Ciência
05/05/2021 às 05:00•2 min de leitura
Em um dia 5 de maio, mas há 156 anos, nascia em Mimoso, no Mato Grosso do Sul, Cândido Mariano da Silva Rondon, o conhecido Marechal Rondon que, ao pesquisar o interior do Brasil, tornou-se o maior explorador dos trópicos da história. Ao atuar como agente público, na construção de linhas telegráficas em seu estado natal, acabou se transformando em agente político na defesa dos povos indígenas.
Fonte: eBiografia/Reprodução
Após chefiar a internacionalmente conhecida expedição Roosevelt-Rondon, em 1913, na qual conduziu o ex-presidente americano e ganhador do Nobel da Paz Theodore Roosevelt através da floresta amazônica, Rondon continuou chefiando várias jornadas às regiões mais remotas das bacias dos rios Amazonas e Orinoco durante 15 anos.
De acordo com o biógrafo do marechal, Larry Rohter, Rondon participou de pelo menos duas dúzias de expedições na então inóspita Região Norte do Brasil, “viajando mais de 40 mil quilômetros a pé, em canoas, a cavalo e no dorso de mulas conforme executava o levantamento fluvial e topográfico de rios, montanhas e fundos de vales até então ignorados”.
Fonte: Funarte/Reprodução
O inevitável encontro e relacionamento com diversas tribos indígenas fez de Rondon o primeiro diretor do Serviço de Proteção ao Índio (SPI), e um dos maiores incentivadores da criação de uma grande reserva indígena no Mato Grosso, o Parque Nacional Indígena do Xingu, uma área de 2 642 003 hectares criada em 1961, considerada o maior território da espécie no mundo.
Logo que começou a entrar em contato com os indígenas durante as suas missões, Rondon passou a defender a integração desses povos com a sociedade brasileira, desde que realizada de uma forma pacífica e voluntária. Porém, nos seus últimos anos de vida, o velho marechal percebeu a forma como as autoridades tratavam os índios, e passou a defender o direito deles de permanecerem isolados da sociedade.
Fonte: Heinz Foenthmann/O Cruzeiro/Reprodução
Diferentemente dos demais exploradores, o foco de Rondon sempre foi o elemento humano na região explorada. A maioria dos seus artigos científicos explicava a gramática, a sintaxe e os diferentes vocabulários das populações indígenas.
Sendo ele próprio descendente das tribos bororó, terena e guaná, Rondon tentou explicar as culturas únicas das tribos, os rituais, a estrutura social e a religião. Seu lema à frente do SPI era: “Morrer se preciso for, matar nunca”.