Imagem de Mais alguns detalhes sobre o novo acordo ortográfico no Megacurioso

Porque não faltam regras de acentuação para manter na memória!

É segunda-feira, e cá estamos novamente com mais conteúdo bacana sobre o acordo ortográfico vigente.&nbsp;



Outro grupo que não recebe mais a acentuação é formado por palavras terminadas em “oo(s)” e “eem”. Segundo a regra atual, elas ficam assim:



Voo, voos, enjoo, enjoos, abençoo, perdoo



Creem, deem, leem, releem, preveem, veem



<h2>Atenção!</h2>



Cuidado para não confundir essa regra com os casos abaixo, que seguem acentuados:



a. Têm/vêm (3ª pessoa do plural do presente do indicativo dos verbos ter&nbsp;e vir).



b. Contém/detém/intervém/mantém/provém, entre outros (3ª pessoa do singular do presente do indicativo dos verbos derivados de ter&nbsp;e vir: conter, deter, intervir, manter, prover).



c. Contêm/detêm/intervêm/mantêm/provêm (3ª pessoa do singular do presente do indicativo dos verbos derivados de ter&nbsp;e vir).



<h2>Acentuação importa e faz diferença</h2>



<figure class="mt-2"><a class="fonte_imagem" href="https://giphy.com/gifs/jennifer-aniston-cougar-town-tQcR4ZFWypsA0"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/02/12/12124519783174.gif" alt="(Fonte: Giphy)" /></a><figcaption>(Fonte: Giphy)</figcaption></figure>



Pôde: verbo poder&nbsp;no pretérito perfeito do indicativo&nbsp;



Ela pôde fazer os exercícios tranquilamente porque a obra já havia acabado.



Pode: verbo poder no presente do indicativo



Você pode entender melhor observando exemplos.



Pôr: verbo



Será que ela sabe pôr a música para tocar?



Por: preposição



Ela faz tudo por você.



Tem: 3ª pessoa do singular do verbo ter&nbsp;no presente do indicativo



Minha amiga tem vários cachorros em casa.



Têm: 3ª pessoa do plural do verbo ter&nbsp;no presente do indicativo



Os cachorros têm brinquedos e caminhas à disposição.



Contem: 3ª pessoa do singular do verbo contar&nbsp;no imperativo e no subjuntivo.



Contem comigo para o que precisarem! / Tomara que eles contem tudo certinho.



Contém: 3ª pessoa do singular do verbo conter&nbsp;no presente do indicativo



Esta coluna contém explicações sobre língua portuguesa.



Contêm: 3ª pessoa do plural do verbo conter&nbsp;no presente do indicativo



As gramáticas contêm uma infinidade de detalhes a serem estudados.



Até semana que vem!



***



Debora Capella, colunista semanal do Mega Curioso, é mestre em Estudos da Linguagem e atua nas áreas de revisão, edição, tradução e produção de textos há 15 anos.

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Mais alguns detalhes sobre o novo acordo ortográfico

Imagem de Carlos Drummond de Andrade: obras do poeta não tão conhecidas no Megacurioso

Escritor mineiro ficou famoso por crônicas e poemas, mas carreira longa fez com que alguns trabalhos não tivessem tanta visibilidade

Ao lado de <a rel="noopener noreferrer" href="https://www.megacurioso.com.br/literatura/102950-5-curiosidades-sobre-machado-de-assis-o-bruxo-do-cosme-velho.htm" target="_blank">Machado de Assis</a>, o poeta e cronista Carlos Drummond de Andrade é um dos maiores expoentes da literatura brasileira, sendo um dos grandes destaques do movimento do Modernismo no Brasil.



Drummond nasceu em 1902 e deixou um legado único para a escrita com grandes histórias e versos imortalizados. Então, mesmo que você não saiba quem foi o autor, provavelmente conhece versos clássicos de autoria dele, como &#8220;E agora, José?&#8221;, &#8220;Vai, Carlos! Ser gauche na vida&#8221; e &#8220;No meio do caminho tinha uma pedra&#8221;, só para citar alguns exemplos.



<figure class="mt-2"><a class="fonte_imagem" href="https://pt.wikipedia.org"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/02/10/10093419184096.jpg" alt="Drummond imortalizado em forma de estátua na praia de Copacabana, no Rio de Janeiro." /></a><figcaption> Estátua de Drummond na famosa praia de Copacabana, no Rio de Janeiro.</figcaption></figure>



Dessa forma, a carreira do escritor, <a rel="noopener noreferrer" href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/103777-15-momentos-do-passado-eternizados-pela-fotografia.htm" target="_blank">imortalizado em fotos e estátuas</a>, foi bastante longa e produtiva. Além dos lançamentos mais difundidos e reeditados até hoje (utilizados em questões de vestibular ou aulas de Literatura), estão também coletâneas, livros e obras isoladas que não recebem a mesma divulgação, mas têm qualidade semelhante a das demais criações do mineiro.



Conhecer esses trabalhos ajuda não só a revelar faces menos conhecidas do escritor, mas também a reforçar a versatilidade de um gênio.



<h2>25 Poemas da Triste Alegria</h2>



Essa coletânea, organizada em 1924 e publicada somente em 2009, mostra o poeta ainda em fase de descoberta de estilo — os textos datam de antes do livro Alguma poesia, de 1930, que marcou a sua estreia. Vários materiais reunidos nela não foram sequer publicados em jornais da época.



<figure class="mt-2"><a class="fonte_imagem" href="https://www.amazon.com.br/b?ie=UTF8&amp;node=10238672011"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/02/10/10102603722116.jpg" alt="Um dos poemas da coletânea." /></a><figcaption>Um dos poemas da coletânea datilografado pela, então, futura esposa de Drummond, Dolores Dutra de Morais.</figcaption></figure>



Guardados por Mário de Andrade e encontrados pelo curador Antonio Carlos Secchin, eles ainda contam com comentários feitos pelo próprio escritor décadas depois, com certo tom crítico em relação aos trabalhos iniciais.



<h2>Quando é dia de futebol</h2>



O poeta nunca foi conhecido por ser um amante de esportes, mas ele não deixou de refletir sobre a paixão nacional pelo futebol e a importância das partidas no cotidiano. “Confesso que o futebol me aturde, porque não sei chegar até o seu mistério&#8221;, ele comentou em um dos textos.



Os textos da coletânea são de crônicas publicadas no Correio da Manhã e no Jornal do Brasil, cobrindo o período de conquistas e derrotas em Copas do Mundo — com o mesmo tom reflexivo adorado <a rel="noopener noreferrer" href="https://www.megacurioso.com.br/literatura/39655-amantes-da-literatura-9-destinos-turisticos-para-quem-adora-livros.htm" target="_blank">pelos amantes da literatura</a> de Drummond.



<h2>Lira Itabirana</h2>



Nem todas as criações do escritor pararam em livros ou coletâneas. Esse poema foi publicado em 1984 no jornal Cometa Itabirano, comparando a mineração com a situação do Brasil na época, em processo de redemocratização e com uma dívida externa nas alturas. A citação à Vale do Rio Doce não é apenas uma crítica ao conglomerado, pois a multinacional é de Itabira, onde Drummond nasceu.



<figure class="mt-2"><a class="fonte_imagem" href="http://www.tumblr.com"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/02/10/10101602982115.jpg" alt="Lira Itabirana" /></a><figcaption>Um recorte de Lira Itabirana que viralizou nas redes sociais e fez o poema &#8220;ressurgir&#8221;.</figcaption></figure>



O poema tido como &#8220;profético&#8221; viralizou em 2015, após os incidentes nas barragens em Brumadinho e Mariana.



<h2>História de dois amores</h2>



<figure class="mt-2"><a class="fonte_imagem" href="http://www.ciadasletras.com.br"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/02/10/10103219941119.jpg" alt="História de dois amores." /></a><figcaption>A capa de &#8220;História de dois amores&#8221;.</figcaption></figure>



Este é o único livro infantil escrito por Drummond. A obra conta a curiosa história de convivência entre uma pulga e um elefante, movidos por sentimentos bastante humanos. A edição mais famosa da obra é ilustrada por Ziraldo, o que a torna ainda mais valiosa.



<h2>Ciao</h2>



Entre todas as crônicas de Drummond, uma delas em especial revela a admiração do autor pelo jornalismo. Ciao foi o seu último trabalho nas páginas do Jornal do Brasil, publicado em 29 de setembro de 1984, 3 anos antes do falecimento do autor.



No texto, que pode ser consultado <a rel="noopener noreferrer" href="https://news.google.com/newspapers?nid=0qX8s2k1IRwC&amp;dat=19840929&amp;printsec=frontpage&amp;hl=pt-BR" target="_blank">digitalmente no acervo do Google News</a>, Drummond conta a própria trajetória de cronista na cidade de Belo Horizonte da década de 1920, celebrando o fato de não precisar ser especialista em um assunto ou apurar dados e acontecimentos como os repórteres.



<figure class="mt-2"><a class="fonte_imagem" href="https://news.google.com/newspapers?nid=0qX8s2k1IRwC&amp;dat=19840929&amp;printsec=frontpage&amp;hl=pt-BR"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/02/10/10105802445138.jpg" alt="Ciao." /></a><figcaption>Um recorte de Ciao no Jornal do Brasil.</figcaption></figure>



&#8220;Claro que ele deve ser um cara confiável, ainda na divagação. Não se compreende, ou não compreendo, cronista faccioso, que sirva a interesse pessoal ou de grupo, porque a crônica é território livre da imaginação, empenhada em circular entre os acontecimentos do dia, sem procurar influir neles. [&#8230;] Ele sabe que seu prazo de atuação é limitado: minutos no café da manhã ou à espera do coletivo&#8221;, ele escreveu.



<h2>Farewell</h2>



Drummond faleceu em 1987, mas essa obra póstuma foi lançada somente 9 anos depois. Em Farewell, o escritor faz uma despedida ao seu modo, com uma coletânea de 49 poemas organizados por ele mesmo em uma pasta.



<figure class="mt-2"><a class="fonte_imagem" href="http://www.ciadasletras.com.br"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/02/10/10095503794103.jpg" alt="A capa de " /></a><figcaption>A capa de Farewell.</figcaption></figure>



As poesias trazem um ar de nostalgia e retrospectiva, incluindo reflexões a respeito da morte e da velhice. &#8220;As plantas sofrem como nós sofremos/Por que não sofreriam/se esta é a chave da unidade do mundo?&#8221;, trecho do poema Unidade.

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Carlos Drummond de Andrade: obras do poeta não tão conhecidas

Imagem de Às vezes, a ordem dos fatores pode alterar o produto no Megacurioso

Se a função de um texto é comunicar, clareza não é artigo de luxo

Ao contrário da regra matemática clássica, no uso da língua portuguesa há situações em que a ordem dos fatores altera, sim, o produto. Quando se trata de criar frases, essa variação pode gerar inclusive um vício de linguagem chamado ambiguidade. Se a função de um texto é comunicar, clareza não é artigo de luxo — é requisito básico. Sendo assim, é melhor passar longe de qualquer chance de mal-entendidos.



<figure class="mt-2"><a class="fonte_imagem" href="https://giphy.com/gifs/impastortv-tv-land-tvland-3oriO8vwmRIZO6kcNO"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/01/29/29121314259109.gif" alt="(Fonte: Giphy)" /></a><figcaption>(Fonte: Giphy)</figcaption></figure>



Vamos aos exemplos.



<h3>1) Ajudei a colega exausta no fim do dia. </h3>



Quem estava exausta? Eu ou a colega?



Como deixar mais claro?



Exausta, ajudei a colega no fim do dia. (Eu estava exausta)



Ajudei a colega, que estava exausta no fim do dia. (Ela estava exausta)



<h3>2) Ouvi falar do evento no bar.</h3>



Ouviu falar do evento quando estava no bar ou ouviu falar do evento que acontecia no bar?



Como deixar mais claro?



Ouvi falar do evento enquanto eu estava no bar. (Não se sabe onde é/foi/será o evento)



Ouvi falar do evento que aconteceu/acontecerá no bar. (O local do evento está definido: o bar)



<h3>3) As crianças esconderam os brinquedos que encontraram no porão.</h3>



Elas esconderam os brinquedos no porão ou encontraram os brinquedos lá?



Como deixar mais claro?



As crianças esconderam no porão os brinquedos que encontraram. (O porão é o local de esconderijo dos brinquedos)



As crianças esconderam [de alguém/em algum lugar/etc.] os brinquedos que encontraram no porão. (O porão foi onde elas encontraram os brinquedos)



Até semana que vem!



***



Debora Capella, colunista semanal do Mega Curioso, é mestre em Estudos da Linguagem e atua nas áreas de revisão, edição, tradução e produção de textos há 15 anos.

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Às vezes, a ordem dos fatores pode alterar o produto

Imagem de Existe vida após o novo acordo ortográfico no Megacurioso

Em meio a tantas mudanças, há quem esteja tirando acento até de onde não deveria! 

Em vigor no Brasil desde 2009 e com uso <a href="http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2012/decreto/d7875.htm">obrigatório</a> desde 2016, o Novo Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa foi assinado por Brasil, Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste. Porém, verdade seja dita: ele não tem tantos fãs.&nbsp; 



Alguns acentos e hífens sumiram, assim como o trema (você se lembra dele?), e sobram dúvidas pipocando aqui e ali. Em meio a tantas mudanças, há quem esteja tirando acento até de onde não deveria! Pois é. A boa notícia é que toda segunda-feira tem coluna nova aqui para ajudar nesses assuntos todos.&nbsp;



&#8211; Não existe mais o acento agudo nas paroxítonas com ditongos abertos “ei” e “oi” na sílaba tônica.&nbsp;



Isso significa que as palavras abaixo não recebem mais o acento agudo. Veja só:



<figure class="mt-2"><a class="fonte_imagem" href="https://www.canva.com/"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/01/29/29101020940043.jpg" alt="(Fonte: Elaboração da autora)" /></a><figcaption>(Fonte: Elaboração da autora)</figcaption></figure>



<h2>Porém, atenção!</h2>



O acento ainda é obrigatório em:



&#8211; Oxítonas terminadas em “a”, “e” ou “o”, seguidas ou não de “s”: avó/avós, paletó/paletós, até, chaminé/chaminés etc.



&#8211; Oxítonas terminadas nos ditongos abertos “éis”, “éu(s)” ou “ói(s)”:&nbsp;réu/réus, herói/heróis, anéis, papéis, fiéis, céu, véu/véus&nbsp;etc.



Até semana que vem!



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Debora Capella, colunista semanal do Mega Curioso, é mestre em Estudos da Linguagem e atua nas áreas de revisão, edição, tradução e produção de textos há 15 anos.

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Existe vida após o novo acordo ortográfico

Imagem de Crase nossa de cada dia no Megacurioso

Seguindo estas dicas, você vai entender melhor quando a crase existe ou não

A coluna desta semana traz um assunto muito popular entre as dúvidas de quem escreve: a crase. A ideia é ajudar você a entender melhor quando e por que ela existe ou não. Afinal, assim fica bem mais fácil! Confira o resuminho a seguir, que pode muito bem ser salvo aí nos seus arquivos. 



Ao contrário do que muita gente pensa, crase não é o nome do acento, mas sim como se chama a união da preposição “a” com o artigo definido “a(s)” ou com o “a” inicial dos pronomes demonstrativos “aquele(s)”, “aquela(s)” e “aquilo”, ou, ainda, com o “a” inicial dos pronomes relativos “a qual” e “as quais”.



<h2>Ok, mas como saber se tem crase?</h2>



O ponto de partida é: só existe crase antes de substantivos femininos determinados pelo artigo “a” e subordinados a termos que pedem a preposição “a”. Veja alguns exemplos bem práticos:&nbsp;



Vamos à (a + a) loja.&nbsp;(o verbo ir pede a preposição “a” = ir a algum lugar. Loja&nbsp;é um substantivo feminino precedido do artigo “a”).



Recorreremos à (a + a) Justiça se for preciso. (o verbo recorrer pede a preposição “a” = recorrer a alguém. Justiça&nbsp;é uma palavra feminina precedida do artigo “a”).&nbsp;



DICA: para descobrir rapidamente (sem internet ou dicionário) se um verbo pede preposição, você pode substituir mentalmente o complemento dele por um substantivo masculino. Se nessa substituição aparecer o “ao” (preposição a + artigo o), você já pode concluir que existe crase.&nbsp;



Vamos aproveitar o exemplo do verbo “recorrer”. Se a dúvida surgisse, você poderia trocar “Justiça” por “órgão responsável”, digamos. Ficaria assim: Recorreremos AO órgão responsável se for preciso.&nbsp;



<figure class="mt-2"><a class="fonte_imagem" href="https://giphy.com/gifs/foxhomeent-black-history-month-hidden-figures-3ohs4qxmDXm5RvWtnW"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/01/17/17153505435002.gif" alt="(Fonte: Giphy)" /></a><figcaption>(Fonte: Giphy)</figcaption></figure>



NÃO TEM CRASE



Antes de:



&#8211; substantivos masculinos: Estou a caminho do trabalho. / Prefiro ir a pé.



&#8211; verbos no infinitivo: A seguir você confere dicas. / Começaram a discutir&nbsp;do nada.



&#8211; pronomes pessoais e formas de tratamento: Isso interessa a ela (a mim, a você, a nós).



&#8211; pronomes que não admitem artigo: Não revelou a informação a ninguém. / Cheguei a esta&nbsp;cidade sozinha.



&#8211; numerais cardinais: Assisti a duas&nbsp;peças recentemente.



&#8211; locuções formadas com palavras repetidas:&nbsp;frente a frente, uma a uma, de ponta a ponta.



CRASE OPCIONAL



Antes de:



&#8211; pronomes possessivos: Ela estava atenta às (ou a) minhas palavras.&nbsp;



&#8211; antes de nomes próprios de mulheres: O material foi entregue à (ou a) Juliana.



TEM CRASE



Antes de:



&#8211; locuções (ou expressões) adverbiais formadas de substantivo feminino: à direita, à esquerda, à noite, às vezes, à toa, à solta, às pressas, à vista.



&#8211; locuções (ou expressões) prepositivas formadas de substantivo feminino: à espera de, à beira de, à prova de.



&#8211; locuções (ou expressões) conjuntivas formadas de substantivo feminino: à medida que, à proporção que.



Até semana que vem!



***



Debora Capella, colunista semanal do Mega Curioso, é mestre em Estudos da Linguagem e atua nas áreas de revisão, edição, tradução e produção de textos há 15 anos.

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Crase nossa de cada dia

Imagem de Coisas em que acabamos acreditando, mas não deveríamos no Megacurioso

Isso se aplica a diferentes áreas da vida, inclusive ao hábito da escrita e a como seguir evoluindo nesse aspecto

Há certas coisas que nos contam ao longo da vida, e acabamos acreditando… Mas não deveríamos. Pois é! Isso se aplica a diferentes áreas da vida, inclusive ao hábito da escrita e a como seguir evoluindo nessa empreitada. Para a coluna desta semana, selecionamos dois mitos que são verdadeiros clássicos! Veja só:



<h2>Mito 1: “Gramática é pura besteira; o que importa é a mensagem”&nbsp;</h2>



<figure class="mt-2"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/01/17/17145209299006.gif" alt="(Fonte: Giphy)" /><figcaption>(Fonte: Giphy)</figcaption></figure>



O que dizer então de trechos/textos que se tornam ambíguos, confusos (e até incompreensíveis) por conta de concordâncias malfeitas, pontuações inadequadas, termos inadequados ao contexto etc.?&nbsp;



O fato é que um texto bem escrito combina uma mensagem que é útil e um bom conhecimento do funcionamento da estrutura da língua. Com essa “fórmula”, é perfeitamente viável criar textos agradáveis e que cumpram sua função comunicativa. E, de modo geral, para isso não é preciso ser especialista.&nbsp;



<h2>Mito 2: “Vírgula é pausa para respirar”</h2>



<figure class="mt-2"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/01/17/17145547943007.gif" alt="(Fonte: Giphy)" /><figcaption>(Fonte: Giphy)</figcaption></figure>



Se fizéssemos uma enquete com quem lê esta coluna, imaginamos que a imensa maioria nos contaria que ouviu em algum momento da vida escolar que o uso da vírgula acompanha pausas para respirar.&nbsp;



Ora, vamos pensar o seguinte: se essa questão fosse uma verdade, atletas raramente precisariam usá-la, certo? Afinal, com uma bela capacidade cardiorrespiratória adquirida ao longo de anos de treinamento físico, a vírgula seria praticamente descartada. Já parou para pensar nisso?



Pois, então, saiba que a vírgula é um fenômeno sobretudo sintático e existe lógica para seu uso. Se você quiser se aprofundar mais nisso, uma boa fonte de consulta é o livro Só vírgula, da professora Maria Tereza de Queiroz Piacentini.&nbsp;



Até semana que vem!



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Debora Capella, colunista semanal do Mega Curioso, é mestre em Estudos da Linguagem e atua nas áreas de revisão, edição, tradução e produção de textos há 15 anos.

thumb-image-2024-02-29T14:05:14.937Z

Coisas em que acabamos acreditando, mas não deveríamos

Imagem de Entre aspas: entenda melhor os usos desse sinal de pontuação no Megacurioso

Alguns deslizes podem ser facilmente evitados se você cuidar com certos detalhes

As aspas aparecem por todo lado, em diferentes textos e contextos. Entretanto, ainda são motivos de alguns deslizes que podem ser facilmente evitados se você cuidar com certos detalhes.



O primeiro tem a ver com o uso obrigatório, ao abrir e fechar citações. E aqui vale um lembrete ainda maior, referente ao lugar da pontuação (ponto-final, vírgula etc.) em relação às aspas. Veja só:



<ul><li>
Se a frase começa e termina com aspas, o ponto deve ficar dentro das aspas.
</li></ul>



&nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; “Crescer é perder algumas ilusões, a fim de adquirir outras.” (Virginia Woolf)



Gabriel conta que a sua principal estratégia de preparação para a redação foi analisar textos exemplares que receberam nota máxima nas edições anteriores. “É uma boa maneira de conhecer novas palavras e conectivos para usar na dissertação.”



<ul><li style="text-align: center">
Se a frase não está integralmente dentro das aspas, a pontuação deve ficar fora das aspas.&nbsp;
“A HBO não se interessou”, afirmou o escritor.
</li></ul>



Mario Quintana tem uma frase ótima, que diz: “Sonhar é acordar-se para dentro”.



A emissora diz que &#8220;as negociações ainda estão em aberto”.



<h2>Não para por aí</h2>



Outro contexto em que as aspas são empregadas é como um recurso de indicar ironia ou conferir destaque a uma palavra ou expressão fora de seu contexto habitual. Observe:



Mas que “ótimo”! Estou adorando isso.



<figure class="mt-2"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/01/10/10084505418000.gif" alt="(Fonte: Giphy)" /><figcaption>(Fonte: Giphy)</figcaption></figure>



Além disso, dependendo do contexto é importante usar aspas para marcar neologismos (palavras que não constam nos dicionários), arcaísmos (termo ou expressão antiga, já em desuso) ou gírias (sobre essa não precisamos alongar a explicação, certo?).



Devido ao desemprego, muitas pessoas faziam “bicos”.



Por fim, lembre-se de que em alguns tipos de textos também é importante usar aspas para ressaltar as ocorrências de palavras emprestadas de outros idiomas, bem como marcar títulos de obras, como livros, filmes e séries.&nbsp;



Porém, vale acrescentar aqui que isso muitas vezes depende de padrões adotados em diferentes instituições de ensino, organizações e empresas. Há lugares que optam por itálico ou negrito nesses casos, por exemplo. Então, se você estiver escrevendo algo nesse estilo, é sempre melhor consultar os manuais específicos e confirmar mesmo. Afinal, é como dizem: “o combinado não sai caro”.



Até semana que vem!



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Debora Capella, colunista semanal do Mega Curioso, é mestre em Estudos da Linguagem e atua nas áreas de revisão, edição, tradução e produção de textos há 15 anos.

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Entre aspas: entenda melhor os usos desse sinal de pontuação

Imagem de Boas festas com dicas de ortografia e criatividade no Megacurioso

Conheça uma ferramenta capaz de auxiliar no desenvolvimento e na expressão de ideias 

Aproveitando que estamos em dezembro, época de festas tradicionais, vamos começar a coluna desta semana lembrando que datas comemorativas e feriados devem ser escritos com iniciais maiúsculas. Então, ficam assim: Natal, Dia de Ação de Graças, Dia de Finados, Dia das Mães, Dia dos Pais, Dia dos Namorados, Páscoa, Carnaval etc.



No caso de Ano-Novo, além das iniciais maiúsculas, é preciso lembrar do hífen, ok? É um pouco estranho? Sim. Entretanto, é como está cadastrado no sistema de busca do Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa (ou apenas <a href="http://www.academia.org.br/nossa-lingua/busca-no-vocabulario">VOLP</a>), da Academia Brasileira de Letras.



Outra dica de ortografia é com relação à palavra pisca-pisca, que admite duas formas de plural: pisca-piscas e&nbsp;piscas-piscas. Você pode escolher, então aproveite para caprichar na concordância — e na decoração.



<figure class="mt-2"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2020/12/15/15070344665004.gif" alt="(Fonte: Giphy)" /><figcaption>(Fonte: Giphy)</figcaption></figure>



<h2>É criatividade que você quer?</h2>



Um site bem interessante (e gratuito) para pesquisar palavras e aprender mais é o <a href="https://dicionariocriativo.com.br/">Dicionário Criativo</a>. Embora ele seja elaborado com foco maior em pessoas que lidam bastante com textos — como jornalistas, estudantes, publicitários, tradutores etc. —, todos podem se beneficiar das funcionalidades, é claro!&nbsp;



Depois que determinado termo é inserido no campo de busca, os resultados trazem significados, sinônimos, palavras relacionadas, dicionário de expressões, de citações e até rimas! Ou seja, é uma ferramenta que auxilia bastante quem precisa desenvolver ideias e encontrar a melhor forma de expressá-las. Vale testar, hein?!



Tenha um feliz Natal e até semana que vem!



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Debora Capella, colunista semanal do Mega Curioso, é mestre em Estudos da Linguagem e atua nas áreas de revisão, edição, tradução e produção de textos há 15 anos.

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Boas festas com dicas de ortografia e criatividade

Imagem de Como identificar o sujeito de uma frase? no Megacurioso

Com o tempo e a prática, essa tarefa vai ficando cada vez mais automática

Você já deve ter reparado que é bem comum a presença do termo “sujeito” nas regras reunidas em gramáticas. Porém, convenhamos: sem saber exatamente (ou como descobrir) do que se trata, não é possível compreender a regra, certo?



Pois bem. Vamos considerar a frase Chegou ontem o meu guarda-roupa novo.&nbsp;



Para apontar o sujeito, a forma mais fácil é, basicamente, fazer uma pergunta para o grupo verbal (neste caso, “chegou”). Então, ao questionarmos “Quem/O que chegou?”, percebemos que a resposta é “o meu guarda-roupa novo”. Esse é o sujeito. Mistério solucionado!



É claro que, em sentenças mais extensas, talvez você encontre um pouco mais de dificuldade a princípio. Contudo, acredite: não é preciso se desesperar. Resumidamente, é sempre uma questão de localizar os verbos e buscar, naquele contexto, quem/o que está efetuando as ações descritas.&nbsp;



<figure class="mt-2"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2020/12/08/08184536298281.gif" alt="(Fonte: Giphy)" /><figcaption>(Fonte: Giphy)</figcaption></figure>



Na frase <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/116845-mulher-com-dor-na-barriga-descobre-que-baco-saiu-do-lugar.htm">Mulher com dor na barriga descobre que baço saiu do lugar</a>, existem dois verbos: “descobrir” e “sair”. Aplicando o que explicamos acima, a primeira pergunta seria: “quem/o que descobre?”. Resposta: “Mulher com dor na barriga”. Já no caso do segundo verbo, caberia indagar “o que saiu do lugar?”. Resposta: “baço”.&nbsp;



E aqui vale ressaltar a importância dessa identificação para que seja possível fazer os ajustes relativos a concordâncias — afinal, os verbos concordam com o sujeito. Com o tempo e a prática, essa tarefa vai ficando cada vez mais automática.



Vamos para outro exemplo. Pensemos sobre “família”. Apesar de acomodar uma ideia de “grupo de pessoas”, a palavra em si é singular e feminina, portanto é isso que vale do ponto de vista sintático e assim segue a concordância: <a href="https://www.youtube.com/watch?v=j97g02PY5zQ">É uma família muito unida</a>. Sim, terminamos a coluna com música.



Até semana que vem!



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Debora Capella, colunista semanal do Mega Curioso, é mestre em Estudos da Linguagem e atua nas áreas de revisão, edição, tradução e produção de textos há 15 anos.

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Que atire a primeira pedra quem nunca disse algo como “odeio gramática”

É comum que muitas pessoas tenham dificuldades — e até alguma aversão — às regras de uso da língua portuguesa, o que acaba criando uma barreira para o aprendizado e o desenvolvimento das habilidades de escrita, principalmente. Porém, existem meios para superar isso, pouco a pouco.



Nesse sentido, a boa notícia é que agora é possível encontrar aqui no Mega Curioso um espaço dedicado a tratar de temas que envolvem o uso da língua portuguesa nos mais variados contextos de comunicação. De uma maneira leve e objetiva, a cada semana abordaremos dúvidas frequentes, dicas, curiosidades etc.



<h2>Vamos começar?</h2>



Que atire a primeira pedra quem nunca disse algo como “odeio gramática”, “gramática é muito difícil” ou “gramática pra quê?”. Porém, você sabia que há mais de um tipo de gramática?



<figure class="mt-2"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2020/12/04/04090633930438.gif" alt="(Fonte: Giphy)" /><figcaption>(Fonte: Giphy)</figcaption></figure>



A história é bem longa, mas vamos tentar resumir para facilitar, claro. De acordo com a lógica defendida por Sírio Possenti, um linguista brasileiro conceituado, o que acontece é basicamente o seguinte: em geral, as pessoas se irritam porque creem que as gramáticas são conjuntos de regras inventadas pelos gramáticos e que todos devem seguir. No entanto, a situação é inversa. As regras são descobertas pelos gramáticos a partir de análise de dados, que nesse caso nada mais são do que textos.&nbsp;



Mas vamos às definições em si. Aquela que a maioria conhece é a chamada normativa: traz uma ideia de obrigação (é o que deve ser), com regras baseadas somente na modalidade escrita (critério literário). Há, ainda, a internalizada, que todo falante possui: conhecimentos/usos linguísticos, com regras implícitas (sem que se tenha consciência delas, muitas vezes). Por fim, existe a descritiva, que busca as regularidades da língua, entendendo que não há línguas uniformes e que é preciso considerar mais critérios (não somente o literário).&nbsp;



Só que não para por aí. Como a língua é bastante impactada pela passagem do tempo e pelas novas formas de interação e mídia que vão surgindo nas sociedades, é natural que existam diferentes interpretações, ruídos e mesmo dificuldades de adequação.&nbsp;



De qualquer modo, a ideia é a seguinte: escrevemos abreviações como “pq” e “vc” em perfis pessoais de redes sociais e apps de mensagens (e elas funcionam perfeitamente bem nesse contexto), mas isso não significa que essa prática deve ser uma realidade também em textos didáticos e jornalísticos, por exemplo. É aquela velha história de prezar pelo contexto, analisando os pontos-chave: o que, quem, onde, como e quando.



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Debora Capella, colunista semanal do Mega Curioso, é mestre em Estudos da Linguagem e atua nas áreas de revisão, edição, tradução e produção de textos há 15 anos.

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