Por que James Bond prefere seu drink batido, não mexido?

10/12/2022 às 10:002 min de leitura

Quem é fã da franquia de filmes 007 sabe que os longas são repletos de frases icônicas. Além da famosa "Meu nome é Bond. James Bond", outra fala do agente secreto também é repetida mundo afora. A frase "batido, não mexido", é dita quando o espião pede o seu drink preferido no bar. Mal sabia Ian Fleming, o escritor que criou as histórias do agente inglês em que os filmes foram inspirados, que esse bordão daria muito o que falar. 

Isso porque o escritor inventou a bebida tão amada por James Bond – bem como o seu modo de preparo. O Vesper Martini é uma adaptação do famoso drink Dry Martini, e leva vodka, gin e um aperitivo francês chamado Lillet, que possui uma sutil combinação de vinhos e licor de laranja. O Dry Martini original, por sua vez, contém gin, vermute, azeitona ou apenas uma casca de limão. E pasmem: jamais deve ser batido.

Assim, deu-se o início de uma das maiores polêmicas do mundo da coquetelaria. 

Entenda a diferença dos modos de preparo

(Fonte: Getty Images)(Fonte: Getty Images)

E qual seria a forma correta de preparo dos drinks? Antes de mais nada, precisamos explicar que existem quatro modos de organização e preparação das bebidas – que vão muito além da vontade do que o bartender quer fazer no momento.

A mais fácil e clássica são os drinks montados, em que os ingredientes são colocados de modo aleatório e despejados diretamente no copo onde a bebida será servida. O famoso Sex on the beach se encaixa nesse primeiro caso. Ainda seguindo a linha mais clássica de preparo, temos o throw, que a bebida é jogada de um lado para o outro para se misturar (uma manobra digna de bartender profissional).

Ok, vamos entrar no meio da confusão – os drinks mexidos e batidos

(Fonte: Getty Images)(Fonte: Getty Images)

A explicação do conceito de cada um é fácil: os coquetéis mexidos são os misturados com a ajuda de uma bailarina – aquela colher comprida usada nos bares – que permite mesclar os líquidos alcóolicos com o gelo. Já os coquetéis batidos são os drinks chacoalhados com a ajuda de uma coqueteleira. Se são tão fáceis de explicar, e possuem como resultado a mistura de todos os ingredientes dentro do copo, qual a polêmica por trás do assunto? A gente explica!

A ação de mexer e bater os coquetéis pode resfriar ou diluir o drink durante o processo. A principal diferença entre os dois é que o método de bater – sendo um pouco mais agressivo – atinge os dois resultados mais rápido. Basicamente, mexer coquetéis que devem ser batidos pode estragá-los, pois a coqueteleira serve para modificar as texturas e deixar o drink homogeneizado. Entretanto, os coquetéis são mexidos quando a densidade das bebidas é igual e o que se busca não é alterar a textura e aparência, mas sim, apenas misturar os ingredientes

Para se ter uma ideia, você pode atingir o mesmo nível de resfriamento e diluição mexendo por 90 a 120 segundos, enquanto batendo são 15 ou no máximo 20 segundos. A comunidade coqueteleira, inclusive, recomenda que os drinks não devem ser mexidos por mais de 30 a 45 segundos, para não ficarem diluídos e frios como se tivessem sido batidos.

E o Dry Martini?

(Fonte: Codo Meletti/Estadão/Reprodução)(Fonte: Codo Meletti/Estadão/Reprodução)

Voltando à questão inicial, podemos dizer que, sim, James Bond está completamente errado ao pedir o seu drink "batido, não mexido". Um Martini batido violentamente na coqueteleira fica com o aspecto turvo e nada apetitoso para um coquetel tão fino, como mostra a foto acima. Além disso, quando batido, o gin perde toda a sua potência e o drink a sua textura aveludada.

Então, da próxima vez que quiser imitar o espião inglês, já sabe – vá de "Meu nome é Bond. James Bond. Quero meu drink mexido, e só."

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