Artes/cultura
21/08/2024 às 14:00•2 min de leituraAtualizado em 21/08/2024 às 14:00
Um estudo recente, publicado na revista Nutrients, sugere que, além de controlar a glicemia, o risco de doenças cardíacas e reduzir a gordura corporal, o vinagre pode também melhorar os sintomas da depressão. Um dos fatores para esse alívio pode ser um incremento no metabolismo da niacina (vitamina B3) em pessoas com peso acima do considerado saudável.
Para chegar a essas conclusões, uma equipe de cientistas liderada pela Universidade Estadual do Arizona (ASU) não só testou os impactos de uma ingestão regular de vinagre, como também avaliou os processos bioquímicos responsáveis pela transformação de nutrientes em energia (atividade metabólica).
Segundo o estudo, a ingestão diária de vinagre durante quatro semanas resultou em um aumento de 86% nos níveis de nicotinamida entre os participantes do estudo. Uma das formas da vitamina B3, o nutriente desempenha um papel fundamental no metabolismo energético celular e está associado a efeitos anti-inflamatórios.
Participaram do teste 28 adultos com sobrepeso, porém saudáveis, com sintomas autorrelatados de depressão. Eles foram divididos em dois grupos: um deles tomava duas colheres de sopa de vinagre de vinho tinto duas vezes ao dia, e o outro, um grupo controle, ingeria apenas uma pílula diária com uma baixa dose de vinagre.
Durante as quatro semanas do experimento, os participantes tinham que responder às perguntas de duas pesquisas padrão de saúde mental: o Centro de Estudos Epidemiológicos de Depressão (CES-D) e o Questionário de Saúde do Paciente (PHQ-9).
No CES-D, mais comum em pesquisas e estudos populacionais, não houve diferença relevante entre os grupos. Já no PH9-Q, uma ferramenta de triagem específica para a depressão, foi observada uma queda média de 42% nos sintomas depressivos para o grupo com alto nível de vinagre, em comparação com o grupo que ingeriu só uma pílula de vinagre por dia.
Na sua justificativa para a realização do estudo, os autores afirmam que "os transtornos depressivos são as condições de saúde mental mais prevalentes e onerosas do mundo". Um dado preocupante desse transtorno é que indivíduos com a doença "são pessimistas sobre a eficácia do tratamento para comorbidades e têm piores resultados de tratamento", diz o estudo.
Como há hoje um consenso de que a depressão varia muito entre os indivíduos, disponibilizar novos tipos de abordagem terapêutica pode ser fundamental para o tratamento.
Por isso, "pesquisas futuras examinando os efeitos da administração de vinagre em populações clinicamente deprimidas ou em risco, e aquelas em uso de medicamentos antidepressivos, são necessárias", conclui o estudo.