Como os assassinatos de presidentes mudaram os Estados Unidos?

01/10/2021 às 13:003 min de leitura

Entre 1881 e 1963, o cargo de presidente dos Estados Unidos foi manchado pelo sangue de 4 políticos que ocuparam a posição e foram brutalmente assassinados ainda em exercício. Entre esses nomes famosos e relevantes para a história mundial, apenas Andrew Jackson (1767-1845), que esteve à frente do país de 1829 a 1837, conseguiu sobreviver a uma grave tentativa de assassinato, ocorrida em janeiro de 1835.

Ali, no entanto, começava a "onda" de assassinatos de presidentes em exercício, que não só chocaram o mundo como também mudaram completamente a história dos EUA.

O primeiro a morrer

(Fonte: Reddit/Reprodução)(Fonte: Reddit/Reprodução)

Em 2 de julho de 1881, fazia apenas 4 meses que James A. Garfield (1831-1881) estava na presidência do país quando foi alvejado por 2 tiros, no braço e nas costas, ao entrar na antiga estação ferroviária de Baltimore e Potomac, em Washington.

Seu assassino foi Charles Guiteau (1841-1882), um advogado fracassado e mentalmente instável, que perseguiu Garfield por semanas porque acreditava que o presidente lhe devia um cargo político. Ele foi preso assim que cometeu o crime e executado por enforcamento em 30 de junho de 1882, após um breve julgamento.

Até lá, Garfield já havia sucumbido à extensão dos ferimentos causados pelos disparos, aliados à falta de antibióticos e às práticas higiênicas na medicina rudimentar da época.

(Fonte: Wikipedia/Reprodução)(Fonte: Wikipedia/Reprodução)

Sua morte rapidamente mudou o sistema de patrocínio político, levando à Lei de Reforma do Serviço Civil, desenvolvida por George H. Pendleton (1825-1889) e instaurada por Chester A. Arthur (1829-1886), sucessor de Garfield, que estabelecia que cargos no funcionalismo do governo federal deveriam ser preenchidos na base do mérito, e não por filiação partidária.

Guiteau havia escrito um discurso em nome de Garfield que teria sido decisivo para sua posse como presidente. O discurso foi amplamente ignorado pelo político, porém o assassino foi tomado pela ilusão de que a vitória na campanha política havia acontecido por suas palavras.

O segundo a morrer

(Fonte: Wikiwand/Reprodução)(Fonte: Wikiwand/Reprodução)

Era 6 de setembro de 1901 quando Leon Czolgosz (1873-1901) surgiu em meio à multidão de visitantes que cumprimentavam o presidente William McKinley (1843-1901), na Exposição Pan-Americana em Buffalo (Nova York), e efetuou 2 disparos contra o abdome do homem.

Seu assassino, que levou o revólver enrolado em um lenço, era um autoproclamado anarquista e foi linchado pelas pessoas após o ataque que ceifou a vida de McKinley após 8 dias de sofrimento, em 14 de setembro daquele ano.

(Fonte: History/Reprodução)(Fonte: History/Reprodução)

Após ser preso, julgado e condenado em 24 de setembro, 1 mês depois Czolgosz foi executado na cadeira elétrica. Suas últimas palavras foram: "Não lamento pelo meu crime. Não pude ver meu pai".

O assassinato do presidente levou à imediata estruturação do moderno Serviço Secreto dos EUA, como parte do Departamento do Tesouro, criado para investigar moeda falsificada. Até aquele momento, a segurança presidencial era considerada frouxa e fragmentada.

O terceiro a morrer

(Fonte: Brasil Escola/Reprodução)(Fonte: Brasil Escola/Reprodução)

Em 15 de abril de 1865, faltavam exatamente 5 dias para o fim da insípida Guerra Civil nos EUA após 4 anos de mortes e desespero. O presidente Abraham Lincoln (1809-1865) e sua esposa foram ao Ford Theatre naquela noite para assistir à peça Our American Cousin.

No meio da apresentação, o ator frustrado John Wilkes Booth (1838-1865) — então com 26 anos, simpatizante dos Confederados e supremacista branco — invadiu o camarote do presidente e efetuou um disparo mortal contra sua cabeça. Lincoln não resistiu aos ferimentos na Casa Petersen, do outro lado da rua do teatro, e faleceu às 7h22 da manhã seguinte.

(Fonte: ListeList/Reprodução)(Fonte: ListeList/Reprodução)

Encurralado em um celeiro fora do vilarejo de Port Royal, na Virgínia, Booth foi morto em 26 de abril por soldados do Exército dos Estados Unidos após se recusar a se render. O ator fracassado havia planejado assassinar o presidente para salvar os Estados Confederados.

Andrew Johnson, que assumiu o cargo, presidiu o período de Reconstrução do país. Ele, um congressista e ex-proprietário de escravos do Tennessee (único senador do Sul a permanecer fiel à União durante a Guerra Civil), encabeçou medidas brancas na readmissão dos estados do Sul à União, defendeu os direitos dos estados, concedeu anistia à maioria dos ex-confederados e permitiu que o Sul elegesse novos governos — endossando a promulgação dos "códigos negros" que enraizaram a segregação racial.

O quarto a morrer

(Fonte: Telegraph/Reprodução)(Fonte: Telegraph/Reprodução)

Em 22 de novembro de 1963, diretamente do prédio Texas State Book Depository, Lee Harvey Oswald (1939-1963) atingiu John F. Kennedy (1917-1963) com tiros durante um cortejo de carro aberto que o presidente fazia pelas ruas do centro de Dallas. Kennedy morreu ainda no local, enquanto Oswald fugiu e foi morto em rede nacional por Jack Ruby (1911-1967) 2 dias após o atentado.

(Fonte: Pinterest/Reprodução)(Fonte: Pinterest/Reprodução)

Kennedy propôs uma legislação considerada "controversa" porque tornava ilegal a discriminação com base em raça, religião, sexo ou nacionalidade. A moção havia parado no Congresso e, com o assassinato do chefe de Estado, a dinâmica política do movimento pelos direitos civis mudou completamente.

Lyndon B. Johnson (1908-1973), vice-presidente, aproveitou a manifestação nacional de simpatia após a morte de Kennedy para promover a histórica Lei dos Direitos Civis, de 1964, e a Lei dos Direitos de Voto, de 1965, que ajudaram a acabar com a segregação racial e forneceram maior proteção ao eleitorado negro do país.

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