
Ciência
31/07/2012 às 15:11•2 min de leitura
Fonte: Thinkstock
Embora as diabéticas apresentem o mesmo interesse e desejo de ter relações sexuais do que mulheres saudáveis, as que sofrem com a doença têm tendência a relatar insatisfação sexual, é o que afirma um estudo realizado na Universidade da Califórnia (nos Estados Unidos) e publicado neste mês no periódico online Journal Obstetrics and Gynecology. Ainda, os pesquisadores identificaram que as voluntárias que recebiam tratamento com insulina tinham mais riscos de apresentar complicação com a lubrificação e o orgasmo.
Estudos que relacionam a diabetes ao desempenho sexual vêm sendo amplamente desenvolvidos com relação aos homens. Segundo a nota divulgada no site da Universidade da Califórnia (UCSF), já foi comprovado que a doença é um fator de risco e pode desencadear disfunção erétil no público masculino. No entanto, até o momento não havia sido sondado quais seriam os possíveis efeitos na saúde das mulheres.
Sendo assim, Alison Huang – pesquisadora do Women’s Health Clinical Research Center na UCSF e coordenadora do estudo – e sua equipe analisaram a ligação entre a diabetes e a função sexual em grupos etnicamente diversos formados por mulheres a partir da meia idade.
O grupo de pesquisadores informa que a diabetes tem o poder de afetar o desempenho sexual nas mulheres através de diferentes mecanismos. Entre eles estão a alteração vascular na região urogenital, o que acaba dificultando a lubrificação e diminuindo a sensibilidade local. Ainda foi possível notar que medicações administradas por essas pacientes ou quaisquer outras intervenções que elas sofram visando tratar a doença também podem desencadear mudanças e afetar a sexualidade.
Fonte: Thinkstock
Para chegar a esses resultados os pesquisadores enviaram questionários a 2.270 mulheres com idade entre 40 e 80 anos que eram diabéticas em tratamento com insulina, diabéticas com tratamento sem insulina e mulheres saudáveis. Em seguida, foram comparadas as afirmações das participantes quanto ao desejo sexual, frequência da atividade, satisfação geral e problemas sexuais específicos – como dificuldades com a lubrificação, orgasmo ou dor.
Entre as mulheres saudáveis que declararam baixa satisfação sexual, o número era duas vezes maior quando se tratava de diabéticas que recebiam tratamento com insulina e 40% mais alto entre as diabéticas que usavam outros tipos de tratamento. Com relação ao desejo ou à frequência sexual, os três grupos não apresentaram diferenças significativas.
Atualmente, a diabetes é uma doença crônica bastante comum nos Estados Unidos. De acordo com o American Diabetes Association, 10,8% das mulheres a partir de 20 anos sofrem da doença.
Esse estudo foi fomentado pelo National Institute of Diabetes and Digestive and Kidney Diseases, nos Estados Unidos. A pesquisadora Alison Huang também recebeu o apoio do National Institute in Aging e da American Federation for Aging Research.