Estilo de vida
11/09/2023 às 11:00•2 min de leitura
O olfato é uma coisa maravilhosa! Um simples cheiro pode desbloquear uma série de memórias, nos fazer relembrar cenas da infância, de pessoas e de momentos especiais. Por outro lado, o olfato também é protagonista em alguns momentos tenebrosos.
Esta ferramenta tão poderosa foi fundamental durante o processo de evolução humana. Apesar de não ser tão desenvolvida quanto em alguns animais, o olfato é importantíssimo para nos fazer evitar ingerir comidas contaminadas. Mas a total confiança nesta ferramenta pode causar sérios riscos para a saúde.
Comidas estragadas nem sempre apresentam mau cheiro. (Fonte: Getty Images)
Quando nos deparamos com alguma comida “duvidosa” é normal realizar o teste do cheiro. É quase instintivo trazê-la para perto do nariz e procurar traços que possam indicar que ela esteja estragada.
E se por um lado isto pode ajudar, já que o olfato humano é capaz de detectar contaminações em alimentos, por outro, confiar apenas no cheiro pode ser um grande risco.
Isto porque uma série de patógenos nocivos à saúde humana não causam nenhum tipo de odor diferenciado. É o caso da Listeria monocytogenes, Salmonella, Campylobacter fetus e Escherichia coli, as bactérias que causam Doenças Transmitidas por Alimentos (DTAs) mais comuns, segundo o Ministério da Saúde. Por vezes, a concentração bacteriana pode não ser o suficiente para causar mau cheiro, mas o suficiente para desencadear doenças.
Outra crença que caiu no gosto popular é a regra dos 5 segundos, que é o hábito de achar que uma comida não chega a ser contaminada se ficar no chão por menos de 5 segundos. Estudos já desmentiram esta ideia, visto que bactérias podem se transferir quase que instantaneamente durante o contato, apesar de existirem evidências que algumas superfícies podem facilitar ou retardar o processo.
Leia também: A "regra dos cinco segundos" funciona mesmo para os alimentos?
Boas práticas de higiene reduzem drasticamente as chances de contaminação. (Fonte: Getty Images)
Algumas medidas podem ser tomadas para diminuir e praticamente anular o risco de contaminações alimentares. O primeiro é adquirir alimentos em estabelecimentos com qualidade atestadas e que sigam as regras de órgãos fiscalizadores.
Segundo o Ministério da Saúde, para alimentos frescos como frutas, verduras e legumes, é importante retirar partes impróprias para o consumo, como folhas estragadas. Depois disso, deve-se realizar a lavagem em água corrente.
Em seguida, pode-se deixar o alimento de molho em água clorada. Para isso, dilua 2 colheres de sopa de água sanitária (sem alvejante ou perfume) em 1 litro de água – se a água sanitária estiver com 1% de hipoclorito de sódio ou de hipoclorito de sódio. Caso a água sanitária tenha na composição 2,5% dos compostos citados, basta uma colher de sopa para um litro de água.
No caso de carnes, é importante não manusear alimentos crus e cozidos com os mesmos instrumentos, para evitar a contaminação cruzada. Além disso, é importante manter as carnes refrigeradas até o momento de seu preparo, pois a maioria das bactérias é eliminada quando os alimentos atingem 75?°C.
Algumas carnes, como músculos de bois, apresentam pouco risco se consumidas mal passadas, desde que seu exterior seja aquecido. Outras, como carnes de aves, de porco e embutidos – incluindo hambúrgueres –, não devem ser consumidas sem que o miolo tenha sido cozido. Estes tipos oferecem maior risco de contaminação por microrganismos e parasitas.