Artes/cultura
13/04/2024 às 19:00•2 min de leituraAtualizado em 13/04/2024 às 19:00
Feche os olhos e imagine o seguinte cenário: você está numa praia com seus amigos curtindo um dia de verão e levanta-se da sua cadeira para dar um mergulho na água. Se nenhuma imagem surgiu na sua mente enquanto você realizava esse exercício, então é bem possível que você tenha algo chamado de "afantasia".
Esse é o nome dado para quando o seu cérebro não forma ou usa imagens mentais como parte dos seus pensamentos — algo que a maioria da população é capaz de fazer. Embora isso não seja considerado uma deficiência ou condição médica, é uma característica atípica que algumas pessoas podem apresentar.
Segundo o que se sabe cientificamente sobre o tema até agora, a afantasia é simplesmente uma diferença na forma como a mente de uma pessoa funciona. Para a maioria dos indivíduos, a imaginação pode assumir muitas formas, e há quem tenha habilidades de imaginação mais forte do que outros.
Logo, ter afantasia é como se a sua mente não considerasse útil criar imagens nos pensamentos, simplesmente porque sua imaginação funciona de outras maneiras. De acordo com especialistas, existem duas formas de afantasia: a congênita e a adquirida.
A primeira delas é quando você nunca foi capaz de criar imagens no seu cérebro durante sua vida inteira. Portanto, as pessoas com afantasia congênita podem simplesmente não saber que não ter imagens mentais é algo incomum. Enquanto isso, a afantasia adquirida se desenvolve mais tarde na vida, ocorrendo quase sempre por conta de uma lesão, doença ou problema de saúde mental.
Estudos disponíveis indicam que a afantasia é um "quadro" bastante incomum, afetando apenas de 2 a 4% das pessoas ao redor do mundo. No entanto, as investigações sobre esse tema ainda são limitadas, principalmente porque muitas dessas pessoas não percebem que pensam de uma forma diferente das demais.
E mesmo assim, nem todas as pessoas que têm afantasia vivenciam ela da mesma maneira. O que muitos não sabem é que existem graus dessa característica, com indivíduos apresentando afantasia total, enquanto outras ainda experimentam breves "flashes" de imagens aleatoriamente ou "enxergam" algumas coisas em seus sonhos.
Além disso, cerca de 15% das pessoas com afantasia só experimentam a característica quando fecham os olhos — "vendo" imagens mentais esporadicamente enquanto estão de olhos abertos. Especialistas suspeitam que isso pode limitar as memórias de certas maneiras, mas novas pesquisas ainda são necessárias para comprovar essa teoria.
Tendo em mente que a afantasia não é uma condição médica ou de saúde mental, ela não precisa de tratamento. Até mesmo casos de afantasia adquirida devido a outra condição que afeta o cérebro não são curáveis ou diretamente tratáveis. Caso você acredite que tem afantasia e que ela está contribuindo para problemas de saúde mental, o recomendado é buscar ajuda médica.