Ciência
19/11/2021 às 02:00•4 min de leitura
É comum associarmos a imagem do Brasil à tradicional bandeira verde, azul e amarela que conhecemos nos dias atuais, mas nem sempre tudo foi assim. Antes de chegarmos ao conceito que ostentamos hoje em grandes eventos e na política internacional, o símbolo brasileiro já mudou algumas vezes.
Mais precisamente, foram 12 vezes desde a "descoberta", sendo 10 delas após a definição do Governo-Geral, em 1548. E será que você conhece todas as bandeiras históricas do nosso país? Por isso, fizemos esta lista para você ficar a par de todas essas informações!
(Fonte: Wikimedia Commons)
O primeiro símbolo histórico brasileiro esteve pintado nas velas das 12 embarcações que chegaram ao Brasil em 22 de abril de 1500. A Cruz da Ordem Militar de Cristo, estampada na bandeira, era composta por uma cruz grega branca sobreposta por uma cruz vermelha pátea.
A Ordem Militar de Cristo era uma instituição religiosa e militar portuguesa que financiava viagens para combater os hereges (muçulmanos) e espalhar a palavra de Cristo. Rica e poderosa, além de ser formada pela nobreza, patrocinou boa parte das grandes navegações lusitanas, como essa que chegou ao Brasil.
(Fonte: Wikimedia Commons)
Se no mar a bandeira usada era a da Ordem Militar de Cristo, o verdadeiro símbolo da Coroa podia ser visto na Bandeira Real, criada durante o reinado de D. João II. Foi durante o comando desse monarca que o Tratado de Tordesilhas foi firmado, dividindo o mundo em duas partes com a Espanha.
Esse símbolo esteve presente na história brasileira até nossa independência e segue aparecendo na própria bandeira portuguesa.
(Fonte: Wikimedia Commons)
Após a morte de D. João II, em 1495, e de seu filho mais novo, D. Miguel, em 1521, o trono de Portugal caiu nas mãos do jovem D. João III. Durante seu reinado, o Brasil implantou o sistema de Capitanias Hereditárias e o Governo-Geral, além de ver uma nova bandeira surgir.
A bandeira de D. João III era muito semelhante à versão anterior, porém com a exclusão da Cruz da Ordem de Cristo e a inclusão de uma coroa real aberta sobre o escudo real. Essa, muitas vezes, é considerada a primeira bandeira real do Brasil, por ser o símbolo vigente durante o início oficial da colonização.
(Fonte: Wikimedia Commons)
Ao longo de um período histórico, Portugal passou por uma crise de sucessão e passou a ser comandado pelo rei espanhol D. Felipe II. Isso marcou o início da União Ibérica, que durou entre 1580 e 1640. Nessa época, o país lusitano adotou uma nova bandeira, mas manteve a anterior em suas colônias. No entanto, a coroa real aberta foi substituída por uma fechada.
(Fonte: Wikimedia Commons)
Depois de o Brasil ter sido invadido por holandeses e Portugal restituir a coroa a um monarca português, D. João IV, mudanças precisavam ser feitas na colônia. Foi sob esse comando que a Bandeira da Restauração foi erguida, contendo então uma orla azul para homenagear a padroeira de Portugal, Nossa Senhora da Conceição.
Além de acabar com o domínio espanhol, D. João IV foi responsável por expulsar os holandeses do território brasileiro.
(Fonte: Wikimedia Commons)
Em 1645, todos os herdeiros da coroa portuguesa passaram a ser chamados de príncipes, e Teodósio, filho de D. João IV, recebeu o título de "Príncipe do Brasil". Sendo assim, o país sul-americano tornou-se um Principado e ganhou sua primeira bandeira particular.
O símbolo mostrava um fundo branco com uma esfera armilar no centro, instrumento usado no aprendizado da arte da navegação. Além disso, a bandeira voltou a ter uma Cruz da Ordem de Cristo.
(Fonte: Internet/Reprodução)
Após duas trocas de poder, D. Pedro II passou a governar Portugal como Regente e, posteriormente, como Imperador definitivo. Como símbolo, decidiu criar a Bandeira de D. Pedro II Imperador. Essa foi a primeira vez que os elementos da bandeira foram colocados sobre um campo verde. Nesse período histórico, o Brasil teve grande expansão territorial.
(Fonte: Wikimedia Commons)
Depois que a família real portuguesa veio morar no Brasil, o país passou por muitas transformações e foi elevado a Reino Unido. Em 1815, portanto, foi criado o Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarve, que recebeu uma bandeira especial no ano seguinte.
Nesse novo marco, combinaram-se alguns dos elementos vistos anteriormente na Bandeira do Principado e também na Bandeira Real portuguesa.
(Fonte: Internet/Reprodução)
Mesmo com a derrota de Napoleão, que pressionava os portugueses, em 1815, a coroa decidiu permanecer mais um tempo no Brasil. Isso fez com que os portugueses se rebelassem e exigissem a volta de D. João VI, então monarca, em 1820, porém dessa vez como um monarca constitucionalista.
Nesse período, o parlamento português decidiu criar a Bandeira do Regime Constitucional, que ficou marcada como a última bandeira lusitana a tremular em território brasileiro.
(Fonte: Wikimedia Commons)
Ignorando as ordens portuguesas, D. Pedro I declarou a independência do Brasil às margens do riacho Ipiranga no dia 7 de setembro de 1822, exclamando que o verde e o amarelo deveriam ser símbolos do país. Foi então que surgiu a Bandeira Imperial do Brasil, a primeira bandeira nacional brasileira.
Ela era composta por um retângulo verde com um losango ouro inscrito nele. Ao centro, foi posicionado o Escudo de Armas do Brasil.
(Fonte: Wikimedia Commons)
Com a monarquia prestes a acabar em 1889, o golpe militar comandado pelo marechal Deodoro da Fonseca sacramentou o início da República no Brasil. Uma bandeira foi hasteada no dia 15 de novembro daquele ano para substituir a Bandeira Imperial, composta por 7 listras verdes e 6 amarelas, tendo no canto superior 1 quadrado azul com estrelas prata representando os 20 estados existentes na época.
Por ser muito semelhante à bandeira usada pelos Estados Unidos, o projeto logo foi rechaçado, e uma nova bandeira passou a ser formulada.
(Fonte: Wikimedia Commons)
Projetada por Raimundo Teixeira Mendes e Miguel Lemos em 1889, a última bandeira verdadeiramente brasileira veio com a Proclamação da República. Inspirada na bandeira do Império, ela substituiu a coroa portuguesa por uma esfera azul celeste com os dizeres positivistas "Ordem e Progresso".
A constelação do Cruzeiro do Sul também aparece dentro da esfera, representando o céu do Rio de Janeiro no exato momento em que a República foi instaurada.