraima, Rondônia, Amapá, Pará e Tocantins.<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/04/03/03210316078006.jpg" alt="(Fonte: Getty Images)">(Fonte: Getty Images)Com 3,8 milhões de km2, ela corresponde a cerca de 45% de todo o território brasileiro. Porém, com uma população de cerca de 17,8 milhões (2022), ela é a segunda menos povoada e possui a menor densidade demográfica. Ainda assim, Manaus está entre as 10 maiores cidades do país.<h3>Região Nordeste</h3>Maranhão, Ceará, Piauí, Rio Grande do Norte, Pernambuco, Paraíba, Sergipe, Alagoas e Bahia<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/04/03/03210413629007.jpg" alt="(Fonte: Getty Images)">(Fonte: Getty Images)Essa região tem o maior número de estados (9) e a maior faixa litorânea. Aliás, você sabia que Teresina (Piauí) é a única capital do Nordeste que não fica à beira mar?&nbsp;Além disso, é interessante observar que foi no Nordeste que o Brasil "nasceu", <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/124231-por-que-a-capital-do-brasil-mudou-de-salvador-para-o-rio-ha-260-anos.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">com a primeira capital</a> e outros acontecimentos históricos importantes. Com 55,3 milhões de habitantes, ela é a segunda mais populosa das cinco.&nbsp;<h3>Região Centro-Oeste</h3>Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás e Distrito Federal<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/04/03/03210552352009.jpg" alt="(Fonte: Getty Images)">(Fonte: Getty Images)O Centro-Oeste é quase do tamanho do Nordeste (1,6 e 1,5 milhão de km2, respectivamente), mas não tem nem um terço de sua população: são 16,4 milhões de pessoas, que fazem dela a menos populosa do Brasil.&nbsp;Nesse contexto, há grandes concentrações de população — Brasília, Goiânia, Cuiabá, Campo Grande... — e enormes áreas vazias. Nesses "vazios", há grandes propriedades agrícolas, mas também devem existir áreas de preservação ambiental, especialmente no Pantanal e Cerrado.<h3>Região Sudeste</h3>Minas Gerais, São Paulo, Rio de Janeiro e Espírito Santo <img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/04/03/03210658904015.jpg" alt="(Fonte: Getty Images)">(Fonte: Getty Images)Aqui, há uma grande concentração de população — 89 milhões de pessoas, cerca de 40% do total — e de riquezas, com 55% do PIB (Produto Interno Bruto) nacional. Mas o Sudeste só tem 10% do território do Brasil.&nbsp;Essa concentração, é claro, tem raízes históricas: do ouro em Minas Gerais, <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/124231-por-que-a-capital-do-brasil-mudou-de-salvador-para-o-rio-ha-260-anos.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">à escolha do Rio de Janeiro como capital</a> e o ciclo do café em São Paulo. Além disso, a região recebeu uma grande quantidade de investimentos, indústrias e migrantes — estrangeiros e do próprio Brasil.<h3>Região Sul</h3>Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/04/03/03210732535018.jpg" alt="(Fonte: Getty Images)">(Fonte: Getty Images)Além de ser a <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/119203-por-que-faz-tanto-frio-em-curitiba.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">região mais fria do Brasil</a>, o Sul também é a menor em área (574 mil km2). Com cerca de 30 milhões de habitantes, ela é densamente povoada para os padrões nacionais, assim como o Sudeste. Além disso, também recebeu muitos imigrantes, indústrias e investimentos — alcançando bons indicadores econômicos e sociais.&nbsp;Com tantas semelhanças, há quem proponha que Sul e Sudeste sejam unidos em uma "Região Concentrada" — é a ideia dos geógrafos Milton Santos e Maria Laura Silveira, que criaram esse conceito dos "quatro Brasis" nos anos 2000. Além disso, eles mudariam o Tocantins da Região Norte (que passaria a ser a Amazônica) para o Centro-Oeste.Há ainda a proposta de divisão por regiões geoeconômicas (Amazônia, Centro-Sul e Nordeste), do geógrafo Pedro Pinchas Geiger. Mas, oficialmente, o IBGE ainda considera a divisão pelas 5 regiões do Brasil.&nbsp;</body>

thumb-image-2024-02-29T14:06:47.476Z

Por que o Brasil é dividido em cinco regiões?

Imagem de Jesus e Maria Madalena tiveram mesmo uma relação amorosa? no megacurioso

O relacionamento entre Jesus e Maria Madalena é abordado em livros e filmes de sucesso, mas contestado por religiosos

A ideia de que <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/124342-5-questionamentos-sobre-a-existencia-de-jesus-cristo.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Jesus</a> teria se casado com Maria Madalena &eacute; recorrente na cultura popular, principalmente em livros e filmes de sucesso, como A &Uacute;ltima Tenta&ccedil;&atilde;o de Cristo (1988) e O C&oacute;digo da Vinci&nbsp;(2003). A rela&ccedil;&atilde;o amorosa entre os dois tamb&eacute;m &eacute; defendida por estudiosos de universidades, mas veementemente contestada por lideran&ccedil;as religiosas.
Maria Madalena &eacute; uma figura importante do cristianismo, tendo sido mencionada nominalmente 17 vezes nos evangelhos can&ocirc;nicos, indicando proximidade com Jesus. Inicialmente, foi descrita como uma mulher de quem Jesus expulsou "sete dem&ocirc;nios", o que originou a ideia de que ela teria sido uma prostituta.
Em uma cren&ccedil;a popular, ela teria sido a noiva do primeiro milagre de Jesus, a transforma&ccedil;&atilde;o da &aacute;gua em vinho em um casamento. Maria Madalena tamb&eacute;m teria sido abandonada pelo marido, Jo&atilde;o Evangelista, para integrar o grupo dos 12 ap&oacute;stolos. Al&eacute;m disso, um manuscrito de quase 1.500 anos afirma que ela e Jesus teriam se casado e tido dois filhos.
<h2>Pistas do amor entre Jesus e Maria Madalena</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/03/30/30101523654097.jpg" alt="O filme A &Uacute;ltima Tenta&ccedil;&atilde;o de Cristo, baseado em livro hom&ocirc;nimo, rendeu o Oscar de Melhor Diretor para Martin Scorcese. (Fonte: Universal Studios/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />O filme A &Uacute;ltima Tenta&ccedil;&atilde;o de Cristo, baseado em livro hom&ocirc;nimo, rendeu o Oscar de Melhor Diretor para Martin Scorcese. (Fonte: Universal Studios/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Os <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/116192-textos-que-nao-foram-incluidos-na-biblia-falam-de-magos-e-demonios.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">escritos ap&oacute;crifos</a>, como o "Evangelho de Felipe" e o "Evangelho de Maria Madalena", mencionam a proximidade entre Jesus e ela. Esses textos sugerem que Maria Madalena era uma disc&iacute;pula muito pr&oacute;xima de Jesus e que ele a considerava sua "companheira" ou "consorte espiritual".
Jesus era um rabino, ou seja, assumia uma lideran&ccedil;a religiosa que poderia, sim, se casar. Quando foi sepultado, a tradi&ccedil;&atilde;o b&iacute;blica relata que Maria Madalena ficou respons&aacute;vel por preparar o corpo, mas &agrave; &eacute;poca, uma mulher que n&atilde;o fosse da fam&iacute;lia, como esposa, m&atilde;e ou filha, era proibida de tocar no morto. Por isso, acredita-se que haveria uma rela&ccedil;&atilde;o mais &iacute;ntima entre os dois.
Al&eacute;m disso, a interpreta&ccedil;&atilde;o sobre o Evangelho de Filipe aponta tamb&eacute;m que houve um beijo entre Jesus e Maria Madalena. Embora o ato possa ser interpretado como um sacramento superior ao batismo e a eucaristia, alguns estudiosos acreditam que essa &eacute; mais uma prova de que possa ter havido um romance entre as figuras b&iacute;blicas.
<h2>O que dizem os te&oacute;logos?</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/03/30/30102253699098.jpg" alt="(Fonte: GettyImages/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Getty Images)
A vis&atilde;o da maioria dos te&oacute;logos &eacute; que n&atilde;o existem evid&ecirc;ncias hist&oacute;ricas ou textuais confi&aacute;veis que sustentem a ideia de um romance entre Jesus e <a href="https://www.megacurioso.com.br/religiao/42711-mito-ou-verdade-por-que-maria-madalena-ficou-conhecida-como-prostituta-.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Maria Madalena</a>. As interpreta&ccedil;&otilde;es mais controversas s&atilde;o baseadas em fontes consideradas pouco confi&aacute;veis ou que surgiram em contextos muito posteriores aos eventos que descrevem.
Os dois tinham uma rela&ccedil;&atilde;o muito pr&oacute;xima, mas de disc&iacute;pula e mestre: Maria Madalena foi curada por Jesus, sendo uma das suas primeiras seguidoras. Ela tamb&eacute;m foi a primeira pessoa a quem Jesus apareceu depois da ressurrei&ccedil;&atilde;o, e por isso &eacute; venerada pela Igreja como testemunha da ressurrei&ccedil;&atilde;o de Cristo.
Dessa forma, os religiosos acreditam que havia uma rela&ccedil;&atilde;o de amor entre Jesus e Maria Madalena, no entanto, n&atilde;o de car&aacute;ter sexual. As afirma&ccedil;&otilde;es sobre um poss&iacute;vel casamento entre os dois s&atilde;o refutadas pelas lideran&ccedil;as de diversas matizes religiosas crist&atilde;s e consideradas como teorias sem fundamento hist&oacute;rico e religioso.

thumb-image-2024-02-29T14:06:47.390Z

Jesus e Maria Madalena tiveram mesmo uma relação amorosa?

Imagem de Conheça Justine Siegemund, a alemã que revolucionou a obstetrícia no megacurioso

A parteira alemã é autora do primeiro livro instrutivo sobre partos e gestação escrito por uma mulher

<head></head><body>O nome da alemã Justine Siegemund ficou guardado na história por conta de seus feitos que beneficiaram muitas mulheres. No século XVII, esta visionária lançou o primeiro livro sobre <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/108289-o-parto-humano-e-um-dos-piores-e-mais-perigosos-saiba-por-que.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">parto</a> escrito por uma mulher. "The Court Midwife" falava sobre a obstetrícia (a especialidade da medicina que cuida da gravidez e do parto) pelo ponto de vista feminino.A obra criada por Justine Siegemund em 1690 baseava-se na sua experiência enquanto parteira, mas também de sua própria vida. O livro revolucionou a visão sobre o parto e ajudou milhares de mulheres e bebês.<h2>A história de Justine Siegemund&nbsp;</h2><span class="img-fc" data-fonte="&nbsp;Hulton Archive/Getty Images)&nbsp;" data-fonte-url="https://www.gettyimages.pt/detail/fotografia-de-not%C3%ADcias/woman-being-helped-to-give-birth-on-a-birth-fotografia-de-not%C3%ADcias/110402197"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/04/03/03202532411304.jpg" alt="(Fonte: Hulton Archive/Getty Images)">(Fonte: Hulton Archive/Getty Images)Justine nasceu em Rohnstock, na região da Baixa Silésia. Ela enfrentava um problema de saúde: tinha o chamado útero prolapso, situação em que o <a href="https://www.megacurioso.com.br/saude-bem-estar/123273-fetos-fazem-xixi-e-coco-dentro-do-utero.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">útero</a> sai da sua posição normal e tem seus músculos e nervos enfraquecidos. Por conta disso, ela tinha uma sensação muito forte de peso na parte inferior do abdômen. Ao ser avaliada por parteiras, muitas vezes recebeu a indicação errônea de que estava grávida.Insatisfeita com os tratamentos que recebia, ela resolveu aprender mais sobre <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/120661-parto-empelicado-a-ocorrencia-considerada-rarissima-por-medicos.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">obstetrícia</a>. Justine começou a estudar sozinha sobre a questão do parto e começou a ter filhos a partir do ano de 1659.Aos poucos, ela começou a ficar conhecida por ajudar em partos de mulheres pobres e, com o sucesso, passou a ser chamada também pelas famílias nobres. Em 1701, Justine foi convocada para ser a parteira oficial da corte em Berlim.<h2>O livro sobre parto</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/03/29/29155238344331.jpg" alt="(Fonte: Google Doodles/Reprodução)">(Fonte: Google Doodles/Reprodução)Após se tornar parteira da corte, sua fama começou a aumentar rapidamente. Ela ajudou a dar à luz a vários bebês da família real e auxiliou no tratamento de tumores de mulheres nobres. Por conta disso, a rainha Maria II da Inglaterra solicitou que Justine Siegemund escrevesse um livro instruindo as demais parteiras.Até então, havia poucos textos sobre parto – e todos eles eram escritos por homens. Justine atendeu o pedido da rainha e escreveu, em 1690, o The Court Midwife, em que contava os modos pelos quais auxiliava as gestantes.Algumas das ideias revolucionárias propagadas pelo livro eram a de que era possível dar à luz a bebês saudáveis com 37 semanas de gestação (havia então a ideia de que os bebês precisavam sempre nascer de 40) e de que era importante perfurar o saco amniótico para evitar a hemorragia prévia na <a href="https://www.megacurioso.com.br/biologia/102471-afinal-como-surgiu-a-placenta.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">placenta</a>.A obra de Justine também trazia relatos de partos difíceis feitos por ela, como os que ocorriam quando os bebês estavam posicionados no útero de maneira invertida. Ao compartilhar suas experiências, o livro também quebrava o mito vigente na época que os homens eram mais indicados para fazer os partos.Mesmo assim, The Court Midwife sofreu ataques. Houve quem dissesse que a obra estava espalhando práticas inseguras às gestantes, mas isso não impediu que o livro fosse amplamente consumido e traduzido para outras línguas além do alemão.Quando Justine Siegemund morreu em 1705, aos 68 anos, um religioso presente em seu funeral fez a afirmação que, durante sua vida, a parteira tinha trazido ao mundo quase 6.200 bebês.</body>

thumb-image-2024-02-29T14:06:47.201Z

Conheça Justine Siegemund, a alemã que revolucionou a obstetrícia

Imagem de Voo 655 Irã Air: quando os EUA derrubaram um avião com 290 civis no megacurioso

Em meio a guerra Irã-Iraque, o episódio brutal chocou o mundo

Ap&oacute;s d&eacute;cadas de tens&otilde;es, disputas de fronteira, diverg&ecirc;ncias territoriais e pol&iacute;ticas, a Guerra Ir&atilde;-Iraque eclodiu em 22 de setembro de 1980, motivada por temores de que a Revolu&ccedil;&atilde;o Iraniana de 1979 inspirasse insurrei&ccedil;&atilde;o entre a maioria xiita reprimida do Iraque, bem como o desejo do mesmo em substituir o Ir&atilde; como Estado dominante do Golfo P&eacute;rsico.
Nesse cen&aacute;rio, tamb&eacute;m tinham o ent&atilde;o presidente iraquiano <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/120442-saddam-hussein-e-a-conturbada-jornada-para-criacao-de-uma-superarma.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Saddam Hussein</a> querendo o controle total sobre ambas as margens do rio Shatt al-Arab que, historicamente, sempre atuou como a fronteira dos dois pa&iacute;ses.
Os Estados Unidos entraram do lado iraquiano sob a justificativa de que o Iraque possu&iacute;a um programa de <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/120820-insetos-a-perigosa-arma-biologica-de-destruicao-em-massa.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">armas de destrui&ccedil;&atilde;o em massa</a> e representava uma amea&ccedil;a para a na&ccedil;&atilde;o e seus aliados. O ex-secret&aacute;rio do Estado, Henry Kissinger, disse que "era uma pena que ambos [Ir&atilde; e Iraque] n&atilde;o pudessem perder a guerra", deixando claro a opini&atilde;o do governo americano sobre a guerra.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/03/31/31130641873133.jpg" alt="(Fonte: War on the Rocks/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Wikimedia Commons)
Como resultado, o conflito militar durou 8 longos e destrutivos anos, reduziu cidades a p&oacute;, causou a morte de mais de um milh&atilde;o de pessoas, com o Iraque acumulando uma d&iacute;vida externa de mais de US$ 100 bilh&otilde;es.
E os americanos tiveram parte nisso tudo at&eacute; no final da guerra, quando a&nbsp;Marinha dos EUA derrubou acidentalmente o Voo 655 da Ir&atilde; Air com 290 civis a bordo.
<h2>10h17: decolagem</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/03/31/31130808977134.jpg" alt="(Fonte: HIstory Today/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: PH2 Elliot/U.S. Navy/Wikimedia Commons)
Em meados de 1988, a guerra estava diminuindo ap&oacute;s 8 anos de destrui&ccedil;&atilde;o, e a maior tarefa dos americanos era patrulhar o Golfo P&eacute;rsico para monitorar a situa&ccedil;&atilde;o, protegendo as rotas de petr&oacute;leo de ataques a&eacute;reos. Ainda que as regras do engajamento na guerra pela Marinha n&atilde;o tenham sido claras, os navios foram instru&iacute;dos a serem cautelosos para evitar que os EUA entrassem na guerra ou causassem um "incidente internacional".
Os americanos faziam isso com o cruzador USS Vincennes, com 9.600 toneladas, sob o comando do capit&atilde;o Will C. Rogers III que, de acordo com um correspondente do Oriente M&eacute;dio, havia agido de forma imprudente e agressiva em junho daquele ano com a maneira como desempenhava o patrulhamento do golfo.
No come&ccedil;o da manh&atilde; de 3 de julho de 1988, o USS Vincennes e outro navio americano entraram em conflito com o inimigo no Estreito de Ormuz. N&atilde;o muito longe daquela regi&atilde;o, &agrave;s 10h17 do hor&aacute;rio do Ir&atilde;, decolou de uma escala o Voo 655 da Ir&atilde; Air em um Airbus A300, partindo do Aeroporto Internacional de Bandar Abbas, no Ir&atilde;, rumo ao Aeroporto Internacional de Dubai, nos Emirados &Aacute;rabes Unidos.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/03/31/31130950777135.jpg" alt="(Fonte: Wikipedia/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Aeroprints/Wikimedia Commons)
A aeronave estava carregada com 290 passageiros, dos quais 16 eram tripulantes, e a viagem estava prevista para terminar em menos de 30 minutos. Ap&oacute;s a decolagem, o capit&atilde;o Mohsen Rezaian, de 37 anos, foi direcionado pela torre Bandar Abbas para ligar seu transponder e prosseguir viagem sobre o Golfo P&eacute;rsico, em um voo de rotina pelo corredor a&eacute;reo comercial Amber 59, uma pista com 32 km de largura em linha reta, para o aeroporto de destino em Dubai.
A 4.300 metros de altitude, em um voo simples e padr&atilde;o de curta dist&acirc;ncia, o avi&atilde;o transmitia o c&oacute;digo squawk correto t&iacute;pico de uma aeronave civil, e mantinha contato de r&aacute;dio em ingl&ecirc;s com as instala&ccedil;&otilde;es apropriadas de controle de tr&aacute;fego a&eacute;reo. N&atilde;o tinha como ela ser confundida com o inimigo, mas mesmo assim foi.
<h2>10h54: a explos&atilde;o</h2>
<span class="img-fc" data-fonte="&nbsp;Stuff.co&nbsp;" data-fonte-url="https://resources.stuff.co.nz/content/dam/images/1/y/o/f/c/c/image.related.StuffLandscapeThreeByTwo.1464x976.1yobgo.png/1578616036157.jpg"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/03/31/31131101771136.jpg" alt="(Fonte: Stuff.co/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Stuff.co/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
&Agrave;s 10h47, o USS Vincennes captou em seu radar a presen&ccedil;a do Airbus A300 e, dois minutos depois, emitiu um sinal pedindo para se identificar. &Agrave;s 10h51, outro aviso foi emitido, com a Marinha alegando que alertou o avi&atilde;o por sete vezes, das quais tr&ecirc;s foram por um canal civil e quatro por um canal militar. Vale ressaltar, por&eacute;m, que, mais tarde, a Marinha tamb&eacute;m disse que o avi&atilde;o come&ccedil;ou a descer, mas isso foi desmentido.
Ap&oacute;s esses avisos sem resposta, &agrave;s 10h51, o voo da Ir&atilde; Air foi declarado hostil. Em 3 minutos, a Marinha dos EUA disparou dois m&iacute;sseis terra-ar SM-2MR pelo cruzador USS Vincennes.
&Agrave;s 10h54, o voo 655 da Ir&atilde; Air foi obliterado no ar, matando todos os 290 passageiros, dos quais 66 eram crian&ccedil;as. Os restos do aparelho ca&iacute;ram na &aacute;gua e nenhum dos navios americanos tentou ajudar ou procurar sobreviventes, mesmo ao detectar o erro fatal.
Alguns corpos foram recuperados do golfo e enterrados sob uma revolta social imensa, com o Ir&atilde; chamando o incidente de &ldquo;massacre b&aacute;rbaro&rdquo;, enquanto o povo cantava &ldquo;morte &agrave; Am&eacute;rica&rdquo; em un&iacute;ssono pelas ruas. A princ&iacute;pio, o Pent&aacute;gono negou qualquer participa&ccedil;&atilde;o no incidente at&eacute; que uma per&iacute;cia mais detalhada revelou o erro da Marinha.
<span class="img-fc" data-fonte="&nbsp;Tampa Bay Times&nbsp;" data-fonte-url="https://www.tampabay.com/resizer/SDVdmAWPUQc29xFcmn0_aIZ2ILY=/1200x1200/smart/arc-anglerfish-arc2-prod-tbt.s3.amazonaws.com/public/SVX6ROGH6YI6TJTLIBWI6S7HAY.jpg"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/03/31/31131141827137.jpg" alt="(Fonte: Tampa Bay Times/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: The New York Times/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Em uma declara&ccedil;&atilde;o, o Departamento de Defesa concluiu que o Ir&atilde; tamb&eacute;m era respons&aacute;vel pela trag&eacute;dia por permitir que uma aeronave civil voasse em uma regi&atilde;o hostil, concluindo que o resultado de qualquer conduta negligente ou culposa n&atilde;o deveria ser atribu&iacute;da apenas ao pessoal da Marinha dos EUA. Foi ressaltado tamb&eacute;m que o aeroporto de onde partiu o voo era usado pelos militares iranianos para ataques.
A reviravolta, no entanto, s&oacute; veio em dezembro daquele ano, quando a Organiza&ccedil;&atilde;o Internacional de Avia&ccedil;&atilde;o Civil, ap&oacute;s uma longa investiga&ccedil;&atilde;o, concluiu que a culpa era dos EUA porque nenhum de seus navios na &aacute;rea tinham o equipamento necess&aacute;rio para escutar as frequ&ecirc;ncias do controle de tr&aacute;fego a&eacute;reo civil, o que teria facilmente identificado o jato de passageiros e impedido a trag&eacute;dia sem precedentes.
Apesar disso, os EUA n&atilde;o aceitaram o erro e apenas lamentaram toda a situa&ccedil;&atilde;o, premiando com a medalha de Legi&atilde;o do M&eacute;rito o capit&atilde;o Will C. Rogers III, respons&aacute;vel por acionar os m&iacute;sseis que destru&iacute;ram a vida de 290 inocentes.

thumb-image-2024-02-29T14:06:47.848Z

Voo 655 Irã Air: quando os EUA derrubaram um avião com 290 civis

Imagem de 5 aristocratas que enfrentaram doenças mentais no megacurioso

Muitas pessoas das famílias reais sofreram de distúrbios mentais graves

As quest&otilde;es de sa&uacute;de mental t&ecirc;m sido cada vez mais debatidas pela sociedade. E &eacute; bom saber que as doen&ccedil;as desta natureza atingem todo mundo &ndash; inclusive a realeza.
Neste texto, compartilhamos cinco hist&oacute;rias de membros de fam&iacute;lias reais que tiveram transtornos mentais bastante graves. Confira!
<h2>1. Rei George III</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/04/03/03190936953284.jpeg" alt="(Fonte: Aventuras na Hist&oacute;ria)" />(Fonte: Wikimedia Commons)
George III, da Inglaterra, ficou conhecido como "o rei louco que perdeu a Am&eacute;rica&rdquo;. Ele governou a Gr&atilde;-Bretanha entre 1738 a 1820, quando viu o seu reinado perder as col&ocirc;nias.
Os s&uacute;ditos o consideravam louco por conta de seus h&aacute;bitos bizarros. Por exemplo, ele era capaz de falar por 60 horas sem parar, e costumava se repetir, dizendo coisas incoerentes. George tamb&eacute;m n&atilde;o conseguia parar de mexer as m&atilde;os e vivia enrolado em len&ccedil;&oacute;is &ndash; usava cerca de 40 por dia.
At&eacute; hoje se cogita que ele sofresse de alguma doen&ccedil;a psiqui&aacute;trica, o que teria afetado a sua forma de governar e as m&aacute;s decis&otilde;es.
<h2>2. Rei Ludwig II</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/04/03/03192424084290.jpg" alt="(Fonte: Special Travel International)" />(Fonte: Wikimedia Commons)
O rei Ludwig II, da Alemanha, tamb&eacute;m era referido como louco. Ele governou o pa&iacute;s por um per&iacute;odo curto, entre 1864 e 1886, e mandou construir alguns dos mais belos castelos da Alemanha.
Mas a hist&oacute;ria &eacute; que Ludwig II, na verdade, tinha uma obsess&atilde;o pelos castelos. Ele simplesmente n&atilde;o conseguia parar de mandar construir pal&aacute;cios, mesmo que as finan&ccedil;as do reino n&atilde;o dessem conta dos gastos.
Os historiadores acreditam que ele possa ter enfrentado um transtorno de personalidade esquizot&iacute;pica. Embora fosse recluso, a personalidade de Ludwig era violenta e cruel. Ele ainda tinha del&iacute;rios de grandeza e testemunhava ter alucina&ccedil;&otilde;es.
<h2>3. Nerissa e Katherine Bowes-Lyon</h2>
<span data-fonte="(Fonte: Netflix/The Crown/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" data-fonte-url="https://www.independent.co.uk/life-style/royal-family/queen-cousins-nerissa-katherine-bowes-lyon-crown-netflix-b2168724.html" class="img-fc"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/04/06/netflix-the-crown-06141343175220.jpg" alt="Netflix/The Crown" />(Fonte: Netflix/The Crown/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
A Rainha <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/122953-a-rainha-elizabeth-era-descendente-de-dracula.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Elizabeth II</a> tinha duas primas de primeiro grau com problemas mentais. Elas tinham graves dificuldades de aprendizagem e eram infantis para a sua idade.&nbsp;
Mas a hist&oacute;ria &eacute; realmente bizarra. Em 1963, as irm&atilde;s foram declaradas mortas. S&oacute; que n&atilde;o era verdade: elas estavam internadas em uma institui&ccedil;&atilde;o psiqui&aacute;trica, onde n&atilde;o recebiam visitas da fam&iacute;lia. Ou seja, foram abandonadas.
Como n&atilde;o havia terminologia m&eacute;dica na &eacute;poca de seu nascimento, sua doen&ccedil;a nunca chegou a ser categorizada. Elas foram internadas em 1941 no hospital psiqui&aacute;trico Royal Earlswood, local que tamb&eacute;m recebeu mais tr&ecirc;s primas: Idonea, Rosemary e Ethelreda. Elas eram filhas da irm&atilde; da m&atilde;e de Nerissa e Katherine &ndash; portanto, tamb&eacute;m eram primas de Elizabeth II.
<h2>4. Rei Carlos VI</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/04/06/fonte-wikimedia-commons-06141516260221.jpg" alt="(Fonte: Wikimedia Commons)" />(Fonte: Wikimedia Commons)
O rei <a href="https://www.megacurioso.com.br/historia-e-geografia/71495-conheca-carlos-vi-da-franca-um-dos-muitos-monarcas-malucos-da-historia.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Carlos VI</a>, que governou a Fran&ccedil;a entre 1380 e 1422, ficou conhecido como "o bem amado e louco". Desde jovem, ele mostrava sinais de del&iacute;rio e viol&ecirc;ncia, matando alguns de seus cavaleiros sem raz&atilde;o aparente. Em outro momento, ele afirmou ser <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/118505-10-curiosidades-sobre-sao-jorge-o-santo-guerreiro.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">S&atilde;o Jorge</a> e exigiu que o bras&atilde;o da sua fam&iacute;lia fosse reelaborado para mostrar a sua "santidade".
Com o tempo, sua doen&ccedil;a foi piorando. Em certo momento, ele come&ccedil;ou a acreditar que seu corpo era de vidro, e proibiu que qualquer pessoa se aproximasse dele para evitar que quebrasse. Carlos VI tamb&eacute;m passou a andar nu e a ser visto remexendo na terra.
<h2>5. Rei Carlos II</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/04/06/wikimedia-commons-06141756836224.jpg" alt="Wikimedia Commons" />(Fonte: Wikimedia Commons)
Outro Carlos, dessa vez da Espanha, tamb&eacute;m sofreu de dist&uacute;rbios mentais. Sua hist&oacute;ria, na verdade, &eacute; bem triste: ele nasceu com deformidades gen&eacute;ticas, que eram resultado da <a href="https://www.megacurioso.com.br/acontecimentos-historicos/42849-7-fatos-bizarros-sobre-tutancamon-e-sua-mumia.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">endogamia</a> (o casamento entre pessoas da mesma fam&iacute;lia).
Como tinha a mand&iacute;bula projetada para a frente, ele teve muita dificuldade de aprendizagem e s&oacute; aprendeu a falar quando tinha cerca de quatro anos. Al&eacute;m disso, ele possu&iacute;a uma l&iacute;ngua enorme, o que fazia com que babasse constantemente e prejudicava sua alimenta&ccedil;&atilde;o. Ainda assim, Carlos se casou duas vezes, mas n&atilde;o gerou descendentes. Segundo os historiadores, ele era inf&eacute;rtil e impotente.
N&atilde;o se sabe exatamente quais as doen&ccedil;as o rei tinha, mas os estudiosos afirmam que ele possu&iacute;a ao menos duas: uma defici&ecirc;ncia combinada de horm&ocirc;nio <a href="https://www.megacurioso.com.br/educacao/122848-dgh-a-deficiencia-que-acomete-hasbulla-magomedov-sensacao-do-tiktok.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">hipofis&aacute;rio</a> e acidose tubular renal distal. Tudo isso causava baixa estatura, infertilidade, problemas digestivos e nos rins, e fraqueza muscular. Certamente, este pagou o pre&ccedil;o pelo desejo louco de consanguinidade entre a realeza.

thumb-image-2024-02-29T14:06:47.763Z

5 aristocratas que enfrentaram doenças mentais

Imagem de Páscoa Vermelha: quando os judeus comemoravam o comunismo na URSS no megacurioso

Na União Soviética, a Páscoa judaica virou uma ferramenta de educação política agradecendo a 'libertação do capitalismo'

<head></head><body>O Pessach, ou <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/121562-o-significado-da-pascoa-em-6-diferentes-paises.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Páscoa</a> judaica, é uma das celebrações mais importantes do judaísmo, durando oito dias e comemorando a libertação dos hebreus da escravidão no Egito, conforme relatado na Bíblia. Em sua primeira noite é realizado o Seder, jantar considerado o ponto alto dessa festividade, no qual são feitas orações e consumidos alimentos simbólicos que representam aspectos da história bíblica.Porém, durante as décadas de 1920 e 1930, os judeus que viviam na <a href="https://www.megacurioso.com.br/educacao/120813-uniao-sovietica-veja-5-motivos-que-levaram-a-potencia-ao-fim.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">União Soviética</a> viram uma mudança radical nas tradições desse evento religioso, que passou a ser utilizado como uma ferramenta para promover o comunismo.<h2>Sem espaço para religião</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/04/04/04105522012092.jpg" alt="(Fonte: Getty Images)">(Fonte: Getty Images)Em 1920, os membros desse grupo étnico na região ainda estavam se recuperando dos resultados da Guerra Civil Russa, e desejando uma vida mais segura, muitos passaram a se aliar ao Partido Comunista, pois viram no Exército Vermelho o lado menos violento e mais protetor durante o período de confronto.Porém, de acordo com a professora Anna Shternshis, autora de Soviético e Kosher: A Cultura Popular Judaica na União Soviética&nbsp;(2006), por mais que os bolcheviques fossem oficialmente contra o antissemitismo, isso não significava que apoiassem qualquer tipo de religião.Então, embora o governo aprovasse a literatura e o teatro iídiche, assim como escolas judaicas, também realizava uma grande campanha para que a estrutura religiosa em si fosse abandonada e substituída por uma identidade mais secular.<h2>Páscoa comunista</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/04/04/04104937750085.jpg" alt="Parte de um panfleto satírico da Páscoa Vermelha. (Fonte: Anna Shternshis/Gastro Obscura/Reprodução)">Parte de um panfleto satírico da Páscoa Vermelha. (Fonte: Anna Shternshis/Gastro Obscura/Reprodução)O Peassach e o Seder não tinham espaço no novo estilo de vida que estava sendo propagado, o que fez com que a seção judaica do Partido Comunista instruísse suas filiais a organizarem a “Páscoa vermelha” em 1921, uma versão satírica da comemoração como uma forma de educação política, na qual Deus era substituído pela Revolução Russa e a libertação seria do capitalismo.A versão comunista da festividade passou a ser realizada em todo país, principalmente por artistas, autores e atores que queriam transformar seus camaradas judeus praticantes em empenhados bolcheviques. O foco ficava nos membros mais jovens da comunidade, que normalmente levavam vidas soviéticas seculares em público, mas seguiam as tradições religiosas dentro do lar.Por mais que seja difícil saber os detalhes exatos dessas celebrações, algumas publicações da época e entrevistas com judeus da antiga <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/123583-6-cidades-fantasmas-da-extinta-uniao-sovietica.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">União Soviética</a> ajudam a entender um pouco da situação, que envolvia até mesmo o ato blasfemo de distribuir pão durante o feriado – uma comida que era evitada durante esses oito dias em honra aos ancestrais – que não tiveram tempo de deixar o alimento crescer quando fugiram do Egito.<h2>Sátiras religiosas</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/04/04/04105114026087.jpg" alt="Capa de uma Hagadá satírica. (Fonte: Anna Shternshis/Gastro Obscura/Reprodução)">Capa de uma Hagadá satírica. (Fonte: Anna Shternshis/Gastro Obscura/Reprodução)Até mesmo a Hagadá, livro religioso com uma coleção de histórias, canções, orações e rituais que contam a jornada do Êxodo do Egito, não escapou. Lido durante o Seder, a obra ganhou sátiras próprias na forma de panfletos e suplementos para jornais iídiches, parodiando os costumes como uma forma de zombar do judaísmo e promover os ideais do partido.“Lavem toda a lama burguesa, lavem o mofo de gerações e não digam uma bênção, digam uma maldição”, afirmava a Hagadá para Crentes e Ateus, publicada em 1923, trazendo uma modificação herética do ritual sagrado de lavar as mãos antes do importante jantar da Páscoa.Enquanto as publicações originais dessa obra religiosa incluem a frase “Fomos escravos do faraó no Egito, e Adonai, nosso Deus, nos tirou de lá com mão forte e braço estendido”, a versão soviética exaltava a revolução bolchevique: “Éramos escravos do capital até que outubro chegou e nos conduziu para fora da terra da exploração com mão forte e, se não fosse outubro, nós e nossos filhos ainda seriam escravos”.<h2>Sérias repercussões</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/04/04/04105617301095.jpg" alt="(Fonte: Getty Images/Reprodução)">(Fonte: Getty Images/Reprodução)A partir de 1930, os esforços para enraizar nos judeus soviéticos uma cultura secular generalizada foram tão eficazes que o Partido Comunista fechou sua sessão e escolas judaicas, abandonando nesse processo os esforços da Páscoa vermelha. “Eles decidiram naquela época que o projeto de sovietização dos judeus soviéticos estava concluído e não precisavam de mais eventos assim”, explicou Shternshis.Dez anos depois, a onda feroz de antissemitismo liderada por Stalin atacou ainda mais essa cultura, empurrando ela para as margens da sociedade e levando à diáspora desse grupo étnico da União Soviética.Porém, o impacto dos Seders comunistas e outros projetos similares perdura até hoje. Uma pesquisa realizada em 2020 com aqueles que estavam no país nesse período apontou que muitos deles viam a língua, a ancestralidade e o Estado de Israel como partes essenciais de suas identidades judaicas, mas sem dar uma importância real para a religião em si.Seja como for, o Pessach está chegando, e enquanto os membros dessa comunidade irão considerar celebrá-lo ou não, uma grande certeza é que poucos, ou quase nenhum, irão optar pela versão comunista, agradecendo fervorosamente a revolução que veio para libertá-los das algemas do capitalismo.</body>

thumb-image-2024-02-29T14:06:47.617Z

Páscoa Vermelha: quando os judeus comemoravam o comunismo na URSS

Imagem de O massacre de My Lai: o episódio mais violento da Guerra do Vietnã no megacurioso

Em um dos ataques mais brutais do conflito, os soldados dos EUA assassinaram uma aldeia inteira, mesmo sem a presença de um único inimigo

A <a href="https://www.megacurioso.com.br/educacao/124361-5-detalhes-sobre-a-guerra-do-vietna-que-nao-te-ensinaram.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Guerra do Vietn&atilde;</a> est&aacute; entre aquelas que mais marcaram a hist&oacute;ria. Na manh&atilde; de 16 de mar&ccedil;o de 1968, o tenente Calley e seu pelot&atilde;o foram levados de helic&oacute;ptero para My Lai, uma pequena aldeia situada em Song My, na prov&iacute;ncia de Quang Ngai, no Vietn&atilde;. Eles estavam se preparando para uma a&ccedil;&atilde;o ofensiva contra o 48&ordm; batalh&atilde;o vietcongue, junto com outras tropas dos EUA.
Os norte-americanos acreditavam que o 48&ordm; batalh&atilde;o tinha um acampamento base perto de Song My e que a Companhia Calley enfrentaria uma forte resist&ecirc;ncia, com uma desvantagem num&eacute;rica de mais de dois para um. Fora isso, os vietcongues tinham a vantagem de conhecer o terreno, considerando que os guerrilheiros controlavam a &aacute;rea h&aacute; vinte anos.
No entanto, Calley e seu soldados foram surpreendidos ao entrar em My Lai sem ouvir nenhum tiro, sem encontrar minas ou armadilhas, e sem precisar de morteiros ou apoio direto de artilharia. Em vez disso, o pelot&atilde;o de Calley encontrou apenas idosos desarmados, mulheres, crian&ccedil;as e beb&ecirc;s, que estavam dando in&iacute;cio nas atividades rotineiras daquela manh&atilde;. N&atilde;o havia nenhum soldado do 48&ordm; batalh&atilde;o vietcongue no lugar.
<h2>O Massacre</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/04/05/ronald-l-haeberle-wikimedia-05150031616231.jpg" alt="Ronald L. Haeberle/Wikimedia" />(Fonte: Ronald L. Haeberle/Wikimedia Commons)
Essa hist&oacute;ria come&ccedil;ou porque a intelig&ecirc;ncia dos EUA sugeriu que o 48&ordm; Batalh&atilde;o estava em My Lai, quando, na verdade, eles estavam bem distantes dali. Em 15 de mar&ccedil;o, o comandante da Charlie Company disse que eles teriam a chance de lutar contra o inimigo. Acreditando que os civis j&aacute; tinham ido embora, ele ordenou que qualquer pessoa encontrada fosse tratada como um inimigo &ndash; e que os&nbsp;soldados poderiam atirar em qualquer coisa que se movesse.
As tropas receberam ordens para destruir planta&ccedil;&otilde;es e edif&iacute;cios, e matar os animais. Quando o restante da companhia chegou, por volta das 7h50, Calley liderou um grupo para o leste de My Lai. Embora n&atilde;o houvesse resist&ecirc;ncia, eles mataram vietnamitas indiscriminadamente.&nbsp;
Na hora seguinte, mulheres, crian&ccedil;as e idosos foram reunidos e mortos a tiros. Soldados americanos tamb&eacute;m cometeram estupros. Outro grupo matou dezenas de pessoas que oravam em um pequeno templo com incenso nas m&atilde;os e os olhos cheios de l&aacute;grimas. Um terceiro grupo praticamente destruiu o vilarejo enquanto atiravam nos sobreviventes. &Agrave;s 9h, Calley ordenou a execu&ccedil;&atilde;o de at&eacute; 150 civis vietnamitas que haviam sido levados at&eacute; uma vala.
Por volta do meio-dia, aproximadamente 500 civis vietnamitas j&aacute; tinham sido assassinados. O Capit&atilde;o Ernest Medina deu ordens para que a Charlie Company fizesse uma pausa para o almo&ccedil;o e relatou a seus superiores que muitos &ldquo;combatentes&rdquo; vietcongues haviam sido neutralizados na opera&ccedil;&atilde;o. Do lado dos EUA, apenas um ferido: um soldado acabou atirando em seu pr&oacute;prio p&eacute; ao tentar consertar uma arma com defeito.
<h2>Os registros hist&oacute;ricos</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/03/28/28190634010352.jpg" alt="(Fonte: Wikipedia/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Ronald L. Haeberle/Wikimedia Commons)
Durante os eventos, o sargento Ronald Haeberle, fot&oacute;grafo do Ex&eacute;rcito dos Estados Unidos que estava com a Charlie Company, tirou fotos para o registro oficial em preto e branco do ex&eacute;rcito. No entanto, ele tamb&eacute;m usou sua c&acirc;mera pessoal para filmar em cores. As imagens em preto e branco mostravam <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/124714-mulheres-dos-escombros-heroinas-que-reergueram-a-alemanha-apos-a-2-guerra.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">soldados realizando opera&ccedil;&otilde;es</a> t&iacute;picas de busca e destrui&ccedil;&atilde;o, como revistar prisioneiros e propriedades, al&eacute;m de queimar cabanas. Embora essas a&ccedil;&otilde;es fossem contra as diretrizes do comando militar dos EUA, elas n&atilde;o provavam diretamente crimes de guerra.
Por outro lado, as imagens coloridas pessoais de Haeberle, que n&atilde;o foram entregues ao Ex&eacute;rcito, mostravam cenas chocantes de mulheres, crian&ccedil;as e beb&ecirc;s mortos, assim como de um grupo de mulheres e crian&ccedil;as prestes a serem baleados. Essas fotos foram publicadas em revistas e jornais e ajudaram a mobilizar o movimento anti-Guerra do Vietn&atilde; que crescia nos EUA. As imagens se tornaram algumas das mais famosas e ic&ocirc;nicas de guerra.
<h2>Um ato de coragem</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/03/28/28190326037350.png" alt="Al&eacute;m de ter um papel fundamental no fim do massacre, o piloto Hugh Thompson ainda testemunhou contra os crimes cometidos." />(Fonte:&nbsp;National Archives and Records Administration/Wikimedia Commons)
A&nbsp;carnificina poderia ter sido maior, por&eacute;m, se n&atilde;o fosse a interven&ccedil;&atilde;o de um combatente dos EUA. Durante o massacre em My Lai, o Subtenente e piloto Hugh Thompson estava sobrevoando a &aacute;rea com seu helic&oacute;ptero de reconhecimento em baixa altitude. Ele percebeu o que estava acontecendo ao avistar civis feridos, chegando a sinalizar suas localiza&ccedil;&otilde;es com granadas de fuma&ccedil;a, pedindo que outros helic&oacute;pteros se dirigissem ao local para ajudar na retirada.
No entanto, sua aeronave estava ficando sem combust&iacute;vel. Ap&oacute;s reabastecer, Thompson voltou a My Lai apenas para descobrir que os civis feridos que tinha visto haviam sido mortos. Ele viu ent&atilde;o um <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/124699-operacao-paperclip-quando-os-eua-trabalharam-com-nazistas.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">esquadr&atilde;o de soldados americanos</a> indo em dire&ccedil;&atilde;o a um grupo de mulheres e crian&ccedil;as, e pousou seu helic&oacute;ptero entre os dois grupos.
Ent&atilde;o, Thompson ordenou que o chefe de equipe Glenn Andreotta e o artilheiro Lawrence Colburn manejassem as suas armas para impedir o avan&ccedil;o dos pr&oacute;prios companheiros, caso desobedecessem &agrave; ordem de cessar-fogo. Enquanto isso, Thompson chamava os civis para seu helic&oacute;ptero para transport&aacute;-los para um local seguro.&nbsp;
Em reconhecimento &agrave; tal ato e coragem que demonstraram, Thompson, Colburn e Andreotta receberam a Medalha do Soldado em 1998, mesmo n&atilde;o entrando em combate direto com o inimigo e que tenham apontado suas armas contra os pr&oacute;prios colegas.
<h2>Consequ&ecirc;ncias</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/04/04/ronald-l-haeberle-04171119579291.jpg" alt="Ronald L. Haeberle" />(Fonte: Ronald L. Haeberle/Wikimedia Commons)
Ap&oacute;s o massacre de My Lai, uma investiga&ccedil;&atilde;o foi aberta e 14 oficiais foram implicados de forma direta ou indireta na opera&ccedil;&atilde;o, incluindo dois generais. No entanto, tr&ecirc;s oficiais, o tenente-coronel Frank A. Barker, o capit&atilde;o Earl Michaels e o tenente Stephen Brooks, j&aacute; haviam falecido antes do in&iacute;cio da investiga&ccedil;&atilde;o.
As implica&ccedil;&otilde;es da opera&ccedil;&atilde;o foram amplamente divulgadas e geraram um grande esc&acirc;ndalo, tanto nos Estados Unidos quanto internacionalmente. O massacre se tornou um s&iacute;mbolo das atrocidades cometidas durante a Guerra do Vietn&atilde; e aumentou ainda mais a oposi&ccedil;&atilde;o ao conflito.&nbsp;
As consequ&ecirc;ncias do massacre de My Lai s&atilde;o sentidas at&eacute; hoje e servem como um lembrete dos horrores da guerra e dos danos causados por uma lideran&ccedil;a militar inadequada.

thumb-image-2024-02-29T14:06:47.312Z

O massacre de My Lai: o episódio mais violento da Guerra do Vietnã

Imagem de 5 fotos históricas que foram editadas antes do Photoshop no megacurioso

Algumas das fotos mais marcantes da história da humanidade sofreram edições, e parte delas foi feita antes do Photoshop

Ainda que fotografias hist&oacute;ricas, granuladas e em preto e branco, tenham existido muito antes do <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/120059-o-photoshop-de-1900-como-a-tecnica-do-passado-criou-fotos-perfeitas.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Photoshop</a>, o software de edi&ccedil;&atilde;o de imagens da Adobe, isso n&atilde;o significa que elas n&atilde;o possam ter sofrido manipula&ccedil;&atilde;o.
Se a foto do <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/124551-o-que-mudou-na-igreja-catolica-nos-10-anos-do-papa-francisco.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Papa Francisco</a> manipulada por intelig&ecirc;ncia artificial chamou sua aten&ccedil;&atilde;o, tenha em mente que algumas das imagens mais marcantes que conhecemos sofreram edi&ccedil;&atilde;o, ou foram "photoshopadas", como se diz no jarg&atilde;o da internet. Por incr&iacute;vel que pare&ccedil;a, alguns destes casos ocorreram antes mesmo da gigante dos softwares criar seu programa de edi&ccedil;&atilde;o.
O que o avan&ccedil;o tecnol&oacute;gico fez foi facilitar o que antes era feito atrav&eacute;s da combina&ccedil;&atilde;o e impress&atilde;o de negativos. Ficou curioso? Ent&atilde;o embarque conosco nessa jornada de revela&ccedil;&atilde;o da realidade!
1. Retrato de Abraham Lincoln
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/04/03/library-of-congress-03163141853240.jpg" alt="Library of Congress" />&Agrave; esquerda, a foto original, e &agrave; direita, a editada. (Fonte: Library of Congress/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Conhece o rapaz da foto &agrave; direita? &Eacute; <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/122347-como-o-cadaver-de-abraham-lincoln-mudou-a-industria-funeraria.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Abraham Lincoln</a>, o 16&ordm; presidente dos Estados Unidos, que morreu assassinado. Esse retrato, que parece simbolizar a nobreza do pol&iacute;tico, &eacute;, no entanto, uma fotomontagem. A fotografia original retratava outro pol&iacute;tico, o sulista John Calhoun.
Na &eacute;poca, Lincoln n&atilde;o possu&iacute;a nenhuma foto em estilo heroico, e como os jornais precisavam de uma imagem para retratar o pol&iacute;tico abolicionista, que viria a ser o pr&oacute;ximo presidente, contrataram fot&oacute;grafos para trabalhar com materiais que tinham &agrave;s m&atilde;os. Curiosamente, Calhoun era um ferrenho defensor da escravid&atilde;o.
<h2>2. Retrato de Ulysses S. Grant</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/04/03/library-of-congress-wikimedia-03164034359245.jpg" alt="Library of Congress/Wikimedia" />&Agrave; esquerda, a foto original, e &agrave; direita, a editada.&nbsp;(Fonte: Library of Congress/Wikimedia Commons)
O general Ulysses S. Grant, al&eacute;m de militar, foi o d&eacute;cimo oitavo presidente dos Estados Unidos. O republicano tem a foto acima como uma de suas mais representativas imagens, que o ilustra &agrave; frente de suas tropas na Virg&iacute;nia, durante a <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/119209-caso-dred-scott-a-decisao-que-impulsionou-a-guerra-civil-americana.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Guerra Civil Americana</a>.
Contudo, essa foto n&atilde;o &eacute; real, mas uma montagem feita a partir de tr&ecirc;s diferentes fotografias. A cabe&ccedil;a &eacute; realmente de Grant, mas o cavalo e o corpo s&atilde;o do major-general Alexander M. McCook, e ao fundo prisioneiros confederados capturados.
<h2>3. Erguendo a bandeira da vit&oacute;ria sobre o Reichstag</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/04/03/yevgeny-khaldei-wikimedia-03165003512246.jpg" alt="Yevgeny Khaldei/Wikimedia" />&Agrave; esquerda, a foto original, e &agrave; direita, a editada.&nbsp;(Fonte: TASS/Yevgeny Khaldei/Wikimedia Commons)
Poucas fotografias da Segunda Guerra Mundial s&atilde;o t&atilde;o representativas quanto a que ilustra esse item da lista. "Erguendo a bandeira da vit&oacute;ria sobre o Reichstag" (sim, esse &eacute; o nome da foto) mostra a tomada de Berlim pelos sovi&eacute;ticos. Ela mostra um grupo de soldados subindo o Reichstag, sede do parlamento alem&atilde;o, para estender uma bandeira da <a href="https://www.megacurioso.com.br/educacao/120813-uniao-sovietica-veja-5-motivos-que-levaram-a-potencia-ao-fim.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Uni&atilde;o Sovi&eacute;tica</a>.
A foto que voc&ecirc; v&ecirc; acima &agrave; esquerda &eacute; a original, mas a vers&atilde;o mais famosa foi adaptada pelo pr&oacute;prio fot&oacute;grafo, Yevgeny Khaldei, a pedido do governo comunista. A inten&ccedil;&atilde;o era impedir que rumores de saques dos soldados sovi&eacute;ticos se espalhassem, ent&atilde;o Khaldei removeu rel&oacute;gios dos pulsos deles, incluiu mais fuma&ccedil;a para dar efeito dram&aacute;tico, al&eacute;m de altera&ccedil;&otilde;es menores.
Leia tamb&eacute;m:&nbsp;<a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/120059-o-photoshop-de-1900-como-a-tecnica-do-passado-criou-fotos-perfeitas.htm" target="_blank" rel="sponsored">O 'Photoshop' de 1900: como a t&eacute;cnica do passado criou fotos perfeitas</a>
<h2>4. Lenin e Tr&oacute;tski na Pra&ccedil;a Vermelha</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/04/03/david-king-tate-images-03170220686250.jpg" alt="David King/Tate Images" />&Agrave; esquerda, a foto original, e &agrave; direita, a editada. (Fonte: Leo Ya Leonidov/David King Collection/Tate Images)
Stalin fez muitas coisas, inclusive solicitar altera&ccedil;&otilde;es em suas fotografias. Ele talvez seja o l&iacute;der do s&eacute;culo XX que mais tenha feito essas manipula&ccedil;&otilde;es, como a emblem&aacute;tica retirada de <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/119031-a-lendaria-picareta-de-trotsky-a-arma-que-matou-o-revolucionario.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Leon Tr&oacute;tski</a> de fotos hist&oacute;ricas. Tudo come&ccedil;ou quando Stalin expulsou o antigo companheiro do partido e do pa&iacute;s, no final dos anos 1920.
Ent&atilde;o, para construir uma imagem de grande l&iacute;der sem a presen&ccedil;a de seus opositores, ordenou que Tr&oacute;tski fosse removido de qualquer fotografia que fosse ser exibida publicamente, inclusive em livros de hist&oacute;ria.
A foto acima faz parte dessa postura, e retrata os dois na Pra&ccedil;a Vermelha durante a celebra&ccedil;&atilde;o do segundo ano da Revolu&ccedil;&atilde;o Russa, em 1919. Os livros de hist&oacute;ria sovi&eacute;ticos publicaram uma outra, com Tr&oacute;tski retirado.
<h2>5. Capa da National Geographic com as pir&acirc;mides</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/04/03/gordon-gahan-nat-geo-images-03171605672252.jpg" alt="Gordon Gahan/Nat Geo Images" />&Agrave; esquerda, a foto original, e &agrave; direita, a editada. (Fonte: Gordon Gahan/National Geographic Image Collection/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
A foto acima, tirada pelo brilhante fot&oacute;grafo Gordon Gahan, deveria ter ilustrado uma das mais famosas capas da revista <a href="https://www.megacurioso.com.br/historia-e-geografia/101208-15-fotos-historicas-raras-do-acervo-da-national-geographic.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">National Geographic</a>. No entanto, ela foi alterada, o que gerou uma controv&eacute;rsia enorme e um posterior pedido de desculpas da publica&ccedil;&atilde;o. Gahan, por um descuido, perdeu o comboio que passava.
Precisando da foto, correu at&eacute; eles e pagou par que voltassem com os camelos e passassem novamente. Isso foi feito e a foto tirada, por&eacute;m a revista, editada na vertical, n&atilde;o conseguiria incluir a foto feita na horizontal.
Ent&atilde;o, foram ao est&uacute;dio e aproximaram os camelos e as pir&acirc;mides, de modo a encaixar nas dimens&otilde;es. Hoje, h&aacute; um artigo publicado no site da revista firmando publicamente o compromisso de nunca mais alterar uma fotografia.

Educação

Novidades