Imagem de 4 filmes famosos que foram acusados de plágio no megacurioso

O caso da série da Netflix que teria copiado uma ilustradora brasileira não é uma novidade na cultura pop

<head></head><body>O caso apontado pela ilustradora brasileira Mary Cagnin — que indicou ter visto muitas semelhanças entre <a href="https://www.tecmundo.com.br/minha-serie/254638-plagio-artista-brasileira-indica-semelhancas-entre-obra-serie-1899.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">1899</a>, nova série da Netflix, e sua HQ Black Silence, publicada em 2016 — levantou o debate sobre o que significa <a href="https://www.megacurioso.com.br/cinema/71755-a-franquia-o-exterminador-do-futuro-e-um-caso-de-plagio-video.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">plágio</a>, referência ou coincidência entre diferentes obras de arte.Mas certamente não é a primeira vez que uma situação deste tipo acontece. Neste texto, contamos o caso de 4 filmes que já foram acusados de plagiar outras obras — inclusive brasileiras.<h2>1. As Aventuras de Pi</h2><span class="img-fc" data-fonte="&nbsp;O Globo&nbsp;" data-fonte-url="https://s2.glbimg.com/Eu9qWNURmcRSK2kmv7f_h-V8_2s=/984x0/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_63b422c2caee4269b8b34177e8876b93/internal_photos/bs/2019/V/A/wKdCFWSY2crFGSPrsxVQ/foto19cul-101-pi-d4.jpg"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/11/21/21194941608676.jpg" alt="(Fonte: O Globo)">(Fonte: O Globo)Em 2012, o filme&nbsp;As Aventuras de Pi,&nbsp;dirigido por Ang Lee, fez muito sucesso e chegou a levar o Oscar de Melhor Direção. Sua história girava em torno de um menino, chamado Pi, que está numa embarcação que naufraga, ficando sozinho com alguns animais do zoológico da família. No fim, Pi acabava permanecendo no barco com o <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/121032-7-curiosidades-intrigantes-sobre-o-tigre-de-bengala.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">tigre de Bengala</a>, e desenvolve uma ligação profunda com ele.O filme se baseava no livro A Vida de Pi,&nbsp;escrito pelo canadense Yann Martel em 2001, que venceu com ele o Man Booker Prize, o mais prestigiado prêmio literário da Grã Bretanha. Ocorre, no entanto, que a obra guardava muitas coincidências com Max e os Felinos, romance &nbsp;de 1981 do escritor gaúcho Moacyr Scliar.O livro de Scliar conta a história de um jovem judeu que sobrevive a um naufrágio e acaba dividindo um bote salva-vidas com uma pantera. Martel declarou então que realmente havia se inspirado na ideia do escritor brasileiro depois de ler uma resenha. Scliar, que faleceu em 2011, nunca chegou a processar o autor.<h2>2. Cisne Negro</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/11/21/21195931784678.jpg" alt="(Fonte: Plano Crítico)">(Fonte: Plano Crítico)O filme Cisne Negro, dirigido por Darren Aronofsky em 2010, foi visto como plágio do anime japonês&nbsp;Perfect Blue, de 1998. Eles têm a mesma premissa: mostram uma artista que vai percorrendo o caminho para a insanidade à medida que a pressão por sua carreira faz com que ela perca a noção da realidade.O filme japonês é visto por muitos como uma obra-prima criada por Satoshi Kon. Alguns fãs do <a href="https://www.megacurioso.com.br/anime/" rel="noopener noreferrer" target="_blank">anime</a> também viram semelhanças com Réquiem para Um Sonho, outro filme do diretor. Ambas as obras repetiriam premissas e frames muito parecidos com os do desenho.Ainda que Darren Aronofsky tenha negado ter copiado ou referenciado Perfect Blue&nbsp;nos filmes, o mais curioso é notar que eles possui os direitos para fazer um remake americano do anime.<h2>3. Matrix</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/11/21/21200734154680.jpg" alt="(Fonte: Revista Galileu)">(Fonte: Revista Galileu)Lançado em 2021, Matrix: Resurrections&nbsp;teve prejuízo nas bilheterias de cinema. Mas talvez o pior resultado colhido pela franquia criada pelas irmãs Wachowski foi uma acusação de plágio.O filme foi acusado pelo quadrinista Grant Morrison de ser um plágio de sua HQ&nbsp;Os Invisíveis, lançada em 1994. O escritor declarou em 2003 que sentiu que suas ideias na revista foram apropriadas indevidamente por produtos da cultura pop, incluindo Matrix.“Senti meu território invadido (...). De repente&nbsp;[a temática] estava em toda parte; você meio que sente que as gazelas chegaram ao seu bebedouro e estão bebendo da sua água. Então, para mim foi o fim de Os Invisíveis.&nbsp;Edições de Os Invisíveis estavam no set [de Matrix]. As pessoas que estavam lá me contaram.&nbsp;[As Wachowski] são fãs de <a href="https://www.megacurioso.com.br/quadrinhos/" rel="noopener noreferrer" target="_blank">quadrinhos</a>. Elas eram fãs da Vertigo em particular”, afirmou Morrison. O quadrinista, no entanto, nunca entrou com um processo contra as irmãs Wachowski.<h2>4. Inception</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/11/21/21202531895681.jpg" alt="(Fonte: LW Lies)">(Fonte: LW Lies)O filme Inception, dirigido por Christopher Nolan em 2010, também foi acusado plagiar um anime de Satoshi Kon — sim, o mesmo autor que teria sido copiado por Darren Aronofsky em Cisne Negro.A "inspiração" seria do filme Paprika, de 2006, o último filme feito pelo diretor japonês antes de sua morte em 2010. O anime foi baseado no romance de 1993 de Yasutaka Tsutsui.A história dos dois filmes é bem semelhante. Em Paprika, um laboratório de tecnologia cria um dispositivo que permite a entrada no mundo dos <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/41931-15-fatos-que-voce-provavelmente-nao-sabe-sobre-os-sonhos.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">sonhos</a>. A princípio, a máquina é destinada a fins terapêuticos, para potencialmente curar doenças mentais e traumas. Mas quando o aparelho é roubado, as pessoas começam a se comportar de maneira estranha e os sonhos começam a se confundir com a realidade.Mesmo com as coincidências entre as tramas, o diretor de Inception não foi processado. </body>

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4 filmes famosos que foram acusados de plágio

Imagem de 5 maneiras como Tutancâmon influenciou a cultura pop no megacurioso

O faraó egípcio Tutancâmon influenciou a cultura popular de maneiras que você (e muito menos ele) nem imagina

<head></head><body>O faraó Tutancâmon (ou simplesmente rei Tut para os íntimos) foi uma figura importante não apenas para o Egito Antigo. A fama do jovem rei (que assumiu o trono com 9 anos em 1314 a.C. e morreu apenas uma década depois) transcendeu a sua época e o seu país.&nbsp;E o jeito que ele foi apropriado pela cultura pop, por meio de músicas, filmes e revistas, faz com que ele seja uma das figuras históricas mais conhecidas (e até queridas) até hoje. Vejamos 5 exemplos que comprovam como isto aconteceu.<h2>1. A música&nbsp;Old King Tut</h2><iframe width="560" height="315" src="https://www.youtube.com/embed/wjVO3RGCjFo" title="YouTube video player" frameborder="0" allowfullscreen=""></iframe>Em 1922, o arqueólogo britânico <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/110785-veja-todo-o-esplendor-da-tumba-de-tutankamon-apos-9-anos-de-restauracao.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Howard Carter</a> encontrou o túmulo intocado de Tutancâmon no Vale dos Reis, perto de Luxor, no Egito. Esta descoberta, na época, se tornou uma verdadeira sensação. Tanto que, em 1923, os compositores Harry Von Tilzer e William Jerome lançaram uma música bem alegre e dançante, em estilo Charleston, que retrata Tut como um jovem homem carregado de ouro e prata e lembranças do seu passado.<h2>2. Ele inspirou uma série de filmes de horror</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/09/29/29101621959040.jpg" alt="(Fonte: Pinterest)">(Fonte: Pinterest)Diferente de outros monstros dos filmes de terror, como <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/120516-dracula-qual-e-a-verdadeira-historia-do-famoso-vampiro.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Drácula</a> e <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/119206-sindrome-de-frankenstein-o-medo-da-rebeliao-das-maquinas.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Frankenstein</a>, a Múmia não surgiu da literatura. Em 1932, a Universal Pictures lançou um filme chamado The Mummy, inspirado na descoberta da tumba de Tutancâmon.&nbsp;A história real foi cheia de acontecimentos terríveis envolvendo as pessoas que participaram da descoberta do sarcófago. Um dos financiadores da missão morreu de sepse por conta de uma picada de mosquito no mesmo ano, e um ajudante do arqueólogo Howard Carter foi assassinado em 1929 em circunstâncias misteriosas.&nbsp;Tudo isso criou a ideia de uma "<a href="https://www.megacurioso.com.br/bizarro/37584-conheca-as-6-maldicoes-mais-famosas-da-historia.htm#:~:text=M%C3%BAmia%20congelada,extraordin%C3%A1rio%20n%C3%A3o%20foi%20nada%20boa." rel="noopener noreferrer" target="_blank">maldição da múmia</a>", o que inspirou este filme e vários outros spin-offs - como a franquia reiniciada em 1999 com o filme A Múmia,&nbsp;estrelado por Brendan Fraser e Rachel Weisz.<h2>3. As melindrosas foram influenciadas pelo estilo egípcio</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/09/29/29103316206042.jpg" alt="(Fonte: Pinterest)">(Fonte: Pinterest)O termo melindrosa (ou flappers, no inglês) se referia nos anos 1920 às jovens mulheres que representavam um novo estilo de vida, mais livre. Elas usavam saias curtas, não usavam <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/122277-espartilho-de-opressao-a-simbolo-de-empoderamento-feminino.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">espartilho</a>, cortavam o cabelo curto e dançavam de forma provocativa o <a href="https://www.megacurioso.com.br/viagem/78486-como-foi-a-era-do-jazz.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">jazz</a> e Charleston.O rei Tut de alguma forma as influenciou, mesmo 3 mil anos após de sua morte. Quando seu túmulo foi descoberto, em 1922, o visual característico do Egito Antigo voltou à moda. As mulheres, especialmente as melindrosas, passaram a usar elementos desta estética, como o delineador bem marcado nos olhos, os penteados cortados em estilo <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/121014-6-fatos-intrigantes-sobre-cleopatra-vii-a-ultima-farao.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Cleópatra</a> e joias com motivos egípcios.<h2>4. Steve Martin se vestiu de Rei Tut no Saturday Night Live</h2><iframe width="560" height="315" src="https://www.youtube.com/embed/FYbavuReVF4" title="YouTube video player" frameborder="0" allowfullscreen=""></iframe>Na década de 1970, com a exposição&nbsp;Tesouros de Tutancâmon, o rei Tut voltou definitivamente à moda e virou uma espécie de obsessão cultural, apelidada de "Tutmania". Foi neste contexto que o comediante Steve Martin vestiu trajes egípcios e fez uma performance hilária da música King Tut,&nbsp;no programa&nbsp;Saturday Night Live em 1978.A canção fazia uma crítica bem engraçada sobre o caráter comercial da exposição. A letra dizia coisas como “Ele deu sua vida pelo turismo”. Por alguma ironia, a própria música de Steve Martin foi um sucesso absoluto e continua sendo até hoje um dos esquetes mais queridos do programa.<h2>5. Rei Tut lutou contra o Batman</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/09/29/29104254499046.jpg" alt="(Fonte: Cinemarco Blog)">(Fonte: Cinemarco Blog)E pasme: a popularidade de Tutancâmon ficou tão grande que ele virou personagem do Universo DC! Ele foi um vilão dentro do seriado <a href="https://www.megacurioso.com.br/quadrinhos/34257-a-evolucao-do-simbolo-do-batman-em-30-designs.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Batman</a>, estrelado por Adam West em 1966. É claro que o Rei Tut não se tornou tão popular quanto a Mulher-Gato ou o Coringa, mas sem dúvida fez algum sucesso.</body>

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5 maneiras como Tutancâmon influenciou a cultura pop

Imagem de Zé Carioca: 80 anos de história do primeiro personagem brasileiro da Disney no megacurioso

Falamos tudo o que você precisa saber sobre o mais brasileiro de todos os personagens da Disney

Dono de um jeitinho alegre, samba no p&eacute; e carisma inigual&aacute;vel, Z&eacute; Carioca, um dos nomes mais ic&ocirc;nicos dos quadrinhos cl&aacute;ssicos, est&aacute; completando 80 anos desde sua primeira apari&ccedil;&atilde;o ao p&uacute;blico na <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/120499-voce-sabe-quais-as-etapas-da-producao-de-um-filme-em-animacao.htm" target="_blank">anima&ccedil;&atilde;o da Disney</a> Al&ocirc;, amigos, de&nbsp;1942.
Criado no in&iacute;cio da d&eacute;cada de 1940, o primeiro personagem brasileiro dos Est&uacute;dios Disney marcou gera&ccedil;&otilde;es e ainda se mant&eacute;m relevante aos novos leitores e amantes de hist&oacute;ria em quadrinhos. O amado papagaio foi criado por Walt Disney para, na sua vis&atilde;o norte-americana, ser a personifica&ccedil;&atilde;o do povo brasileiro: feliz, simp&aacute;tico, pregui&ccedil;oso, malandro e festeiro.
<h2>O nascimento de Z&eacute; Carioca</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/08/24/a-24144931302394.jpg" alt="a" />Al&ocirc;, amigos!, filme de estreia de Z&eacute; Carioca. (Fonte: Disney)
Foi para a divulga&ccedil;&atilde;o do novo filme, Fantasia (1940) &mdash; parte da chamada &ldquo;era de ouro&rdquo; do est&uacute;dio &mdash;, que Walt Disney e seu time de animadores e desenhistas chegaram ao Rio de Janeiro. O time ficaria no pa&iacute;s entre os meses de agosto e setembro de 1941, seguindo com a turn&ecirc; para Buenos Aires, na Argentina, logo depois.
No entanto, a divulga&ccedil;&atilde;o n&atilde;o era o &uacute;nico motivo para a extensa viagem pela Am&eacute;rica Latina. Walt Disney tamb&eacute;m estava interessando em criar novos personagens, dessa vez inspirados pela cultura latino-americana, para viverem junto da cl&aacute;ssica Turma do Mickey. A ideia inicial que os desenhistas Franklin Thomas e Norman Ferguson apresentaram, inclusive, foi a de um tatu-bola.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/08/24/s-24145029798395.jpg" alt="s" />Walt Disney desembarca no Brasil. (Fonte: DIsney)
Enquanto estava pelo Brasil, por&eacute;m, a equipe se encontrou com in&uacute;meros c&eacute;lebres brasileiros, como Heitor Villa-Lobos e Jos&eacute; Carlos de Brito e Cunha, e concluiu que o papagaio seria o animal ideal para representar nossa fauna e nosso povo. O encontro com Paulo da Portela, sambista que marcou a cena carioca ao longo das d&eacute;cadas de 1920, 1930 e 1940, teria supostamente sido o mais marcante para Walt Disney na constru&ccedil;&atilde;o final de seu personagem.
A turn&ecirc; de Walt Disney tinha mais uma motiva&ccedil;&atilde;o para acontecer
No ano seguinte, em um filme que mostrava as belezas da Am&eacute;rica Latina para Pato Donald, o j&aacute; citado&nbsp;Al&ocirc;, amigos, nascia Z&eacute; Carioca, o primeiro personagem brasileiro da Disney. O papagaio vestia palet&oacute;, gravata e chap&eacute;u, acompanhado do famoso &ldquo;jeitinho brasileiro&rdquo;: malandro e alegre. Em uma &eacute;poca em que <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/120541-samba-quando-o-ritmo-brasileiro-era-considerado-crime.htm" target="_blank">o samba era considerado criminoso e marginal</a>, a imagem de Z&eacute; Carioca, personifica&ccedil;&atilde;o do carioca sambista, foi orgulhosamente escolhida para representar o Brasil no mundo todo.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/08/24/s-24145133797396.jpg" alt="s" />Walt Disney curte sua viagem ao Rio de Janeiro. (Fonte: Disney)
Somada a isso, a turn&ecirc; de Walt Disney tinha mais uma motiva&ccedil;&atilde;o para acontecer. Dizem que pol&iacute;tica est&aacute; presente em todos os &acirc;mbitos da nossa vida, e na de Z&eacute; Carioca n&atilde;o &eacute; diferente. Apesar de ser um personagem criado para crian&ccedil;as, a viagem foi encorajada pela Pol&iacute;tica da Boa Vizinhan&ccedil;a, idealizada pelo presidente Franklin Roosevelt para angariar aliados latino-americanos aos Estados Unidos durante a Segunda Guerra Mundial.
<h2>A &ldquo;carreira&rdquo; de Z&eacute; Carioca</h2>
Como dito anteriormente, Z&eacute; Carioca representava tudo que Walt Disney mais amou sobre o povo brasileiro. Jos&eacute; Carioca, como &eacute; conhecido internacionalmente, foi vivido pelo cavaquinista paulista (que ironia!)&nbsp;Jos&eacute; do Patroc&iacute;nio Oliveira em seu filme de estreia, logo conquistando o p&uacute;blico com seu gingado e humor. Ao lado do representante brasileiro, o filme tamb&eacute;m conta com a participa&ccedil;&atilde;o do Gauchinho Voador, representante da Argentina, e Panchito, personagem mexicano.
"O material que existia era muito estereotipado"
Z&eacute; Carioca apareceu novamente dois anos depois ao lado de Carmem Miranda no filme &ldquo;Voc&ecirc; j&aacute; foi &agrave; Bahia?&rdquo;, que tem m&uacute;sica composta por Ari Barroso e Jo&atilde;o de Barro. Al&eacute;m disso, Z&eacute; participou de alguns epis&oacute;dios das s&eacute;ries para televis&atilde;o Disneyland: Two Happy Amigos (1960) e Carnival Time (1962).
No entanto, foi nas hist&oacute;rias em quadrinhos que Z&eacute; Carioca realmente brilhou. Inicialmente desenhado por Bob Grant e Paul Murry, com roteiro de Bill Walsh, para a p&aacute;gina semanal de tiras dominicais, Silly Symphony, Z&eacute; era um personagem que escapava de seus problemas com seu &ldquo;jeitinho&rdquo; malandro. Em algumas hist&oacute;rias, Z&eacute; Carioca era descrito <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/122405-um-passeio-pelos-botequins-de-copacabana.htm" target="_blank">vivendo no Rio de Janeiro</a> por meio de golpes. Foi nessas p&aacute;ginas tamb&eacute;m que os primeiros personagens coadjuvantes nasceram: Rosinha, sua namorada, seu pai Rocha Vaz, Nestor e Z&eacute; Galo, antagonista de Z&eacute;.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/08/24/a-24145411845400.jpg" alt="a" />Z&eacute; Carioca e sua "turma" no Baile dos Caloteiros, um dos estere&oacute;tipos brasileiros do personagem. (Fonte: Disney)
Essas primeiras tirinhas foram trazidas ao Brasil em fevereiro de 1943 pela revista Globo Juvenil. Depois disso, ele apareceu em diversas hist&oacute;rias nos quadrinhos do Pato Donald. Por&eacute;m, o personagem era trazido &agrave; vida por estrangeiros, fazendo com que o humor e a representa&ccedil;&atilde;o fossem, muitas vezes, estereotipados e n&atilde;o apelativos ao p&uacute;blico brasileiro.
V&ecirc;m a&iacute; o &ldquo;Jovem Z&eacute;&rdquo;, contando a hist&oacute;ria do papagaio antes de ele se tornar o que &eacute; hoje
Na opini&atilde;o do roteirista Gerson Teixeira, que j&aacute; escreveu 1.444 p&aacute;ginas de hist&oacute;rias do Z&eacute;, &ldquo;quando Jorge Kato e outros cartunistas fizeram os primeiros roteiros originais, eles tiveram que dar uma boa &lsquo;temperada&rsquo;. O material que existia era muito estereotipado e, aos poucos, Z&eacute; foi virando um personagem que realmente transmitia nosso jeitinho.&rdquo;
Mas foi somente na d&eacute;cada de 1970 que isso aconteceu, quando a Editora Abril come&ccedil;ou a publicar hist&oacute;rias pr&oacute;prias de Z&eacute; Carioca regularmente, agora com um time totalmente brasileiro. &ldquo;Os roteiristas acabaram melhorando a imagem de Z&eacute; Carioca para se adaptar ao Brasil. Foi aqui que ele se tornou brasileiro&rdquo;, conta Moacir Rodrigues Soares, cartunista das hist&oacute;rias de Z&eacute; Carioca desde 1973.
<h2>O novo Z&eacute;</h2>
As revistinhas atingiram seu auge entre as d&eacute;cadas de 1970 e 1990, e Z&eacute; Carioca e sua turma eram um fen&ocirc;meno popular. De toda a produ&ccedil;&atilde;o de HQs da Disney pela Editora Abril, um ter&ccedil;o contou com a presen&ccedil;a de Z&eacute;. Mas assim como tantas outras m&iacute;dias, as hist&oacute;rias em quadrinhos tamb&eacute;m foram afetadas pela ascens&atilde;o dos computadores e celulares. &ldquo;Quando eu deixei a Editora Abril, o Z&eacute; Carioca vendia 70 mil revistas mensalmente. De repente, esse n&uacute;mero caiu para 7 mil&rdquo;, segundo Moacir.
Mas n&atilde;o precisa se preocupar! Desde 2020, a Editora Culturama, em parceria com a Disney, assumiu o papel de continuar contando as hist&oacute;rias de Z&eacute; Carioca &mdash; Moacir, inclusive, nos deu um spoiler que v&ecirc;m a&iacute; o &ldquo;Jovem Z&eacute;&rdquo;, contando a hist&oacute;ria do papagaio antes de ele se tornar o que &eacute; hoje.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/08/24/a-24145836342402.jpg" alt="a" />Z&eacute; Carioca retorna aos quadrinhos pela Editora Culturama. (Fonte: Culturama)
Al&eacute;m disso, tem sido feito um trabalho para mudar a imagem malandra do personagem. Se antes ele tinha um car&aacute;ter duvidoso, apesar de cativante, nas novas hist&oacute;rias &ldquo;ele &eacute; otimista, alegre e, apesar de estar &lsquo;ferrado&rsquo;, ainda tem esperan&ccedil;a que tudo vai dar certo. Bem como um brasileiro.&rdquo; De acordo com Gerson, que escreve as novas HQs, Z&eacute; Carioca, finalmente, representa o que foi e o que &eacute; o brasileiro.

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Zé Carioca: 80 anos de história do primeiro personagem brasileiro da Disney

Imagem de British Invasion: quando a DC "encomendou" Sandman no megacurioso

Conheça o fenômeno que deu origem a algumas das obras mais importantes da história do mundo dos quadrinhos

<head></head><body>Lá no finalzinho da década de 1980, a DC estava bastante satisfeita com o sucesso de lançamentos como O Monstro do Pântano, V de Vingança e&nbsp;Watchmen. Percebendo então ter encontrado uma verdadeira mina de ouro, a editora de <a href="https://www.megacurioso.com.br/quadrinhos/71717-27-filmes-que-sao-baseados-em-quadrinhos-e-voce-tavez-nao-saiba.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">quadrinhos</a> norte-americana foi à&nbsp;<a href="https://www.megacurioso.com.br/proxima-parada/42767-proxima-parada-inglaterra-que-tal-viajar-pela-terra-da-rainha-.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Inglaterra</a>&nbsp;em busca de outros talentos.Surgia ali a versão do mundo das histórias em quadrinhos do fenômeno conhecido como British Invasion ou a Invasão Britânica.<h2>British Invasion e o selo Vertigo</h2>Tudo começou com Alan Moore, que fez história ao dar vida a alguns dos lançamentos mais importantes e impactantes das HQs voltadas para o público adulto. Com a descoberta deste nicho, a editora procurou, encontrou e contratou roteiristas e artistas britânicos como Neil Gaiman, Jamie Delano, Grant Morrison, Alan Grant, Dave McKean e John Wagner.<img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/08/16/16150812304290.jpg" alt="Neil Gaiman, o criador de Sandman">Neil Gaiman, o criador de SandmanO rótulo "Invasão Britânica" veio emprestado do fenômeno de mesmo nome ocorrido na década de 1960, quando músicos e artistas do Pop e do Rock do Reino Unido e vários aspectos da cultura britânica começaram a se popularizar bastante nos EUA. Na linha de frente estavam bandas como, por exemplo, The Beatles e The Rolling Stones, que viriam a se tornar verdadeiros fenômenos nos Estados Unidos e no mundo.Do lado das HQs, agora com uma porção de novos profissionais muito talentosos sob o teto da casa, a DC lançou então o Selo Vertigo para englobar&nbsp;quadrinhos mais complexos, profundos e voltados para um público um pouco mais velho.<h3>Inspirações musicais</h3>Além de pegar emprestado o termo "British Invasion", o equivalente do fenômeno nos quadrinhos também se inspirou de outra forma no mundo da música&nbsp;e vários ícones dos palcos de certa forma parariam nas páginas das HQs.Um bom exemplo é o trabalho de Jamie Delano em Hellblazer, a história em quadrinhos que buscava explorar um pouco mais sobre o mundo fantástico criado por Alan Moore. A revista trazia o personagem John Constantine com visual inspirado no cantor Sting, da banda The Police.<img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/08/16/16145458690276.jpg" alt="Aparência de Sting serviu de inspiração para o personagem John Constantine em Hellblazer">Aparência de Sting serviu de inspiração para o personagem John Constantine em HellblazerAlgo semelhante ocorreu em <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/122609-qual-e-a-origem-mitologica-do-sandman.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Sandman</a>, de Neil Gaiman, que recentemente ganhou uma adaptação na Netflix. Nos quadrinhos, o personagem&nbsp;Lucifer Morningstar, o anjo caído e príncipe das trevas, teve seu visual baseado na icônico astro David Bowie.<img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/08/16/16144800955252.jpg" alt="Visual de Lucifer Morningstar de Sandman foi inspirado no cantor David Bowie">Visual de Lucifer Morningstar de Sandman foi inspirado no cantor David BowiePrincipalmente durante sua juventude, o artista era dotado de aparência distinta e um tanto &nbsp;andrógina, o que caiu como uma luva para o senhor do Inferno (que na série do streaming foi <a href="https://www.tecmundo.com.br/minha-serie/239305-the-sandman-autor-explica-tom-ellis-nao-vivera-lucifer-serie.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">interpretado pela atriz Gwendoline Christie</a>).<h3>Renovação do cenário</h3>No mundo da música, o cenário era chacoalhado com o surgimento de novos gêneros musicais, como disco, funk, glam rock, música eletrônica e soul. Do outro lado, quadrinhos deixavam então de ser sinônimo de homens musculosos e mulheres esbeltas com superpoderes e usando roupas colantes.O mercado de histórias em quadrinhos via a queda do Comics Code e era agraciado com o surgimento e o fortalecimento de um nicho mais adulto, dotado de histórias mais impactantes, com significados profundos e muito mais complexas. Assim como em sua contraparte musical, a Invasão Britânica das HQs chegou trazendo um ar de mudança, renovando o universo das HQs no final dos anos 1980.</body>

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British Invasion: quando a DC 'encomendou' Sandman

Imagem de Qual é a origem mitológica do Sandman? no megacurioso

A série Sandman, da Netflix, se baseia nas histórias escritas por Neil Gaiman — que, por sua vez, surgiram de um personagem do folclore europeu.

A Netflix estreou agora em agosto a s&eacute;rie&nbsp;The Sandman, baseada nos <a href="https://www.tecmundo.com.br/minha-serie/224440-sandman-por-onde-comecar-obra-neil-gaiman-guia.htm" target="_blank">quadrinhos escritos por Neil Gaiman</a>. Publicada pela DC Comics em <a href="https://www.tecmundo.com.br/minha-serie/224442-sandman-tem-quantos-volumes-veja-ordem-leitura-obra-neil-gaiman.htm" target="_blank">75 cap&iacute;tulos entre 1989 e 1996</a>, a HQ gira em torno do personagem Dream (Sonho), ou Lorde Morpheus. Ele &eacute; uma entidade divina que &eacute; capturado por humanos e, ao se libertar, precisa ir atr&aacute;s de seus objetos para recuperar seu poder.
O Sandman imaginado por Neil Gaiman, na verdade, n&atilde;o &eacute; uma cria&ccedil;&atilde;o sua, mas um conceito mitol&oacute;gico vindo do folclore europeu. Mas, como toda mitologia gerada a partir da tradi&ccedil;&atilde;o oral, h&aacute; v&aacute;rias origens que ajudam a explicar a sua hist&oacute;ria.
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<li>Leia mais: <a href="https://www.tecmundo.com.br/minha-serie/242818-sandman-serie-estreia-netflix-detalhes.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Sandman: s&eacute;rie estreia na Netflix; veja detalhes!</a></li>
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<h2>As origens de Sandman</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/08/08/08145338683329.jpg" alt="(Fonte: TechNews Brasil)" />(Fonte: TechNews Brasil)
O primeiro registro que se tem do mito de Sandman foi encontrado em dicion&aacute;rios alem&atilde;es do s&eacute;culo XVIII, onde se lia &ldquo;der Sandmann kommt&rdquo;, que pode ser traduzido como "o Sandman est&aacute; chegando". Metaforicamente, o mito trazia a ideia de que, quando algu&eacute;m est&aacute; prestes a dormir, &eacute; como se um pouco de areia tivesse sido derramada em seus olhos. Ele pode ter surgido para tornar o momento do sono mais apraz&iacute;vel para as crian&ccedil;as.
A partir da&iacute;, v&aacute;rias outras hist&oacute;rias foram desdobradas em torno do personagem &mdash; algumas mais sombrias que as outras. Uma delas &eacute; um conto de 1818 intitulado Der Sandmann, do autor &nbsp;alem&atilde;o ETA Hoffmann, que imagina um Sandman maligno e monstruoso. Ele seria uma figura que joga areia nos olhos das crian&ccedil;as &mdash; mas, caso elas n&atilde;o durmam, os olhos caem. Sandman ent&atilde;o recolhe os globos oculares e leva-os para alimentar seus filhos.
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<li>Leia mais:&nbsp;<a href="https://www.tecmundo.com.br/minha-serie/242931-sandman-visual-personagem-serie-rende-memes-redes-veja.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Sandman: visual emo de Morpheus na s&eacute;rie rende memes nas redes; veja!</a></li>
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Uma vers&atilde;o mais suave de Sandman aparece nos <a href="https://www.megacurioso.com.br/literatura/42712-5-contos-de-fadas-extremamente-bizarros-que-voce-ainda-nao-conhece.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">contos de fadas</a> do famoso autor Hans Christian Andersen. Na hist&oacute;ria Ole Luk&oslash;je, de 1841, Sandman aparece como um personagem que deixa as crian&ccedil;as sonolentas e as manda dormir. As boas crian&ccedil;as s&atilde;o recompensadas com bons sonhos. J&aacute; as m&aacute;s s&atilde;o punidas n&atilde;o com pesadelos, mas com a aus&ecirc;ncia de sonho algum.
<h2>Sandman como uma chave para quest&otilde;es do inconsciente</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/08/08/08145538762331.jpg" alt="(Fonte: Darkside)" />(Fonte: Darkside)
Como quase todos os personages oriundos da <a href="https://www.megacurioso.com.br/educacao/110411-10-fatos-que-voce-ainda-nao-sabe-sobre-a-mitologia-grega.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">mitologia</a>, Sandman tamb&eacute;m remete a quest&otilde;es mais profundas do que pode parecer &agrave; primeira vista. Segundo Maria Tatar, professora de Estudos Alem&atilde;es, <a href="https://www.megacurioso.com.br/folclore/" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Folclore</a> e Literatura Infantil na Universidade de Harvard, a hist&oacute;ria Der Sandmann&nbsp;teve uma participa&ccedil;&atilde;o nos estudos da psican&aacute;lise fundados por <a href="https://www.megacurioso.com.br/medicina-e-psicologia/61953-freud-grande-influencia-para-a-psicologia-atual-era-viciado-em-cocaina.htm#:~:text=Freud%2C%20grande%20influ%C3%AAncia%20para%20a,viciado%20em%20coca%C3%ADna%20%2D%20Mega%20Curioso" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Sigmund Freud</a>. No ensaio Das Unheimliche, publicado em 1919, Freud apresenta um conceito muito importante em sua obra, referente ao estranho (ou misterioso) que nos &eacute; familiar &mdash; tal como na hist&oacute;ria do "Homem Areia".
De acordo com alguns estudiosos, o conto de <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/119412-3-contos-de-fadas-nao-tao-conhecidos-pelo-publico.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Hans Christian Andersen</a> tamb&eacute;m pode ser lido a partir de camadas mais profundas. Conforme explica Jacob B&oslash;ggild, professor do Centro Hans Christian Andersen da Universidade do Sul da Dinamarca, "O Ole Luk&oslash;ie de Andersen parece ser uma figura benevolente, mas ele introduz o menino da hist&oacute;ria, chamado Hjalmar, &agrave; morte e &agrave; sexualidade. Mas ele n&atilde;o joga areia nos olhos das crian&ccedil;as, ele esguicha leite neles! N&atilde;o &eacute; uma hist&oacute;ria com um enredo regular, mas mais uma sequ&ecirc;ncia de quadros on&iacute;ricos".
Al&eacute;m disso, h&aacute; um dado importante. No fim do conto, descobrimos que o personagem Ole Luk&oslash;ie tem um irm&atilde;o que, diferente dele &mdash; que visita as crian&ccedil;as todas as noites, trazendo os sonhos &mdash; s&oacute; visita cada pessoa uma s&oacute; vez, carregando a morte.
A professora Maria Tatar atenta que estas hist&oacute;rias do Sandman s&atilde;o complexas, como boa parte das hist&oacute;rias infantis e can&ccedil;&otilde;es de ninar: por um lado, elas t&ecirc;m o poder de acalmar os pequenos; por outro, t&ecirc;m um lado violento e duro. "De alguma forma, parece espelhar nossa ambival&ecirc;ncia em rela&ccedil;&atilde;o &agrave;s crian&ccedil;as. N&oacute;s as adoramos e queremos contar a elas hist&oacute;rias gentis e ador&aacute;veis, mas elas nos deixam loucos &agrave;s vezes", opina.&nbsp;
A parte mais assustadora da mitologia do Sandman &eacute; que n&atilde;o h&aacute; como enfrent&aacute;-lo, diferente de outros personagens de contos de fada, como o lobo mau de <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/120660-os-contos-de-fadas-mais-famosos-de-todos-os-tempos.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Chapeuzinho Vermelho</a>. "N&atilde;o h&aacute; felizes para sempre, exceto adormecer, cedendo. Ele n&atilde;o pode ser decapitado, preso ou enganado como outros vil&otilde;es. &Eacute; dif&iacute;cil distinguir conto de fadas, mito, lenda e tudo mais, mas de certa forma ele pertence mais ao reino do mito do que aos contos de fadas", conclui Tatar.

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Qual é a origem mitológica do Sandman?

Imagem de Como Maurício de Sousa criou a Turma da Mônica? no megacurioso

Veja aqui quais foram as inspirações por trás de alguns dos personagens mais famosos das histórias em quadrinhos de Mônica, Cebolinha e companhia

&Eacute; dif&iacute;cil encontrar algu&eacute;m que n&atilde;o conhe&ccedil;a a <a href="https://www.megacurioso.com.br/quadrinhos/99941-25-personagens-da-turma-da-monica-e-seus-nomes-verdadeiros.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Turma da M&ocirc;nica</a>. Criada pelo desenhista Maur&iacute;cio de Sousa, a turminha ajudou gera&ccedil;&otilde;es variadas no aprendizado da leitura, al&eacute;m de proporcionar muitas horas de divers&atilde;o a crian&ccedil;as de todo o nosso pa&iacute;s.
Sendo essa uma jornada antiga (afinal, estamos falando de algumas d&eacute;cadas de hist&oacute;ria), uma curiosidade que muitos podem ter &eacute; referente &agrave; origem dos personagens. Caso esteja nesse grupo, confira como tudo isso aconteceu nas linhas a seguir.
<h2>Como nasceu cada personagem da Turma da M&ocirc;nica?</h2>
O grupo que protagonista a maioria das hist&oacute;rias (e tamb&eacute;m aqueles que possuem gibis pr&oacute;prios) &eacute; composto por M&ocirc;nica, Cebolinha, Casc&atilde;o e Magali. Veja a seguir a inspira&ccedil;&atilde;o por tr&aacute;s de cada um deles.
<h3>M&ocirc;nica</h3>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/07/29/29102433000083.jpg" alt="(Fonte: MSP/Divulga&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: MSP/Divulga&ccedil;&atilde;o)
A l&iacute;der do grupo foi criada em 1963. Ela &eacute; uma homenagem direta &agrave; M&ocirc;nica Sousa, filha do desenhista, e no in&iacute;cio apareceu como coadjuvante nas hist&oacute;rias de Cebolinha. Por&eacute;m, ganhou um destaque t&atilde;o grande com o p&uacute;blico que acabou roubando o posto de protagonista do garoto.
Tal como a sua vers&atilde;o que vemos no papel, M&ocirc;nica Sousa, quando jovem, era uma pessoa com g&ecirc;nio forte, al&eacute;m de n&atilde;o levar desaforo para casa.
<h3>Cebolinha</h3>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/07/29/29102934125088.jpg" alt="(Fonte: UOL/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: UOL/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
O simp&aacute;tico garoto que troca o R pelo L foi o primeiro do quarteto a ser criado, em 1960. Nessa &eacute;poca, suas caracter&iacute;sticas principais, em especial os cinco fios de cabelos espetados, j&aacute; estavam presentes em seus tra&ccedil;os.
Tal como sua "rival", o dono dos planos infal&iacute;veis mais engenhosos do Bairro do Limoeiro tamb&eacute;m teve uma inspira&ccedil;&atilde;o real: um amigo de inf&acirc;ncia de M&aacute;rcio de Sousa, irm&atilde;o do "pai" da turminha.
<h3>Casc&atilde;o</h3>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/07/29/29103747875096.jpg" alt="(Fonte: UOL/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: UOL/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
O melhor amigo de Cebolinha foi o segundo da turminha a ser criado. Ele "nasceu" em 1961 e tamb&eacute;m foi inspirado em um amigo de M&aacute;rcio de Sousa que o desenhista conheceu em Mogi das Cruzes. O homenageado, tal como a vers&atilde;o em desenho, n&atilde;o era muito f&atilde; de tomar banho.
Dentre suas caracter&iacute;sticas, podemos destacar seu amor por futebol e pelo Corinthians, o que inclusive fez com que ele batesse uma bola com grandes personalidades do esporte, como Ronaldinho Ga&uacute;cho.
<h3>Magali</h3>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/07/29/29103837922097.jpg" alt="(Fonte: Canguru News/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Canguru News/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
A menina mais gulosa da Turma da M&ocirc;nica tamb&eacute;m foi inspirada em uma filha de Maur&iacute;cio de Sousa. Tal como sua vers&atilde;o das HQs, Magali Spada tamb&eacute;m tinha um apetite insaci&aacute;vel em sua inf&acirc;ncia, al&eacute;m de comer melancia como se n&atilde;o houvesse amanh&atilde;.
Magali surgiu nas hist&oacute;rias apenas em 1964, e n&atilde;o demorou para ganhar um lugar de destaque nas hist&oacute;rias at&eacute; o momento em que recebeu seus pr&oacute;prios gibis.
<h2>Expandindo horizontes</h2>
Para al&eacute;m das hist&oacute;rias em quadrinhos, a <a href="https://www.megacurioso.com.br/quadrinhos/56647-adeus-inocencia-estes-27-quadrinhos-da-turma-da-monica-sao-perturbadores.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Turma da M&ocirc;nica</a> deu cara em diversas outras m&iacute;dias, como desenhos animados, jogos de videogame (muitos deles produzidos para Master System e Mega Drive pela Tectoy) e at&eacute; mesmo cinema.
Essa saga &eacute; mais recente e j&aacute; rendeu dois filmes live action (La&ccedil;os e Li&ccedil;&otilde;es), al&eacute;m de uma s&eacute;rie nos mesmos moldes que estreia agora no segundo semestre na Globoplay e ter&aacute; seu primeiro epis&oacute;dio exibido na TV Globo nessa sexta-feira (29), &agrave;s 15h30.
Quanto ao futuro da turminha, isso &eacute; incerto. Eles j&aacute; ganharam uma saga durante a adolesc&ecirc;ncia (<a href="https://www.tecmundo.com.br/minha-serie/desenhos-animados-da-turma-da-monica" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Turma da M&ocirc;nica</a> Jovem), e o pr&oacute;prio Maur&iacute;cio j&aacute; indicou o desejo de v&ecirc;-los na fase adulta em algum momento. Se isso vai acontecer, &eacute; algo que apenas o tempo pode responder.

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Como Maurício de Sousa criou a Turma da Mônica?

Imagem de Antes do Homem-Aranha: 6 super-heróis da comunidade LGBTQIAPN+ no megacurioso

Próxima HQ do Homem-Aranha trará a primeira edição do personagem assumidamente gay

<head></head><body>A notícia de que a <a href="https://www.tecmundo.com.br/minha-serie/240064-marvel-11-viloes-poderosos-podem-aparecer-mcu.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Marvel</a> prepara o primeiro Homem-Aranha gay das HQs pegou muita gente de surpresa. O desenhista Steve Foxe, responsável pelo projeto, que estreará na próxima edição de Edge of Spider-Verse, compartilhou algumas imagens do personagem, chamado de Web-Weaver.O visual é bem diferente do que o público está acostumado do super-herói, deixando as cores tradicionais de lado e assumindo o preto e amarelo. Aproveitando esse momento importante da cultura pop, vamos enaltecer outros personagens LGBTQIAPN+ da história dos quadrinhos.<h2>1. Batwoman</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/07/01/01114433312181.jpg" alt="(Fonte: DC Comics/Reprodução)">(Fonte: DC Comics/Reprodução)A Batwoman é uma super-heroína criada pela <a href="https://www.megacurioso.com.br/quadrinhos/71452-15-dos-viloes-mais-poderosos-da-dc.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">DC Comics</a> no já distante ano de 1956. Contudo, levou bastante tempo até que ela ganhasse relevância nos quadrinhos, mas quando isso aconteceu, na reformulação da personagem, em 2006, &nbsp;ela estremeceu as bases: a editora confirmou que a personagem era lésbica.Querendo marcar época, Kathy Kane (o real nome da personagem) garantiu um novo marco para o público LGBTQIAPN+, sem precedente na história dos quadrinhos. Foi a primeira super-heroína assumidamente lésbica a ter direito a uma série de TV para chamar só de sua. Criada pela The CW, o primeiro episódio foi ao ar 2019 e permaneceu por três temporadas.<h2>2. Lanterna Verde</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/07/01/01114145187178.jpg" alt="(Fonte: DC Comics/Reprodução)">(Fonte: DC Comics/Reprodução)Quando a DC Comics comunicou que Alan Scott, o nome real do Lanterna Verde, personagem importante da <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/118058-liga-da-justica-o-que-a-ciencia-explica-sobre-os-super-herois.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Liga da Justiça</a>, reapareceria na atração como abertamente gay, a ala homofóbica do universo dos quadrinhos fez bastante estardalhaço.O mais interessante da reformulação conduzida pela editora foi trazer o Lanterna Verde como casado e pai de dois filhos. A iniciativa foi parte de um processo de "reboot" da DC Comics, como um novo marco zero, começando com a HQ&nbsp;Infinite Frontier #0, em que Alan conta às pessoas que não deseja mais manter uma parte de sua vida escondida.<h2>3. Mulher-Gato</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/07/01/01114256984179.jpg" alt="(Fonte: DC Comics/Reprodução)">(Fonte: DC Comics/Reprodução)A primeira aparição de Selina Kyle, a Mulher-Gato, aconteceu na década de 1940. Contudo, a mudança mais importante em suas características só veio acontecer no mais recente longa-metragem, Batman.A personagem apareceu pela primeira vez assumindo sua bissexualidade, pelo que parece uma iniciativa feita de caso pensado pela DC Comics como parte de seu processo de reestruturação, tentando aproximar seus produtos da comunidade <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/118767-o-que-significa-cada-letra-da-sigla-lgbtqia.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">LGBTQIAPN+</a> ao incentivar o amor livre.<h2>4. Arlequina</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/07/01/01115439506193.jpg" alt="(Fonte: DC Comics/Reprodução)">(Fonte: DC Comics/Reprodução)As mudanças no segmento de HQs com super-heróis é muito importante, pois ajuda a retratar a sociedade com maior precisão. Um passo foi dado com a Arlequina, que tem um relacionamento ocasional com a Hera Venenosa nas HQs. Contudo, foi apenas em Aves de Rapina que o público entrou em contato com essa característica da personagem.No longa, em que vemos que seu relacionamento com Coringa não deu certo, o longa-metragem passa alguns momentos em que relações da Arlequina não deram muito certo, incluindo uma sequência com uma mulher.<h2>5. James Howlett, Wolverine</h2><iframe width="560" height="315" src="https://www.youtube.com/embed/AeItD0w6gcw" title="YouTube video player" frameborder="0" allowfullscreen=""></iframe>A HQ X-Treme X-Men 10 foi muito marcante na história da Marvel, um ponto de partida da editora em querer mostrar de modo eficaz a seu público que era inclusiva e democrática. No gibi em questão, eram apresentadas versões alternativas dos personagens, incluindo a cena de um beijo entre Wolverine e seu namorado, <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/120866-templo-mitologico-de-hercules-pode-ter-sido-descoberto-na-espanha.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Hércules, filho de Zeus.</a>Nesta versão alternativa do personagem, Wolverine é conhecido como James Howlett, Governador Geral do Domínio do Canadá. Eles viajam através das dimensões em busca da versão maligna do Professor Xavier. Essa HQ gerou muita revolta entre fã, acusando a Marvel de querer ganhar dinheiro com o que chamaram de "politicamente correto".<h2>6. Justiça Encapuzada, Watchmen</h2><iframe width="560" height="315" src="https://www.youtube.com/embed/YTKDJt-X0Xk" title="YouTube video player" frameborder="0" allowfullscreen=""></iframe>Justiça Encapuzada é um personagem do grupo Minutemen, recorrentes da famosa HQ Watchmen, criada por Alan Moore e Dave Gibbons. Sua primeira aparição ocorreu em 1938 e desde então movimentou os humores do público, já que escondia sua homossexualidade mantendo um relacionamento com Silk Spectre.A construção do personagem dava a entender que a brutalidade era uma espécie de <a href="https://www.megacurioso.com.br/sexo/90655-6-fetiches-sexuais-completamente-bizarros.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">fetiche sexual</a> dele, o que por anos incomodou o público, já que parecia querer criar uma ligação entre os dois aspectos de sua personalidade. Posteriormente, em 1962, teve assumido um relacionamento com Nelson Gardner, o Capitão Metrópole.</body>

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Antes do Homem-Aranha: 6 super-heróis da comunidade LGBTQIAPN+

Imagem de Família Addams: a horripilante e curiosa história no megacurioso

Criada pelo cartunista Charles Addams há 90 anos, a assustadora Família Addams é querida no mundo inteiro

<head></head><body>Uma das <a href="https://www.megacurioso.com.br/filhos-e-familia/" rel="noopener noreferrer" target="_blank">famílias</a> mais amadas da ficção é bem soturna. E ela já tem 90 anos: foi em 1932 que a Família Addams foi desenhada pela primeira vez pelo cartunista Charles Addams, que, cinco anos depois, vendeu sua primeira tirinha sobre o clã para a revista The New Yorker.Sucesso desde então, os <a href="https://www.megacurioso.com.br/cinema/52367-9-curiosidades-sinistras-sobre-a-familia-addams.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Addams</a> foram retratados em filmes, em quadrinhos, no teatro, em produtos e em séries. A proposta cômica dos personagens é funcionar como uma espécie de sátira às famílias americanas "ideais", cultuando valores sombrios que não condizem com a forma que os norte-americanos costumam se enxergar.Neste texto, contamos a fantástica história desta família e sua contribuição à <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/118117-artista-cria-personagens-com-fusao-de-icones-da-cultura-pop.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">cultura pop</a>.<h2>O nascimento da Família Addams</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/06/19/19124437266000.jpg" alt="(Fonte: Pharsmedia)">(Fonte: Pharsmedia)A Família Addams nasceu da imaginação de Charles Addams, um sujeito nascido em Nova Jersey em 1912. Filho de pais amorosos e dedicados, Addams era uma criança que adorava fazer uma boa piada e pregar peças. E, ao longo de seu desenvolvimento, criou um apreço por tudo o que era macabro.No ensino médio, Charles Addams começou a se envolver cada vez mais com a <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/108230-sensacional-estas-ilustracoes-geniais-ocultam-surpresas-inesperadas.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">ilustração</a>. Logo, passou a vender seus desenhos para revistas importantes, como a The New Yorker. Isso lhe fez construir uma carreira glamourosa e uma vida cercada de pessoas importantes - só de curiosidade, ele chegou a ter um namorico com <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/121916-por-que-a-roupa-ensanguentada-de-jackie-kennedy-nunca-mais-foi-vista.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Jackie Kennedy</a>.Charles Addams desenhou vários personagens, mas foi a família que leva o seu sobrenome que o levou à glória. Os Addams sempre foram retratados como muito amorosos e acolhedores, embora sempre macabros. Os 6 membros principais — Morticia, Gomez, Vandinha, Feioso, Tio Chico, Mãozinha, Primo It - se tornaram queridos pelos americanos e logo pularam para a TV.<h2>A Família Addams chega à televisão e ao cinema</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/06/19/19174833461011.jpg" alt="(Fonte: Cinematheque)">(Fonte: Cinematheque)Em 1964, os Addams estrearam como seriado de televisão na ABC, dando um salto na popularidade da família. Ainda que eles já existissem desde 1932, o programa foi uma resposta da emissora a outra série,&nbsp;The Munsters, da CBS, que também apostava na exibição de uma família assustadora.Na TV, os Addams se tornaram menos sombrios que nos quadrinhos, mas também mais malucos. E o mais curioso: eles se tornaram mais "bonitos" que sua versão desenhada. Estas mudanças deixaram Charles Addams insatisfeito — tanto que dizem que ele nem assistiu à série — mas também bem mais rico.Além disso, os Addams foram retratados sob forma de animação. Em 1973, uma série sobre eles foi feita pelo famoso estúdio Hanna-Barbera, e em 1992 foi feito um novo desenho, que chegou a passar no Brasil no SBT.Em 1991, eles chegariam ao cinema com o filme A Família Addams, dirigido por Barry Sonnenfeld, que traria a cara mais popular do clã. Nele, os apaixonados Morticia e Gomez são interpretados por Anjelica Houston e Raul Julia, Christopher Lloyd vive o tio Fester e Christina Ricci cria uma icônica Vandinha. O filme teve uma sequência em 1993, realizada pelo mesmo diretor.<h2>Os valores promulgados pela Família Addams</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/06/19/19180133031017.jpg" alt="(Fonte: Guia da Semana)">(Fonte: Guia da Semana)Muita gente fascinada por essa família tenta entender o que os personagens têm de tão interessante. E há algumas respostas. Uma delas é que os Addams foram construídos como uma espécie de oposto ao chamado "<a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/121364-3-mitos-da-decada-de-1950-que-muitos-americanos-ainda-acreditam.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">sonho americano</a>", que compreenderia um&nbsp;conjunto de valores que seriam inerentes à cultura americana, como a busca pela liberdade e pela prosperidade a partir do esforço individual.Assim, os Addams traziam alguma subversão aos modelos americanos de sucesso - tanto familiar quanto profissional. Há alguns elementos importantes que aparecem nas histórias e que deixam isso claro. Para começar, a dinâmica entre o pai e a mãe, Gomez e Morticia. Extremamente apaixonados, eles deixavam claro que tinham uma vida sexual bem ativa — o que, de alguma forma, era o exato oposto de como as figuras dos pais nos lares americanos.Os filhos, por outro lado, eram obedientes aos pais, mas brincavam com instrumentos de tortura medievais. Não sabemos qual a profissão do pai, ou mesmo se ele trabalha, tirando o foco do progenitor como centro da família.Os macabros Addams, na verdade, têm poucos conflitos entre si - os desconfortos aparecem em relação ao mundo externo, que os olha com estranhamento. Mas a graça da Família Addams é justamente essa: eles não se acham esquisitos. São felizes em seu jeito mórbido de ser.</body>

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Família Addams: a horripilante e curiosa história

Imagem de Código dos quadrinhos: quando as histórias quase foram proibidas no megacurioso

Você lembra quando as pessoas começaram a queimar cartas de Yu-Gi-Oh? O mesmo aconteceu com os quadrinhos, só que pior

<head></head><body>Antes que a máquina da <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/121183-auschwitz-o-que-aconteceu-la-apos-a-segunda-guerra-mundial.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Segunda Guerra Mundial</a> causasse uma revolução no mundo em aspectos de avanços tecnológicos e globalização dos meios, como a televisão e a internet, os quadrinhos viveram o que foi chamado “era dourada”, quando disputavam espaço nas prateleiras das bancas de jornais ao lado das principais publicações.O Homem de Ferro da DC Comics apareceu em meados de 1938, dando início a Era de Ouro dos quadrinhos. Dois anos depois, no auge de sua popularidade, a série vendia cerca de 1,5 milhão por mês, alavancado pelo patriotismo que símbolos de homens heroicos, como o Capitão América, atraiam para o cenário da guerra, principalmente quando cruzava com a realidade, como na crítica contra<a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/122129-quadrinhos-foram-pioneiros-no-ensino-sobre-o-holocausto-aos-americanos.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">&nbsp;o nazismo de Adolf Hitler</a>.Quando a guerra acabou, muitos acharam que aquele seria o fim dos 'anos dourados', visto que alguns títulos de quadrinhos foram até cancelados. Contudo, outros gêneros, como crime e horror, acabaram florescendo no lugar por lidar com temas mais adultos que falavam diretamente com a sociedade que havia sido deixada após o horror da guerra. Batman foi o primeiro a apelar para um lado mais violento.Em 1996, foram vendidos de US$ 300 a US$ 320 milhões de revistas nos Estados Unidos, conforme dados da Comichron. Já no início dos anos 2000, as vendas atingiram US$ 400 milhões por ano. Entre 2010 e 2015, foram vendidos US$ 700 milhões e US$ 900 milhões, respectivamente. A 360 Research Reports acredita que a indústria global dos quadrinhos deve atingir quase US$ 4,69 bilhões até 2026, acima dos US$ 3,87 bilhões de 2020 — uma taxa de crescimento de 3,3%.<h2>O início do problema</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/06/10/10130123508164.jpg" alt="(Fonte: DC Comics/Reprodução)">(Fonte: DC Comics/Reprodução)Ou seja, no final das contas, ainda que os quadrinhos tenham desaparecidos das bancas no início dos anos 1980, passando a serem vendidos por lojas de quadrinhos de varejo e depois online, isso não reduziu o frenesi tampouco dispersou a base sólida de amantes e fãs construída em quase 70 anos.E esse sucesso contínuo todo era de se esperar, visto que para ter certeza é só olhar para todo o faturamento do universo cinematográfico da Marvel Studios, cuja receita mundial alcança a casa dos US$ 23 bilhões, dobrando a da franquia Star Wars.Com todo esse sucesso é difícil imaginar que os quadrinhos quase deixarem de existir após serem contaminados por um pânico nacional nos EUA. Assim como nada é unânime no mundo, os quadrinhos também não eram. Um artigo de 1940 do Chicago Daily descreveu o gênero como "séries de terror sexual mal desenhadas, mal escritas e mal impressas, um estimulante violento para as crianças".Esse tipo de comentário não passou de oposição até o momento em que o livro Seduction on the Innocent, escrito pelo psiquiatra infantil Frederic Wertham, foi publicado em 1954.<h2>Veneno infantil</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/06/10/10130315977165.jpg" alt="(Fonte: Vox/Reprodução)">(Fonte: Vox/Reprodução)Wertham alegou que quadrinhos aumentavam a delinquência juvenil, principalmente aqueles que travam do crime e suas agruras, como violência e morte. Ele chegou a medir o poder da indústria de quadrinhos com o que Hitler havia operado em seu governo, dizendo que o homem era um iniciante em comparação a<a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/114735-lobotomia-o-mais-abominavel-capitulo-da-medicina.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">&nbsp;lavagem cerebral</a> que o gênero fazia com as crianças, atrofiando-as social, moral e mentalmente.Muito embora a pesquisa do psiquiatra tenha sido baseada, grande parte, em conclusões exageradas, compostas ou alteradas, como mostra um estudo feito em 2012 por Carol L. Tiley, — as pessoas não tiveram outra saída senão ouvir o que o médico tinha para falar.&nbsp;O pânico foi tão grande, com os quadrinhos se tornando um bode expiatório para questões sociais, que houve queimas em massa de milhares de revistas pelo país.<img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/06/10/10130422211166.jpg" alt="(Fonte: Baltimore or Less/Reprodução)">(Fonte: Baltimore or Less/Reprodução)Apesar de Wertham nunca ter apoiado esse tipo de movimento de destruição, ele defendeu que a venda fosse ilegal para pessoas com menos de 15 anos, e que fosse instaurado um sistema de classificação indicativa sobre o teor do conteúdo das narrativas.O Congresso enxergou na indústria de quadrinhos a oportunidade de perseguir e capturar mafiosos famosos do crime organizado que tinham conexões com distribuidores de revistas e quadrinhos. O senador Carey Estes Kefauver supervisionou audiências para tentar conectar os pontos, por isso o governo dos EUA nunca tomou nenhuma ação contra a indústria, senão usá-la para capturar verdadeiros criminosos.Ainda assim, o pânico anti-quadrinhos fez 15 editoras fecharem só naquele ano. As que resistiram, como a EC Comics, a mais popular na publicação de quadrinhos de terror e crime, teve que cancelar suas tiragens.<h2>Apertando o laço</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/06/10/10130547664167.jpg" alt="(Fonte: Quadrinheiros/Reprodução)">(Fonte: Quadrinheiros/Reprodução)Temendo que a indústria afundasse diante às movimentações do governo e o pânico nacional que clamava pela censura, as editoras tiveram que tomar algumas medidas para impedir que isso acontecesse. Foi assim que surgiu o Código dos Quadrinhos, um conjunto estrito de regras que todas as obras precisavam seguir, ao menos que quisessem ser publicadas.As diretrizes do que poderia ser impresso em uma história em quadrinhos foram baseadas em padrões morais do Código Hays, direcionado aos filmes de <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/119950-as-doentias-regras-contratuais-de-hollywood-em-1930.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Hollywood</a>, vigente entre 1930 e 1968. Todos os quadrinhos passariam pelo pente fino de uma bancada de editores que aprovariam ou sugeririam alterações com base no que poderia passar ou não.Ainda que não fosse um processo obrigatório, os impressores, distribuidores e varejistas não tinham outra opção senão submetê-las, visto que o medo era maior em lançar algo sem o selo de aprovação do código Comics Code na capa, o que poderia levar a protestos ou boicote ao negócio.<img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/06/10/10130735821169.jpg" alt="(Fonte: Marvel/Reprodução)">(Fonte: Marvel/Reprodução)Com isso, o código afetou a liberdade de expressão das histórias, principalmente de terror, cujas palavras "horror" e "terror" nos títulos não passavam pela banca de aprovação. Além disso, proibições muito específicas e subjetivas dificultaram o mercado desse gênero de história, banindo temas com monstros, lobisomens, vampiros, zumbis e fantasmas.Já em um aspecto mais abrangente, crimes não poderiam ser retratados, a menos que fossem frutos de magia ou ficção científica. Não poderia haver referência ao uso de drogas, presença de linguagem imprópria, gírias, nudez ou conteúdo sexual.<h2>Mudando para sempre</h2><span class="img-fc" data-fonte="&nbsp;Napa Valley Register&nbsp;" data-fonte-url="https://napavalleyregister.com/entertainment/covid-19-and-comics-how-coronavirus-is-affecting-the-comic-book-industry/article_8f9f67c7-c989-5c83-b729-9699315cfe8b.html"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/06/10/10130902836171.jpg" alt="(Fonte: Napa Valley Register/Reprodução)">(Fonte: Napa Valley Register/Reprodução)Com o que os quadrinistas mais sofreram foi com a subversão do teor das histórias, em que a moralidade contaminou todos os aspectos da narrativa. As mulheres não poderiam ser desenhadas com curvas consideradas "voluptuosas demais", pois esta seria uma imagem considerada sexualizada, podendo, supostamente, despertar impulsos impróprios nos jovens. Na esteira disso, o romance era permitido apenas se enfatizasse o "valor do lar e santidade do casamento".Todo o tipo de autoridade, de policiais a juízes, precisavam ser retratados como homens inteligentes e eficazes, bem como o governo deveria lidar com questões criminais de maneira perfeita, sem margem para erros, criando uma realidade extremamente alterada e utópica.<img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/06/10/10131021805172.jpg" alt="(Fonte: Foursquare/Reprodução)">(Fonte: Foursquare/Reprodução)Com a década de 1970, tanto o pânico quanto as restrições impostas pelo código foram diminuindo com o passar do tempo, aos poucos voltando com todos os aspectos que construíam a história como antes, porém, a essa altura, a indústria dos quadrinhos já havia mudado para sempre.O selo de aprovação caiu definitivamente em 2011, após a DC e Archie Comics pararem de se preocupar em obter aprovação para suas histórias, dez anos após a Marvel Comics tomar a iniciativa. O código foi substituído por um sistema parecido com a classificação indicativa para a televisão e o cinema, permitindo que todos os tipos de histórias fossem contadas.</body>

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Código dos quadrinhos: quando as histórias quase foram proibidas

Imagem de Quadrinhos foram pioneiros no ensino sobre o Holocausto aos americanos no megacurioso

Uma pesquisa de 2020 chocou a mídia americana ao revelar que quase 2 terços dos jovens adultos entrevistados não sabiam o massacre que foi o Holocausto

Em 2020, uma pesquisa encomendada pela Confer&ecirc;ncia sobre Reivindica&ccedil;&otilde;es Materiais Judaicas Contra a Alemanha chocou a m&iacute;dia norte-americana ao divulgar os n&uacute;meros que mostram o quanto os jovens n&atilde;o sabem quase nada sobre a era do <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/119291-paul-gruninger-ajudou-milhares-de-judeus-a-escaparem-do-holocausto.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Holocausto</a>, que aconteceu durante o governo de <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/121500-hitler-tinha-planos-de-aniquilar-a-etnia-polonesa-em-ate-20-anos.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Adolf Hitler</a>, na Alemanha, de 1938 a 1945, na <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/117281-germania-o-plano-de-hitler-de-destruir-a-arquitetura-de-berlim.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Segunda Guerra Mundial</a>, respons&aacute;vel pela morte de 11 milh&otilde;es de pessoas.
Foi divulgado que quase 2 ter&ccedil;os dos jovens adultos dos Estados Unidos n&atilde;o sabem que 6 milh&otilde;es de judeus foram dizimados durante esse per&iacute;odo, e mais: de 1 em cada 10 acredita que os judeus causaram o Holocausto.
Praticamente metade dos adultos considerados pertencentes &agrave;s&nbsp;<a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/119725-geracao-z-e-sua-relacao-com-a-saude-mental.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">gera&ccedil;&otilde;es Y e Z</a>&nbsp;(48%), com idades entre 18 anos e 39 anos, n&atilde;o consegue citar um <a href="https://www.megacurioso.com.br/educacao/121561-campo-de-concentracao-uma-historia-muito-anterior-a-auschwitz.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">campo de concentra&ccedil;&atilde;o</a> ou gueto onde aconteceram massacres coordenados pelo Terceiro Reich, nem mesmo Auschwitz-Birkenau, o mais famoso campo da hist&oacute;ria, presente em livros, s&eacute;ries, filmes e difundido amplamente pela sociedade.
Um quarto dos entrevistados (23%) alegaram que o Holocausto &eacute; um mito, que foi exagerado pela m&iacute;dia e por aqueles que &ldquo;venceram a guerra&rdquo; ou que n&atilde;o tinham certeza de sua verdade. Assim, 1 em cada 8 jovens disse que n&atilde;o tinha ouvido falar ou achava que n&atilde;o tinha ouvido sobre o acontecimento mais emblem&aacute;tico do s&eacute;culo XX. Nacionalmente, por&eacute;m, 63% dos entrevistados n&atilde;o sabiam dos assassinatos dos judeus, e 36% deles achavam que 2 milh&otilde;es ou menos haviam sido mortos.
<h2>Ensinando sobre o passado</h2>
<span class="img-fc" data-fonte="&nbsp;The Independent&nbsp;" data-fonte-url="https://www.independent.co.uk/news/world/europe/remains-of-86-jewish-holocaust-victims-used-for-human-experiments-by-nazis-found-hidden-in-strasbourg-lab-10400263.html"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/06/06/06151633301409.jpg" alt="(Fonte: The Independent/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: The Independent/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Quando a professora Roselle Kline Chartock, ent&atilde;o com 28 anos, ouviu seu colega Jack Spencer se lamentar da falta de textos sobre o massacre sistem&aacute;tico desempenhado pelos nazistas &agrave;s minorias na Segunda Guerra Mundial em livros did&aacute;ticos nas escolas p&uacute;blicas eram meados de 1972, e ele trabalhava na Monument Mountain Regional High School em Nova Jersey (EUA).
Mesmo consumida pelo idealismo e pela vontade de tentar fazer seus alunos entenderem que era necess&aacute;rio tornar o mundo um lugar melhor ap&oacute;s todos os horrores daquele s&eacute;culo, Chartock chegou &agrave; conclus&atilde;o de que tudo o que ela sabia sobre o Holocausto vinha do romance &Ecirc;xodo (1952), de Leon Uris, apesar de sua educa&ccedil;&atilde;o judaica.
Ent&atilde;o ela teve dificuldade para procurar uma maneira de despertar uma sensa&ccedil;&atilde;o de empatia em seus alunos pelo sofrimento alheio e entendimento sobre os perigos de ficar calado diante do mal usando o Holocausto como instrumento de refer&ecirc;ncia.
No ver&atilde;o daquele ano, Chartock reuniu livros de prosa e poesia, lembran&ccedil;as de sobreviventes, reflex&otilde;es filos&oacute;ficas e at&eacute; letras de m&uacute;sicas que fizessem refer&ecirc;ncia ao Holocausto, a fim de ter como base para discuss&otilde;es sobre o t&oacute;pico em sua aula de hist&oacute;ria mundial. Naquele momento, surgiu a primeira grade educacional sobre o que Hitler fez com milhares de pessoas, com adi&ccedil;&atilde;o do assassinato em massa de arm&ecirc;nios ap&oacute;s a <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/119905-como-teria-sido-o-mundo-sem-a-primeira-guerra-mundial.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Primeira Guerra Mundial</a>, o deslocamento de nativos americanos, a <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/120203-e-se-a-escravidao-nao-tivesse-existido.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">escravid&atilde;o</a> e o com&eacute;rcio de pessoas escravizadas.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/06/06/06151748176412.jpg" alt="(Fonte: History Today/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: History Today/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Enquanto isso, em outras partes do pa&iacute;s, professores de Hist&oacute;ria e de estudos sociais tamb&eacute;m tinham a mesma ideia, desenvolvendo os pr&oacute;prios m&eacute;todos para ensinar a nova gera&ccedil;&atilde;o sobre o Holocausto, enxergando como uma oportunidade de conduzir os alunos aos primeiros est&aacute;gios do que o renomado psic&oacute;logo Lawrence Kohlberg chamava "desenvolvimento moral".
A Anti-Difamation League (ADL) uniu Chartock a esses demais professores na empreitada contra o esquecimento do nazismo, cruzando o caminho de Harry Furman, o &uacute;nico judeu e professor de Ensino M&eacute;dio, filho de um pai que havia sobrevivido a Auschwitz e de uma m&atilde;e transportada aos 14 anos da Pol&ocirc;nia para um campo de concentra&ccedil;&atilde;o na Tchecoslov&aacute;quia.
O desejo de Furman em conscientizar as pessoas&nbsp;dos horrores do passado foi inspirado pela pr&oacute;pria nega&ccedil;&atilde;o de seus pais, que apenas queriam deixar tudo o que sofreram para tr&aacute;s na Europa, esfor&ccedil;ando-se para dar um senso de normalidade a tudo o que viveram, como se aquilo fosse algum tipo de "ossos do of&iacute;cio" da guerra.
Demorou at&eacute; 1978 para ser desenvolvida a grade curricular "O Holocausto e o genoc&iacute;dio: uma busca pela consci&ecirc;ncia", testada em todo o estado de Nova Jersey em 1980 e incorporada aos planos de aula de estudos sociais em todas as escolas.&nbsp;
Dois anos mais tarde, a iniciativa ganhou o maior impulso que poderia ter, quando o governador Thomas Kean criou um Conselho Consultivo de Educa&ccedil;&atilde;o sobre o Holocausto, com o Estado fornecendo um or&ccedil;amento para isso.
<h2>Os pioneiros da hist&oacute;ria</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/06/06/06152009567418.jpg" alt="(Fonte: Rolling Stone/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Rolling Stone/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Antes de a implementa&ccedil;&atilde;o do estudo sobre as causas e os efeitos do nazismo no s&eacute;culo XX se infiltrar na sociedade por meio dos livros did&aacute;ticos das crian&ccedil;as, os artistas de hist&oacute;ria em quadrinhos (HQ) j&aacute; estavam fazendo isso desde a d&eacute;cada de 1950, quando toneladas de rel&iacute;quias do Holocausto ainda eram resgatadas dos campos de concentra&ccedil;&atilde;o.
Com isso, os quadrinhos considerados "obscuros", devido ao teor s&oacute;lido e ilustrativo sobre o destino das pessoas que entravam nas c&acirc;maras de g&aacute;s, ganharam conhecimento dos americanos, levando-os para a realidade de muitos sobreviventes do Holocausto.
Em janeiro de 1945, poucos antes da liberta&ccedil;&atilde;o de Auschwitz, um grupo de jornalistas e artistas, muitos dos quais eram imigrantes europeus, publicou uma revista de 50 p&aacute;ginas intitulada The Bloody Record of Nazi Atrocities, impressa pela Arco Publishing Company, uma editora com sede em Nova York.
Apesar de a HQ ter omitido que a etnia das v&iacute;timas foi o fator motivador do nazismo, pensando em fomentar a m&aacute;quina da guerra para os Aliados, focando apenas a ampla desumanidade nazista, ela combinava fotografias, ilustra&ccedil;&otilde;es, desenhos e textos fi&eacute;is ao que realmente aconteceu por tr&aacute;s dos muros e cercas de arame farpado dos campos.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/06/06/06152224630422.jpg" alt="(Fonte: The New York Times/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: The New York Times/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Acompanhando a revista, o intitulado&nbsp;Nazi Death Parade, o quadrinho de 6 p&aacute;ginas criado em 1944, pelo emigrante austro-h&uacute;ngaro August Maria Froehlich, foi considerada a mais antiga representa&ccedil;&atilde;o do destino que as v&iacute;timas do Holocausto tiveram ao chegar &agrave;s c&acirc;maras de g&aacute;s.
A narrativa mostra que os presos eram desnudados de roupas e pertences, depois encaminhados para banhos que abriam seus poros para um envenenamento mais r&aacute;pido antes de serem expostos ao g&aacute;s letal. O quadrinho tamb&eacute;m descreve soldados nazistas resgatando os dentes de ouro das v&iacute;timas e colocando os cad&aacute;veres em um forno para crema&ccedil;&atilde;o.
Na &eacute;poca em que Froehlich desenhou o quadrinho, em 1944, poucas informa&ccedil;&otilde;es sobre o que acontecia nos campos de concentra&ccedil;&atilde;o estavam dispon&iacute;veis, e os americanos, em espec&iacute;fico, esfor&ccedil;avam-se menos ainda para saber pelo que as v&iacute;timas do Holocausto estavam passando.
Os l&iacute;deres Aliados se preocupavam mais em n&atilde;o se entregarem &agrave; propaganda que falava do lado ruim da guerra, porque poderia aparentar um comportamento comunista. Al&eacute;m disso, eles tamb&eacute;m temiam que, ao relatar o sofrimento dos judeus, sucumbiriam &agrave; manipula&ccedil;&atilde;o judaica. Nos Estados Unidos, o sentimento anti-imigra&ccedil;&atilde;o, o nativismo e antissemitismo enorme ajudaram a atenuar o sentimento de indigna&ccedil;&atilde;o causado pelos crimes dos nazistas.
<h2>O legado das p&aacute;ginas</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/06/07/07184209505479.jpg" alt="(Fonte: Jewcy/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Jewcy/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
&ldquo;Os criadores de quadrinhos foram realmente pioneiros desconhecidos na educa&ccedil;&atilde;o sobre o Holocausto&rdquo;, disse Rafael Medoff, historiador e diretor do Instituto David S. Wyman para Estudos do Holocausto, em Washington, em uma mat&eacute;ria ao Huffpost.
Em uma &eacute;poca em que a globaliza&ccedil;&atilde;o ainda n&atilde;o havia acontecido, sem a expans&atilde;o da internet ou da televis&atilde;o, os quadrinhos eram uma esp&eacute;cie de compuls&atilde;o social, principalmente entre os jovens, por isso os pais temiam que o ve&iacute;culo "atrofiasse" suas mentes.
Enquanto isso, os quadrinistas se aproveitaram do fato de que as revistas eram f&aacute;ceis de produzir e estavam em alta, para contar uma hist&oacute;ria que estava acontecendo em outra parte do mundo, com pessoas que, em tese, ningu&eacute;m se preocupava.
Por&eacute;m, o apelo do Holocausto tamb&eacute;m fez parte da ansiedade do capitalismo. Uma vez que os jovens estavam gastando dinheiro para comprar quadrinhos, e n&atilde;o livros, os artistas, sobrecarregados e mal pagos, ansiosos por um sucesso, fizeram de tudo por isso, inclusive tocar em assuntos mais complicados, como o nazismo, para prender o leitor por meio de hist&oacute;rias perturbadoras que ficavam "melhores ainda" sendo verdadeiras.
<span class="img-fc" data-fonte="&nbsp;The Smithsonian Magazine&nbsp;" data-fonte-url="https://www.smithsonianmag.com/history/the-holocaust-comic-that-brought-americans-into-the-nazis-gas-chambers-180980114/"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/06/07/07184652287484.jpg" alt="(Fonte: The Smithsonian Magazine/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: The Smithsonian Magazine/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Quando as editoras perceberam essa "f&oacute;rmula para o sucesso", narrativas nazistas se tornaram cada vez mais frequentes. No caso da Marvel ou DC Comics, o tema foi absorvido em aspectos fict&iacute;cios do pr&oacute;prio universo dos quadrinhos, dando uma pitada a mais na narrativa.
Ainda que esse tipo de quadrinho n&atilde;o tenha sido criado com um tom moral ou educativo em mente, eles refletiram a consci&ecirc;ncia social de seus artistas por tr&aacute;s das p&aacute;ginas. E funcionou, ainda mais sob a necessidade de universalizar horrores de uma mancha hist&oacute;rica para um p&uacute;blico americano c&eacute;tico, preconceituoso, autocentrado e at&eacute; maldoso &mdash; ainda que, por vezes, muitos achassem que aquilo n&atilde;o passasse de pura fic&ccedil;&atilde;o.

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