Estilo de vida
11/07/2018 às 08:00•3 min de leitura
O herpes é uma infecção viral. Existem vários tipos de herpes, entretanto o herpes vírus simplex (HSV) e o vírus da varicela-zoster (HVZ) são os mais comumente identificados na população geral. As formas de contágio e de apresentação da infecção pelo herpes vírus são extremamente variadas. As manifestações clínicas diferem entre os tipos de herpes, sobretudo no tamanho, distribuição e características das lesões.
O vírus pode permanecer assintomático e latente por longos períodos, mas o aparecimento das lesões pode ser recorrente e muitas vezes está relacionado a fatores de risco como estresse, ansiedade, depressão, exposição solar em excesso, baixa imunidade, entre outros.
Os exames mais específicos para diferenciar o tipo de vírus são os métodos imunológicos. Atualmente, o diagnóstico é realizado pelo teste de reação em cadeia de polimerase (PCR). Este exame é capaz de identificar o tipo de vírus que está causando a doença no paciente e, quanto mais grave for a infecção, mais importante será esta identificação.
"O exame também pode ser utilizado para pacientes com recorrência frequente de lesões, sobretudo aqueles com sistema imunológico comprometido pelo uso de medicamentos ou por doenças como a aids e o câncer", explica a Dra. Myrna Campagnoli, diretora-médica do laboratório Frischmann Aisengart, de Curitiba. Para detectar o material genético do vírus, a coleta pode ser feita nas lesões, no sangue ou no fluído espinhal (liquor).
O herpes simples (HSV) pode gerar lesões labiais, genitais e/ou oculares. O vírus do herpes labial é transmitido geralmente na infância por meio de secreções orais, pelo contato direto com as lesões e por objetos infectados. Os principais sintomas da doença são lesões pequenas e avermelhadas, que coçam, ardem e podem ter formato de feridas ou bolhas. O tempo de manifestação das lesões varia entre 5 e 7 dias, sem tratamento. Entretanto, há medicações que podem diminuir as coceiras, acelerar a cicatrização das lesões e até bloquear os sintomas de ardência ou dor.
A transmissão do herpes genital geralmente ocorre no início da vida sexual. O herpes genital se apresenta como lesões ulceradas (machucados) na região da vulva, do pênis, do ânus, das nádegas e/ou da virilha, que podem provocar dor e desconforto. Estas lesões aumentam o risco de contágio por outras doenças sexualmente transmissíveis, inclusive o HIV.
O herpes ocular é transmitido pelo contato direto com a saliva ou secreções de pessoas infectadas. Têm sintomas muito parecidos com uma conjuntivite, entretanto afeta apenas um dos olhos e causa dor e extrema sensibilidade à luz. Os casos graves não tratados pode causar a perda da visão.
O herpes vírus pode se alojar em terminações nervosas e permanecer por lá sem causar qualquer sintoma ao indivíduo, em estado de latência, por longos períodos. "Como não tem cura, quando o vírus é reativado as lesões voltam. Pessoas que apresentam episódios frequentes de herpes podem fazer uso contínuo de medicações para prevenir a recidiva e reduzir o risco de transmissão da doença", ressalta a Dra. Myrna.
O vírus do herpes-zóster é o mesmo da varicela (catapora) e também pode ser chamado de varicela-zóster (HVZ). A varicela geralmente acomete crianças, mas também pode ocorrer na vida adulta. O HVZ pode permanecer latente (adormecido) em uma terminação nervosa por muitos anos após a primeira infecção. A reativação do vírus na vida adulta provoca lesões parecidas com as da catapora, porém segmentadas e limitadas às áreas daquela terminação nervosa. É um processo bastante incômodo, pois gera sintomas de coceira e dor intenso no local.
Quando atinge regiões como o tórax ou a perna, a conduta é tratar com medicamentos sintomáticos até que as feridas desapareçam. "O zóster, também conhecido como cobreiro, pode acometer qualquer parte do corpo. Se a face for afetada, dado o risco de acometimento da córnea, há a necessidade de acompanhamento também pelo oftalmologista", destaca a Dra. Myrna.
Entretanto, mesmo com tratamento, há pessoas que permanecem com dor de difícil controle por vários meses ou anos depois da resolução das lesões de pele. Os idosos são mais acometidos por nevralgia (dor persistente) causada pelo herpes-zóster e podem necessitar de medicações mais potentes para tratar a inflamação do nervo.
Como o vírus do herpes pode ser transmitido por contato com lesões ativas, todo o cuidado com a manipulação da ferida é pouco: lavar as mãos com água e sabão, antes e depois de cuidar da lesão. As bolhas e vesículas não devem ser rompidas e, se houver secreção líquida nas lesões, a região deve ser coberta para evitar a contaminação de outras pessoas. Toalhas e objetos pessoais devem ser de uso exclusivo do indivíduo infectado.
Existem vacinas disponíveis tanto contra a varicela como contra o herpes-zóster. Nos casos em que mesmo após vacinado o indivíduo contrai a doença, esta é muito mais fraca e com menos risco de complicações. A vacinação contra a varicela é indicada para todas as crianças a partir de 12 meses, adolescentes e adultos que não tiveram catapora, em 2 ou 3 doses, dependendo da idade da primeira aplicação. Por se tratar de uma vacina de vírus vivo atenuado, pessoas com sistema imunológico debilitado (imunodeprimidos) e gestantes não podem recebê-la. A vacinação contra o herpes-zóster é indicada apenas para pessoas com 50 anos ou mais, em dose única.
*Via assessoria
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