British Invasion: quando a DC 'encomendou' Sandman

16/08/2022 às 13:022 min de leitura

Lá no finalzinho da década de 1980, a DC estava bastante satisfeita com o sucesso de lançamentos como O Monstro do Pântano, V de VingançaWatchmen. Percebendo então ter encontrado uma verdadeira mina de ouro, a editora de quadrinhos norte-americana foi à Inglaterra em busca de outros talentos.

Surgia ali a versão do mundo das histórias em quadrinhos do fenômeno conhecido como British Invasion ou a Invasão Britânica.

British Invasion e o selo Vertigo

Tudo começou com Alan Moore, que fez história ao dar vida a alguns dos lançamentos mais importantes e impactantes das HQs voltadas para o público adulto. Com a descoberta deste nicho, a editora procurou, encontrou e contratou roteiristas e artistas britânicos como Neil Gaiman, Jamie Delano, Grant Morrison, Alan Grant, Dave McKean e John Wagner.

Neil Gaiman, o criador de SandmanNeil Gaiman, o criador de Sandman

O rótulo "Invasão Britânica" veio emprestado do fenômeno de mesmo nome ocorrido na década de 1960, quando músicos e artistas do Pop e do Rock do Reino Unido e vários aspectos da cultura britânica começaram a se popularizar bastante nos EUA. Na linha de frente estavam bandas como, por exemplo, The Beatles e The Rolling Stones, que viriam a se tornar verdadeiros fenômenos nos Estados Unidos e no mundo.

Do lado das HQs, agora com uma porção de novos profissionais muito talentosos sob o teto da casa, a DC lançou então o Selo Vertigo para englobar quadrinhos mais complexos, profundos e voltados para um público um pouco mais velho.

Inspirações musicais

Além de pegar emprestado o termo "British Invasion", o equivalente do fenômeno nos quadrinhos também se inspirou de outra forma no mundo da música e vários ícones dos palcos de certa forma parariam nas páginas das HQs.

Um bom exemplo é o trabalho de Jamie Delano em Hellblazer, a história em quadrinhos que buscava explorar um pouco mais sobre o mundo fantástico criado por Alan Moore. A revista trazia o personagem John Constantine com visual inspirado no cantor Sting, da banda The Police.

Aparência de Sting serviu de inspiração para o personagem John Constantine em HellblazerAparência de Sting serviu de inspiração para o personagem John Constantine em Hellblazer

Algo semelhante ocorreu em Sandman, de Neil Gaiman, que recentemente ganhou uma adaptação na Netflix. Nos quadrinhos, o personagem Lucifer Morningstar, o anjo caído e príncipe das trevas, teve seu visual baseado na icônico astro David Bowie.

Visual de Lucifer Morningstar de Sandman foi inspirado no cantor David BowieVisual de Lucifer Morningstar de Sandman foi inspirado no cantor David Bowie

Principalmente durante sua juventude, o artista era dotado de aparência distinta e um tanto  andrógina, o que caiu como uma luva para o senhor do Inferno (que na série do streaming foi interpretado pela atriz Gwendoline Christie).

Renovação do cenário

No mundo da música, o cenário era chacoalhado com o surgimento de novos gêneros musicais, como disco, funk, glam rock, música eletrônica e soul. Do outro lado, quadrinhos deixavam então de ser sinônimo de homens musculosos e mulheres esbeltas com superpoderes e usando roupas colantes.

O mercado de histórias em quadrinhos via a queda do Comics Code e era agraciado com o surgimento e o fortalecimento de um nicho mais adulto, dotado de histórias mais impactantes, com significados profundos e muito mais complexas. Assim como em sua contraparte musical, a Invasão Britânica das HQs chegou trazendo um ar de mudança, renovando o universo das HQs no final dos anos 1980.

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