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Pesquisa científica comprova preferência geral pelo azul


<p>Uma pesquisa feita por especialistas da Universidade de Wisconsin-Madison tentou descobrir qual é a cor mais popular do mundo e revelou que as pessoas preferem o azul por causa das “boas vibrações”. O estudo feito em 2011 se baseou em dados coletados durante sete anos.</p>



<p>No total, existem mais de 110 tons de azul catalogados e um deles é o predileto de cerca de 45% da população mundial. No mundo dos negócios, o azul é usado em empresas que querem transmitir sentimento de calma, simpatia, harmonia e fidelidade.</p>



<p>“É muito difícil pensar em coisas azuis negativas. Muitas coisas ruins que relacionamos a essa cor não são realmente tão azuis, são muitas vezes mais roxas ou amarelas”, explica a psicóloga Karen Schloss, uma das autoras do estudo.</p>



<p>Um dos elementos levantados que podem indicar por que essa cor é a preferida no mundo todo é o fato do predomínio do azul no céu e no mar, levando a uma relação direta com a vida na Terra.</p>



<h2>Azul é a cor mais bela</h2>



<p>Contudo, vale ainda afirmar que essa preferência pelo azul não é uniforme durante todo o ano. Os psicólogos Stephen E. Palmer e Karen Schloss refizeram a pesquisa em 2013 para medir alguma alteração na opinião das pessoas e descobriram que os gostos mudam de acordo com a estação do ano e o momento vivido.</p>



<p>Por exemplo: na época do outono, existe uma preferência maior por cores mais sóbrias e escuras. Já as pessoas que estão vivendo grandes comemorações preferem os tons mais quentes.</p>



<p>Por fim, o estudo comprovou ainda uma mudança de preferência com a aproximação das eleições, quando o usuário tende a dar mais prioridade para cores relacionadas aos partidos ou causas que defende.</p>



<ul><li><a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/115921-azul-ou-verde-veja-como-seu-cerebro-percebe-as-cores.htm"><strong>Azul ou verde, como seu cérebro percebe as cores?</strong></a></li></ul>



<h2>Psicologia das cores</h2>



<figure class="mt-2"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2020/11/12/12103949369070.jpg" alt="Cada cor transmite uma emoção e faz o cérebro reagir de uma forma diferente"/><figcaption>Cada cor transmite uma emoção e faz o cérebro reagir de uma forma diferente</figcaption></figure>



<p>As cores têm uma relação direta com o que sentimos e são usadas para nos guiar em decisões de compra. Desta forma, o marketing aproveita as ações do inconsciente para cumprir com os objetivos de divulgação.</p>



<p>Algumas marcas, por exemplo, optam por tons de cinza para transparecer elegância e intelectualidade. Porém, essa mesma cor também pode remeter a tédio e velhice. O azul costuma remeter a serenidade, bondade e paciência, e jamais deve ser usado para decorar uma lanchonete ou embalagens de comida. O vermelho remete a sensualidade, vitalidade e agressividade. É, por isso, uma das cores favoritas das redes de fast food.</p>


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Qual é a cor mais popular do mundo?

Imagem de Microdispositivo libera medicamento no intestino gradualmente no megacurioso

Um cotonete pode conter dezenas dessas máquinas minúsculas, chamadas “Theragrippers”


<p>Pesquisadores da <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/116269-mortes-por-covid-19-ja-passam-de-1-milhao-em-todo-o-mundo.htm" target="_blank" rel="noopener noreferrer">Universidade Johns Hopkins</a>, nos Estados Unidos, criaram um dispositivo minúsculo capaz de entregar medicamentos de liberação prolongada no intestino, de maneira bastante eficiente. A novidade foi apresentada em um artigo publicado na revista <em>Science Advances</em>, no último dia 28 de outubro.</p>



<p>Chamado “Theragripper”, o microdispositivo tem formato de estrela e possui a capacidade de se prender à mucosa intestinal, possibilitando a liberação gradual de <a href="https://www.megacurioso.com.br/drogas-e-novos-medicamentos/37528-5-remedios-magicos-que-infelizmente-ainda-nao-existem.htm" target="_blank" rel="noopener noreferrer">remédios</a> no organismo. Ele foi inspirado em um verme parasita conhecido por cravar seus dentes no intestino do hospedeiro, tendo tal comportamento reproduzido pelos cientistas.</p>



<p>Feito de metal e um filme fino que muda de forma, o theragripper possui o tamanho aproximado de uma partícula de poeira e pode transportar qualquer tipo de medicamento. A liberação da droga carregada por ele acontece quando o revestimento com cera de parafina, presente em suas garras, atinge a temperatura ideal dentro do corpo.</p>



<figure class="mt-2"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2020/11/09/09200417599456.jpg" alt="Theragripper aberto e fechado. (Fonte: Universidade Johns Hopkins/Divulgação)" /><figcaption>Theragripper aberto e fechado. (Fonte: Universidade Johns Hopkins/Divulgação)</figcaption></figure>



<p>Acionado pelo calor corporal, o dispositivo se fecha e se fixa na parede do cólon, liberando a carga de remédio de maneira prolongada, o que pode ser bastante eficiente para diferentes tipos de <a href="https://www.megacurioso.com.br/saude-bem-estar/104257-os-8-tratamentos-medicos-mais-desnecessarios-da-atualidade.htm" target="_blank" rel="noopener noreferrer">tratamentos médicos</a>. Eventualmente, ele pode se desprender da mucosa, sendo eliminado pela função muscular gastrointestinal normal.</p>



<h2>A importância da liberação gradual de medicamentos</h2>



<p>Descobrir métodos para liberar um remédio de forma gradual ou prolongada no intestino é algo que a medicina procura há tempos, pois as drogas costumam ser eliminadas antes de serem completamente utilizadas.</p>



<p>“A constrição normal e o relaxamento dos músculos do trato gastrointestinal tornam impossível que os medicamentos de liberação prolongada fiquem no intestino por tempo suficiente para que o paciente receba a dose completa”, explicou o gastroenterologista e diretor do Centro de Doenças Inflamatórias Intestinais da Universidade Johns Hopkins Florin M. Selaru, um dos líderes da pesquisa.</p>



<figure class="mt-2"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2020/11/09/09200721961457.jpg" alt="Neste cotonete, há dezenas de theragrippers. (Fonte: Universidade Johns Hopkins/Divulgação)" /><figcaption>Neste cotonete, há dezenas de theragrippers. (Fonte: Universidade Johns Hopkins/Divulgação)</figcaption></figure>



<p>No estudo, que também teve a liderança do professor da Escola de Engenharia da instituição David Gracias, os theragrippers foram testados em animais, carregando uma carga de <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/107076-como-o-analgesico-sabe-qual-lugar-do-seu-corpo-esta-doendo.htm" target="_blank" rel="noopener noreferrer">analgésico</a> nas garras. Aqueles tratados com os microdispositivos apresentaram maiores concentrações da droga, em comparação com o grupo de controle.</p>



<p>De acordo com os pesquisadores, a medicação permaneceu no organismo deles por 12 horas, enquanto nos demais ela durou apenas duas horas.</p>


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Microdispositivo libera medicamento no intestino gradualmente

Imagem de Bailarina com Mal de Alzheimer relembra coreografia por meio da música no megacurioso

Marta C. González era a primeira bailarina do Ballet de Nova York em 1967 quando dançou O Lago dos Cisnes


<p>Um vídeo publicado no YouTube no final do mês passado tornou-se viral e está emocionando muitas pessoas pelo mundo. Nele, uma ex-bailarina do Ballet de Nova York, sofrendo de <a href="https://www.megacurioso.com.br/saude-bem-estar/115454-conheca-12-maneiras-de-reduzir-o-risco-de-desenvolver-a-demencia.htm" target="_blank" rel="noopener noreferrer">demência</a>, é transportada a uma viagem virtual ao ouvir o balé dramático O Lago dos Cisnes, de <a href="https://www.megacurioso.com.br/musica-e-danca/69480-voce-sabe-por-que-gostamos-tanto-de-ouvir-musica.htm" target="_blank" rel="noopener noreferrer">Tchaikovsky</a>, em fones de ouvido.</p>



<p>A espanhola Marta C. González tornou-se a primeira bailarina do Ballet de Nova York na década de 1960. Quando o vídeo foi realizado, ela estava num lar para idosos da cidade de Valência, na Espanha, e sofria de <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/115597-canabidiol-uma-unica-dose-ativa-regiao-do-cerebro-ligada-a-memoria.htm" target="_blank" rel="noopener noreferrer">Alzheimer</a>.</p>



<p>A experiência foi realizada pela organização Música Para Despertar, que promove o uso da música para estimular a memória de pacientes com demência. O diretor da fundação, Pepe Olmedo, disse a um site espanhol que o encontro com Marta ocorreu por acaso, e foi surpreendente.</p>



<h2>O Lago dos Cisnes, 53 anos depois</h2>



<figure class="wp-block-embed-youtube wp-block-embed is-type-video is-provider-youtube wp-embed-aspect-16-9 wp-has-aspect-ratio"><div class="wp-block-embed__wrapper">
<iframe title="Primera Bailarina - Ballet de Nueva York - Años 60 - Música para Despertar" width="1366" height="768" src="https://www.youtube.com/embed/owb1uWDg3QM?feature=oembed" frameborder="0" allow="accelerometer; autoplay; clipboard-write; encrypted-media; gyroscope; picture-in-picture" allowfullscreen></iframe>
</div></figure>



<p>A cena é emocionante. Em sua cadeira de rodas, Marta coloca os fones de ouvido e começa a relembrar os passos da coreografia que muito ensaiou e dançou em 1967, quando foi protagonista do balé, cujas imagens foram resgatadas e são mostradas no vídeo. </p>



<p>No final da apresentação, que dura alguns minutos, aplausos explodem no lar de idosos. A instituição Música para Despertar destaca o poder “incomensurável” da música como ferramenta para revisitar a autoexpressão e o reconhecimento da memória, mesmo em casos graves de demência.</p>



<p>Marta faleceu no ano passado. O vídeo está sendo republicado para celebrar o aniversário de um ano da morte da grande bailarina. Ao assisti-lo, o ator espanhol Antonio Banderas compartilhou-o no seu perfil no Facebook com a inscrição: “Que essas imagens sirvam como um reconhecimento de sua arte e de sua paixão”.</p>


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Bailarina com Mal de Alzheimer relembra coreografia por meio da música

Imagem de Homem quase morre de alergia ao frio ao sair de banho quente no megacurioso

Americano teve que ser levado as pressas para a emergência depois de sofrer uma rara reação alérgica ao frio depois de pisar para fora do chuveiro


<p>No último mês, o <em><em><span aria-hidden="true">Journal of Emergency Medicine</span></em> </em>registrou um caso muito curioso de alergia no estado do Colorado, nos Estados Unidos. Um homem não-identificado de 34 anos desenvolveu uma grave alergia ao <a href="https://www.megacurioso.com.br/corpo-humano/44909-por-que-nossos-olhos-nao-congelam-quando-esta-muito-frio.htm" target="_blank" rel="noopener noreferrer">frio</a> que chocou a comunidade médica local pela sua particularidade.</p>



<p>A família do rapaz o encontrou desmaiado no chão do seu banheiro após ter saído de um <a href="https://www.megacurioso.com.br/saude-e-beleza/88008-8-coisas-que-voce-pode-estar-fazendo-errado-na-hora-do-banho.htm" target="_blank" rel="noopener noreferrer">banho</a> quente. De acordo com os relatos, o homem apresentava dificuldade para respirar, urticárias por toda a pele e pressão sanguínea baixíssima. Os paramédicos classificaram o problema como “anafilaxia”, uma reação alérgica que cobre o corpo todo e pode causar risco de vida.</p>



<h2>Histórico de alergias</h2>



<figure class="mt-2"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2020/11/06/06013438684004.jpg" alt="(Fonte: Pixabay)" /><figcaption>(Fonte: Pixabay)</figcaption></figure>



<p>Conforme o relatório dos familiares para a equipe médica, o indivíduo já havia apresentado um histórico de “<a href="https://www.megacurioso.com.br/bizarro/39717-familia-alergica-ao-frio-passa-o-inverno-isolada-por-causa-da-rara-doenca.htm" target="_blank" rel="noopener noreferrer">alergia ao frio</a>” em outras ocasiões, começando quando decidiu se mudar da Micronésia para o Colorado. Entretanto, ele só tinha tido ataques de urticária que nunca desenvolveram para uma anafilaxia completa.</p>



<p>Apesar de ter sido tratado com doses de adrenalina e máscaras de oxigênio, o homem seguiu suando de maneira efusiva e com irritações cutâneas pelo corpo todo no momento em que chegou na emergência hospitalar. Foi então que os doutores identificaram um caso raro de urticária causada pelo frio — uma condição rara que afeta menos de 0,1% da população mundial.</p>



<h2>Gravidade da condição</h2>



<figure class="mt-2"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2020/11/06/06013719451005.jpg" alt="(Fonte: Pixabay)" /><figcaption>(Fonte: Pixabay)</figcaption></figure>



<p>Os sintomas mais comuns dessa doença são pele avermelhada e feridas abertas causadas pela coceira em decorrência da irritação ao frio. Em alguns casos extremos, porém, a condição pode desenvolver para um quadro de anafilaxia com estreitamento das vias respiratórias e elevação da pressão arterial quando o corpo inteiro da pessoa é exposto ao frio. No caso do homem, foi o fato de sair direto de um banho quente para o ar gelado.</p>



<p>Para confirmar que o rapaz possuía esse tipo de urticária, a equipe médica realizou o ‘teste do gelo’, quando coloca-se um cubo de gelo na pele do paciente por 5 minutos para observar qualquer tipo de reação alérgica. O homem, então, foi tratado com anti-histamínicos e esteroides para estabilizar seu quadro de saúde.</p>



<p>Após a crise, o indivíduo recebeu a recomendação de evitar a exposição ao frio e administrar loções que mantenham o calor corporal, um anti-histamínico diário e uma caneta de adrenalina em caso de uma nova recaída.</p>


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Homem quase morre de alergia ao frio ao sair de banho quente

Imagem de Representatividade: mãe cria linha de bonecos com deficiências no megacurioso

Depois de fazer a 1ª boneca e perceber a reação da filha, Clare viu que a iniciativa deu certo


<p><a href="https://www.megacurioso.com.br/comportamento/85200-por-que-as-criancas-amam-determinados-brinquedos-e-outros-objetos.htm">Brinquedos e brincadeiras</a> constituem uma parte bastante importante da vida infantil, e já faz algum tempo que se discute a questão da representatividade nesse contexto também. Um caso relativamente recente que chamou muita atenção foi o do <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/115877-11-comoventes-imagens-de-criancas-homenageando-o-pantera-negra.htm">super-herói Pantera Negra</a>, que conquistou crianças por todo o mundo.</p>



<p>Mas as etnias não são o único ponto; infelizmente, também não existem muitas opções de bonecos com deficiências. Foi por isso que a britânica Clare Tawell, de 39 anos, decidiu usar seu tempo livre para criar versões inclusivas. E a motivação é bem pessoal: sua filha de 4 anos usa aparelhos auditivos. “Fiquei muito desanimada quando não consegui encontrar uma boneca, ou qualquer brinquedo, com aparelho auditivo. Senti que a sociedade não a considerava importante”, explica.</p>



<h2>Ação para transformar</h2>



<p>Depois de fazer a primeira boneca e perceber a reação da filha, Clare viu que a ideia deu certo. E não demorou para que famílias de outras crianças com deficiência auditiva a procurassem! Ela criou então a organização sem fins lucrativos <a href="https://www.etsy.com/shop/BrightEars">Bright Ears UK</a> e já vendeu mais de 2 mil unidades desde 2017.</p>



<figure class="mt-2"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2020/11/06/06092154433024.jpg" alt="(Fonte: BrightEars/Divulgação)" /><figcaption>(Fonte: BrightEars/Reprodução)</figcaption></figure>



<p>A iniciativa começou com foco em crianças com deficiência auditiva, porém com o tempo passou a incluir também outras condições que não eram representadas no mundo lúdico. No momento, estão disponíveis brinquedos com tubos de alimentação, bombas de insulina, respiradores, cicatrizes de cirurgias cardíacas, fendas labial e palatina, entre outros. </p>



<figure class="mt-2"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2020/11/06/06092507022025.jpg" alt="(Fonte: BrightEars/Divulgação)" /><figcaption>(Fonte: BrightEars/Reprodução)</figcaption></figure>



<p>Clare reforça que seu principal objetivo é contribuir para que as crianças se aceitem: “Quando elas entram em uma loja e só veem brinquedos com características ‘normais’, isso pode realmente afetar sua autoconfiança e autoestima. Quero mudar essa realidade”. Ao que parece, aos poucos tem funcionado. </p>



<p>Além das famílias, creches e escolas vêm mostrando interesse e adquirindo os bonecos, exatamente para abordar a inclusão em seu cotidiano. “Isso é ótimo porque espero que essas crianças se tornem adultos que não julguem uma pessoa pela aparência”, conclui Clare.</p>


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Representatividade: mãe cria linha de bonecos com deficiências

Imagem de Comprimido para dormir pode reverter dano cerebral no megacurioso

Em alguns casos raros, o remédio Zolpidem é conhecido por restaurar algumas funções motoras de indivíduos com dano cerebral


<p>Criado para ajudar as pessoas a <a href="https://www.megacurioso.com.br/medicina-e-psicologia/43173-10-coisas-para-fazer-quando-voce-nao-consegue-dormir.htm" target="_blank" rel="noopener noreferrer">caírem no sono</a> de maneira mais rápida, o remédio Zolpidem possui um efeito colateral um tanto quanto miraculoso: restaurar algumas funções em cérebros que sofreram algum tipo de trauma grave. O efeito é tão maluco que o sedativo feito do composto imidazopiridina ganhou o apelido de “droga de Lázaro”, personagem bíblico ressuscitado por Jesus.</p>



<p>Apesar dos efeitos serem raros, em 5% a 6% dos casos o indivíduo com <a href="https://www.megacurioso.com.br/medicina-e-psicologia/69965-conheca-a-mulher-que-teve-uma-lesao-cerebral-e-ganhou-uma-memoria-incrivel.htm" target="_blank" rel="noopener noreferrer">dano cerebral</a> pode notar algumas mudanças drásticas. Nestes casos, o paciente pode ter melhora no desenvolvimento da fala, diminuição dos espasmos corporais, menor dificuldade para se locomover ou até mesmo trazer alguém de volta do estado vegetativo.</p>



<h2>O “milagre” do Zolpidem </h2>



<figure class="mt-2"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2020/10/30/30004539787029.jpg" alt="(Fonte: Pixabay)" /><figcaption>(Fonte: Pixabay/Reprodução)</figcaption></figure>



<p>Apesar do aparente efeito milagroso, os efeitos colaterais do Zolpidem não são para sempre. Logo no fim da ação sedativa causada pelo <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/114630-reino-unido-aprova-seu-primeiro-medicamento-contra-coronavirus.htm" target="_blank" rel="noopener noreferrer">medicamento</a>, o usuário volta a apresentar as mesmas dificuldades resultantes do dano cerebral. </p>



<p>Recentemente, pesquisadores das Universidades de Radboud e Amsterdã, nos Países Baixos, descobriram o caso de um homem de 37 anos chamado Richard. Há oito anos, ele sofreu com uma grave falta de oxigênio no cérebro, que resultou em sua incapacidade de fala, alimentar-se de maneira independente ou se mover por conta própria.</p>



<p>Diagnosticado com mutismo acinético, quando existe um estado de atenção do cérebro mas sem capacidade de interação, sua família buscou um tratamento alternativo para sua condição. Foi então que optaram pela administração do Zolpidem. Depois de ingerir o comprimido, Richard passou a andar curtas distâncias e proferir algumas frases.</p>



<h2>Efeito passageiro</h2>



<figure class="mt-2"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2020/10/30/30004612553030.jpg" alt="(Fonte: Pixabay)" /><figcaption>(Fonte: Pixabay/Reprodução)</figcaption></figure>



<p>Bastaram 10 miligramas de Zolpidem para que o homem obtivesse uma resposta do cérebro em apenas 20 minutos. Infelizmente, após duas horas, os efeitos do remédio começaram a passar e Richard voltou ao seu estado “natural”. A família passou a administrar três doses por dia, mas os efeitos se tornaram ainda mais breves a cada dia. </p>



<p>Segundo os cientistas, doses elevadas de Zolpidem deixam de ter o efeito de “reversão” dos danos cerebrais e voltam a atuar apenas como um medicamento sonífero. </p>



<p>Até o momento, nenhum membro da comunidade científica conseguiu desmistificar a real ação do sedativo no cérebro humano, mas existe uma grande expectativa de que novas pesquisas possam ajudar a desenvolver uma cura para pacientes em estado vegetativo ou em coma. </p>


thumb-image-2024-02-29T14:05:06.502Z

Comprimido para dormir pode reverter dano cerebral

Imagem de Poveglia: a ilha que tem 50% do solo composto de cinzas humanas no megacurioso

A ilha italiana sempre foi um lugar de morte


<p>Para onde as pessoas vão quando morrem? Para o Céu ou Inferno? Para o Além ou para lugar nenhum? Elas só deixam de existir?</p>



<p>Essas são perguntas existenciais que assombram a humanidade com mais força desde as queixas e as reflexões da geração byroniana do &#8220;mal do século&#8221;, entre 1800 e 1900.</p>



<p>E quando as pessoas estão morrendo, para onde elas vão? A resposta mais óbvia e prática seria o hospital, porém, no século XIV, quando cerca de 60% da população europeia era ceifada pela peste bubônica, a resposta era: elas vão para Poveglia.</p>



<h2>As raízes obscuras</h2>



<figure class="mt-2"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2020/10/20/20223133636346.jpg" alt="(Fonte: The Independent/Reprodução)" /><figcaption>(Fonte: The Independent/Reprodução)</figcaption></figure>



<p>Em 1665, cerca de 300 anos depois que aconteceu a primeira &#8220;onda&#8221; da peste na Europa, causando a morte de aproximadamente 75 milhões de pessoas, o vilarejo de <a href="https://www.megacurioso.com.br/misterios/113392-eyam-o-vilarejo-da-peste.htm" target="_blank" rel="noopener noreferrer">Eyam&nbsp;</a>se destacou por implementar um método de quarentena para evitar que a praga entrasse e devastasse a todos. Os familiares das vítimas foram inibidos de velar os seus mortos, e os cadáveres que não puderam ser enterrados apenas foram largados em becos, pastos e ruas.</p>



<p>Em Eyam, os números de vítimas não ultrapassaram 155 entre os 700 habitantes, mas já foi o suficiente para que a situação se tornasse um caos, devido ao índice de contágio da doença. Qual foi o destino dos milhares de cadáveres da primeira &#8220;onda&#8221; da peste no resto da Europa? Poveglia.</p>



<p>A pequena ilha de 17 acres localizada entre Veneza e Lido, na Lagoa de Veneza, no norte da Itália, foi disputada pelos genoveses e venezianos durante as guerras do Império Napoleônico ao longo do século XIV. A região foi povoada até 1379, quando os habitantes foram transferidos para a ilha italiana de Giudecca devido aos ataques em Veneza orquestrados pelas tropas genovesas.</p>



<figure class="mt-2"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2020/10/20/20223309777347.jpg" alt="(Fonte: Curious Historian/Reprodução)" /><figcaption>(Fonte: Curious Historian/Reprodução)</figcaption></figure>



<p>Por cerca de 200 anos, Poveglia permaneceu desabitada, sendo oferecida pelo Doge aos monges camaldulenses em 1527, que recusaram a oferta. Em meados de 1645, o governo veneziano construiu 5 fortes octogonais para proteger e controlar as idas e vindas da ilha.</p>



<p>Eventualmente, Poveglia acabou sendo controlada pela jurisdição do Serviço de Saúde Pública de Veneza e se tornou um ponto de controle de tudo o que chegava e saía de navio da cidade.&nbsp;</p>



<p>Em 1776, a administração italiana recebeu informações de que haviam pessoas infectadas com a peste bubônica em dois navios cheios que viajavam a caminho da cidade, então decidiram desviá-los até Poveglia para que os tripulantes fossem colocados em quarentena. Não houve um planejamento para que aquelas pessoas fossem salvas, portanto o resultado foi apenas uma catástrofe sem precedentes.</p>



<h2>A ilha da peste</h2>



<figure class="mt-2"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2020/10/20/20223426934348.jpg" alt="(Fonte: The Vintage News/Reprodução)" /><figcaption>(Fonte: The Vintage News/Reprodução)</figcaption></figure>



<p>Apenas uma ou outra pessoa deixava Poveglia, mas isso não significava que essa não havia contraído a peste, tampouco que estava curada. Apesar da ineficácia das quarentenas para tratar aquele tipo de doença, as autoridades estavam desesperadas para encontrar um meio de minimizar os danos.</p>



<p>Nas primeiras semanas de infectados enviados para o local sem estrutura nenhuma, estima-se que cerca de 16 mil pessoas morreram. Poveglia também foi transformada em uma vala comum quando os cadáveres dos acometidos pela peste começaram a se empilhar nas ruas de Veneza. Navios e barcaças carregadas de mortos eram despejados na ilha em meio aos vivos.&nbsp;</p>



<p>Acredita-se que muitas pessoas enviadas para Poveglia não estavam de fato contaminadas, uma vez que as autoridades não possuíam um estudo ordenado de sintomas e só coletavam as pessoas que aparentavam estar doentes, sem se importarem se podia ou não se tratar da praga.</p>



<figure class="mt-2"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2020/10/20/20223537856349.jpg" alt="(Fonte: Huffopost/Reprodução)" /><figcaption>(Fonte: Huffopost/Reprodução)</figcaption></figure>



<p>Quando os agentes oficiais que cuidavam da exportação dessas pessoas para Poveglia não conseguiram mais dar conta de enterrar tantos mortos, eles passaram a queimá-los. Durante 40 anos, a ilha abrigou 160 mil vítimas da doença, e cientistas afirmaram que mais de 50% do solo de Poveglia é constituído por cinzas humanas. As videiras foram as únicas plantações que prosperaram ao longo dos anos, aparentemente apáticas à poeira dos restos mortais que sufocou o crescimento de outras vegetações.</p>



<h2>A ilha da loucura</h2>



<figure class="mt-2"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2020/10/20/20223735170350.jpg" alt="(Fonte: New York Daily News/Reprodução)" /><figcaption>(Fonte: New York Daily News/Reprodução)</figcaption></figure>



<p>Em 1922, após mais de 100 anos abandonada, Poveglia ganhou um novo propósito, mas ainda assim obscuro: seria um centro psiquiátrico destinado especialmente para o tratamento de idosos. O governo repaginou os edifícios mal construídos que já existiam na ilha desde a época da peste e transformou-os em um asilo decadente, onde tudo faltava.</p>



<p>Com milhares de pacientes sendo encaminhados para Poveglia, não demorou para que se repetisse a estrutura doentia de abusos e experimentos que assombrava os hospitais psiquiátricos desde o início do século XIX. Nas mãos de médicos em formação ou de má reputação, os pacientes eram submetidos a testes científicos, cirurgias experimentais, lobotomias e abusos generalizados.</p>



<figure class="mt-2"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2020/10/20/20223829748351.jpg" alt="(Fonte: Daily Mail/Reprodução)" /><figcaption>(Fonte: Daily Mail/Reprodução)</figcaption></figure>



<p>Em 1930, um médico que dissecava e amputava os pacientes para seus experimentos hediondos morreu após se lançar da torre do sino que ficava na estrutura central do sanatório de Poveglia. Algumas histórias afirmam que ele teria ficado assombrado pelos fantasmas da ilha. Não era novidade para ninguém, visto que os próprios funcionários tinham dificuldade em manter o emprego por causa da atmosfera diabólica que cercava o local.</p>



<p>Por incrível que pareça, o hospital permaneceu aberto até 1968, que foi o tempo que as autoridades italianas levou para concluir que o projeto havia sido um fracasso, uma vez que não gerava resultados significativos na recuperação de seus pacientes e só trazia despesas desnecessárias.</p>



<figure class="mt-2"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2020/10/20/20223937358352.jpg" alt="(Fonte: Quora/Reprodução)" /><figcaption>(Fonte: Quora/Reprodução)</figcaption></figure>



<p>Em 2014, Veneza tentou leiloar a ilha, mas, devido ao seu histórico, o único lance que receberam foi de US$ 704 mil. Ninguém quer Poveglia, portanto seu<em> status</em> permanece incerto e atualmente é terminantemente proibida para visitantes. O lugar é considerado um dos mais assombrados de toda a Europa, onde as águas continuam a acumular na areia da costa os ossos humanos perdidos pelo século.</p>



<p>Até hoje o cronista Rocco Benedetti ainda tem razão de sua definição para Poveglia: “Parece um inferno”.</p>


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Poveglia: a ilha que tem 50% do solo composto de cinzas humanas

Imagem de 3 murais: homenagem aos profissionais da saúde durante a pandemia no megacurioso

O artista espanhol Pejac pintou três murais em hospital que, sob o nome "Força", apresenta três aspectos/soluções para a pandemia


<p>Um <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/115844-artista-cria-incriveis-ilusoes-usando-arte-corporal.htm" target="_blank" rel="noopener noreferrer">artista plástico</a> espanhol chamado Pejac resolveu homenagear os profissionais de saúde do Marqués de Valdecilla University Hospital, em Santander na Espanha, como um gesto de agradecimento pelo seu trabalho em geral e durante a pandemia da covid-19. No projeto &#8220;Força&#8221;, o artista oferece o que faz melhor, a pintura.</p>



<figure class="mt-2"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2020/10/23/intel-23134349893346.jpg" alt="Fonte: Pejac/Facebook/Divulgação" /><figcaption>Fonte: Pejac/Facebook/Divulgação</figcaption></figure>



<p>Feito para marcar o momento histórico na história global, o artista fez três intervenções no Valdecilla, como o hospital é carinhosamente chamado em sua cidade natal. O nome &#8220;Força&#8221; foi propositalmente escolhido por ser esta qualidade um dos requisitos necessários dentro de um hospital, segundo Pejac. O trabalho aborda três aspectos da crise atual e propõe soluções.</p>



<h2>Distanciamento social</h2>



<figure class="mt-2"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2020/10/23/23134555082349.jpg" alt="Fonte: Pejac/Facebook/Divulgação" /><figcaption>Fonte: Pejac/Facebook/Divulgação</figcaption></figure>



<p>O primeiro trabalho é uma <a href="https://www.megacurioso.com.br/ilusao-de-optica/44413-10-ilusoes-de-otica-fritar-cerebro.htm" target="_blank" rel="noopener noreferrer">ilusão de ótica</a> e mostra uma aparente fenda profunda e aberta na parede do hospital. Quem se aproxima, nota inúmeras pequenas silhuetas humanas que tentam escapar da fenda que, segundo o artista afirma ao site <em>Bored Panda</em>, representa &#8220;a ferida que esta pandemia deixou&#8221;.&nbsp;</p>



<figure class="mt-2"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2020/10/23/23134749459351.jpg" alt="Fonte: Pejac/Facebook/Divulgação" /><figcaption>Fonte: Pejac/Facebook/Divulgação</figcaption></figure>



<p>Apesar de a imagem funcionar como uma metáfora para os danos da pandemia, propõe o distanciamento social como única forma de corrigi-la. Diz Pejac: &#8220;Entre a grande multidão, incluí cenas de reencontro, empatia, cuidado e amor, sugerindo uma porta para um futuro melhor e cheio de esperança&#8221;.</p>



<h2>Superando</h2>



<figure class="mt-2"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2020/10/23/23134944054352.jpg" alt="Fonte: Pejac/Facebook/Divulgação" /><figcaption>Fonte: Pejac/Facebook/Divulgação</figcaption></figure>



<p>A segunda peça da série, &#8220;Superando&#8221;, foi realizada com a ajuda de jovens pacientes oncológicos da ala pediátrica do Valdecilla, que buscaram recriar o campo de trigo de Van Gogh com ciprestes com as mãos.</p>



<figure class="mt-2"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2020/10/23/23135103399353.jpg" alt="Fonte: Pejac/Facebook/Divulgação" /><figcaption>Fonte: Pejac/Facebook/Divulgação</figcaption></figure>



<p>&#8220;Na peça, uma criança está apoiada em uma cadeira de rodas, podendo pintar mais alto que as demais. Isso é algo que nós, como sociedade, podemos fazer: pegar esta crise e usá-la para nos impulsionar para frente&#8221;, explica Pejac.</p>



<h2>Carícia</h2>



<figure class="mt-2"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2020/10/23/23135210415355.jpg" alt="Fonte: Pejac/Facebook/Divulgação" /><figcaption>Fonte: Pejac/Facebook/Divulgação</figcaption></figure>



<p>Na última peça do trabalho, o autor afirma que &#8220;Carícia&#8221; é a solução poética da nova dinâmica da relação entre os pacientes e os trabalhadores de saúde imposta pelo vírus da covid. Apesar de fisicamente distantes, as suas sombras denunciam o desejo de retornar ao contato físico.</p>



<figure class="mt-2"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2020/10/23/23135324385357.jpg" alt="Fonte: Pejac/Facebook/Divulgação" /><figcaption>Fonte: Pejac/Facebook/Divulgação</figcaption></figure>



<p>Pejac confessa: &#8220;Eu também adicionei uma sensação de serenidade e beleza ao transformar suas sombras em um lago colorido e tranquilo com nenúfares, prestando homenagem a um dos meus pintores favoritos, <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes/102262-o-prisma-reverso-veja-a-ia-que-transforma-quadros-de-monet-em-fotos-reais.htm" target="_blank" rel="noopener noreferrer">Monet</a>, ao longo do caminho&#8221;.</p>



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<iframe title="&#039;Strength&#039; by Pejac" width="1366" height="768" src="https://www.youtube.com/embed/b6ArgfBuonU?feature=oembed" frameborder="0" allow="accelerometer; autoplay; clipboard-write; encrypted-media; gyroscope; picture-in-picture" allowfullscreen></iframe>
</div></figure>


thumb-image-2024-02-29T14:05:05.924Z

3 murais: homenagem aos profissionais da saúde durante a pandemia

Imagem de Hikikomori: o fenômeno japonês que já afeta pessoas no mundo todo no megacurioso

Por qual motivo mais de 500 mil jovens e adultos estão há anos confinados em seus quartos?


<p>Na última década, o Japão atingiu a impressionante marca de 30 mil mortes anuais por suicídio, se tornando a terceira maior taxa, ficando atrás da Hungria e da Coreia do Sul.&nbsp;</p>



<p>Antigamente, os homens de meia-idade costumavam ser o grupo de maior risco de suicídio no país, mas perdeu lugar para os idosos e jovens ao longo dos anos.</p>



<p>Depressão, <em>bullying&nbsp;</em>escolar, ansiedade financeira e o excesso de trabalho têm sido apenas alguns dos motivos. O suicídio por excesso de trabalho, chamado popularmente de<em>&nbsp;karo jisatsu</em>, surgiu da necessidade de a comunidade japonesa se manter em seus empregos por meio de mais horas extras, tirando cada vez menos férias e evitando qualquer tipo de falta, até mesmo quando o problema é doença. Esse índice de mortalidade ocupacional atinge mais os funcionários de fábricas e os que trabalham em escritórios devido à sobrecarga física e emocional causada pela falta de saúde laboral, destruindo laços familiares e criando animosidade social.</p>



<h2>A raiz do problema</h2>



<figure class="mt-2"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2020/10/14/14144348045182.jpg" alt="(Fonte: Pinterest/Reprodução)" /><figcaption>(Fonte: Pinterest/Reprodução)</figcaption></figure>



<p>Ao longo de mais de 100 anos, o Japão romantizou e normalizou o suicídio. Muitos enxergavam o ato como uma prática de livre-arbítrio e uma maneira de criar significado por meio da própria morte. Os jornais e até mesmo a literatura popular descreviam que os atos suicidas eram uma maneira de as pessoas assumirem as responsabilidades por suas ações ou até mesmo protestar contra a injustiça social.</p>



<p>Por outro lado, estudos indicaram que a raiz do problema que leva ao suicídio tem sido a relação da depressão com a pressão social japonesa. Não foi fácil para o governo perceber que a necessidade das pessoas de se encaixarem nas regras e nos padrões impostos pelos costumes japoneses, que delimitam a estrutura social de toda uma cultura, tem sido a maior fração de mortes no país.</p>



<figure class="mt-2"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2020/10/14/14144453233185.jpg" alt="(Fonte: SarahWrites/Reprodução)" /><figcaption>(Fonte: SarahWrites/Reprodução)</figcaption></figure>



<p>O medo de errar, de ser ridicularizado ou até mesmo de ser rechaçado pelos seus atos cresceu em adolescentes, tornando-os adultos com graves problemas de autossuficiência e falta de autoestima positiva. A depressão, então, torna-se a parada final antes do suicídio, uma vez que as ideias românticas e idealistas prevalecem contra o problema de saúde pública.</p>



<p>No entanto, depois que os índices de óbitos por suicídio atingiram níveis ainda mais alarmantes, causando consequências econômicas, políticas e sociais, nasceu uma incomum parceria entre o governo e a psiquiatria para enfrentar esse problema social, que até originou uma lei preventiva contra o suicídio em 2006.</p>



<h2>Encontrando significado em meio ao caos</h2>



<figure class="mt-2"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2020/10/14/14144625594187.jpg" alt="(Fonte: Science Focus/Reprodução)" /><figcaption>(Fonte: Science Focus/Reprodução)</figcaption></figure>



<p>No final da década de 1990, devido a essa cultura social de pressão, surgiu um fenômeno chamado de <em>hikikomori</em>, que significa algo como “estar confinado”, em tradução livre. Ele é caracterizado como um retraimento social agudo em que adolescentes e adultos, entre 15 e 39 anos, geralmente das classes média e média-alta, não mantêm contato social, exceto alguma comunicação com a própria família.</p>



<p>Em 2010, um pesquisa erguida pelo governo do Japão estimou que aproximadamente 700 mil pessoas viviam em situação de <em>hikikomori</em>. Já em 2016, esse número caiu para 540 mil pessoas, cerca de 1,57% da população do país. Contudo, as entidades públicas acreditam que esse índice seja ainda maior pelo fato de que muitas dessas pessoas preferem manter o anonimato.</p>



<figure class="mt-2"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2020/10/14/14144744048188.jpg" alt="(Fonte: Coisas do Japão/Reprodução)" /><figcaption>(Fonte: Coisas do Japão/Reprodução)</figcaption></figure>



<p>Isolados em suas casas ou quartos, esses cidadãos não têm nenhuma condição física que os impede de estar na sociedade, eles &#8220;apenas&#8221; apresentam essa falta de vontade, que os faz entrar para as estatísticas de depressão que levam ao suicídio causado pela pressão de se enquadrarem às normas sociais.</p>



<p>Ainda assim, pesquisadores e psicólogos definiram esse fenômeno como uma extrema ansiedade social, que se assemelha muito mais a uma condição patológica. A maioria dos entrevistados que vivem em <em>hikikomori</em> demonstraram um alto nível de sofrimento psicológico e angústia sob a mera possibilidade de abandonar esse estilo de vida.</p>



<h2>Internet: amiga ou inimiga?</h2>



<figure class="mt-2"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2020/10/14/14144952299190.jpg" alt="(Fonte: Notizie/Reprodução)" /><figcaption>(Fonte: Notizie/Reprodução)</figcaption></figure>



<p>Ainda existem extensas pesquisas acerca do impacto que a internet, as redes sociais e os videogames possuem dentro do fenômeno <em>hikikomori</em>. Muitos acreditam que esses fatores são facilitadores para o agravamento da condição.</p>



<p>Todavia, a influência desses aspectos se tornou um problema para a considerada “nova geração” de enclausurados, visto que não existia internet em outros tempos. Cerca de 26% dos adolescentes de Hong Kong (Japão) são considerados viciados em internet, em contraste com cerca de 1% dos que são adeptos ao <em>hikikomori</em>. A idade também é diferente: a dependência virtual dos &#8220;sociais&#8221; acontece no início da adolescência, enquanto que para os reclusos ocorre no final dela, exatamente pela necessidade de enxergarem um recorte social do mundo além das paredes de onde eles resolveram se confinar.</p>



<figure class="mt-2"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2020/10/14/14145240239192.jpg" alt="(Fonte: Shifter/Reprodução)" /><figcaption>(Fonte: Shifter/Reprodução)</figcaption></figure>



<p>Para Takahiro Kato, professor psiquiatra da Universidade Kyushu, os videogames e as mídias sociais reduziram vertiginosamente o tempo em que as pessoas passam fora e em ambientes sociais, o que poderia ser uma espécie de “porta” para a adesão do <em>hikikomori</em>. Em resumo, com celulares em mãos e tantos serviços à disposição é possível trabalhar, pedir comida, comprar roupas, pagar contas e tudo o mais só com um comando, sem precisar ter mais contato com ninguém, tampouco levantar de sua cama ou cadeira. Isso é basicamente o que a maioria dos<em>&nbsp;hikikomoris</em> estão fazendo.</p>



<p>Por outro lado, foi cientificamente comprovado que a internet tem ajudado muitos <em>hikikomoris</em> a enfrentar essa angústia social ao promover o contato com outras pessoas que possuem o mesmo estilo de vida ou interesses em comum. Além de que é a única maneira de fazê-los interagir com agentes de saúde empenhados em solucionar esse problema.</p>



<h2>Novo Começo</h2>



<figure class="mt-2"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2020/10/14/14145437272193.jpg" alt="(Fonte: National Geographic/Reprodução)" /><figcaption>(Fonte: National Geographic/Reprodução)</figcaption></figure>



<p>Com o intuito de trazer os <em>hikikomoris</em> para o meio social, nasceu no Japão a Novo Começo. Os pais investem cerca de US$ 8 mil por ano para que profissionais entrem em contato com seus filhos em situação de isolamento para tentar fazê-los se comunicar.</p>



<p>“Quanto mais tempo os <em>hikikomoris</em> permanecem separados da sociedade, mais conscientes eles se tornam de seu fracasso social”, declarou ao <em>National Geographic</em> a fotógrafa Maika Elan, responsável por fotografar a situação de isolamento das pessoas no Japão. “Eles perdem qualquer autoestima e confiança que tinham, e as perspectiva de sair de casa se torna cada vez mais assustadora. Trancar-se no quarto faz com que se sintam seguros&#8221;.</p>



<p>Geralmente, o processo começa por meio do envio de cartas, depois evolui para a comunicação via internet, então por telefone até que a pessoa tenha confiança o suficiente para estabelecer um contato físico com o profissional. Isso tudo pode levar muitos meses.</p>



<figure class="mt-2"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2020/10/14/14145618227197.jpg" alt="(Fonte: BBC/Reprodução)" /><figcaption>(Fonte: BBC/Reprodução)</figcaption></figure>



<p>O objetivo final é conduzir essas pessoas até o centro de convívio da Novo Começo, onde eles possam participar de um programa de formação profissional, acompanhamento psicológico e reestruturação da realidade.</p>



<p>O fenômeno <em>hikikomori&nbsp;</em>não é mais considerado um problema social apenas do Japão, uma vez que já se espalhou de forma pandêmica para várias partes do mundo. Só na Coreia do Sul, estima-se que 33 mil jovens se isolaram socialmente. Na América do Norte e em países da Europa, como na França e na Itália, também já registram números bem expressivos de <em>hikikomori</em>, que precisam ser levados mais em consideração.</p>


thumb-image-2024-02-29T14:05:05.513Z

Hikikomori: o fenômeno japonês que já afeta pessoas no mundo todo

Imagem de Mulher sofre de 'cegueira de feições' e não reconhece o próprio rosto no megacurioso

Depois de muitos anos sem conseguir reconhecer as pessoas, Lena descobriu no ano passado que sofre de prosopagnosia


<p>Uma entrevista publicada recente no site russo <em>Khoroshaya Storona&nbsp;</em>(O Lado Bom) causou espanto e preocupação em muitas pessoas: uma mulher chamada Lena Ash falou sobre uma condição que sofre, a prosopagnosia, também chamada de “cegueira para feições” que lhe impede de <a rel="noopener noreferrer" href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/116447-9-rostos-de-famosos-e-suas-mudancas-com-o-passar-dos-anos.htm" target="_blank">reconhecer rostos</a>, inclusive o seu próprio.</p>



<p>Somente no ano passado, Lena descobriu sua doença. Antes disso, ela pensava que tinha um tipo de percepção mais lenta do que as outras pessoas. Mesmo quando criança, ela tinha muita dificuldade para reconhecer rostos, mas seus pais nunca conseguiram ajudá-la, até mesmo porque não tinham a menor ideia sobre a condição.</p>



<p>Nem mesmo os neurologistas, que Lena procurou por causa das constantes dores de cabeça, enxaqueca, pressão baixa e náuseas, conseguiram diagnosticar a causa dos seus constantes problemas de saúde, o que a deixava envergonhada e desorientada.</p>



<h2>O cérebro não cria memória de rostos</h2>



<figure class="mt-2"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2020/10/21/21185019856371.jpg" alt="Fonte: Alex Iby/Unsplash/Reprodução" /><figcaption>Fonte: Alex Iby/Unsplash/Reprodução</figcaption></figure>



<p>Quando Lena está conversando com alguma pessoa, ela consegue ver o rosto dela com muita clareza, mas tão logo seu interlocutor sai, ela se “esquece” imediatamente do seu rosto.&nbsp;</p>



<p>Enquanto a maioria dos cérebros são programados para criar <a href="https://www.megacurioso.com.br/neurociencia/101647-como-funciona-a-nossa-memoria-com-relacao-ao-que-vivemos-na-infancia.htm" target="_blank" rel="noopener noreferrer">uma memória</a> das pessoas que encontramos, o dela não cria nenhuma memória para nenhum rosto, nem o dela.</p>



<p>Lena conta que foi até a escola do seu filho para buscá-lo e, ao ajeitar o seu short, viu que não era ele, mas o filho de uma pessoa estranha.</p>



<h2>Usando algumas técnicas</h2>



<figure class="mt-2"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2020/10/21/21185254155373.jpg" alt="Fonte: mountain_of_caramel/Instagram/Reprodução" /><figcaption>Lena e sua família (Fonte: mountain_of_caramel/Instagram/Reprodução)</figcaption></figure>



<p>Na entrevista ao site, Lena explica que usa algumas pistas para reconhecer o próprio rosto: “Quando me olho no espelho ou em uma foto minha, entendo quem está na minha frente pela verruga acima da sobrancelha, o formato da linha do cabelo, pela cicatriz no queixo e pelo formato do nariz”.</p>



<p>Ela usa a mesma técnica para reconhecer outras pessoas, tentando se lembrar de certas “marcas” que observa como manchas de pele, cicatrizes, tatuagens ou narizes tortos. Mas nem sempre isso funciona. Ela diz que o seu marido com e sem barba parece duas pessoas totalmente diferentes.</p>



<p>Atualmente, já se sabe que a prosopagnosia não é uma condição tão rara como se imaginava, pois é provável que 2% da população mundial sofra da desordem em algum grau. De <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/116511-o-que-aconteceria-se-todos-os-seres-humanos-tivessem-albinismo.htm" target="_blank" rel="noopener noreferrer">causa hereditária</a>, a doença não tem cura e nem tratamento.</p>


Medicina e Psicologia

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