Imagem de Nova coleção de mapas mostra que nem todos os rios correm para o mar no megacurioso

Ao criar mapas artísticos belos e precisos, a empresa Grasshopper Geography contraria um provérbio popular sobre o destino dos mares 

Empresa familiar localizada na cidade de Szeged, na Hungria, a <a href="http://www.grasshoppergeography.com/" target="_blank" rel="sponsored">Grasshopper Geography</a> encantou o mundo com <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/127815-thelibrarymap-a-ferramenta-que-ajuda-usuarios-a-encontrar-recomendacoes-de-livros.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">seus mapas &ldquo;agrad&aacute;veis &agrave; vista, mas tamb&eacute;m cientificamente precisos&rdquo;</a>, estampa o site oficial. &nbsp;Depois do sucesso de um atlas das bacias hidrogr&aacute;ficas da Terra, o artista Robert Szucs, fundador da empresa,&nbsp;lan&ccedil;ou recentemente uma cole&ccedil;&atilde;o dos rios do mundo divididos em bacias de drenagem oce&acirc;nica.&nbsp;
&ldquo;Nunca encontrei um mapa global de rios que mostrasse em que oceano todos eles v&atilde;o parar e decidi h&aacute; anos que faria um sozinho. Este projeto est&aacute; em andamento h&aacute; meses&rdquo;, disse Szucs, que &eacute; cart&oacute;grafo digital e analista de GIS (Sistema de Informa&ccedil;&otilde;es Geogr&aacute;ficas), em um comunicado enviado ao site IFLScience.
Mantendo sua tradi&ccedil;&atilde;o de designs de mapas com fins decorativos e educacionais, os novos trabalhos oferecem, al&eacute;m da beleza apreciada pelos amantes da natureza, diversas an&aacute;lises individuais de pa&iacute;ses onde a drenagem dos rios n&atilde;o &eacute; t&atilde;o simples quanto o prov&eacute;rbio &ldquo;todos os rios correm para o mar&rdquo;. N&atilde;o correm, diz o novo atlas da Grasshopper.
<h2>Como s&atilde;o os mapas de bacias de drenagem oce&acirc;nica?</h2>
<img src="https://img.ibxk.com.br/2023/11/23/23230725257162.jpg" alt="(Fonte: Grasshopper Geography)" />(Fonte: Grasshopper Geography)
De acordo com o site, as Bacias de Drenagem Oce&acirc;nica constituem "<a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/127624-explorando-raizes-descubra-os-povos-originarios-de-sua-regiao-no-mundo-todo.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">o primeiro mapa do mundo em alta resolu&ccedil;&atilde;o e cientificamente preciso</a> que mostra todos os riachos e rios permanentes e tempor&aacute;rios, codificados por cores de acordo com o oceano em que v&atilde;o parar".&nbsp;
Para o artista Robert Szucs, cujo apelido em h&uacute;ngaro, &ldquo;Sz&ouml;cske&rdquo; (gafanhoto em portugu&ecirc;s), deu nome &agrave; empresa, seus mapas s&atilde;o "&oacute;timos iniciadores de conversas" e perfeitos para compartilhamento nas redes sociais.
<h2>Quais s&atilde;o os rios que n&atilde;o correm para o mar?</h2>
<img src="https://img.ibxk.com.br/2023/11/23/23223910501159.jpg" alt="(Fonte: Grasshopper Geography)" />(Fonte: Grasshopper Geography)
<a href="https://www.megacurioso.com.br/terra/43276-por-que-a-agua-do-mar-e-salgada-enquanto-que-a-dos-rios-e-lagos-e-doce.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Um exemplo de rios que n&atilde;o correm para o mar</a> pode ser encontrado no mapa dos EUA. Como pode ser visto pelas cores vibrantes, o pa&iacute;s tem rios que desaguam nos oceanos Pac&iacute;fico, Atl&acirc;ntico e &Aacute;rtico. No entanto, h&aacute; uma regi&atilde;o em branco, chamada de Grande Bacia, que &eacute; endorreica, ou seja, uma bacia hidrogr&aacute;fica na qual a &aacute;gua dos rios flui para o interior, e se acumula em lagos e p&acirc;ntanos, ou se perde por evapora&ccedil;&atilde;o e infiltra&ccedil;&atilde;o no solo.&nbsp;
As bacias endorreicas s&atilde;o exemplos de conjuntos de rios que n&atilde;o fluem para o mar ou oceano, mas ficam contidos dentro de uma &aacute;rea geogr&aacute;fica limitada. Nessas regi&otilde;es, toda a rede fluvial se encontra completamente isolada da rede oce&acirc;nica mundial.&nbsp;
Uma das maiores bacias endorreicas do mundo pode ser vista em branco no mapa-m&uacute;ndi elaborado por Szucs, abrangendo partes da &Aacute;sia Ocidental e Central. Isso ocorre porque o mar C&aacute;spio drena muita &aacute;gua do rio Volga, o maior da Europa, al&eacute;m de outras bacias hidrogr&aacute;ficas. E, antes que algu&eacute;m fa&ccedil;a uma obje&ccedil;&atilde;o: n&atilde;o, o C&aacute;spio n&atilde;o &eacute; um mar de verdade. Ele &eacute; o maior corpo de &aacute;gua fechado do mundo, mas &eacute; um lago de &aacute;gua salgada.

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Nova coleção de mapas mostra que nem todos os rios correm para o mar

Imagem de 4 produtos valiosos exportados pela Índia ao longo da história no megacurioso

Rotas de comércio mundial, surgidas séculos atrás, evidenciaram o interesse que a Índia atraía por seus produtos exclusivos

<head></head><body>Passando das especiarias — como a pimenta, gengibre e o cravo-da-índia — aos artigos de luxo, desde as eras mais antigas, a Índia conquistou mercados consumidores ao redor do mundo por possuir produtos de alta qualidade e matérias-primas exclusivas, que dificilmente eram encontrados em outro local.Com essa combinação tão competitiva, todos os itens exportados eram dotados de grande valor agregado — algo que permanece sendo válido mesmo nos dias atuais, embora os motivos para isso sejam variados.<h2>1. Açafrão</h2><img src="https://img.ibxk.com.br/2023/11/22/22144011657077.jpg" alt="(Fonte: Getty Images/Reprodução)">(Fonte: Getty Images/Reprodução)O açafrão é um tempero que comumente aparece indicado nas receitas, mas nem sempre nos damos conta do valor que possui: considerado um corante natural, ele possui propriedades anti-inflamatórias, sendo usado até mesmo como medicamento ao longo da história.O seu processo de obtenção dá uma amostra do porquê ele é tão valioso: extraído a partir da Crocus sativus, que produz apenas três fios bastante delicados colhidos manualmente, é necessário reunir uma quantidade gigantesca deles para produzir meras 50 gramas de açafrão.Ainda vale lembrar que a flor do açafrão floresce apenas durante algumas semanas durante o ano. No final das contas, como o <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/124397-5-drogas-recreativas-comumente-usadas-na-antiguidade.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">açafrão</a> é bastante caro, muitas vezes versões adulteradas e misturas dele são comercializadas.<h2>2. Jasmim</h2><img src="https://img.ibxk.com.br/2023/11/22/22145554415085.jpg" alt="(Fonte: Getty Images/Reprodução)">(Fonte: Getty Images/Reprodução)Produzido numa antiga cidade chamada Madurai, o jasmim branco ganhou não só fama como se tornou um dos aromas mais caros do mundo. Ele é um dos ingredientes principais dos <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/117257-10-perfumes-com-aromas-totalmente-inusitados.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">perfumes</a> mais famosos e movimenta a indústria do luxo.Porém, por se tratar de um perfume que não dura muito, ele é colhido a partir de botões ainda fechados, embora já desenvolvidos, antes do sol nascer — o que exige o trabalho manual de um número massivo de pessoas. Para obter o óleo de jasmim, por sua vez, as flores selecionadas passam por um processo de tratamento cuidadoso.Pode parecer exagero, mas semelhante ao que ocorre com o açafrão, para produzir um quilo de jasmim, é necessário contar com mais de mil quilos de flores. E essa mesma quantidade de óleo de jasmim é comercializada no mercado internacional por mais de cinco mil dólares.<h2>3. Caxemira</h2><img src="https://img.ibxk.com.br/2023/11/22/22150819177094.jpg" alt="(Fonte: Getty Images/Reprodução)">(Fonte: Getty Images/Reprodução)A caxemira se consolidou como um tecido de grande prestígio, já que era usado entre as camadas mais altas da sociedade e era tido como símbolo de poder e elegância. Sua fibra é produzida a partir de fios de cabras.Mas a aparência desse tecido não era a única coisa que agradava ao público, já que a caxemira também era a escolha ideal para se proteger de temperaturas mais extremas, tanto no calor quanto no frio, além de oferecer uma sensação bastante agradável.Usada durante a <a href="https://www.megacurioso.com.br/educacao/120995-conheca-6-leis-ridiculas-da-idade-media.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Idade Média</a> e mesmo na atualidade, a caxemira permanece com demanda em alta e, por se tratar de um material exclusivo, figura como o tecido natural mais caro do mundo.<h2>4. Pedras preciosas</h2><img src="https://img.ibxk.com.br/2023/11/22/22205633461300.jpg" alt="(Fonte: Getty Images/Reprodução)">(Fonte: Getty Images/Reprodução)As joias, por sua vez, também foram um poderoso fator atrativo para movimentar rotas de <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/126876-evidencia-mais-antiga-de-curry-fora-da-india-e-descoberta-por-arqueologos.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">comércio mundial</a>, passando da Europa ao Oriente Médio, e do restante da própria Ásia com destino a Índia. Por lá, safira, esmeralda, topázio estavam entre as pedras preciosas lapidadas que eram visadas.Inclusive, o interesse sobre as gemas coloridas lapidadas, é expressivo. Atualmente, Jaipur, cidade localizada na porção noroeste da Índia, responde por um valor significativo desse tipo de comércio e ganhou fama como a "capital mundial das pedras coloridas".</body>

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4 produtos valiosos exportados pela Índia ao longo da história

Imagem de Por que os museus europeus estão devolvendo as artes que roubaram? no megacurioso

O movimento resulta em um impacto histórico essencial na informação das pessoas sobre o que, de fato, aconteceu

Dados do Condor Ferries&nbsp;indicam que em m&eacute;dia 30 milh&otilde;es de turistas visitam Londres, no Reino Unido, todos os anos, sendo que aproximadamente 6 milh&otilde;es delas t&ecirc;m como parada tur&iacute;stica obrigat&oacute;ria o famoso Museu Brit&acirc;nico.
Considerado uma das atra&ccedil;&otilde;es mais populares da cidade, o museu p&uacute;blico mais antigo do mundo, fundado em 1753, possui um acervo de 13 milh&otilde;es de pe&ccedil;as, com 70 mil em exposi&ccedil;&atilde;o. L&aacute;, &eacute; poss&iacute;vel encontrar a historicamente famosa cole&ccedil;&atilde;o eg&iacute;pcia de m&uacute;mias, a Pedra de Roseta, a Cole&ccedil;&atilde;o Grega e Romana, contendo o vaso Portland e as controversas Esculturas do Partenon.
Tamb&eacute;m complementam o acervo as cole&ccedil;&otilde;es asi&aacute;ticas, com muitas obras de arte hindus e budistas, cer&acirc;mica chinesa e xilogravuras japonesas, bem como os mundialmente famosos relevos ass&iacute;rios de N&iacute;nive e dois touros de cabe&ccedil;a humana do s&eacute;culo VII a.C. de Khorsabad. Sem falar no que guarda a Cole&ccedil;&atilde;o Africana, com os famosos Bronzes do Benin, subtra&iacute;do pelos brit&acirc;nicos em meados de 1897.
<img src="https://img.ibxk.com.br/2023/11/21/21111430240129.jpg" alt="(Fonte: Chris Ware/Keystone Features/Hulton Archive/Getty Images)" />(Fonte: Chris Ware/Keystone Features/Hulton Archive/Getty Images)
Mais recentemente, em outubro de 2021, o Jesus College, de Cambridge, devolveu uma escultura de bronze de um galo &agrave; Nig&eacute;ria, tornando-se a primeira institui&ccedil;&atilde;o do Reino Unido a devolver um dos famosos bronzes do Benin, ex-col&ocirc;nia francesa que faz fronteira com a Nig&eacute;ria. A Universidade de Aberdeen, na Esc&oacute;cia, seguiu o movimento e entregou um bronze da cabe&ccedil;a de um rei africano.
O Museu Quai Branly, em Paris, devolveu 26 artefatos ao Benin, de onde foram roubados em 1892. E isso foi apenas parte do esfor&ccedil;o de ativistas e autoridades de pa&iacute;ses colonizados pelos europeus para reaver seu patrim&ocirc;nio hist&oacute;rico. Mas por que os museus europeus devem devolver a arte e objetos roubados?
<h2>Reparando a hist&oacute;ria</h2>
<img src="https://img.ibxk.com.br/2023/11/21/21111506171130.jpg" alt="(Fonte: Leon Neal/Getty Images)" />(Fonte: Leon Neal/Getty Images)
Arte e artefatos roubados nos impedem de entender como a coloniza&ccedil;&atilde;o afetou de maneira profunda algumas na&ccedil;&otilde;es, porque muitos pa&iacute;ses ainda n&atilde;o reconheceram o mal feito durante esse per&iacute;odo. E estamos falando desde quando os antigos romanos depenaram a cidade etrusca de Veios durante sua primeira conquista, em 396 a.C., at&eacute; quando as tropas brit&acirc;nicas levaram obras de arte da &Aacute;frica no final do s&eacute;culo XIX.
Recentemente, v&aacute;rios museus e institui&ccedil;&otilde;es culturais no Ocidente t&ecirc;m unido esfor&ccedil;os para devolver esses artefatos roubados como forma de reparar historicamente parte do dano cometido pelo colonialismo. Afinal, esses objetos, muitas vezes retirados violentamente de seu local de origem, enriquecem seus antigos ladr&otilde;es com uma glamuriza&ccedil;&atilde;o e falsa vers&atilde;o da hist&oacute;ria ao serem exibidos em institui&ccedil;&otilde;es renomadas.
Partiu da Fran&ccedil;a grande parte desse esfor&ccedil;o para acertar as contas da Europa com os pa&iacute;ses ent&atilde;o colonizados. Em 2017, o presidente Emmanuel Macron fez um discurso hist&oacute;rico na Universidade de Ouagadougou, em Burina Faso, na &Aacute;frica Ocidental, dizendo que a heran&ccedil;a africana n&atilde;o pode existir apenas em cole&ccedil;&otilde;es privadas e em museus europeus. Al&eacute;m de ser mostrada em Paris, tamb&eacute;m precisa estar em Dacar, Lagos e Cotonou.&nbsp;
&ldquo;Dentro de cinco anos, quero que existam condi&ccedil;&otilde;es para o regresso tempor&aacute;rio ou permanente da heran&ccedil;a africana na &Aacute;frica. Essa ser&aacute; uma das minhas prioridades&rdquo;, declarou o pol&iacute;tico franc&ecirc;s.
<img src="https://img.ibxk.com.br/2023/11/21/21111648539132.jpg" alt="(Fonte: Dan Kitwood/Getty Images)" />(Fonte: Dan Kitwood/Getty Images)
Para os cr&iacute;ticos e curadores, devolver o patrim&ocirc;nio cultural &eacute; apenas parte da repara&ccedil;&atilde;o hist&oacute;rica que os europeus precisam fazer, uma vez que as cole&ccedil;&otilde;es foram roubadas dos pa&iacute;ses invadidos e colonizados. Tamb&eacute;m &eacute; preciso que a hist&oacute;ria de como esses objetos chegaram ali seja contada aos visitantes de maneira honesta.
Desfazer o conceito de confiar no lado vencedor da guerra nunca se fez t&atilde;o necess&aacute;rio. Um bom exemplo disso &eacute; que as for&ccedil;as brit&acirc;nicas dizimaram a resist&ecirc;ncia das tribos &agrave; anexa&ccedil;&atilde;o do Chibok, na Nig&eacute;ria, em 1907, e as flechas lan&ccedil;adas pelos nativos foram enviadas para o Museu Brit&acirc;nico, onde a curadoria n&atilde;o mencionou o motivo de serem t&atilde;o importantes. Elas foram apenas categorizadas como "patrim&ocirc;nio hist&oacute;rico das tribos selvagens do Chibok".
A administra&ccedil;&atilde;o dos museus ocidentais tamb&eacute;m &eacute; acusada de participar de uma esp&eacute;cie de abuso de poder. A diretora da Open Society Initiative for West Africa (OSIWA), Ayisha Osori disse que os museus foram dispositivos que ajudaram a moldar o colonialismo, as hist&oacute;rias de conquistas e a legitima&ccedil;&atilde;o delas.
<h2>Narrativa de resgate</h2>
<img src="https://img.ibxk.com.br/2023/11/21/21111805606133.jpg" alt="(Fonte: Getty Images)" />(Fonte: Getty Images)
Em se&ccedil;&atilde;o de coment&aacute;rios de ve&iacute;culos de imprensa na internet, existe quase um consenso de que o patrim&ocirc;nio cultural de muitos pa&iacute;ses colonizados deve ser mantido sob tutela dos museus europeus devido &agrave; cren&ccedil;a predominante de que o melhor lugar para ele &eacute; nessas institui&ccedil;&otilde;es.
No entanto, essa ideia faz parte da longa &ldquo;narrativa de resgate&rdquo; pregada, inclusive, pelos pr&oacute;prios europeus, que acreditam que t&ecirc;m os recursos financeiros, a tecnologia e o conhecimento necess&aacute;rio para conservar da melhor maneira poss&iacute;vel os objetos roubados. &Eacute; discutido pelos cr&iacute;ticos que isso n&atilde;o &eacute; necessariamente verdade.
&ldquo;Se olharmos para algumas cat&aacute;strofes recentes, por exemplo, que Notre Dame, em Paris, queimou devido a um acidente, vemos que o Ocidente n&atilde;o &eacute; perfeito de forma alguma&rdquo;, disse Patty Gerstenblith, diretora do Centro de Arte, Museu e Direito do Patrim&ocirc;nio Cultural da Universidade DePaul, em Chicago, &agrave; CBC.
<img src="https://img.ibxk.com.br/2023/11/21/21111845294134.jpg" alt="Notre Dame em chamas. (Fonte: Veronique de Viguerie/Getty Images)" />Notre Dame em chamas. (Fonte: Veronique de Viguerie/Getty Images)
Nesse caso, a especialista ainda pontua que outros desastres e acidentes tamb&eacute;m danificaram cole&ccedil;&otilde;es de v&aacute;rios tipos nos &uacute;ltimos anos, e que isso deve se tornar algo cada vez mais recorrente com as mudan&ccedil;as clim&aacute;ticas. Enquanto isso, os defensores da narrativa de resgate sustentam que os artefatos devem permanecer na Europa porque seus pa&iacute;ses de origem s&atilde;o mais propensos a conflitos armados e viol&ecirc;ncia, sendo que, em muitos casos, essa viol&ecirc;ncia foi infligida a essas partes pelas pot&ecirc;ncias ocidentais.
&ldquo;Voc&ecirc; pode dizer que as coisas nos museus do Iraque foram saqueadas em 2003, mas isso foi precipitado por uma invas&atilde;o liderada pelos EUA&rdquo;, disse ela. "&Eacute; criando essa situa&ccedil;&atilde;o econ&ocirc;mica em que as pessoas recorrem ao saque como forma de ganhar a vida. Portanto, n&atilde;o faz sentido culp&aacute;-los e dizer: 'Ah, essas partes do mundo sempre foram sujeitas a isso', enquanto nem mesmo a Europa n&atilde;o est&aacute; isenta desse tipo de conflito armado e viol&ecirc;ncia."

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Por que os museus europeus estão devolvendo as artes que roubaram?

Imagem de 5 inovações surpreendentes criadas pelo Império Inca no megacurioso

Historicamente, os incas são conhecidos por terem sido uma sociedade bastante avançada para a sua época

O <a href="https://www.megacurioso.com.br/historia-e-geografia/102376-imperio-inca-criancas-eram-afundadas-em-rio-gelado-para-pararem-de-chorar.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Imp&eacute;rio Inca</a> prosperou na regi&atilde;o andina da Am&eacute;rica do Sul durante s&eacute;culos, ap&oacute;s ter surgido em algum momento do s&eacute;culo XIII. No auge do seu reinado, entre 1300 e 1500, seu territ&oacute;rio continha grande parte dos atuais Peru, Chile, Bol&iacute;via e Equador. Mas isso n&atilde;o era a &uacute;nica coisa impressionante: os incas eram uma sociedade bastante avan&ccedil;ada.
Embora boa parte da inova&ccedil;&atilde;o do mundo antigo tenha vindo da Europa, do Oriente M&eacute;dio e do Extremo Oriente, o povo inca provou que as popula&ccedil;&otilde;es americanas tamb&eacute;m eram desenvolvidas. Veja s&oacute; essa lista com cinco inova&ccedil;&otilde;es surpreendentes criadas por esse povo!
Leia tamb&eacute;m:&nbsp;<a href="https://www.megacurioso.com.br/educacao/125157-10-invencoes-indigenas-das-americas-que-ainda-usamos.htm" target="_blank" rel="sponsored">10 inven&ccedil;&otilde;es ind&iacute;genas das Am&eacute;ricas que ainda usamos</a>
<h2>1. Machu Picchu</h2>
<img src="https://img.ibxk.com.br/2023/11/21/21174811810367.jpg" alt="(Fonte: Getty Images)" />(Fonte: Getty Images)
A cidade de Machu Picchu &eacute; provavelmente uma das constru&ccedil;&otilde;es mais ic&ocirc;nicas dos incas. Localizada no alto da Cordilheira dos Andes, ela foi constru&iacute;da no s&eacute;culo XV e deveria servir como propriedade real para os imperadores daquele povo. Hoje, no entanto, o local permanece como um s&iacute;tio arqueol&oacute;gico mundial de grande renome &mdash; recebendo milhares de visitantes todos os anos.
Por&eacute;m, isso n&atilde;o &eacute; tudo. A regi&atilde;o onde <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/118367-machu-picchu-5-fatos-incriveis-sobre-a-cidade-peruana.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Machu Picchu</a> foi constru&iacute;da recebe, em m&eacute;dia, 203 cent&iacute;metros de chuva todos os anos. E como est&aacute; localizada em encostas &iacute;ngremes, os deslizamentos de terra tornaram tudo na regi&atilde;o mais dif&iacute;cil. Os incas, por sua vez, aproveitaram esse fen&ocirc;meno para criar uma s&eacute;rie de paredes que filtrava essa &aacute;gua e a convertia em uma fonte sustent&aacute;vel de &aacute;gua pot&aacute;vel.&nbsp;
<h2>2. Agricultura em colinas</h2>
<img src="https://img.ibxk.com.br/2023/11/21/21174833227369.jpg" alt="(Fonte: Getty Images)" />(Fonte: Getty Images)
Como os incas viviam em planaltos montanhosos t&atilde;o altos, eles precisavam ser criativos na forma como abordavam a agricultura e a produ&ccedil;&atilde;o de alimentos. Por n&atilde;o terem vastas extens&otilde;es de terra plana para plantio, eles tiveram que trabalhar com colinas altas, penhascos escarpados e estepes &iacute;ngremes. Para isso, eles desenvolveram a <a href="https://www.megacurioso.com.br/saude-bem-estar/127722-proxima-pandemia-deve-acontecer-no-setor-da-agricultura.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">agricultura</a> em socalcos.
Isso significa que esse povo usou pedras e outros blocos artificiais para criar plataformas escalonadas que corriam em an&eacute;is ao longo das encostas &mdash; basicamente emulando plan&iacute;cies nas colinas. Dessa forma, os incas conseguiram sustentar a sua civiliza&ccedil;&atilde;o durante s&eacute;culos.
<h2>3. Pontes suspensas</h2>
<img src="https://img.ibxk.com.br/2023/11/21/21174856644370.jpg" alt="(Fonte: Getty Images)" />(Fonte: Getty Images)
Como o Imp&eacute;rio Inca estava estabelecido t&atilde;o alto nos Andes, era dif&iacute;cil atravessar grandes dist&acirc;ncias. Ent&atilde;o, em vez de apenas se contentar em subir lentamente as encostas ou desc&ecirc;-las para chegar aos lugares, eles tiveram uma ideia: desenvolver pontes suspensas extraordinariamente avan&ccedil;adas.
Chamadas de &ldquo;Q'eswachaka&rdquo;, essas constru&ccedil;&otilde;es eram feitas de grama e fibras fortemente interligadas. Quando esses materiais eram entrela&ccedil;ados, eles permitiam que a ponte suportasse uma quantidade consider&aacute;vel de peso. Assim, as pessoas conseguiam cruz&aacute;-la com regularidade sem maiores problemas. Isso facilitou o com&eacute;rcio, o transporte eficiente e uma log&iacute;stica melhorada para todos.
<h2>4. Ferramentas astrol&oacute;gicas</h2>
<img src="https://img.ibxk.com.br/2023/11/21/21174925665374.jpg" alt="(Fonte: Getty Images)" />(Fonte: Getty Images)
Os incas acreditavam que todo o universo estava conectado pelo Sistema Solar. O Sol e a Lua eram considerados deuses por aquele povo, como acontecia em muitas culturas ao redor do mundo. Contudo, al&eacute;m dos aspectos religiosos, os incas tinham marcadores de tempo surpreendentemente complexos envolvendo as estrelas, os planetas e a Lua.
Atrav&eacute;s do &acirc;ngulo do Sol atingindo estruturas de pedra em um local espec&iacute;fico, eles sabiam quando era a hora certa de come&ccedil;ar a plantar ou colher alimentos. Ao longo dos anos, diversas ferramentas astron&ocirc;micas ajudaram esse povo a se localizar. Logo, mesmo que eles n&atilde;o tivessem calend&aacute;rios ou rel&oacute;gios como conhecemos, eles sabiam exatamente que horas eram.
<h2>5. Corredores incas</h2>
<img src="https://img.ibxk.com.br/2023/11/21/21174958065379.jpg" alt="(Fonte: Getty Images)" />(Fonte: Getty Images)
Sem a energia motorizada de ve&iacute;culos para ajudar no transporte de mercadorias, os incas precisavam de for&ccedil;a humana para fazer o trabalho. Nesse sentido, os chasquis eram as pessoas certas. Esse era o nome dado para jovens altamente treinados e extremamente aptos que serviam como corredores entre comunidades incas de dif&iacute;cil acesso.
Os chasquis cruzavam v&aacute;rias pontes suspensas, subiam e desciam por trilhas montanhosas &aacute;rduas e por afloramentos rochosos. Quando atingiam seu limite f&iacute;sico, passavam a mensagem para o pr&oacute;ximo chasqui, que continuava a jornada o mais r&aacute;pido poss&iacute;vel. Portanto, voc&ecirc; meio que pode agradecer aos incas pelo sistema de correios eficaz que voc&ecirc; conhece atualmente.

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5 inovações surpreendentes criadas pelo Império Inca

Imagem de 4 conflitos históricos que tiveram inícios bem inesperados no megacurioso

Tudo estava bem, ou pelo menos parecia estar, até que um acontecimento desencadeou o caos; confira casos assim pela história

<head></head><body>Ao observar as guerras que estão se desdobrando na atualidade, é possível reparar que as tensões entre países se agravam por razões que geralmente se relacionam à luta por poder, território e recursos.No entanto, nem sempre isso é nítido, já que, ao menos num primeiro momento, os motivos podem parecer inofensivos, ou mesmo serem apenas fruto de combinações moldadas pelo acaso.<h2>1. Era da anarquia</h2><span class="img-fc" data-fonte="&nbsp;Wikimedia&nbsp;" data-fonte-url="https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/b/b3/The_Triumph_of_Death_by_Pieter_Bruegel_the_Elder.jpg/800px-The_Triumph_of_Death_by_Pieter_Bruegel_the_Elder.jpg"><img src="https://img.ibxk.com.br/2023/11/16/16014141615138.jpg" alt="(Fonte: Wikimedia Commons)">(Fonte: Wikimedia Commons)Um exemplo disso pode ser observado quando a morte de Guilherme Adelino, filho do rei Henrique I da Inglaterra, deu origem a tensões políticas em 1120. Tudo isso porque ele era o único filho legítimo, e, portanto, herdeiro ao trono.A princípio, a intenção de Henrique era que sua filha Matilda ocupasse o posto, mas seu sobrinho Estêvão de Blois, em oposição a esse plano, conseguiu apoio da corte para ser coroado após a morte do rei, no ano de 1135. Reviravoltas ocorreram e Matilda até conseguiu a coroa após capturar Estêvão por um curto período, mas ele acabou retornando ao poder, embora bastante enfraquecido.Como consequência dessa instabilidade, a <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/127412-5-fatos-sobre-a-monarquia-britanica-que-parecem-mentira.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Inglaterra</a> ficou quase duas décadas mergulhada numa guerra civil que ficou conhecida como "a anarquia" — e vale dizer, ela inspirou a famosa série House of the Dragon. No final das contas, Estevão concordou que o filho de Matilda fosse designado ao trono, o que ocorreu em 1153.<h2>2. Revolta de Nika</h2><img src="https://img.ibxk.com.br/2023/11/16/16011812449132.jpg" alt="(Fonte: Getty Images)">(Fonte: Getty Images)Durante o Império Bizantino, uma corrida no Hipódromo de Constantinopla também desencadeou um grande conflito. O cavalo do Imperador Justiniano foi considerado vencedor sobre o cavalo Nice, escolhido pela população. Em meio ao descontentamento generalizado, dada a desigualdade e a pobreza, e somada à tentativa da oposição de derrubar o governo, a Revolta de Nika foi ganhando maiores contornos em 532 d.C.<a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/122440-a-peste-bubonica-criou-a-maior-disputa-cientifica-da-historia.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Justiniano</a> cogitou fugir, mas aconselhado por Teodora, sua esposa, ele ordenou que a revolta fosse duramente reprimida. Vale lembrar que nesse caos todo, mais de 30 mil pessoas morreram.<h2>3. Estopim da Primeira Guerra Mundial</h2><img src="https://img.ibxk.com.br/2023/11/16/16011640518130.jpg" alt="(Fonte: Henry Guttmann Collection/Hulton Archive/Getty Images)">(Fonte: Henry Guttmann Collection/Hulton Archive/Getty Images)Se pararmos para pensar, a Primeira Guerra Mundial também teve como ponto de partida um evento trágico e que ganhou maiores proporções rapidamente. Numa visão geral, as tensões dentro da Europa eram grandes naquele período, sendo motivadas por disputas territoriais, pelo avanço do nacionalismo, e muito mais.<ul><li>Leia também: <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/117623-conheca-a-historia-da-primeira-guerra-mundial.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Conheça a história da Primeira Guerra Mundial</a></li></ul>Mas, nos livros de história, o registro é que a morte do arquiduque <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/117623-conheca-a-historia-da-primeira-guerra-mundial.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Francisco Ferdinando</a> foi o que acabou sendo relacionada ao estopim para a Primeira Guerra Mundial. O herdeiro do império austro-húngaro foi assassinado por um nacionalista sérvio, e a crise política acabou se espalhando para muito além da península balcânica. A partir desse episódio, as alianças firmadas entre os países deram forma a um dos conflitos mais violentos da história.<h2>4. Massacre de São Bartolomeu</h2><img src="https://img.ibxk.com.br/2023/11/16/16011607676129.jpg" alt="(Fonte: Getty Images)">(Fonte: Getty Images)Em meio ao avanço do Calvinismo, a Igreja Católica temia perder espaço, e um incidente, ainda que não tenha sido orquestrado pela instituição, refletiu essa divisão religiosa. Dessa forma, o que parecia ser um dia de comemorações, tornou-se uma noite sangrenta.O pano de fundo era o casamento real de 18 de agosto de 1572, celebrado entre a filha de Catarina de Médici, Margarida de Valois, e Henrique de Bourbon, líder dos huguenotes. Em teoria, o evento deveria aproximar católicos e huguenotes protestantes ao selar um acordo entre os lados. Mas, no dia 22, um atentado malsucedido desencadeou um massacre.Acredita-se que Catarina, antiprotestante, teria ordenado o ataque se aproveitando que muitos calvinistas estavam presentes, incluindo os líderes. Havia uma lista de pessoas a serem executadas a princípio, mas a violência ocorreu de forma indiscriminada. O número de mortos girou entre 20 e 50 mil pessoas, e como consequência direta do Massacre de São Bartolomeu, o calvinismo quase desapareceu da França.</body>

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4 conflitos históricos que tiveram inícios bem inesperados

Imagem de Gabinetes de Curiosidades: conheça os salões privados que antecederam os museus modernos no megacurioso

Esses lugares fantásticos moldaram como percebemos e compartilhamos o conhecimento

Nos s&eacute;culos XVI e XVII, uma express&atilde;o singular de paix&atilde;o pelo conhecimento tomou forma na <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/126880-europa-perdida-5-cidades-antigas-que-sao-um-misterio.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Europa</a>: os gabinetes de curiosidades. Comerciantes, aristocratas e estudiosos criavam esses espa&ccedil;os repletos de itens curiosos e raros, indo al&eacute;m da l&oacute;gica cient&iacute;fica dos museus modernos.
Os gabinetes eram enciclop&eacute;dias visuais que misturavam ci&ecirc;ncia, filosofia e imagina&ccedil;&atilde;o. Nesses espa&ccedil;os, a cole&ccedil;&atilde;o n&atilde;o se submetia a crit&eacute;rios estritamente cient&iacute;ficos, mas era uma manifesta&ccedil;&atilde;o da fus&atilde;o entre ci&ecirc;ncia, filosofia e, notavelmente, a imagina&ccedil;&atilde;o. Cada objeto contava uma hist&oacute;ria &uacute;nica e contribu&iacute;a para a atmosfera fascinante e ecl&eacute;tica desses locais!
<h2>Quais objetos faziam parte das cole&ccedil;&otilde;es?</h2>
<img src="https://img.ibxk.com.br/2023/11/19/19210633830036.jpg" alt="Esp&eacute;cimes naturais expostos em um gabinete de curiosidades. (Fonte: Wikimedia Commons)" />Esp&eacute;cimes naturais expostos em um gabinete de curiosidades. (Fonte: Wikimedia Commons)
Tamb&eacute;m conhecidos como quarto das maravilhas, os gabinetes de curiosidades abrigavam uma ampla gama de objetos unidos pela singularidade e pelo "fator surpreendente". Eles eram verdadeiros ecossistemas de cole&ccedil;&otilde;es, onde Naturalia e Artificialia coexistiam harmoniosamente.
A categoria Naturalia abra&ccedil;ava esp&eacute;cimes naturais, desde <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/116035-conheca-a-delicada-arte-botanica-no-formato-de-passaros.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">curiosidades bot&acirc;nicas</a> at&eacute; esqueletos de animais raros, proporcionando uma vis&atilde;o imersiva na riqueza da fauna e flora. Por outro lado, a Artificialia inclu&iacute;a antiguidades, obras de arte e at&eacute; mesmo instrumentos cient&iacute;ficos, refletindo a destreza criativa humana ao decorrer da hist&oacute;ria.
<span class="img-fc" data-fonte="&nbsp;Wikimedia Commons&nbsp;" data-fonte-url="https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Wiki_Loves_Art_Belgium_in_2016_-_Museum_of_Fine_Arts,_Ghent,_Cabinet_of_curiosity,_17th_century.jpg"><img src="https://img.ibxk.com.br/2023/11/19/19205843606034.jpg" alt="(Fonte: Wikimedia Commons)" />(Fonte: Wikimedia Commons)
No in&iacute;cio, esses gabinetes ocupavam salas inteiras, imergindo visitantes em um universo de curiosidades. Com o tempo, no entanto, eles evolu&iacute;ram para m&oacute;veis distintos, explorando uma diversidade de designs que tornavam tang&iacute;vel a paix&atilde;o por descobertas. Equipados com gavetas secretas e compartimentos ocultos, esses gabinetes desafiavam os visitantes a desvendar os segredos guardados entre suas prateleiras.
A experi&ecirc;ncia &uacute;nica proporcionada por esses designs n&atilde;o apenas alimentava a curiosidade, mas tamb&eacute;m despertava uma admira&ccedil;&atilde;o cont&iacute;nua diante das surpresas e descobertas que aguardavam a cada puxar de gaveta.
<h2>Como os gabinetes influenciaram os museus modernos?</h2>
<span data-fonte="Wikimedia Commons" data-fonte-url="https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/b/b8/Museum_Wormiani_Historia_1655_Wellcome_L0000128.jpg/2560px-Museum_Wormiani_Historia_1655_Wellcome_L0000128.jpg" class="img-fc"><img src="https://img.ibxk.com.br/2023/11/21/wikimedia-commons-21180002921398.jpg" alt="Wikimedia Commons" />(Fonte: Wikimedia Commons)
A cria&ccedil;&atilde;o dos museus modernos foi impulsionada por uma transforma&ccedil;&atilde;o essencial na &ecirc;nfase e na acessibilidade do conhecimento. Institui&ccedil;&otilde;es not&aacute;veis, como o <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/125101-6-tesouros-do-museu-britanico-que-os-paises-de-origem-querem-de-volta.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Museu Brit&acirc;nico</a> e o Museu Ashmolean, evolu&iacute;ram organicamente a partir das cole&ccedil;&otilde;es de gabinetes privados, representando uma mudan&ccedil;a significativa na forma como os tesouros de conhecimento eram compartilhados.
Esses museus foram concebidos n&atilde;o apenas como locais de cole&ccedil;&atilde;o, mas como espa&ccedil;os destinados a educar e encantar o p&uacute;blico. A democratiza&ccedil;&atilde;o do acesso ao conhecimento tornou-se o epicentro dessa transi&ccedil;&atilde;o.
Os museus modernos, ao herdar a diversidade e a curiosidade intr&iacute;nsecas aos gabinetes de curiosidades, transformaram-se em institui&ccedil;&otilde;es que buscavam servir como far&oacute;is de aprendizado para um p&uacute;blico mais amplo. Essa transi&ccedil;&atilde;o n&atilde;o apenas alterou a disposi&ccedil;&atilde;o f&iacute;sica dos objetos, mas tamb&eacute;m redefiniu o prop&oacute;sito fundamental desses espa&ccedil;os, posicionando-os como agentes cruciais na dissemina&ccedil;&atilde;o de conhecimento e aprecia&ccedil;&atilde;o cultural em uma escala mais acess&iacute;vel e democr&aacute;tica.

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Gabinetes de Curiosidades: conheça os salões privados que antecederam os museus modernos

Imagem de Gueixas: a realidade oculta das damas de companhia do Japão no megacurioso

As famosas damas de companhia carregaram, ao longo da sua história, muitas marcas de sofrimento

<head></head><body>As gueixas fazem parte da cultura japonesa, tendo se popularizado ao longo da <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/122325-como-a-estrutura-de-punicao-do-japao-medieval-controlava-injusticas.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Era Edo</a>. Hoje elas ainda são conhecidas por receber e entreter convidados em eventos. No entanto, muitos fatos envolvendo o passado dessa antiga profissão permanecem sendo alvo de dúvidas ou mesmo ofuscados pelas aparências que a tradição visava preservar.Uma delas diz respeito ao próprio exercício da profissão, em que muitos imaginam que apenas as mulheres que eram gueixas. As gueixas masculinas também existiam, e acredita-se ainda que foram os homens os primeiros a ocupar essa posição. Com o tempo, isso mudou, e as mulheres passaram a predominar.<img src="https://img.ibxk.com.br/2023/11/21/21232111802527.jpg" alt="(Fonte: Getty Images/Reprodução)">(Fonte: Getty Images/Reprodução)<h2>Gueixas do passado e do presente</h2>Hoje, só é permitido ingressar na profissão no Japão após completar o ensino médio, mas no passado, jovens eram vendidas antes de chegar na adolescência para locais especializados na formação de gueixas, chamados de okiya. Todo o investimento que esses anos de preparo demandavam se convertiam numa dívida a ser paga com a okasan ("mãe") até quando a gueixa estivesse pronta para conquistar maior autonomia.Até que se tornasse uma gueixa, a jovem seria uma maiko (aprendiz de gueixa, com idade entre 9 e 12 anos), quando poderia trabalhar servindo bebidas aos convidados. Seus gestos e forma de falar também passavam por constante treinamento. Enquanto isso, elas recebiam um subsídio.Um evento marcava mudança de status, quando chegavam ao estágio de geiko, uma gueixa completa, geralmente por volta dos 20 anos: o mizuage. Antes dançando, conversando e tocando instrumentos em casas de chá, restaurantes, banquetes e eventos importantes, hoje as gueixas estão na televisão e aparecem em eventos variados.Pode não parecer, mas por trás da aparência, muitos detalhes eram cuidadosamente pensados, passando pelos trajes, penteados, chinelos e maquiagens utilizadas. Anos de preparo para exercer a profissão também escondiam, na mesma medida, muitas marcas de sofrimento.<img src="https://img.ibxk.com.br/2023/11/21/21232332415529.jpg" alt="(Fonte: Getty Images/Reprodução)">(Fonte: Getty Images/Reprodução)<h2>O lado oculto de uma das profissões mais tradicionais</h2>O famoso penteado, que consistia num coque dividido atrás e variava de posição conforme o status, exigia que a gueixa adotasse todos os cuidados possíveis para não mover um único fio de cabelo até mesmo enquanto dormia, o que muitas vezes significava permanecer numa posição desconfortável.As gueixas mais experientes até usavam perucas, mas antes disso, lavar as madeixas com frequência era algo fora de questão, já que o penteado era feito semanalmente. E por passar tanto tempo preso, além do incômodo, o cabelo acabava ficando frágil, suscetível a danos permanentes. A maquiagem, da mesma forma, feita para esboçar um rosto delicado e bem delineado, também oferecia danos.E isso se devia sobretudo ao uso do chumbo branco na composição das maquiagens do período, já que conferia um aspecto que era bastante apreciado. Foi questão de tempo para os sinais de intoxicação pelo <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/128008-os-7-elementos-mais-mortais-da-tabela-periodica.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">metal pesado</a> tornarem seus malefícios mais óbvios.A pele envelhecia mais rapidamente, os dentes e os cabelos caíam, e os enjoos e a forte dor de cabeça estavam entre os sintomas de envenenamento por <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/108473-voce-sabia-possivel-transformar-chumbo-ouro.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">chumbo</a>. Em 1877, ele foi proibido pelo governo japonês, mas não antes de deixar muitas vítimas.<img src="https://img.ibxk.com.br/2023/11/21/21224431636521.jpg" alt="(Fonte: Getty Images/Reprodução)">(Fonte: Getty Images/Reprodução)<h2>Uma categoria de profissão hierarquizada</h2>As gueixas até poderiam se casar, caso sua dívida com a okiya estivesse paga. Mas isso significaria desistir de forma permanente da profissão. Ainda assim, muitas seguiam como gueixas ao longo da vida, o que fazia com que conquistassem cada vez mais segurança e reputação.No passado, seu grande objetivo era encontrar um danna, patrocinador, que iria proporcionar todos os quimonos, joias, maquiagens e despesas particulares. Alguns casos se convertiam em relacionamentos, mas não era a regra. A sociedade das gueixas, como evidenciam os seus estágios iniciais, é bastante organizada e hierarquizada.Mas mesmo após passar por todo o período de formação, como shikomi (observadora que auxiliava nas tarefas domésticas do lar) e maiko (aprendiz), quando cursava disciplinas para dominar a arte de ser agradável, uma gueixa de maior beleza e prestígio tinha mais chances de ter seus custos patrocinados. Ela poderia, da mesma forma, ser mais requisitada que outras para participar de eventos.<img src="https://img.ibxk.com.br/2023/11/21/21232215617528.jpg" alt="(Fonte: Getty Images/Reprodução)">(Fonte: Getty Images/Reprodução)<h2>Gradual desvalorização das gueixas</h2>Após a Segunda Guerra Mundial, com o avanço da prostituição em terras japonesas, muitas gueixas eram confundidas com essas profissionais e se sentiam desvalorizadas. Historicamente, as gueixas não vendiam seu corpo, ainda que obras que tratam da vida delas na literatura abarquem episódios onde a própria virgindade era posta à venda na mizuage, transição de status maiko para geiko.E como tal prática da venda da relação sexual é oficialmente <a href="https://www.megacurioso.com.br/bizarro/98999-5-coisas-inacreditaveis-que-sao-proibidas-ao-redor-do-mundo.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">proibida</a> desde a década de 1950 no Japão, se é incentivada e ainda ocorre, é de forma silenciosa. No entanto, prostitutas fingiam ser gueixas para atrair interesse.Diante dos novos padrões de beleza ocidentais, as gueixas gradualmente deixaram de ser um ícone de beleza entre os japoneses. Vale lembrar que após o grande conflito, a sociedade oriental passou por transformações profundas que geraram impactos no próprio mercado de trabalho.A partir disso, muitas gueixas largaram a profissão para ocupar postos em fábricas, o que não mudou com o passar do tempo, dado o constante processo de industrialização que o Japão vivenciou. E se antes elas eram tão numerosas que era difícil escolher uma, atualmente elas mal passam de mil. Muitas desistem quando ainda estão na fase de aprendiz (maiko), antes mesmo de se tornarem gueixas.</body>

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Gueixas: a realidade oculta das damas de companhia do Japão

Imagem de Conheça 6 nomes incomuns de cidades americanas com origens surpreendentes no megacurioso

Desvendar as razões únicas por trás de nomes tão peculiares, muitas vezes conectados a animais, pode revelar muitas surpresas

<head></head><body>Os nomes das <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/126983-as-cidades-norte-americanas-mais-amadas-e-as-mais-odiadas-pelos-turistas.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">cidades nos Estados Unidos</a> frequentemente têm raízes interessantes, seja em homenagem a figuras históricas ou derivados de lugares distantes. Contudo, algumas cidades destacam-se por seus nomes incomuns, especialmente aqueles relacionados a animais. Mergulhe nas histórias de 6 nomes peculiares e descubra as fascinantes razões por trás deles.<h2>1. Roach, Missouri</h2><img src="https://img.ibxk.com.br/2023/11/21/21222722424508.jpg" alt="(Fonte: Getty Images / Reprodução)">(Fonte: Getty Images / Reprodução)Roach é uma palavra em inglês para se referir à <a href="https://www.megacurioso.com.br/saude-bem-estar/125550-por-que-voce-nao-deve-pisar-em-baratas-para-mata-las.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">barata</a>. Contudo, a cidade de Roach, no Missouri, não tem qualquer relação com esses insetos indesejados. Surpreendentemente, a cidade recebeu seu nome em homenagem a uma família de colonizadores que se estabeleceu na região.<h2>2. Hippo, Kentucky</h2><img src="https://img.ibxk.com.br/2023/11/21/21222808819509.jpg" alt="(Fonte: Getty Images / Reprodução)">(Fonte: Getty Images / Reprodução)Apesar de se referir a <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/119197-saiba-mais-sobre-os-hipopotamos-em-5-fatos-curiosos.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">hipopótamos</a>, hippo já foi uma gíria usada para hipocondríacos. Nesse sentido, a cidade Hippo, localizada em Kentucky, tem raízes mais humanas. A cidade foi nomeada em homenagem a Bee Madison Craft, uma residente conhecida por suas reclamações persistentes, similar ao comportamento dos hipocondríacos.<h2>3. Gibbon, Nebraska e Gibbon, Minnesota</h2><img src="https://img.ibxk.com.br/2023/11/21/21222928762510.jpg" alt="(Fonte: Getty Images / Reprodução)">(Fonte: Getty Images / Reprodução)Gibbon, ou gibão em português, é um tipo de primata pertencente à família Hylobatidae. Eles são conhecidos por seus braços longos e habilidades acrobáticas nas árvores. Contudo, as cidades de Gibbon em Nebraska e em Minnesota não tem nenhuma relação com o animal.Os nomes de ambas têm uma conexão com o general da Guerra Civil, John Gibbon. Além de ter liderado a famosa Brigada de Ferro, a complexidade de sua família, com membros lutando em ambos os lados da guerra, adiciona camadas intrigantes à história dessas comunidades. O nome torna-se um tributo a um líder militar notável, apesar das divisões familiares.<h2>4. Beagle, Oregon</h2><img src="https://img.ibxk.com.br/2023/11/21/21223005385511.jpg" alt="(Fonte: Getty Images / Reprodução)">(Fonte: Getty Images / Reprodução)Diferentemente de cidades que escolheram raças caninas como símbolos oficiais, o nome Beagle, em Oregon, não tem uma afinidade especial por essa raça específica. A cidade foi nomeada em homenagem ao primeiro agente dos correios americanos, William Beagle, destacando como indivíduos podem deixar sua marca na geografia local.<h2>5. Worms, Nebraska</h2><img src="https://img.ibxk.com.br/2023/11/21/21223038255512.jpg" alt="(Fonte: Getty Images / Reprodução)">(Fonte: Getty Images / Reprodução)A cidade de Worms, em Nebraska, não tem relação com vermes, como sugere seu nome. A história nos leva de volta ao século XIX, quando imigrantes alemães se estabeleceram na área. O nome Worms foi provavelmente inspirado na cidade homônima na Alemanha, refletindo as origens dos primeiros colonizadores.<h2>6. Pigeon, Pensilvânia</h2><img src="https://img.ibxk.com.br/2023/11/21/21223210936514.jpg" alt="(Fonte: Getty Images / Reprodução)">(Fonte: Getty Images / Reprodução)A cidade de Pigeon, na Pensilvânia, tem suas raízes profundamente conectadas à época em que os <a href="https://www.megacurioso.com.br/educacao/128014-conheca-cher-ami-o-heroico-pombo-correio-da-primeira-guerra-mundial.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">pombos</a> dominavam os céus da região durante o século XIX. Pigeon — o nome em inglês para pombo — reflete a espetacular presença dessas aves migratórias, cujas vastas revoadas escureciam os céus, criando um cenário impressionante.Esse período de abundância de pombos deixou uma marca indelével na história da cidade, influenciando não apenas sua paisagem, mas também levando à implementação de leis de conservação para proteger essas aves notáveis. Assim, Pigeon é mais do que uma mera referência a pombos em inglês; é um tributo simbólico à grandiosidade efêmera da fauna local e à importância da preservação ambiental.As cidades americanas com nomes incomuns não são apenas simples curiosidades geográficas; cada uma carrega consigo uma história única e muitas vezes surpreendente. Seja uma homenagem a colonizadores, seja uma reflexão da personalidade local ou uma ligação única com a natureza, esses nomes peculiares adicionam uma dimensão fascinante à rica tapeçaria da história americana.</body>

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Conheça 6 nomes incomuns de cidades americanas com origens surpreendentes

Imagem de O ano em que centenas de pessoas foram envenenadas no Halloween no megacurioso

Doces ou travessuras é uma das tradições mais esperadas no Halloween, porém, no século XIX, a prática levou a consequências bem mais assustadoras

<head></head><body>Em 1858, Bradford era uma cidade que vivia um rápido crescimento. Com a Revolução Industrial, milhares de trabalhadores chegavam à cidade em busca de empregos, que na maioria das vezes consistiam em trabalhar em uma das 46 minas de carvão ativas na região. O Halloween daquele ano poderia ter sido normal, mas eventos fizeram com que o episódio ficasse marcado na memória inglesa e fosse responsável por mudanças nas leis relativas à farmácia e alimentos.William Hardaker tinha uma barraca de venda de doces no Mercado Central da cidade e o <a href="https://www.megacurioso.com.br/educacao/123282-por-que-usamos-fantasias-no-halloween.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Halloween</a> era o dia ideal para faturar. Um dos doces mais populares na época era a bala de menta, que até rendeu ao comerciante o apelido de "Humbug Billy" (pois o nome do doce em inglês é humbug peppermint).<img src="https://img.ibxk.com.br/2023/11/03/03123027360192.jpg" alt="A tradicional bala de menta inglesa. (Fonte: Getty Images / Reprodução)">A tradicional bala de menta inglesa. (Fonte: Getty Images / Reprodução)Só havia um problema: um dos principais ingredientes das balas era o açúcar, cujo preço era extremamente alto. A cana-de-açúcar não sobrevivia no clima inglês, era preciso importá-la da Índia e havia poucas refinarias no país, o que fazia do açúcar um luxo para poucos.Naquele dia, Humbug Billy foi, como de costume, abastecer seu estoque com Joseph Neal, que preparava os doces. Ele notou a coloração estranha do açúcar e conseguiu um desconto por isso. No fim da noite, Billy acreditou que tinha feito um ótimo negócio, tendo vendido uma boa quantidade dos doces que conseguiu fazer gastando um valor menor do que o habitual.<img src="https://img.ibxk.com.br/2023/11/03/03122026593183.jpg" alt="Ilustração de John Leech sobre o episódio, publicada em 1958. (Fonte: Wikimedia Commons/Reprodução)">Ilustração de John Leech sobre o episódio, publicada em 1958. (Fonte: Wikimedia Commons/Reprodução)<h2>Desencontros fatais</h2>Uma série de desencontros naquele <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/127819-halloween-quando-a-festa-era-feita-para-unir-casais.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Halloween</a> fez com que um envenenamento em massa ocorresse a partir da venda desses doces. O doceiro, Joseph Neal, utilizava uma prática — que não era incomum na época — de misturar ingredientes para economizar no preço. O açúcar era trocado, em partes, por pó de gesso, que não apresentava nenhuma toxicidade conhecida.&nbsp;Na ocasião, Neal mandou um ajudante ir comprar o pó de gesso em uma farmácia, porém, o farmacêutico, Charles Hodgson, estava doente e pediu para que seu jovem assistente William Goddard fizesse a venda. O produto deveria estar em barril perto do balcão, porém, o barril estava ao lado de outro que continha arsênico e, sem experiência, nenhum dos jovens notou a diferença.&nbsp;<img src="https://img.ibxk.com.br/2023/11/03/03122218750184.jpg" alt="Trióxido de arsênico confundido com pó de gesso que deveria se passar por açúcar. (Fonte: Wikimedia Commons / Reprodução)">Trióxido de arsênico confundido com pó de gesso que deveria se passar por açúcar. (Fonte: Wikimedia Commons / Reprodução)Os problemas começaram a aparecer no dia seguinte, quando médicos começaram a atender crianças que estavam doentes. Nos primeiros casos, os sintomas foram atribuídos à cólera, doença comum na época.O tamanho do problema só foi revelado graças ao médico John Henry Bell, que atendeu uma família inteira que passava mal. Como todos tinham comido os doces, ele suspeitou de contaminação e levou amostras para uma análise química, que revelou a contaminação. Algumas balas continham uma dose quatro vezes maior do que o necessário para ser letal.A partir daí o caso foi levado para a polícia, que agiu rapidamente batendo sinos na rua e avisando a população para que não consumisse os doces. Avisos foram impressos e espalhados em lugares públicos.Infelizmente, o episódio levou 20 crianças à morte e mais de 200 pessoas ficaram doentes. Os números podem ser bem maiores, já que os doces podem ter sido levados para outras localidades e algumas das mortes atribuídas a outras causas.O episódio do envenenamento de Bradford levou a alterações na então "Lei de Venda de Alimentos e Drogas", que impediu farmácias de venderem produtos letais de forma indiscriminada, além de impedir e aumentar a fiscalização na alteração de ingredientes de alimentos.</body>

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O ano em que centenas de pessoas foram envenenadas no Halloween

Imagem de Museu britânico reclassifica imperador romano como mulher trans no megacurioso

Ao mudar o gênero dos pronomes de sua exposição sobre um imperador romano, o Museu North Hertfordshire abriu um acalorado debate acadêmico

<head></head><body>O Museu North Hertfordshir, da cidade de Hitchin, ao norte de Londres, acaba de reclassificar <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/127799-fortes-do-imperio-romano-sao-revelados-por-satelite-da-guerra-fria.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">o imperador romano Marco Aurélio Antonino Heliogábalo</a>, também conhecido como Elagábalo, como uma mulher trans. A decisão, segundo os administradores do museu, foi uma frase atribuída ao líder imperial em textos clássicos: “Não me chame de senhor, pois eu sou uma senhora”.A frase foi registrada por Dio Cassius, um conhecido historiador e administrador romano, em sua monumental obra História Romana, uma das principais fontes de consulta para se entender a história de Roma desde os seus primórdios. Elagábalo governou o império de 218 a 222 d.C., quando foi assassinado pela guarda pretoriana, em um golpe de estado.Falando ao The Telegraph, o diretor executivo do Enterprise and Arts at North Herts Council, Keith Hoskins, afirmou: “Tentamos ser sensíveis na identificação de pronomes para pessoas do passado, assim como somos para pessoas do presente; é apenas educado e respeitoso”. A partir de agora, o North Hertfordshire só irá se referir ao imperador Elegábalo com os pronomes femininos ela e dela.<h2>O que dizem os especialistas sobre a sexualidade de Elagábalo?</h2><img src="https://img.ibxk.com.br/2023/11/23/23143355497640.jpg" alt="(Fonte: Getty Images)">(Fonte: Getty Images)Logicamente chamar um imperador romano de "senhora", mesmo ele querendo, suscitou um acalorado debate acadêmico. A escritora Mary Beard, expert em Roma antiga, explicou à revista Time: "O que é dito pelos romanos sobre Heliogábalo nos lembra poderosamente que os debates sobre as fronteiras entre homem e mulher remontam a milhares de anos". Para ela, a sexualidade era <a href="https://www.megacurioso.com.br/educacao/127455-novo-estudo-revela-a-perseguicao-de-pessoas-transgenero-pelos-nazistas.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">uma área tão complicada no mundo antigo, quanto é hoje</a>.Já a professora de clássicos da Universidade de Cambridge, Shushma Malik, entende que os historiadores usados para tentar compreender Elagábalo eram muito hostis a ele. Dessa forma, referências ao imperador "usando maquiagem, perucas e removendo pelos do corpo podem ter sido escritas para minar o impopular imperador". Afinal, argumenta ela, há muitos exemplos em que chamar uma figura de efeminada eram comuns na literatura romana.Mas o vereador Hoskins não se conforma. Falando sobre o seu voto no conselho que administra o museu, ele defende que Dio Cassius fornece a evidência final "de que Heliogábalo preferia definitivamente o pronome 'ela' e, como tal, isso é algo que refletimos ao discuti-la nos tempos contemporâneos, como acreditamos ser uma prática padrão em outros lugares".<h2>Afinal, quem foi realmente Elagábalo?</h2><img src="https://img.ibxk.com.br/2023/11/23/23151251488682.jpg" alt="(Fonte: Getty Images)">(Fonte: Getty Images)Elagábalo nasceu como Varius Avitus Bassianus em Emesa, a atual cidade de Homs, na Síria, em 203 d.C. Lá, ele desempenhou o papel de sumo sacerdote do deus sol Elah-Gabal, uma forma local do deus Baal. Com apenas 14 anos, assumiu o trono de Roma, <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/126975-4-batalhas-brutais-por-tronos-na-realeza.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">depois de uma revolta da Terceira Legião</a>, instigada por sua avó Julia Mesa, que era tia materna do imperador assassinado Caracala.&nbsp;Elagábalo foi uma figura no mínimo controversa durante seu curto reinado, caracterizado por casamentos com homens e mulheres em distintas ocasiões, escândalos sexuais e polêmicas religiosas. O sempre presente Dio Cassius, que era senador romano e contemporâneo do jovem imperador, garante que o governante se casou cinco vezes, quatro delas com mulheres e uma vez com Hiercoles, que era seu ex-escravo e cocheiro.&nbsp;Ao descrever a cerimônia desse casamento final, Dio relata que o imperador “foi concedido em casamento e foi denominado esposa, amante e rainha”. Posteriormente, ele (ela?) nomeou um atleta viril chamado Zoticus, como seu cubicularius (guardião do quarto). Mas Hiercoles interviu e serviu uma droga ao atleta, que lhe roubou a competência para exercer a função.</body>

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