Ciência
27/09/2017 às 09:43•3 min de leitura
Todo mundo sabe onde a pelve se encontra, certo? No entanto, mais do que ser uma simples parte do corpo, ela corresponde a uma série de ossos, músculos e órgãos que se encontram abaixo da linha da cintura e sua importância e funcionamento é muito mais complexo do que parece.
Elvis, "the pelvis" (Giphy)
Pois é, caro leitor, de acordo com um interessante artigo publicado por Jordan Rosenfeld, do site Mental_Floss, esse conjunto de estruturas está envolvido em muito mais ações do que as necessárias para que possamos “mover as cadeiras” — e você pode entender a sua mecânica um pouco melhor através das curiosidades a seguir:
A pelve tem várias funções, na verdade, como proteger os órgãos envolvidos na reprodução e digestão, entre eles os intestinos grosso e delgado, a bexiga e o sistema reprodutivo (de homens e mulheres). Além disso, essa região do nosso corpo tem papel fundamental em proporcionar suporte às articulações do quadril.
Além do nome “pelve”, esse conjunto de estruturas também é conhecido popularmente como “bacia” — que nada mais é do que a tradução do termo pelvis em latim, que inclui os sinônimos “concha” e “tigela”.
Lembra mesmo um "bacião", não é mesmo? (YouTube/Health Care)
O nome está relacionado com fato de os ossos que compõem a pelve, isto é, os dois ossos do quadril — formados pela fusão do ílio, ísquio e púbis —, juntamente com o sacro, um osso com formato triangular que fica na base da coluna, e o cóccix criarem uma estrutura que lembra uma bacia mesmo.
Como se proteger uma porção de órgãos importantes não fosse suficiente, a pelve serve de “alicerce” para a inserção dos ossos da coluna, dos membros inferiores e dos músculos associados ao seu movimento. Isso significa que ela não só ajuda a sustentar o tronco, como é fundamental na locomoção humana.
Aliás, como você sabe, a pelve de homens e mulheres é diferente — sendo que a feminina tende a ser maior e mais larga do que a masculina. Isso possivelmente se deve a um traço evolutivo que surgiu quando nossos ancestrais começaram a adotar a postura ereta e a caminhar sobre suas pernas, e permite que elas acomodem o bebê durante a gestação e permitir que o nascimento seja possível.
É mais ou menos isso! (Visible Body)
Curiosamente, com o passar do tempo, a pelve das mulheres vai se tornando mais estreita, presumivelmente porque não é mais necessário que ela permaneça mais larga, uma vez que, depois de certa idade, as mulheres não podem mais gerar e ter filhos.
Durante a gravidez, o organismo feminino libera um hormônio chamado relaxina cuja função é ajudar o corpo a se adaptar para acomodar o bebê enquanto ele cresce no útero. Assim, durante esse processo de mudanças, as juntas que existem entre os ossos da pelve se separam ligeiramente e ficam mais “soltos”.
Tudo muda durante a gravidez! (Gokhale Method)
No entanto, a ação da relaxina pode fazer com que os ossos da pelve fiquem soltos demais, dando origem a uma condição dolorosa chamada disfunção da sínfise púbica. Esse problema torna pelve mais instável, o que, por sua vez, pode provocar dor, desconforto e fraqueza na região, inclusive afetando a locomoção. É comum que as mulheres afetadas tenham que usar um suporte pélvico durante a gravidez, e a condição costuma desaparecer após o parto.
Você já ouviu falar sobre o termo assoalho pélvico? Como o próprio nome sugere, ele fica na base da pelve e consiste em uma estrutura muscular que parece uma espécie de cama elástica. Também chamado de diafragma pélvico, esse tecido firme — mas flexível — pode se mover para cima e para baixo e cria um “assoalho” sobre o qual órgãos como a bexiga, útero e intestinos ficam apoiados.
Tem que fortalecer! (Giphy)
Além disso, o assoalho pélvico conta com aberturas para acomodar a passagem da uretra, do ânus e da vagina. Outra coisa que você deve ter ouvido falar sobre essa estrutura é que, com a idade, ela vai perdendo força e pode se tornar flácida. Portanto, é importante fazer exercícios focados em fortalecer e manter essa musculatura sempre firme.