Imagem de Mistério de árvore 'congelada no tempo' por 66 milhões de anos é finalmente resolvido no megacurioso

Antes tido como extinto, pinheiro Wollemi foi redescoberto por caminhantes em 1994

<head></head><body>Em 1994, um bando de caminhantes acabou descobrindo um grupo de árvores estranhas crescendo em um desfiladeiro no Parque Nacional Wollecim, a cerca de 100 km de distância de Sydney, na <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/123459-por-que-existem-tantos-animais-estranhos-na-australia.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Austrália</a>. Um naturalista do parque foi notificado sobre o caso, posteriormente mostrando espécimes de folhas a um botânico.Após estudos mais aprofundados, pesquisadores descobriram que a planta em questão se tratava de uma espécie antiga que estava essencialmente congelada no tempo desde a época em que os dinossauros vagam pela Terra. O pinheiro Wollemi (Wollemia nobilis) foi apelidado de "fóssil vivo" pelos estudiosos e permanece geneticamente quase idêntico há 66 milhões de anos.<h2>Sobrevivência de árvore milenar</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/09/19/19003853328008.jpg" alt="(Fonte: Getty Images)">(Fonte: Getty Images)De acordo com os pesquisadores que trabalharam no caso, existem agora apenas 60 destas árvores na natureza. As sobreviventes, por sua vez, estão ameaçadas pelos incêndios florestais na região australiana. Antes do espécime ter sido descoberto, em 1994, acreditava-se que o pinheiro Wollemi estava <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/125295-quase-50-das-especies-na-terra-estao-caminhando-para-a-extincao.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">extinto</a> há 2 milhões de anos.Agora, cientistas da Austrália, Estados Unidos e Itália estão decodificando o genoma da árvore para entender mais sobre sua evolução e seus hábitos reprodutivos únicos, bem como tentando saber quais esforços precisarão ser feitos para ajudar na conservação da espécie.&nbsp;Segundo os dados obtidos recentemente, o pinheiro tem 26 cromossomos, os quais contém impressionantes 12,2 bilhões pares de bases — em comparação, os humanos possuem apenas 3 bilhões de pares de bases. Apesar do tamanho do seu genoma, os primeiros Wollemi têm uma diversidade genética extremamente baixa, sugerindo uma redução drástica de sua população por volta de 10 mil a 26 mil anos atrás.<h2>Reprodução e perspectiva para o futuro</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/09/19/19003935111012.jpg" alt="(Fonte: Getty Images)">(Fonte: Getty Images)Conforme foi descoberto pelos pesquisadores, os pinheiros Wollemi não costumam trocar muito material genético. De modo geral, essas árvores restantes parecem se reproduzir principalmente por meio de clonagem talhadia — em que rebentos emergem da base e se tornam novas árvores.A raridade da espécie pode ser por culpa do número elevado de transposões em sua composição, que nada mais são do que "genes saltadores". Esses trechos de DNA podem mudar sua posição dentro do genoma, alterando a sequência de "letras" em uma molécula. Por sua vez, isso causa ou reverte mutações genéticas.Caso os transposões tenham induzido mutações prejudiciais, isso pode ter contribuído para o declínio populacional precipitado pelas mudanças climáticas e outros fatores. Essas condições estressantes, acreditam os pesquisadores, podem ter levado a planta a mudar para a reprodução clonal. Paradoxalmente, embora as <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/121098-sequoia-conheca-as-maiores-arvores-do-mundo.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">árvores</a> ainda dependessem da reprodução sexuada para se expandirem, os transposões podem também ter desempenhado um papel, ao menos temporariamente, importante para torná-las mais resistentes às mudanças sofridas pelo planeta.Embora apenas quatro pequenas populações de pinheiro Wollemi permaneçam na natureza, essas árvores têm sido amplamente propagadas por jardins botânicos e outras instituições num esforço para conservá-las. Assim, o estudo do genoma dessa espécie não é algo apenas curioso, mas que pode garantir a sobrevivência dessas plantas.</body>

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Mistério de árvore 'congelada no tempo' por 66 milhões de anos é finalmente resolvido

Imagem de Você sabia que a ponta preta da banana não é uma semente? no megacurioso

Entenda por que as bananas não tem sementes comuns

Muita gente acredita que a ponta preta das bananas, que na maioria das vezes &eacute; descartada, &eacute; uma semente, mas isso n&atilde;o &eacute; verdade. As sementes da banana ficam dentro do fruto, elas seriam vis&iacute;veis quando se corta o fruto no comprimento, por&eacute;m, a maioria das variedades de banana utilizadas na alimenta&ccedil;&atilde;o humana n&atilde;o tem sementes.
Isto ocorre porque os frutos foram modificados ao longo dos anos e se tornaram partenocarpos, ou seja, frutos que se formam sem fecunda&ccedil;&atilde;o. Assim, para achar uma semente de banana &eacute; preciso achar uma variedade selvagem da fruta.
Mas ent&atilde;o o que &eacute; a ponta preta da banana? As bananas crescem em cachos nas bananeiras, e o que normalmente consideramos o fim da banana &eacute;, na verdade, o seu in&iacute;cio, a parte que prende o fruto ao cacho. A parte do talo mais duro, por onde descascamos o fruto, &eacute; sua parte final.
<h2>Um super alimento</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/09/05/05002011302030.jpg" alt="(Fonte: Getty Images)" />(Fonte: Getty Images)
As bananas s&atilde;o origin&aacute;rias do sudeste da &Aacute;sia, mas j&aacute; foram transportadas e se adaptaram a praticamente todas as regi&otilde;es tropicais do mundo. Elas s&atilde;o um importante alimento, fazendo parte da cultura <a href="https://www.megacurioso.com.br/educacao/124343-conheca-as-5-variedades-de-banana-mais-comuns-no-brasil.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">culin&aacute;ria de diversos pa&iacute;ses</a>. Tamb&eacute;m s&atilde;o uma das frutas mais exportadas do mundo, e os principais destinos s&atilde;o os Estados Unidos e a Uni&atilde;o Europeia.
As bananas t&ecirc;m uma composi&ccedil;&atilde;o nutritiva muito <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/120377-as-bananas-mais-populares-do-mundo-correm-o-risco-de-extincao.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">interessante para os seres humanos</a>. Cerca de 75% da sua composi&ccedil;&atilde;o &eacute; de &aacute;gua e o restante &eacute; uma massa rica em Pot&aacute;ssio, vitamina A, vitamina C e fibras.
Outras partes da bananeira tamb&eacute;m s&atilde;o comest&iacute;veis e altamente nutritivas. &Eacute; o caso da flor da bananeira, um cone que sai da parte inferior do cacho quando este continua imaturo. Este item, utilizado em v&aacute;rios pratos tradicionais, tem colora&ccedil;&atilde;o e textura diferentes do cacho e s&atilde;o popularmente conhecidas como umbigo ou cora&ccedil;&atilde;o da bananeira.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/09/05/05001920476029.jpg" alt="Flor da bananeira. (Fonte: Getty Images)" />Flor da bananeira. (Fonte: Getty Images)
Al&eacute;m disso, a casca da banana, que &eacute; <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/126838-por-que-bananas-ficam-pretas-e-como-evitar-esse-processo.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">normalmente descartada</a>, &eacute; um item de alto valor nutricional. Rica em pot&aacute;ssio, antioxidantes e fibras, a casca tamb&eacute;m possui elementos que quando consumidos auxiliam no aumento da serotonina. O item tamb&eacute;m &eacute; conhecido por ajudar na perda de peso, no controle do colesterol e na prote&ccedil;&atilde;o da vis&atilde;o. Mas cuidado, o ideal &eacute; consumir casca de banana apenas se elas forem org&acirc;nicas, para evitar o contato com agrot&oacute;xicos.
<h2>Confus&otilde;es sobre a banana</h2>
Outra curiosidade interessante sobre o fruto &eacute; a sua associa&ccedil;&atilde;o com macacos. A ideia de que primatas adoram o fruto j&aacute; tomou conta da imagina&ccedil;&atilde;o popular e &eacute; amplamente difundida em filmes e desenhos. Por&eacute;m, o fruto como o conhecemos n&atilde;o existe em ambientes selvagens, pois &eacute; uma varia&ccedil;&atilde;o derivada do cultivo humano. Portanto, a banana n&atilde;o faz parte da dieta de primatas.
A exce&ccedil;&atilde;o ocorre com animais domesticados ou que vivem em &aacute;reas pr&oacute;ximas &agrave;s habitadas por humanos. Nesses casos, os animais podem adquirir o habito de descascar e comer bananas.

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Você sabia que a ponta preta da banana não é uma semente?

Imagem de Conheça o bambu henon, a espécie que floresce uma vez a cada 120 anos antes de morrer no megacurioso

Segundo pesquisadores, evento marcado para acontecer por volta de 2028 pode atingir proporções desastrosas para o meio ambiente

<head></head><body>Uma espécie incomum de bambu está prestes a florescer pela primeira vez em mais de 100 anos, o que deve permitir aos sortudos espectadores descobrir mais sobre seu misterioso processo de regeneração. A espécie chamada Phyllostachys nigra var. henonis, ou bambu henon, só floresce uma vez a cada 120 anos antes de morrer.Espera-se que a geração atual desta espécie floresça por volta de 2028. No entanto, pesquisadores da Universidade de Hiroshima, no <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/118627-7-fatos-curiosos-que-provam-que-o-japao-e-um-pais-unico.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Japão</a>, notaram que alguns exemplares estão nascendo mais cedo do que deveriam e aproveitaram a oportunidade para estudar essa planta tropical enigmática.<h2>A vida do bambu henon</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/09/13/13012026880027.jpg" alt="(Fonte: Getty Images)">(Fonte: Getty Images)Em um estudo publicado na revista PLOS One, os pesquisadores japoneses descobriram que muitos espécimes floridos do <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/125689-era-do-bambu-descoberta-pode-ter-revelado-nova-era-pre-historica.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">bambu</a> não continham sementes. A equipe também observou a falta de novos colmos crescendo a partir dos sistemas radiculares das plantas que cresceram, o que indica uma reprodução assexuada limitada. Isso pode significar que muitos campos densos de bambu podem ser especialmente difíceis de regenerar — sendo substituídos com o tempo por prados.O bambu henon foi introduzido no Japão no século IX, sendo oriundo da <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/118396-6-coisas-sobre-a-china-que-voce-talvez-nao-saiba.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">China</a>. Porém, registros científicos de seu processo de regeneração são bastante escassos.&nbsp;Os seus intervalos de floração de 120 anos foram baseados em documentos produzidos nessa época, tendo em mente que as colônias anteriores morreram logo após a floração em 1908, antes de conseguirem se restabelecer pelo país todo. Para produzir o estudo, os pesquisadores analisaram uma colônia de espécimes em floração precoce que foi encontrada em Hiroshima em 2020.Ao todo, 334 "colmos", que são o caule lenhoso e articulado do bambu, foram encontrados. A equipe de estudos descobriu que 80% desses colmos floresceram ao longo de três anos e não produziram nenhuma semente.<h2>Ameaça ao meio ambiente</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/09/13/13012053070030.jpg" alt="(Fonte: Getty Images)">(Fonte: Getty Images)Conforme foi constatado pelos pesquisadores ao final de 2022, nenhum colmo de bambu henon havia sobrevivido."Ainda permanece a questão sobre como os colmos mortos foram substituídos por uma nova geração", destacou o autor Toshihiro Yamada, biólogo da Universidade de Hiroshima, em entrevista ao Live Science.&nbsp;Segundo Yamada, aparentemente a regeneração sexual não funciona entre essa espécie, uma vez que ela não consegue produzir sementes. Os pesquisadores acreditam que o bambu possa se regenerar no subsolo, eventualmente brotando novos colmos individuais.No entanto, esse processo todo pode levar muitos anos e causa uma grande perda de biomassa. Como esse bambu cobre uma enorme extensão de terra, ele potencialmente perturba ecossistemas que o ajudam a se sustentar. Os cientistas dizem que isso não significa apenas perdas econômicas para as indústrias locais que dependem do bambu como material, mas também pode causar sérios problemas ambientais.“Os serviços naturais prestados às pessoas pelo bambu incluem a prevenção da erosão do solo e a prevenção de deslizamentos de terra”, completou Yamada. Como próxima etapa, os pesquisadores pretendem avaliar se o bambu henon criado na China produz sementes e compreender melhor suas características para sanar os problemas que estão surgindo no Japão.&nbsp;</body>

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Conheça o bambu henon, a espécie que floresce uma vez a cada 120 anos antes de morrer

Imagem de Plantas são capazes de "gritar", segundo estudo no megacurioso

Pesquisa demonstrou que as plantinhas emitem sons específicos quando estão sem água ou machucadas; entenda

<head></head><body>Plantas emitem diversos sinais quando algo não vai bem, seja com folhas murchas quando falta água; seja por meio de outras mudanças na cor, cheiro e forma. E segundo um estudo publicado na revista Cell&nbsp;em março deste ano, as plantinhas também emitem sons quando estão fragilizadas de alguma forma. Você consegue imaginar isso?Para chegar a essa conclusão, pesquisadores observaram o comportamento de pés de <a href="https://www.megacurioso.com.br/saude-bem-estar/117783-tomate-e-sua-grande-importancia-para-a-saude.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">tomate</a> e tabaco. As plantas foram observadas em diferentes situações, e claro, a tecnologia deu aquela forcinha.<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/09/04/04090935297021.jpg" alt="(Fonte: Getty Images/Reprodução)">(Fonte: Getty Images/Reprodução)<h2>"Ouvindo" as plantas</h2>Estudiosos fizeram uso de um modelo de aprendizado de máquina para analisar detalhes acerca das plantas, identificando, por exemplo, o nível de desidratação e o respectivo som emitido nesse cenário.Durante os experimentos, plantas foram analisadas em seu estado normal, sob estresse hídrico ou após terem o caule cortado. E além de realizar o teste em uma câmara acústica, as plantas foram monitoradas no interior de uma <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/112178-modelo-de-estufa-espacial-surpreende-com-producao-de-alimentos.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">estufa</a>, local onde outros ruídos ambiente podem ser percebidos.Apesar de ainda não ser possível explicar por que as plantas gritam, existe a suspeita que exista relação com o processo de cavitação ocorrido em vegetais: nele, bolhas de ar se formam no interior do xilema, o tecido vegetal encarregado de distribuir água e sais minerais. Essas bolhas provocam vibrações em sua superfície, gerando os estalos.Esse som, apesar de não ser emitido em uma frequência que os seres humanos possam ouvir, é um indicativo que as plantas possuem outras formas de interagir com o meio ambiente — seja isso proposital ou apenas uma mera reação. Além disso, os sons variam a depender do cenário e da espécie vegetal, facilitando a sua interpretação.<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/09/04/04091014776022.jpg" alt="(Fonte: Getty Images/Reprodução)">(Fonte: Getty Images/Reprodução)<h2>Conhecendo os sinais que as plantas emitem</h2>Pesquisadores ainda identificaram que plantas sob estresse emitem mais sons do que as espécies vegetais que estejam em equilíbrio, no grupo de controle. Inclusive, na análise ocorrida na estufa, os sons ambientes foram filtrados, e ainda assim foi possível diferenciar plantas sob estresse das demais por meio do ruído emitido.Ao deixar os pés de tomate sem rega por vários dias consecutivos, estudiosos notaram que os "gritos" apresentaram um padrão expressivo, ocorrendo 35 vezes por hora. As plantas irrigadas, por sua vez, estalaram apenas uma vez por hora.No experimento, o estalo ocorreu de forma recorrente ao longo de quatro ou cinco dias em que a planta estava sem água. No entanto, essa ocorrência vai diminuindo. Após esse período, quando há um quadro mais severo de <a href="https://www.megacurioso.com.br/saude-bem-estar/127029-5-mitos-e-verdades-sobre-a-desidratacao.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">desidratação</a>, as plantas apresentam um pico na emissão de ruído durante as primeiras horas do dia. Mas à medida que o período da tarde avança, por volta das 16h, a emissão desse alerta diminui.Essa descoberta se mostra importante, considerando que podem ser detectados por dispositivos específicos, a exemplo do modelo que foi adotado no próprio estudo. Dessa forma, seria possível promover um melhor cultivo de diferentes espécies, identificando eventuais problemas que as plantas tenham antes que eles se agravem.</body>

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Plantas são capazes de 'gritar', segundo estudo

Imagem de Google lança ferramenta para contagem de pólens e qualidade do ar no megacurioso

Ferramenta pode ser usada por pessoas com diferentes tipos de alergia, para evitar regiões durante viagens

<head></head><body>Pessoas que possuem <a href="https://www.megacurioso.com.br/saude-bem-estar/124813-as-3-alergias-sazonais-que-mais-afetam-as-pessoas.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">alergia a pólen</a> costumam sofrer em determinadas épocas do ano, quando esses grãos estão em maior concentração no ar. E isso tende a se intensificar ainda mais em condições extremas, como as que nós estamos enfrentando devido às <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/112087-mudancas-climaticas-comecam-a-ter-impactos-na-saude-humana.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">mudanças climáticas</a>.Para permitir que essas pessoas possam se preparar melhor e até mesmo evitar regiões com uma grande concentração de grãos de pólen no ar, a Google criou uma ferramenta com detalhes sobre contagem de pólen, além de outras informações detalhadas sobre alérgenos de plantas.<h2>Pollen API</h2><span class="img-fc" data-fonte="&nbsp;Google&nbsp;" data-fonte-url="https://cloud.google.com/blog/products/maps-platform/announcing-pollen-api-providing-actionable-info-about-airborne-pollen-levels-worldwide"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/09/05/05100328635049.png" alt="Ferramenta consegue mostrar a concentração de grãos de pólen de diferentes espécies de plantas. (Fonte: Google)">Ferramenta consegue mostrar a concentração de grãos de pólen de diferentes espécies de plantas. (Fonte: Google)Chamada de Pollen API, esta ferramenta está vinculada à plataforma <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/121903-5-funcoes-do-google-maps-que-voce-nao-conhecia.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Google Maps</a>. Ela integra informações de um índice global de pólen e compara os níveis entre regiões. Outro recurso importante são os dados sobre espécies comuns de árvores, grama e ervas daninhas em todo o mundo, que pode ser valioso para pessoas com diferentes tipos de alergias.Segundo a Google, a Pollen API utiliza machine learning para “determinar onde estão localizadas plantas produtoras de pólen específicas, juntamente com os padrões de vento locais, podemos calcular a sazonalidade e a quantidade diária de grãos de pólen e prever como o pólen se espalhará”.A ferramenta calcula a sazonalidade e a quantidade diária de grãos de pólen para uma área de 1 km², em mais de 65 países e com uma previsão para até cinco dias. Além disso, a Pollen API também fornece dicas sobre como minimizar a exposição — como evitar sair de casa em determinado dia porque os níveis de pólen de bétula estarão mais altos. Ele pode ainda ser vinculado a um aplicativo disponível no display do carro, para sugerir que os motoristas fechem as janelas se houver uma mancha alta de pólen à frente.<h2>Outras novidades</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/09/05/05100754247051.jpg" alt="Ferramenta que monitora a qualidade do ar leva em conta o congestionamento e dados meteorológicos. (Fonte: Google)">Ferramenta que monitora a qualidade do ar leva em conta o congestionamento e dados meteorológicos. (Fonte: Google)Outras duas novidades que a Google anunciou, e que também estarão vinculadas ao Maps, são a Solar API e a Air Quality API. A primeira fornece informações sobre o potencial solar que pode ser obtido em diferentes tipos de construções, como edifícios e shoppings. Ela utiliza uma IA que mapeia a área no teto das construções e cruza com dados como o clima da região e a presença — ou não — de árvores ou outras fontes de sombra.Já a Air Quality API é uma ferramenta que informa a qualidade do ar em mais de 100 países. Ela é alimentada com dados governamentais e meteorológicos obtidos por satélites — além de cruzar com informações sobre o trânsito. Com isso, ela consegue calcular o nível de poluição em diferentes áreas.</body>

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Google lança ferramenta para contagem de pólens e qualidade do ar

Imagem de Abelhas podem ter enganado cientistas sobre neandertais no megacurioso

Pesquisadores ingleses publicaram novo estudo sobre a caverna de Shanidar e os supostos funerais de neandertais que teriam ocorrido lá

<head></head><body>Entre os anos de 1950 e 1960, cientistas fizeram uma descoberta interessante em uma caverna chamada Shanidar, na região das montanhas Zagros, no Curdistão Iraquiano. Eles encontraram o <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/113316-estudo-comprova-maior-presenca-de-dna-de-neandertal-em-grupos-africanos.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">corpo de um neandertal</a> que foi batizado de Shanidar 4. Ao todo, nove corpos foram encontrados. Sobre o que seria o túmulo desse indivíduo, os pesquisadores encontraram vestígios de pólen.Isso os levou a crer que havia acontecido uma cerimônia fúnebre no local, em que flores haviam sido depositadas sobre o corpo do morto. Outra hipótese era de que havia ocorrido algum tipo de ritual com o objetivo de curá-lo.Nos dois casos, a descoberta de Shanidar 4 fez com que os neandertais fossem vistos de outra forma — talvez eles não fossem seres agressivos ou intelectualmente inferiores ao Homo sapiens.Na época, especialistas em pólen foram levados à caverna para ajudar a entender o fenômeno. Eles concluíram que o pólen teria origem em espécies diferentes de flores, que floresciam em momentos distintos.Isso levantou outra hipótese: a de que animais haviam levado as flores para lá, por alguma razão desconhecida. Todavia, essa linha de pensamento perdeu força, pois pegadas ou vestígios de animais nunca foram encontrados perto do túmulo do <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/126820-apos-40-mil-anos-os-neandertais-ainda-vivem-em-nosso-dna.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">neandertal.</a><h2>Abelhas podem ter enganado cientistas</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/09/04/04155900421322.jpg" alt="Toca de abelha encontrada em caverna. Fonte: Reprodução: E. Pomeroy">Toca de abelha encontrada em caverna. Fonte: Reprodução: E. PomeroyPesquisadores das universidades inglesas de John Moores de Liverpool, de Cambridge e de Londres publicaram um artigo no Journal of Archaeological Science lançando uma nova hipótese sobre o suposto funeral do neandertal de Shanidar: eram simplesmente abelhas trabalhando.Em 2016, cientistas encontraram o que seriam tocas de abelhas cobertas de lama. Elas estavam próximas ao túmulo do neandertal. Agora, os pesquisadores acreditam que o pólen que estava sobre o corpo encontrado foi parar lá quando as abelhas o transportavam para as suas tocas, que estavam perto do corpo.Os pesquisadores esclarecem que, ainda que flores não tenham sido depositadas sobre o corpo do indivíduo morto, essa caverna ainda é importante para entender os comportamentos do homem de neandertal. Eles ainda acreditam que seja a hora dos pesquisadores deixarem de lado o pólen encontrado e focarem nas outras características da caverna.“Neste ponto, só podemos concluir que a hipótese do ‘enterro de flores’ parece improvável e que as abelhas, de forma irregular, foram provavelmente responsáveis por alguns dos aglomerados de pólen — certamente os mistos — e que existe a possibilidade de que, se o pólen imaturo estivesse envolvido, poderia ter vindo de plantas colocadas sobre ou sob o corpo”, concluíram os autores.<h2>Ainda assim, caverna de Shanidar é um achado incrível</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/09/04/04160015790326.jpg" alt="Fonte: Getty Images">Fonte: Getty ImagesOs corpos encontrados nessa caverna têm mais de 70 mil anos e são fundamentais para entendermos os comportamentos do homem de neandertal. Mesmo que a hipótese de funeral se mostre errada, a caverna de Shanidar revela que por alguma razão essas pessoas foram ao local para morrerem ou seus corpos foram levados até lá. Nos dois casos, isso mostra um comportamento curioso em relação à morte e que um dia poderá ser totalmente esclarecido.</body>

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Abelhas podem ter enganado cientistas sobre neandertais

Imagem de Como as plantas transmitem memórias genéticas para seus descendentes? no megacurioso

Uma nova pesquisa investigou profundamente como as proteínas vegetais agem para abrir caminho para marcadores químicos importantes

<head></head><body>A herança epigenética, que controla os padrões de expressão genética passados de geração para geração, é muito importante para vários organismos, incluindo as plantas. Recentemente, um novo estudo descobriu ainda mais sobre como esse mecanismo funciona, o que pode ter implicações importantes para o abastecimento alimentar, a agricultura e o ambiente.Antigamente, acreditava-se que essa herança era simplesmente a passagem do <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/121199-o-que-e-o-dna-e-como-ele-se-parece.htm#:~:text=A%20ordem%20das%20bases%20nitrogenadas,e%20at%C3%A9%20mesmo%20alguns%20v%C3%ADrus." rel="noopener noreferrer" target="_blank">DNA</a> dos pais para os filhos, mas esse não é o caso. Alguns organismos também transmitem marcadores químicos que ajudam a instruir as células sobre como usar o DNA. Entenda mais sobre essa curiosa relação ao longo dos próximos parágrafos!<h2>Herança epigenética</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/08/30/30190255284378.jpg" alt="(Fonte: GettyImages)">(Fonte: GettyImages)Quando um organismo está no processo de herança epigenética, ele forma elementos transponíveis ou "genes saltadores", que quando ativados podem se mover e perturbar outros genes. Esse processo, por sua vez, pode ser perigoso. Para ajudar a proteger o genoma e silenciar estes genes, as células podem anexar marcadores reguladores a locais específicos do DNA por meio de uma etapa chamada metilação.Segundo o novo artigo recém-publicado, os cientistas têm investigado a proteína DDM1 em Arabidopsis thaliana, um dos principais organismos modelo no mundo vegetal. DDM1 é uma <a href="https://www.megacurioso.com.br/saude-bem-estar/122737-qual-a-diferenca-entre-a-proteina-animal-e-a-vegetal.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">proteína</a> descoberta há 30 anos pelo autor do estudo Rob Martienssen e um ex-colega, fazendo parte importante na metilação do DNA.Como o DNA das plantas costuma ser compacto, as <a href="https://www.megacurioso.com.br/saude-bem-estar/121763-celulas-humanas-recem-descobertas-sao-cruciais-para-a-respiracao.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">células</a> geralmente envolvem ele em torno de histonas, que são chamadas de proteínas de empacotamento. Porém, isso por si só pode causar problemas, uma vez que as histonas podem bloquear o acesso ao DNA para que a metilação aconteça.Ao longo de sua história, os pesquisadores descobriram que o DDM1 gosta de deslizar pelas proteínas de empacotamento para expor os lados que podem precisar de metilação. Isso foi comparado a um ioiô deslizando por uma corda.&nbsp;<h2>Novas investigações</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/08/30/30190314180380.jpg" alt="(Fonte: GettyImages)">(Fonte: GettyImages)Os investigadores descobriram recentemente exatamente como essa proteína abre caminho para a enzina que está envolvida na metilação. Esse estudo utilizou experimentos de microscopia bioquímica, genética e microscopia eletrônica para identificar exatamente quais histonas o DDM1 desloca e para captar imagens da enzima interagindo com as proteínas de empacotamento associadas e o DNA.Através dessa investigação, eles viram como o DDM1 se liga a histonas específicas e, por sua vez, remodela o DNA empacotado. Também foi revelado que o DMM1 tem afinidade por certas histonas, o que ajuda a preservar importantes controles epigenéticos ao longo das gerações.&nbsp;Uma histona que parece ser encontrada apenas no pólen é resistente ao DDM1 e, na verdade, atua como um substituto durante a divisão celular. No geral, essa descoberta pode não ser apenas baseada em plantas, mas também ser transmitida para o mundo humano. Como nós também precisamos de proteínas semelhantes ao DMM1 para manter a metilação do DNA, a nova pesquisa pode ajudar a revelar como as proteínas humanas mantêm nossos genomas funcionais e intactos.</body>

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Como as plantas transmitem memórias genéticas para seus descendentes?

Imagem de Aquecimento global pode causar a extinção de florestas tropicais no megacurioso

Estudo demonstra que o aumento da temperatura pode fazer com que plantas não consigam mais realizar fotossíntese

<head></head><body>Partes de uma pequena porção da Terra que não foi desmatada, as florestas tropicais são um santuário que ainda resiste no planeta. E a sua conservação é de extrema importância para a manutenção da água potável, das chuvas, do oxigênio e da vida no planeta.Mesmo que pouca gente duvide do papel fundamental das florestas tropicais, elas estão em constante ameaça. Um novo estudo indicou que as folhas de algumas plantas dessas áreas perdem a capacidade de realizar fotossíntese e morrem quando atingem certas temperaturas. Os efeitos do <a href="https://www.megacurioso.com.br/educacao/121264-aquecimento-global-e-efeito-estufa-qual-e-a-diferenca-entre-eles.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">aquecimento global</a> podem estar acelerando este processo.<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/08/25/25110829062112.jpg" alt="Produção de oxigênio do planeta pode estar em risco. (Fonte: GettyImages/Reprodução)">Produção de oxigênio do planeta pode estar em risco. (Fonte: GettyImages/Reprodução)<h2>Como foi feito o estudo?</h2>O artigo foi conduzido pelo pesquisador Christopher E. Doughty e publicado na revista Nature em 23 de agosto. Os pesquisadores cruzaram dados da Estação Espacial Internacional coletados entre 2018 e 2020 com milhares de mediações realizadas&nbsp;in loco. &nbsp;Segundo a pesquisa, o limite de temperatura média em que uma planta consegue realizar a fotossíntese é de 46,7 °C. Atualmente, estima-se que apenas 0,01% das plantas de florestas tropicais atinjam este limite por ano.Apesar de pequena, a quantidade é preocupante. Isto por que o aquecimento nas áreas não ocorre de forma linear, e o aumento da temperatura nas plantas é maior do que a temperatura do ar.Um aumento de 2 °C ou 3 °C na temperatura do ar pode significar um aumento de 8 °C na temperatura das plantas. Além disso, algumas espécies são afetadas com variações menores de temperatura.Quando as folhas chegam a este limite, deixam de fazer a fotossíntese e morrem. Se 10% das folhas de um galho morrem, provavelmente o resto do galho morrerá, já que a consequente queda faz com que a temperatura das plantas ao redor aumente. Este efeito em cascata é um dos principais medo dos pesquisadores.Depois de aplicar os dados a modelos matemáticos, o artigo indica que um <a href="https://www.tecmundo.com.br/ciencia/238798-aquecimento-global-temperatura-aumentar-1-5-c-2026.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">aumento de 3,9 °C na temperatura do planeta</a> pode causar um efeito de extinção em massa nas plantas das florestas tropicais.&nbsp;<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/08/25/25110721964110.jpg" alt="Florestas tropicais são mantenedoras da biodiversidade e da água do planeta. (Fonte: GettyImages/Reprodução)">Florestas tropicais são mantenedoras da biodiversidade e da água do planeta. (Fonte: GettyImages/Reprodução)<h2>Importância das Florestas Tropicais</h2>Apesar de ocuparem apenas cerca de 6% da superfície do planeta, as florestas tropicais são responsáveis pela produção de 32% do oxigênio. Elas também abrigam metade das espécies animais e vegetais terrestres e retiram bilhões de toneladas de dióxido de carbono do ar. Além disso, só a <a href="https://www.megacurioso.com.br/educacao/106433-17-fatos-sobre-a-floresta-amazonica.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Floresta Amazônica</a> abriga 1/5 de toda a água potável da Terra.Outro efeito vital das florestas tropicais é influenciar as chuvas no planeta. No Brasil, a evaporação da Floresta Amazônica viaja por quase todo o território nacional e regula o regime de precipitações, num efeito conhecido como Rio Voador.Os pesquisadores vêm o estudo como um alerta do que pode acontecer se o aquecimento global não for freado. Para isso é preciso atitudes mais enérgicas nos cumprimentos dos acordos climáticos.</body>

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Aquecimento global pode causar a extinção de florestas tropicais

Imagem de Brasil importou alimentos contaminados pela radiação de Chernobyl no megacurioso

Com o fracasso do Plano Cruzado de José Sarney, o governo abasteceu a população brasileira com alimentos básicos altamente radioativos

<head></head><body>Muito diferente do que pareceu no começo, não foi culpa de Aleksandr Akimov o que aconteceu naquele 26 de abril de 1986. Era 1h23 quando ele acionou o botão do sistema de desligamento emergencial do reator 4 da usina nuclear de Chernobyl, próximo a Pripyat, no norte da Ucrânia soviética.Ao fazer voltar as hastes de controle ao redor do núcleo do reator, a intenção era que elas diminuíssem a reação nuclear, porém, uma vez que carregavam pontas de grafite, que aceleram a reatividade, elas fizeram a energia "pular" ainda mais devido a uma falha do reator RBMK desenvolvido pelos soviéticos.Em apenas cinco segundos, a potência aumentou a níveis que o <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/119408-chicago-pile-1-o-primeiro-reator-nuclear-construido-pelo-homem.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">reator</a> não conseguiu suportar, fazendo saltar as barras de controle e cápsulas do canal de combustível que pesavam mais de 350 quilos cada. Então, ocorreu uma explosão de vapor, causada pelo aumento da pressão no núcleo, rompendo o escudo biológico do topo do reator, destruindo os canais de combustível e expelindo grafite puro e altamente radioativo.<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/08/23/23141808700254.jpg" alt="(Fonte: GettyImages/Reprodução)">(Fonte: GettyImages/Reprodução)A segunda reação química drástica aconteceu no momento em que o oxigênio acessou o núcleo e se inflamou ao ser combinado com o hidrogênio, superaquecendo o grafite e causando uma segunda explosão que culminou em uma cadeia de reação que abriu um imenso buraco no prédio do reator 4, lançando para os ares uma quantidade imensa de radiação.A explosão do reator e o subsequente incêndio infestaram a atmosfera com uma quantidade imensa de material radioativo, como isótopos de iodo, césio, estrôncio e plutônio. Espalhando-se por várias partes da Europa, a precipitação radioativa contaminou o solo, a vegetação e a água. Em muitos países, os níveis de material radioativo e radionuclídeos nos alimentos aumentaram até mil vezes imediatamente após a catástrofe. Essas substâncias podem causar severos danos internos, efeitos crônicos a longo prazo na saúde, sobretudo em crianças ou pessoas com sistemas imunológicos mais suscetíveis.Durante e após o acidente nuclear, o Brasil importou alimentos contaminados com a radiação de Chernobyl como parte do plano de reconstrução econômica pós-Golpe de 1964.<h2>O Plano Cruzado de Sarney</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/08/23/23141937877256.jpg" alt="José Sarney. (Fonte: Toda Matéria/Reprodução)">José Sarney. (Fonte: Toda Matéria/Reprodução)Na foi por acaso que 1980 foi denominada “a década perdida” no Brasil, rescaldo deixado pelo período chamado <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/119824-milagre-economico-como-o-brasil-cresceu-na-ditadura-.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">"milagre econômico" de Médici,</a> que aconteceu sob a aparelhagem da ditadura militar que se estabeleceu no país de 1964 a 1985.Na metade da década de 1970, o Brasil já estava no buraco com o plano ufanista de elevá-lo a um status irreal de potência mundial. Extremamente endividado, inadimplente e sobrevivendo de empréstimo externos, o país acumulava uma dívida de US$ 90 bilhões, tendo que lidar com produtos internos a preços vertiginosos de tão altos.Assim, uma onda de desemprego imensa travou a economia até 1990, quando o governo de José Sarney assumiu o posto e deu início ao processo de redemocratização do país.Em meados de 1986, como resposta ao quadro de hiperinflação que o Brasil enfrentava na época, com taxas extremamente elevadas que afetavam a vida das pessoas e a estabilidade econômica do país, a equipe de técnicos e economistas do governo composta por Dilson Funaro, Edmar Bacha e André Lara Resende criaram o denominado Plano Cruzado.<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/08/23/23142144524258.jpg" alt="(Fonte: Cola da Web/Reprodução)">(Fonte: Cola da Web/Reprodução)O programa econômico visava combater essa hiperinflação por meio da introdução de medidas drásticas, como o congelamento de preços, o aumento do salário mínimo, e a criação de uma nova moeda para tentar estabilizar a economia e controlar a inflação. A princípio, a medida foi bem sucedida, proporcionando a primeira sensação de estabilidade econômica em anos, refletida em vários âmbitos da sociedade.Contudo, o Plano Cruzado começou a apresentar os primeiros sinais de desgaste ainda cedo, mostrando que o congelamento de preços levaria a uma inevitável escassez de produtos no mercado interno. Isso porque eles não conseguiam mais cobrir seus custos de produção com os preços fixos, gerando desabastecimento de produtos essenciais em larga escala.Em 25 de abril daquele mesmo ano, José Carlos Braga, então secretário especial de Abastecimento, disse que o governo também poderia importar produtos essenciais que faltassem no mercado.&nbsp;Foi assim que toneladas de alimentos irradiados chegaram ao Brasil.<h2>Desespero e negligência</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/08/23/23142942666265.jpg" alt="(Fonte: GettyImages/Reprodução)">(Fonte: GettyImages/Reprodução)A falta de conscientização inicial sobre o acidente de Chernobyl, dificuldades na rastreabilidade da origem dos produtos, e as mentiras criadas pelo governo soviético tornaram quase impossível que o Brasil ou qualquer outro país que costumava fazer importações alimentícias, como os Estados Unidos, impedissem que produtos contaminados aportassem em suas terras. O que fez esses alimentos contaminados chegarem à boca da população, no entanto, foram uma série de questões.Um dia após a explosão do reator 4 ter aberto um buraco no topo da usina nuclear de Chernobyl, a Companhia Brasileira de Alimentos (Cobal) divulgou um edital listando a compra de alimentos da Europa, incluindo 43 mil toneladas de leite em pó e 2,5 mil toneladas de manteiga.Dois meses depois, outro edital foi lançado especificando que os produtos poderiam ser importados da Europa, mas que deveria conter documentos oficiais que garantissem sua não contaminação por elementos radioativos. O carregamento deveria passar por uma análise minuciosa pela Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN) nos portos brasileiros, responsável por determinar o que seria vetado ou não.<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/08/23/23143234796268.jpg" alt="(Fonte: GettyImages/Reprodução)">(Fonte: GettyImages/Reprodução)Na prática, isso não funcionou. Uma matéria publicada pelo jornal O Estado de S. Paulo revelou que vários produtos contaminados adquiridos na Irlanda já estavam sendo comercializados para o Brasil, apesar dos altos índices de radiação.Um exame feito pelo Instituto de Radioproteção e Dosimetria (IRD), ligado à CNEN, indicou que 3 mil das 20 mil toneladas de leite em pó fornecidas ao governo por meio da empresa Ecotrading Comércio Exterior, sediada na Bahia, apresentavam um índice alarmante de césio-137. No entanto, o mesmo laudo pericial emitido pelo engenheiro químico Haroldo Lessa Peixoto de Azevedo e pelo engenheiro nuclear Luiz Fernando de Carvalho Conti, no qual constava a alta contaminação por radiação, também apontava que a carga era apropriada para consumo humano.<h2>30 anos</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/08/23/23143332047269.jpg" alt="(Fonte: GettyImages/Reprodução)">(Fonte: GettyImages/Reprodução)Estamos falando de um carregamento de leite em pó com níveis de radiação que ultrapassavam mais de mil vezes às médias obtidas pelo IRD desde 1979, se classificando também como a mais alta de diversos países do Hemisfério Norte.Mesmo assim, em entrevista ao Jornal da Bahia, em agosto daquele ano, quando a carga já havia chegado ao porto de Santos, em São Paulo –, os especialistas alegaram que permitiriam que seus filhos consumissem o produto porque aquela quantidade de radiação "era segura".Um mês depois, em 26 de setembro, a CNEN publicou uma resolução no Diário Oficial da União equiparando os limites de radioatividade permitidos nos alimentos importados aos padrões europeus. O órgão ainda ressaltou que o sistema vigente na Comunidade Econômica Europeia era o mais “restritivo e exigente dentre os existentes”.Essa medida permitiu que a carga da Ecotrading ganhasse as prateleiras dos supermercados, apesar de todos os questionamentos da comunidade científica. A população, ávida pelos produtos e limitada ao que ouvia, apenas agarrou a oportunidade de consumi-lo sem hesitar. Foi por pouco, inclusive, que não foram contaminadas com carne bovina e suína transportada dos EUA e da Europa.<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/08/23/23143750831273.jpg" alt="(Fonte: GettyImages/Reprodução)">(Fonte: GettyImages/Reprodução)Em outubro daquele ano, a CNEN atestou a contaminação de 7 mil toneladas das 100 mil toneladas da proteína, cuja importação foi autorizada pelo ministro da Fazenda, Dilson Funaro, por meio da Interbras, extinta estatal de comércio exterior vinculada à Petrobras. A carga foi proibida pelo governo e permaneceu estocada em frigoríficos da Companhia Brasileira de Armazenamento (Cibrazem), no município gaúcho de Canoas, a dezoito quilômetros de Porto Alegre.A carne radioativa permaneceu estocada por 20 anos, até que a Sola Indústrias Alimentícias, fábrica de enlatados, a recolheu em nome da Iaco Trading, que obtivera o estoque em leilão. Para disfarçar sua aparência de quase apodrecida, a carne foi transformada em charque e embutidos e exportada para o Caribe e países da África. O processo gerou cerca de US$ 1,5 milhão em receitas de exportação.Demorou 30 anos para que o governo brasileiro admitisse que os alimentos contaminados poderiam causar sérios danos à saúde das pessoas que entrassem em contato ou os consumissem.Não é possível rastrear o quanto a população foi afetada, apenas se chocar com seu estado de vulnerabilidade perante aos erros governamentais.</body>

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Brasil importou alimentos contaminados pela radiação de Chernobyl

Imagem de Tijolo de 2,9 mil anos releva DNA de plantas antigas no Iraque no megacurioso

O DNA extraído de parte da construção do Palácio Real iraquiano forneceu dados instantâneos sobre a antiga viga vegetal do país

Arque&oacute;logos recentemente descobriram um tesouro de DNA de plantas antigas em um tijolo de argila de quase 3 mil anos no norte do <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/124609-arqueologos-encontram-taverna-de-5-mil-anos-no-iraque.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Iraque</a>. O artefato havia sido usado na constru&ccedil;&atilde;o do pal&aacute;cio do rei neo-ass&iacute;rio Assurnasirpal II na antiga cidade de Kalhu, posteriormente chamada de Nimrud.&nbsp;
Os autores do estudo adaptaram uma t&eacute;cnica normalmente usada em materiais como ossos para conseguir extrair o <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/121199-o-que-e-o-dna-e-como-ele-se-parece.htm#:~:text=A%20ordem%20das%20bases%20nitrogenadas,e%20at%C3%A9%20mesmo%20alguns%20v%C3%ADrus." rel="noopener noreferrer" target="_blank">DNA</a> de dentro do tijolo de barro, que s&oacute; foi poss&iacute;vel ser realizada gra&ccedil;as &agrave; inscri&ccedil;&atilde;o presenta na pe&ccedil;a, a qual diz "Propriedade do pal&aacute;cio de Assurnasirpal, rei da Ass&iacute;ria" em escrita cuneiforme.
<h2>Revelando o passado</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/08/23/23185440840485.jpg" alt="(Fonte: Arnold Mikkelsen e Jens Lauridsen/Divulga&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Arnold Mikkelsen e Jens Lauridsen/Divulga&ccedil;&atilde;o)
Agora residindo no Museu Nacional da Dinamarca, o tijolo de <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/124238-tabuletas-de-argila-ajudam-a-traduzir-lingua-cananeia-perdida.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">argila</a> retirado no Iraque foi pe&ccedil;a de um projeto de digitaliza&ccedil;&atilde;o da institui&ccedil;&atilde;o em 2020. Nessa &eacute;poca, os pesquisadores notaram que seria poss&iacute;vel extrair DNA de seu n&uacute;cleo interno, o qual poderia ter permanecido l&aacute; protegido de contamina&ccedil;&atilde;o por milhares de anos.
Esse tipo de tijolo era efeito antigamente por artes&atilde;os secando uma mistura de barro, palha e at&eacute; mesmo esterco animal no sol. O fato da argila n&atilde;o ter sido exposta ao calor extremo de um forno significa que qualquer material gen&eacute;tico preso dentro dela teria uma boa chance de sobreviver ao longo dos anos.
Ao adaptar um protocolo que &eacute; normalmente usado para obter DNA de ossos, a equipe de pesquisa conseguiu sequenciar com sucesso do DNA que remonta &agrave; cria&ccedil;&atilde;o do tijolo, o qual teria sido feito entre 879 e 869 a.C. &ldquo;Ficamos absolutamente emocionados ao descobrir que o DNA antigo, efetivamente protegido da contamina&ccedil;&atilde;o dentro de uma massa de argila, pode ser extra&iacute;do com sucesso de um tijolo de argila de 2.900 anos&rdquo;, destacou Sophie Lund Rasmussen, autora do estudo.&nbsp;
<h2>Informa&ccedil;&otilde;es escondidas em DNA</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/08/23/23185505415487.jpg" alt="(Fonte: GettyImages)" />(Fonte: GettyImages)
Ao comparar o sequenciamento de DNA extra&iacute;do do tijolo com registros bot&acirc;nicos modernos da regi&atilde;o &mdash; bem como descri&ccedil;&otilde;es de plantas ass&iacute;rias antigas &mdash;, a equipe de pesquisa conseguiu identificar 34 grupos taxon&ocirc;micos diferentes de plantas. Isso inclui repolhos (Brassicaceae), urzes (Ericaceae), louros (Lauraceae) e gram&iacute;neas (Triticeae).&nbsp;
"Por causa da inscri&ccedil;&atilde;o no tijolo, podemos alocar a argila em um per&iacute;odo de tempo relativamente espec&iacute;fico em uma determinada regi&atilde;o, o que significa que o tijolo serve como uma c&aacute;psula temporal da biodiversidade de informa&ccedil;&otilde;es sobre um &uacute;nico local e seus arredores", explicou o coautor Troels Arb&oslash;ll, da Universidade de Oxford.
O projeto n&atilde;o s&oacute; lan&ccedil;a uma nova luz sobre como era o mundo ao redor dos antigos ass&iacute;rios e sobre as esp&eacute;cies de plantas que estiveram presentes na regi&atilde;o h&aacute; milhares de anos, como tamb&eacute;m demonstrou uma t&eacute;cnica capaz de desvendar segredos escondidos em objetos. Uma vez que a argila &eacute; um elemento comum em v&aacute;rios s&iacute;tios arqueol&oacute;gicos, muitos dados podem ser futuramente obtidos dessa forma.

Plantas e Frutas

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