
Ciência
14/07/2018 às 08:00•3 min de leitura
Seja no cinema ou em casa, assistir a um filme em uma noite qualquer, sem um pote de pipoca gigantesco na mão, não tem a mesma graça. Mesmo assim, muita gente prefere ficar longe da cozinha o máximo de tempo possível, incluindo nessa conta até o simples processo de estourar alguns grãos de milho.
Nessa hora, as facilidades do mundo moderno fazem toda a diferença, e a pipoca de micro-ondas entra em cena. Mas você já pensou em como o processo funciona? Por que existe um lado específico para posicionar o pacote? E o que há dentro do pacote? Será que ela é saudável?
As perguntas são pertinentes e, felizmente, temos a resposta para todas elas. Confira!
A indicação de um lado específico para posicionar o pacote tem um motivo. Para que o calor seja transferido de forma uniforme a todos os grãos, existe um retângulo com aparência diferente do resto do saco, chamado susceptor. Esse filme de polímero é utilizado em diversas embalagens de produtos que vão ao micro-ondas, pois absorve as ondas emitidas pelo eletrodoméstico e aquece os grãos por condução eficientemente.
Caso você coloque o pacote do lado contrário, não se preocupe; seu micro-ondas não vai explodir. Nesse caso, o filme ficará por cima dos grãos, fazendo com que eles percam o contato com o material conforme os estouros comecem. O único inconveniente disso é que você terá menos pipocas, e provavelmente alguns grãos estourem de maneira irregular.
O susceptor facilita (e muito) o estouro dos grãos, mas as poucas pesquisas existentes mostram que o contato dele com óleo quente pode liberar produtos químicos voláteis em pequenas quantidades.
Outro estudo, feito em 1993, mostrou que o conjunto de materiais utilizados para montar o pacote em algumas marcas analisadas, quando aquecido, libera pequenas quantidades do material carcinogênico benzeno. Após a divulgação desses resultados, as fabricantes reformularam a embalagem para que a liberação desses compostos fosse evitada. De qualquer forma, o consumo frequente de pipoca feita em micro-ondas não é recomendado, e esse é um dos motivos.
Dentro de um saco não utilizado, você vai encontrar o susceptor, embaixo de uma massa compacta, composta por grãos de milho, óleo sólido, aromatizantes e conservantes. Não é a imagem mais agradável que um alimento pode proporcionar, mas a mistura cumpre seu papel com eficácia. Se você não quiser perder um pacote, pode assistir, no vídeo abaixo, à abertura dos de várias marcas vendidas nos EUA.
Quando a pipoca é preparada em uma panela, com o mínimo de óleo e manteiga, se torna um petisco bem saudável, pois os ingredientes utilizados em sua preparação são naturais, além de ser uma ótima fonte de fibras. O problema da utilização do micro-ondas para a preparação, além dos produtos químicos liberados pelo calor, é o composto da mistura que vem junto dos grãos.
A simples presença de conservantes e aromatizantes já torna o produto menos saudável. Existem casos de fábricas que precisaram mudar os compostos de seus produtos, pois funcionários que tinham contato diário com o material acabaram desenvolvendo câncer. E, claro, as medidas foram tomadas porque nenhuma empresa quer ter seu nome associado a doenças.
Mesmo assim, ainda estamos falando de produtos químicos que nem sempre são analisados da forma como deveriam, sem sabermos os reais riscos do consumo frequente deles. No fim das contas, a melhor maneira de se afundar em um balde gigante de pipoca, sem peso na consciência, é trocando o tempo que olharia alguma rede social pelo estouro dos grãos em uma panela.
Para dar mais sabor, é possível usar produtos naturais ou com um mínimo de processamento, como páprica, cominho, orégano ou parmesão. Se o consumo for diário, também existem máquinas que estouram os grãos através de ar quente, produzindo pipoca “puríssima”.
***
Você conhece a newsletter do Mega Curioso? Semanalmente, produzimos um conteúdo exclusivo para os amantes das maiores curiosidades e bizarrices deste mundão afora! Cadastre seu email e não perca mais essa forma de mantermos contato!