Ciência
24/04/2019 às 09:00•2 min de leitura
No último dia 15 de abril, os danos causados pelo fogo que tomou conta da catedral de Notre-Dame, em Paris, não foram apenas físicos, mas levaram parte da história consigo. Felizmente existem inúmeros registros e até mesmo modelos digitais do importante símbolo da cidade, dados que poderão auxiliar na reconstrução do teto que desabou.
Reprodução/Unsplash/Robin Benzrihem
Uma estrutura que passou despercebida pela maior parte das notícias foi a colmeia colocada no teto da catedral em 2013, como parte de uma iniciativa da cidade para aumentar o número de abelhas na região.
Após o incidente, foram registradas imagens do que restou através de drones e as colmeias passaram ilesas pela tragédia, visto que estavam a uma distância razoável do fogo. A fumaça provavelmente envolveu a área, mas isso não é algo que prejudique os animais a longo prazo.
Abelhas possuem respiração traqueal, então não podem ser intoxicadas com a fumaça produzida por um incêndio. Na verdade, essa solução é utilizada para dificultar a comunicação entre os animais, que utilizam cheiros e feromônios para alertar uns aos outros sobre possíveis ameaças.
Quando precisam coletar o mel produzido ou realizar alguma manutenção na estrutura da colmeia, os criadores utilizam equipamentos para produzir fumaça e obter o mesmo efeito. O responsável por essas atividades nas colmeias de Notre Dame, Nicolas Geant, declarou que inicialmente pensou que as três colmeias tinham queimado, mas não tinha nenhuma informação oficial.
Reprodução/Beeopic Apiculture
Foram as imagens obtidas por drones que deixaram o homem mais tranquilo, junto de uma informação obtida através do porta-voz da catedral, dizendo que além de a estrutura se manter intacta, as abelhas mantinham suas atividades, entrando e saindo das colmeias.
Em entrevista ao portal The Associated Press, ele disse que “ao invés de matá-las, o CO2 da fumaça as colocou para dormir”. Ainda segundo Geant, “quando as abelhas sentem o fogo elas se empanturram de mel e ficam na colmeia para proteger sua rainha, que não se mexe. Eu vi o tamanho das chamas, então imediatamente pensei que elas iriam matar as abelhas. Mesmo com 30 metros abaixo do telhado superior, a cera nas colmeias derrete a 63 °C”.