Estilo de vida
23/12/2020 às 11:00•2 min de leitura
Autoridades alemãs relataram que foi encontrada, em uma lixeira do aeroporto de Düsseldorf, uma valiosa obra de arte avaliada em US$ 340 mil (cerca de R$ 1,7 mi). Segundo o jornal Deutsche Welle, o quadro estava na iminência de ser destruído e pertencia a um empresário não identificado que acabou esquecendo de levar o artefato para o avião.
A pintura recuperada pela polícia local era uma peça autêntica do artista francês Yves Tanguy, surrealista autodidata que viveu entre 1900 a 1955, sendo muitas vezes comparado a nomes como André Masson, Pablo Picasso e Salvador Dalí por conta de seu paisagismo abstrato e de retratos com ideias do subconsciente, como é possível observar em Le Ruban des excès, de 1932.
De acordo com depoimentos divulgados pela imprensa, a obra de arte sem título esquecida no aeroporto possui dimensões aproximadas de 40 cm x 60 cm e estava embalada em uma caixa de papelão para preservar seus detalhes e a estrutura. Seu atual dono planejava levá-la para Tel Aviv, Israel, mas acabou deixando o item no balcão de check-in, e os funcionários do local imaginaram que seria um material descartável.
Ao chegar a seu destino, o passageiro e atual detentor do retrato entrou em contato com as autoridades de Düsseldorf para solicitar a localização da pintura, mas não teve sucesso e os policiais não conseguiram identificar o paradeiro do item. Porém, a história ganhou uma enorme reviravolta quando o sobrinho do empresário, que chegou no aeroporto após uma estadia na Bélgica, resolveu tomar partido da situação.
O jovem então foi prestar queixa na delegacia mais próxima e contou com o apoio do inspetor Michael Dietz, que logo tratou de organizar um mutirão para vasculhar cada lixeira do aeroporto. Dessa forma, o trabalho não poderia resultar em um final diferente, e a peça de Yves Tanguy foi encontrada com êxito. Assim, em poucas semanas o quadro foi enviado ao seu atual proprietário.
“Esta foi definitivamente uma das nossas histórias mais felizes este ano”, disse o porta-voz da polícia Andre Hartwig. “Foi um verdadeiro trabalho de detetive.”