Ciência
03/09/2023 às 07:00•3 min de leitura
Há um bom tempo que se sabe que a chamada dieta mediterrânea é altamente benéfica à saúde. Basicamente, esta dieta replica o tipo de alimentação praticado na região banhada pelo mar Mediterrâneo, que compreende o sul da Espanha, o sul da França, Itália e Grécia.
A ciência comprova que os hábitos dessas populações são capazes de trazer resultados incríveis à saúde. A dieta envolve o consumo de frutas e vegetais frescos, grãos integrais, peixes, gorduras saudáveis e até vinho. Além disso, as pessoas desses locais também dormem bem, praticam exercícios e costumam ter uma grande quantidade de sociabilidade em suas vidas.
Compartilhamos 5 benefícios comprovados cientificamente para quem resolve começar a comer como estes europeus.
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Um estudo buscou verificar os efeitos da dieta mediterrânea em populações localizadas fora do seu contexto original. No Reino Unido, por exemplo, um grupo foi acompanhado enquanto adotava as práticas associadas à região mediterrânea, como o alto consumo de vegetais, limitação de sal e açúcar e uma boa quantidade de sono.
Os resultados dessa pesquisa mostraram que o grupo teve um risco de mortalidade 29% menor por causas em geral, e uma probabilidade 28% menor de mortes por câncer, em relação a quem não seguia a dieta.
“Este estudo sugere que é possível que populações não mediterrâneas adotem a dieta usando produtos disponíveis localmente e adotem o estilo de vida mediterrâneo em geral dentro de seus próprios contextos culturais”, afirmou a pesquisadora Mercedes Sotos Prieto, da Universidad Autónoma de Madrid, que é uma das autoras do projeto.
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A hipertensão é um dos problemas de saúde mais associados a mortes por doenças cardiovasculares. Um artigo publicado em 2020 examinou quais seriam os efeitos de uma dieta mediterrânea na pressão arterial, e por fim chegou a uma conclusão incrível: quem aderia estritamente a este tipo de alimentação diminuía em 36% o risco de desenvolver hipertensão.
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A disfunção erétil, presente nos homens, é um problema que costuma ser causado por mudanças no fluxo sanguíneo. Portanto, quem tem hipertensão está duas vezes mais propenso a desenvolver algum tipo de disfunção erétil.
Uma pesquisa feita em 2021 buscou então verificar como a alimentação mediterrânea poderia impactar nesta questão. “Em nosso estudo, o consumo de uma dieta mediterrânea foi associado a uma melhor capacidade de exercício, artérias e fluxo sanguíneo mais saudáveis, níveis mais altos de testosterona e melhor desempenho erétil. Parece plausível que esse padrão alimentar possa melhorar o condicionamento físico e o desempenho erétil, melhorando a função dos vasos sanguíneos e limitando a queda de testosterona que ocorre na meia-idade”, explicou o médico Athanasios Angelis, um dos autores.
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Há muita pesquisa sendo feita em relação à prevenção da demência, que ainda é um problema que atinge muitas pessoas à medida que ficam idosas. Investigadores descobriram que a dieta mediterrânea pode ser um fator ligado à diminuição de risco de desenvolver algum tipo de demência.
"Usando dados de mais de 60 mil participantes, demonstramos que uma maior adesão à dieta está associada a um menor risco de incidente de demência por todas as causas. Os participantes que mais aderiram à alimentação mediterrânea tiveram um risco 23% menor de desenvolver demência em comparação com aqueles com o menor nível de adesão", apontaram os autores do estudo.
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Um estudo feito em 2022 descobriu que grávidas que seguiam uma alimentação mediterrânea tinham menos risco de apresentar pré-eclâmpsia e diabetes gestacional. Essa associação foi ainda mais positiva em mulheres grávidas com mais de 35 anos.
“Este estudo multicêntrico de base populacional valida que um padrão alimentar mais saudável está associado a um menor risco de desfechos adversos da gravidez, sendo o melhor resultado um risco 28% menor de pré-eclâmpsia. É importante ressaltar que essa conexão entre a dieta mediterrânea e o menor risco de resultados adversos da gravidez foi observada em uma população geográfica, racial e etnicamente diversa", afirmou a pesquisadora Natalie Bello, uma das autoras desta pesquisa.