Artes/cultura
21/02/2023 às 08:00•2 min de leitura
Quando pensamos na relação luz e câncer, a primeira ideia que surge na mente da maioria das pessoas é a luz do sol. No entanto, pesquisas têm associado a exposição a luz artificial noturna a diversos problemas de saúde, sendo o câncer o mais grave deles.
As fontes de luz artificial incluem computadores, celulares, smart TVs e outros aparelhos eletrônicos, assim como lâmpadas fluorescentes. Com cidades cada vez mais iluminadas e as pessoas usando intensamente dispositivos como os citados, a exposição a esse tipo de luz tem se tornado algo preocupante na comunidade científica.
(Fonte: Sarowar Hussain/Pexels)
A exposição à luz artificial durante a noite tem se tornado uma questão cada vez mais relevante, especialmente devido aos impactos negativos à saúde que ela causa. Pontuando algumas situações:
(Fonte: Andrea Piacquadio/Pexels)
Nos últimos anos, várias pesquisas sobre esse tema tem sido realizadas, sendo que boa parte delas por pesquisadores de algumas das melhores universidades do mundo.
Um dos estudos mais relevantes sobre esse tema foi conduzido por um grupo de cientistas do Barcelona Institute for Global Health (ISGlobal). Segundo as análises, a exposição noturna à luz artificial, especialmente ao espectro de luz azul, pode contribuir para aumentar os riscos de câncer colorretal.
Vale lembrar que diversos outros efeitos adversos à saúde, incluindo obesidade, problemas para dormir e o aumento do risco de outros tipos de câncer, já haviam sido associados a exposição a luz noturna artificial. Aliás, um grupo que chamou a atenção por estar mais exposto é o de trabalhadores noturnos.
Ainda segundo pesquisadores do ISGlobal, a luz de espectro azul, emitida por diversos LEDs brancos, bem como por telas de celulares e tablets, também apresentou uma forte ligação com riscos maiores de câncer de próstata e câncer de mama.
O estudo citado usou imagens de satélite para analisar a iluminação externa artificial em Madri e Barcelona. Participaram da pesquisa 2 mil adultos, dos quais 660 apresentaram câncer colorretal, considerado o terceiro tipo de câncer mais comum no mundo.
A pesquisa também mostrou que os participantes com níveis maiores de exposição à luz azul tiveram um risco 60% maior de desenvolver um câncer colorretal quando comparados com a população menos exposta.
(Fonte: Ron Lach/Pexels)
Os cientistas ainda estão tentando entender a conexão entre a luz artificial noturna e danos ao organismo humano, a exemplo do câncer e interrupção da produção hormonal.
Contudo, algumas recomendações, em termos de cuidados preventivos, já surgiram. Por exemplo, dormir em um ambiente que seja o mais escuro possível. Ou ainda, caso precise ir ao banheiro durante a noite, tentar usar uma fonte de luz fraca, de preferência vermelha, para evitar a interrupção da produção de melatonina, aspecto fortemente afetado pela luz azul. Além disso, luzes amarelas tendem a ser mais confortáveis aos olhos.
Outros cuidados incluem medidas para minimizar a exposição, tais como, usar filtros de luz azul nos dispositivos eletrônicos e a conscientização das pessoas sobre quais os danos da exposição à luz artificial a noite.