Ciência
05/12/2024 às 15:00•2 min de leituraAtualizado em 05/12/2024 às 15:00
A famosa frase “cachorro morde homem não é notícia” deveria também se aplicar a “gato arranha seu tutor”, mas não foi o que aconteceu em um Kirishi, um distrito da região russa de Leningrado. No dia 22 de novembro, o tutor de um gato fujão chamado Styopka acabou morto depois de ser arranhado várias vezes na perna.
O guardião do bichano, Dmitry Ukhin, de 55 anos, estava acostumado a correr atrás do seu gato todas as noites pelas ruas da vizinhança. Quando o encontrava, sempre o levava para casa, não sem algum tipo de resistência.
Naquela sexta-feira, após cumprir o seu resgate rotineiro, Ukhin ligou para o seu vizinho por volta das 23 horas, pedindo socorro, pois estava sangrando muito, após ter sido arranhado por Styopka. O vizinho correu para ajudar, mas teve que ligar para os serviços de emergência, pois Dmitry tinha problemas de coagulação, devido a uma diabetes. Quando a ambulância chegou, ele já havia morrido.
O jornal local Kosomolskaya Pravda publicou a declaração oficial de um porta-voz da polícia: "Por volta das 23h, um homem ligou para o 112 para relatar que seu amigo estava sangrando na perna devido a uma veia rompida. Os médicos que chegaram apenas confirmaram a morte do homem, sobre a qual a polícia recebeu uma mensagem telefônica".
Segundo o representante, a polícia entendeu, pela averiguações preliminares, que "definitivamente não houve crime lá".
De acordo com o Times of India, o vizinho não identificado que prestou os primeiros socorros a Ukhin, afirmou que a equipe médica demorou muito para chegar, fato também confirmado pela esposa da vítima, que estava fora quando ocorreu o acidente. Ela afirmou que Styopka gostava de andar sozinho, era gentil e inofensivo.
Infelizmente, arranhões de gato podem ser perigosos e, em alguns casos raros, especialmente se associados a complicações (como foi o caso do tutor russo), podem levar à morte.
É o caso, por exemplo, da febre do arranhão de gato, uma condição causada pela bactéria Bartonella henselae, transmitida por arranhões, mordidas ou contato com saliva de gatos infectados. Bichanos costumam ter bactérias nas garras e dentes (como Pasteurella multocida e Staphylococcus), capazes de causar infecções em arranhões.
Finalmente, há o risco de tétano (por Clostridium tetani) se os arranhões forem profundos, e até mesmo septicemia, nos casos extremos, em que as infecções não tratadas podem evoluir para uma infecção generalizada no sangue, potencialmente fatal. E, embora essas fatalidades sejam raríssimas, qualquer tipo de arranhão deve ser tratado adequadamente.